20 - A solidariedade das boas obras, em nós sacerdotes, é o
único recurso que ainda nos resta, nestes tempos em que a nossa esfera de ação
é tão limitada! (L 22). SÃO JOSE MARELLO
João 6,52-59
"Os
judeus discutiam entre si: "Como é que ele pode dar a sua carne a
comer?" Jesus disse: "Em verdade, em verdade, vos digo: se não
comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a
vida em vós. Quem
se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue
é verdadeira bebida. Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim, e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por
meio do Pai, assim aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim. Este é
o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram - e no
entanto morreram. Quem se alimenta com este pão viverá para sempre". Jesus
falou estas coisas ensinando na sinagoga, em Cafarnaúm."
Meditação:
O
diálogo de Jesus com os judeus acerca do pão da vida vai ganhando um tom cada
vez mais intenso; quando ele lhes fala do pão de vida eterna eles pedem:
“Senhor, dai-nos sempre desse pão”; ao contrário, Jesus vai explicitando do que
se trata, e pouco a pouco seus ouvintes vão vendo com mais clareza o que Jesus
lhes oferece.
O
evangelista incute na comunidade a necessidade de escutar Jesus, com mente e
coração dispostos, aceitar sua mensagem e a se deixar transformar por ele.
Comer e beber o corpo e o sangue de Jesus é aceitar sua humanidade, mas ao
mesmo tempo é aceitar que nessa humanidade completa, está se manifestando a
presença de Deus; quer dizer, que Jesus encarna em sua dimensão humana a
vontade e o querer de Deus.
Não é possível aceitar em Jesus somente uma dimensão, pois Ele não é divisível; temos que aceitá-lo em sua integridade, “comê-lo” completamente, para poder também ser capazes de transparecer no mundo o plano salvífico de Deus, à maneira de Jesus.
Não é possível aceitar em Jesus somente uma dimensão, pois Ele não é divisível; temos que aceitá-lo em sua integridade, “comê-lo” completamente, para poder também ser capazes de transparecer no mundo o plano salvífico de Deus, à maneira de Jesus.
Comer
a carne e beber o sangue de Jesus é alimentar-se Dele na Sua Palavra, na
Eucaristia, na oração, na adoração vivendo a vida que Deus nos preparou.
Assim
sendo, nós vamos nos transfigurando e aos poucos nos tornamos parecidos (as)
com Jesus. Jesus vai tomando conta do nosso ser a partir do nosso interior, por
isso, vamos sendo ressuscitados pela Sua presença viva no nosso coração.
Não
há mais morte, não há mais sombra, não há mais dúvida. Quem se alimenta de
Jesus sente a transformação dos seus pensamentos, sentimentos e ações e percebe
a cada dia que algo novo acontece dentro de si.
As
coisas materiais não têm mais tanto sentido, pois o nosso organismo espiritual
já sustenta a nossa humanidade. A carne e o sangue de Jesus são o alimento que
vem do céu para nos conduzir ao céu. É o sustento da nossa alma!
Por
mais que materialmente nos alimentemos bem, se não comungarmos da Palavra e da
Eucaristia, seremos sempre pessoas fracas, confusas, desestruturadas para o
combate da vida.
Se
comungarmos o Corpo e o Sangue de Cristo, ficaremos semelhantes a Ele. Nós
somos aquilo que comemos, e se nos alimentamos do Corpo e do Sangue de Cristo,
nós ficaremos semelhantes a Ele porque Ele vem habitar em nós.
Pela
Eucaristia nós passamos a pertencer a Nosso Senhor e Ele passa a viver em nós. Para termos esta
santa intimidade precisamos nos alimentar literalmente do Corpo e do Sangue de
Jesus. “A minha carne é verdadeiramente uma comida. O meu sangue
verdadeiramente uma bebida”. Ele jamais diz: “a minha carne e o meu sangue são
simbolicamente uma comida e bebida”.
