14 junho - Vinde, Espírito de verdade, iluminar as nossas mentes! Vinde, Espírito de alegria, consolar os nossos corações! Vinde, Espírito de piedade, despertar em nossas almas sentimentos vivíssimos de amor a Jesus! (S 347). SÃO JOSE MARELLO
Evangelho:
Leitura do santo Evangelho segundo São
Mateus 5,38-42
""Ouvistes que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente!' Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede emprestado."
Meditação:
Temos aqui a quinta contraposição feita por Jesus, entre a antiga Lei e
o seu novo mandamento. O "que foi dito" é substituído por uma nova
prática fundada no amor, na misericórdia e na justiça, estabelecendo-se a paz.
A lei do talião era a expressão típica do culto ao espírito vingativo e
cruel, afinado com a violência comum praticada por Israel contra os povos da
terra ocupada em Canaã e os povos vizinhos, considerados inimigos.
Jesus apresenta uma referência baseada, não na lei da justiça judaica,
isto é, o que é devido a cada um, mas na lei da graça e do amor: Ouvistes
o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não
enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face
direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para
tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a andar um
quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires as costas a
quem te pede emprestado.
A lei que Jesus faz alusão é de do Talião: “Ouvistes que foi dito: Olho
por olho, dente por dente”, embora à primeira vista pareça estar alimentando um
sentimento de vingança, ela justamente deseja frear um ímpeto de vingança
individual.
Para santo Agostinho, esta a Lei impedia expressões desmesuradas. É como
um já perdoar um pouco: é um começo de justiça misericordiosa. E Aquele que
veio não abolir, mas aperfeiçoar, a conduz à sua perfeição. Porque em Jesus, e
por Ele: Não resistais ao malvado. Pelo contrário, se alguém te dá uma bofetada
na face direita, oferece-lhe a esquerda…
Assim, com estas palavras, o Senhor nos vai progressivamente
conduzindo. Fazendo-nos reconhecer o não revide: oferecer a outra face; deixar
também o manto; caminhar com ele dois mil passos.
Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da caridade, não só para
melhor compreendê-lo, mas também como concretamente vivê-lo.
O Senhor nos ordena dar a todos tudo o que eles nos pedem: que todos
sejam cumulados, por nossa generosidade, de tudo o que lhes falta.
Façamos de modo que eles não sofram nem de sede, nem de fome, nem da
falta de vestes. E então, seremos encontrados dignos dos bens que faltam a nós
mesmos e que pedimos a Deus, pois o costume de dar nos merecerá obtê-los.
Ademais há mais alegria em dar do que em receber.
Urge que, aos nossos ouvidos, soem as palavras de Jesus: vencer
o mal com o bem e tornar concreto em nosso agir o mandamento do
amor fraterno.
Parece absurda a proposta de Jesus (dar a outra face, dar o manto...),
mas o Reino não se constrói com violência, mas com paz, justiça, verdade, amor.
Jesus mesmo nos deu exemplo de vida ao se comportar como o “Servo Sofredor” que
não escondeu sua face dos insultos e cusparadas, de bofetadas e flagelos.
Ensina-nos a não responder o mal com mal, mas, como diz São Paulo (Rm 12,17.21):
“a ninguém devolva mal pelo mal. Vença o mal fazendo o bem”. A proposta
evangélica da não-violência tem que ser um exercício eficaz para ir assumindo
um novo estilo de vida.
Peçamos ao Senhor que encha nossos corações com as graças do Seu
Espírito Santo; com amor, alegria, paz, paciência, bondade e humildade, nos
ensine a amar os que nos odeiam; a rezar pelos que nos perseguem e, com o Seu
auxílio, renunciar aos prazeres deste mundo e a desejar uma nova terra e novos
céus.
Reflexão Apostólica:
Mahatma Gandhi dizia com grande ironia: “Se aplicarmos o olho por olho, logo o mundo ficará cego”. A vingança é violência e gera violência. Por esse motivo, Jesus apresenta uma nova maneira de atuar frente ao mal que nos aflige.
