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novembro - Quando formos elogiados, ponhamo-nos a sorrir e pensemos que Deus vê
o interior. (S 198). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 21,25-28.34-36
"Disse Jesus a seus discípulos:
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia
apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas.
Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a
toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas.
Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e
majestade.
Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas
cabeças; porque se aproxima a vossa libertação.
Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o
excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que
aquele dia não vos apanhe de improviso.
Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra.
Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de
escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé
diante do Filho do Homem”."
Meditação:
A exortação de
Jesus à vigilância visava criar, no coração de seus discípulos, a atitude
correta de quem deseja acolher o Senhor que vem.
A incerteza da
hora poderia ter como efeito desviá-los do caminho certo, levando-os a se
afastarem, perigosamente, do Reino.
Vigiar significa por em prática as palavras de Jesus, especialmente o
mandamento do amor. Significa enfrentar a tentação do egoísmo, que leva o
discípulo a convencer-se da inutilidade de fazer o bem. Significa acreditar que
vale a pena lutar para construir o Reino, a exemplo de Jesus, num mundo onde a
injustiça e a maldade parecem falar mais alto.
Significa estar
sempre disposto a perdoar e a se reconciliar, revertendo a espiral da violência
que assume proporções sempre maiores.
O Evangelho de hoje
introduz-nos no novo tempo litúrgico: o tempo de Advento. O texto evangélico
propõe um discurso apocalíptico, feito por Jesus aos seus discípulos,
colocando-os diante de um tema problemático: o fim dos tempos.
A linguagem
apocalíptica não tem a função de assustar o crente avisando-o de uma iminente
catástrofe, mas de despertar para algo de extraordinário, de novo, do qual não
se está à espera. Apocalipse significa de fato “revelação”.
Introduzindo-nos nesta realidade, a Palavra de Deus, com tom firme e decidido,
podemos mesmo dizer “escatológico”, convida-nos a considerar que o fim da nossa
vida é alcançar Aquele que nos criou.
Na esperança deste
encontro podemos confiar que Deus, tomando a iniciativa, é o primeiro a dar o
passo para facilitar o encontro: cada vez que é Advento, o Filho do Homem vem
ao nosso encontro.
O Advento é todo orientado para o Natal. Este tempo forte não tem razão de ser
senão como período propício para nos abrirmos ao dom da Encarnação de Deus, e
de dentro de nós sai o desejo expresso de toda a Igreja «Vem, Senhor, Jesus». ]
Assim como virá no fim
dos tempos, o Emanuel, Deus- conosco, mais uma vez vem para encarnar no nosso
hoje. Cada um deve preparar-se para a Sua vinda, acolher os sinais,
encaminhar-se para um encontro que terá de viver dentro de si.
A passagem do Evangelho ajuda-nos a reconhecer que no nosso dia-a-dia podem
estar hábitos e comportamentos pouco favoráveis ao encontro com Deus, que podem
ser transformados em atitudes mais coerentes para O receber.
Devemos afinar a nossa
escuta e abrir o nosso coração para procurar, entre o “ruído” das montras
enfeitadas e iluminadas, da publicidade aliciante, do exagero dos embrulhos e
fitinhas, a verdade do Natal, o dom de Jesus para nós.
Devemos reservar ao
encontro com Deus um espaço importante do nosso viver, para estarmos preparados
quando formos convidados a aproximarmos de Deus com a nossa humanidade.
Reflexão Apostólica:
A vigilância cristã é perseverante e se alimenta da esperança. A pessoa
vigilante não se abate, ainda que a realidade seja desesperadora.
O discípulo do Reino sabe olhar para além da História e contemplá-la na
perspectiva de Deus, segundo o ensinamento de Jesus.
A vigilância, portanto, faz com que ele não seja esmagado pelo peso da
história humana. Pelo contrário, o permite descobrir nela uma lógica inacessível
para quem não tem fé.
O discípulo esforça-se para não se deixar vencer pelo sono da infidelidade ao
Senhor e ao Reino. Ser encontrado, assim, seria a sua ruína.
Vigiar é montar guarda. Vigiar é ficar em alerta esperando uma possível invasão
do inimigo a nossa pessoa, nossa casa, na nossa propriedade etc.
Quem é o nosso inimigo principal? O demônio. É Ele que vem não na calada
da noite, mais nos nossos momentos de fraquezas para nos fazer cair em suas
armadilhas. Por isso precisamos vigiar, ficar de olho para que não caiamos em
tais laços preparados por ele.
Vigiar é fugir de toda e qualquer situação iminente de pecado. Vigiar é
não nos expor em risco de cair, confiando em nossas parcas forças. No
tempo de Jesus a mulher era discriminada assim como as crianças e os escravos.
Mais no fundo, a mulher era evitada, por medo de se cair na tentação de
Possuí-la indevidamente.
Vigiar é por em prática os ensinamentos de Cristo: Amar a Deus e ao Próximo.
Vigiar significa evitar as tentações, mais uma vez tendo de enfrentá-las, pedir
na hora a força de Jesus e Maria para vencê-las.
Vigiar é confiar na proteção de Deus. Pois nunca seremos tentados acima de
nossas forças. Nós é que achamos o contrário. Que a tentação é grande demais.
A vigilância do cristão é muito importante porque a cada vez que vencemos uma
tentação nos tornamos mais fortes para vencer a próxima. A pessoa
vigilante não se abate, mesmo que a tentação seja desesperadora.
Não devemos nos expor ao perigo das tentações. Digamos que o Reitor do
seminário levasse num sábado os seminaristas para se distrair, em uma casa
noturna do centro da cidade.
Isso seria o cúmulo da imprudência e falta total de zelo pela espiritualidade
daqueles futuros padres. Porque uma vez estando num ambiente desses, com
certeza seriam estimulados, tentados ou mesmo convidados a pecar. Graças
a Deus, isso foi só um exemplo, pois como sabemos, nenhum diretor de seminário
faria uma coisa dessas.
Vigiar sempre é fazer como um motorista de ônibus em uma auto-estrada a
100 Km/h. Ele tem de olhar bem a sua frente para procurar enxergar adiante
possíveis obstruções a tempo de desviar ou parar o seu veículo.
Nós precisamos prever, para nos precaver. Pois a vigilância faz com que
não sejamos esmagados pelo peso das tentações.
Vigiar é pensar sempre nas palavras do nosso querido Mestre.Eu preciso ser
simples como a pomba, porém prudente como a serpente.
Prudente não só para com aqueles que não gostam das nossas denúncias, mais para
com as possibilidades de nos afastar do caminho da casa do Pai. Para que quando
chegar o dia e a hora, possamos nos ... apresentar de pé diante do Filho
do Homem.
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