Passamos
a pertencer a Nosso Senhor e Ele torna-se o dono da nossa vida e nos
ressuscitará no momento preciso. “Por meio da Eucaristia Jesus continua
presente entre nós. Como discípulos ele nos conduz ao Pai e nos garante a vida
eterna e feliz ao seu lado”.
Você
tem se alimentado com o Corpo de Jesus? Você tem a Bíblia como o próprio
Jesus, O Verbo Encarnado? Quando você adora a Jesus Sacramentado, você tem
consciência de que ali está o Corpo e o Sangue de Jesus? Qual é o efeito
que este pensamento provoca em você? Experimente adorá-lo assim! Perceba a
diferença.
Reflexão Apostólica:
O
que mais chama atenção no Evangelho de hoje é a insistência de Jesus em dizer
que Ele é o Pão da Vida. Nos 6 versículos em que Jesus falou, Ele
insiste em dizer que é o Pão da Vida, quem comer viverá eternamente, e quem não
comer não terá vida.
Os
judeus que ouviram essas palavras ficaram escandalizados, pois entenderam como
se Jesus estivesse incentivando o canibalismo dEle próprio.
Em
momento algum dos Evangelhos, nós vimos Pedro ou qualquer outro dos
discípulos tentarem dar uma mordida em Jesus. E quando eu me refiro a Pedro,
especificamente, é porque ele foi o discípulo que sempre tomou as iniciativas
(p. ex. na passagem da transfiguração de Jesus, ou no Lava-pés).
Tal
idéia de tentar comer a carne de Jesus Homem foi, até para os discípulos, algo
que era difícil de entender. Como conceber a idéia de comer os músculos, o coração,
o fígado de um ser humano?
Esta
passagem de hoje esconde uma beleza por trás de sua dureza... De fato, Jesus
disse: "porque minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue, verdadeira
bebida." Quem vai duvidar das palavras de Jesus? Você?
No
entanto é aqui que se encontra a beleza do nosso Sacramento da Eucaristia:
Jesus transforma PÃO E VINHO (alimento) nEle próprio, para que possamos TÊ-LO
DENTRO DE NÓS.
Essa
é uma das grandes diferenças entre o Cristianismo e as outras religiões: o
nosso Deus vem até nós, se faz humano, se faz pequeno, se entrega COMPLETAMENTE
a nós, para que possamos tê-lo dentro de nós, e assim possamos também SER PARTE
DELE.
Quando
comungamos na missa, o Pão da Vida é rapidamente digerido pelo nosso sistema
digestivo, e rapidamente todas as nossas células passam a ter um pouquinho
desse alimento.
Assim,
podemos dizer que Jesus está dentro de nós, dos pés a cabeça. E se todos os
nossos irmãos, que também estão comungando, estão com Jesus dos pés a cabeça,
então todos nós estamos fazendo parte de um corpo único: o de Jesus.
Isso
é que é COMUM UNIÃO.
Agora
imagine fazer parte de um corpo único com todas as pessoas ao redor do mundo
que também estão comungando... Viu como Jesus é grande? E olhe que Ele começou
do tamanho de um pequeno pedaço de pão...
Ter
Jesus dentro de si implica em algo bem sério: se fazer Jesus! Ou seja, agir
conforme Jesus agiria em cada situação. E essa é uma grande responsabilidade de
quem quer estar em comunhão com Jesus.
Ter
Jesus dentro de si, portanto, é muito mais do que receber a Hóstia Consagrada
na missa... Ter Jesus dentro de si é receber a Comunhão na missa e dar o
verdadeiro sentido a ela, através dos seus atos, palavras e pensamentos.
No evangelho de João
tem-se, com freqüência, diálogos entre Jesus e distintas personagens ou grupos
em que cada um se situa um nível diferente. O evangelho de hoje (João 6,52-59)
é um bom exemplo. Os judeus — termo que designa a oposição de Jesus neste
evangelho — entendem as palavras de Jesus ao pé da letra, mas Jesus fala em
sentido figurado. E, deste modo, não pode haver entendimento entre ambos.