Um dos desafios mais
tremendos para os discípulos de Jesus consistia em “oferecer a outra face a
quem lhes esbofeteasse a face direita”. Receber um tapa no rosto é uma
experiência altamente ofensiva em qualquer cultura. Revidar é uma reação
natural. O discípulo do Reino, porém, é orientado para agir de maneira
diferente: jamais responder violência com violência.
As primeiras comunidades cristãs viam-se pressionadas pela violência de seus
perseguidores. Quanto mais sem fundamento é a violência, tanto mais perversa e
maligna ela é.
A violência contra os cristãos era deste tipo. Se pagassem com a mesma moeda a
violência sofrida, que moral teriam para proclamar a excelência do mandamento
do amor e a urgência da reconciliação? Caso se submetessem passivamente seriam
dizimados dentro de pouco tempo. Se optassem por se dispersar ou por viver na
clandestinidade, não poderiam realizar a missão de arautos do Evangelho que
tinham recebido.
O gesto de oferecer a outra face era uma forma de resistência pacífica à fúria
dos perseguidores. Significava que os discípulos de Jesus não temiam quem os
perseguia; que recusavam a se rebaixar ao nível de seus adversários; que
buscavam eliminar a violência no seu nascedouro; e que davam testemunho de um
mundo novo onde a violência não tinha vez. Este testemunho inusitado poderia
até mesmo levar os perseguidores à conversão.
A nova lei do amor
levada a cabo pelo próprio Deus
Mas, por que existem
tantos conflitos entre os cristãos? Parece que não foi nada fácil passar da lei
do Talião para a lei do amor, que não somente haverá de nos levar a não lutar
com o inimigo.
Humanamente falando, é
mais fácil arrancar o espinho que fica no coração ante uma ofensa recebida
respondendo com outra ofensa maior, do que praticando o mandamento do amor, que
nos exige perdoar a quem nos ofendeu, e amá-lo.
Para o mundo, tal
exigência de Jesus é irracional; mas a partir da lógica do amor, o ódio gera
mais ódio; e enquanto a raiz dos males do ser humano continuar em seu coração,
lhe será impossível alcançar por seus próprios meios a paz que tanto busca. Ser
cristão implica: acima do ódio, amar e, passando por cima da ofensa, perdoar.
Como
vimos, Jesus veio dar uma nova mentalidade à Lei que os antigos vivenciavam e
nos orienta a ter uma postura coerente com o que Deus Pai nos deixou como
legado, nos dando conselhos úteis para as nossas ações.
Com as nossas atitudes é que nós vivenciamos o Evangelho de Jesus Cristo. Jesus
veio esclarecer para nós a mentalidade Evangélica.
Assim é que ele nos recomenda: “não enfrenteis o malvado” ; “se alguém te dá um
tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda;”
Por
isso Ele abre os nossos olhos para que não queiramos enfrentar a quem é
malvado, isto é, aquele (a) age com o poder do mal. Não devemos medir forças
com o inimigo nem mostrar que temos poderio. Não devemos fazer questão por
coisas que não são essenciais, por coisas que só os maus desejam, mas sim, angariar
a amizade dos que estão contra nós e não nos submeter à tentação de revidar.
Muitas vezes nós fincamos pé naquilo que nos é de direito e entramos em litígio
com alguém praticando a vingança. Dar a outra face é, sem dúvida, mostrar uma
ação diferente daquela que a outra pessoa adotou.
É mostrar o contrário, é dialogar, é promover a paz e não a discórdia. É também
não fazer questão de nada e nunca negar ajuda a alguém, mesmo a quem não nos
ajuda. Jesus também nos aconselha: “Dá a quem te pedir e não vires as costas a
quem te pede emprestado”. As nossas ações de amor devem ser inspiradas no que
Jesus nos ensina nesse Evangelho.
Fazer o bem a quem nos trata bem é muito fácil. O verdadeiro amor é baseado nas
ações mais difíceis de viver: o perdão, a compreensão, o suportar, o aceitar.
Como você tem agido com aqueles que não satisfazem aos seus desejos, aos seus
pedidos? Você é uma pessoa vingativa? Você faz questão pelos primeiros lugares?
Qual o sentimento que se apossa de você quando você é contrariado (a), quando
não alcança os seus objetivos? Você é uma pessoa pacificadora ou você “gosta de
botar lenha na fogueira”?
Não
permitas que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de
responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.
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