O ensinamento de
Jesus quanto a comer sua carne e beber seu sangue foi de difícil entendimento,
tanto para seus discípulos quanto para seus adversários. O perigo principal
consistiu em tomar as suas palavras em sentido puramente material, numa
evidente deturpação do seu real significado. Os símbolos da carne e do sangue
servem para referir-nos à a totalidade do ser humano, à vida, a esta vida de
onde se deve atuar, de onde o discípulo está chamado a responder com suas
atitudes e compromisso aos desafios e aos inimigos do plano de Deus. Receber o
corpo e o sangue do Senhor significa entrar em comunhão com tudo quanto ele é -
sua humanidade e sua divindade - de forma que todo o ser do discípulo se deixe
tomar por Ele.
Os judeus não
entendem o que Jesus quer dizer quando lhes fala dar-lhes a comer de sua carne.
Ficando desorientados. Enquanto lhes falava do pão podiam compreender que se
apresentava como um mestre de sabedoria que alimenta o povo. Porém agora
identifica esse pão como a mesma realidade humana, com sua carne e não como uma
doutrina. Comer sua carne é uma expressão que não compreendem, ainda que a
imagem seja clara: significa segundo Jesus, que é igual quando comemos, os
alimentos se tornam carne da nossa carne, o discípulos deve assemelhar-se a ele
e aceitar e fazer próprio o amor expressado por Jesus em sua vida (carne) e em
sua morte (sangue). Isto significa na realidade a comunhão eucarística: um
compromisso da comunidade para assemelhar-se a vida de Jesus (carne) e para
estar disposto até entregar a vida como Jesus entregou a dele (sangue).
Os verbos comer e
beber apontam para a experiência de assimilação de Jesus - sua pessoa e seu
projeto de vida - por parte dos discípulos. Assim como o alimento e a bebida,
ao serem ingeridos, passam a fazer parte do corpo físico de quem os consumiu, o
mesmo deve acontecer com quem adere a Jesus. Toda a existência do discípulo
tende a ficar permeada pelo Senhor, com o qual entrou em comunhão.
E se no Êxodo a
carne do cordeiro foi o alimento prévio a saída da escravidão e o sangue com
que marcaram os batentes das portas dos israelitas serviu de sinal ao
exterminador para que entrasse em suas casas, agora o sangue de Jesus não só
liberta da morte, como também da à vida definitiva.
Porém, falar
"desta vida", não nos pode deixar na pura imanência, no meramente
tangível e temporal. Os que escutavam a Jesus não podiam transpassar as
barreiras do material e por isso sentiram que se tratava de uma estranha
doutrina. Jamais haviam ouvido dizer que era necessário "devorar" o
Mestre para dar continuidade à sua obra. O convite é, então,
"saciar-se" de Jesus para poder projetar um Jesus que transforma e
que impulsiona a transformar as estruturas pessoais e sociais em novo ambiente,
com nova vida.
A profunda
identidade entre Jesus e o Pai é, por assim dizer, o sacramento da íntima união
do discípulo com seu Mestre. Se nós, como servidores da Palavra, mantivéssemos
isto claro, possivelmente nosso ministério teria mais credibilidade. As coisas
se complicam quando acreditamos que somos os donos da mensagem, ou quando
desapercebidamente nos convertemos em anunciadores de nós mesmos.
Depois de falar do
seu ensinamento, Jesus passa a falar da eucaristia como fonte de vida em nós. Palavra e
sacramento, portanto, não se separam. A própria estrutura da santa missa segue
esse ordenamento, o que equivale a dizer que ninguém deve se aproximar do corpo
e do sangue de Cristo sem antes meditar e principalmente viver a palavra de
Cristo.
Acostumadas a
celebrar a Eucaristia, as comunidades cristãs interpretavam as palavras do
Mestre num contexto de fé, entendendo-as no sentido espiritual de comunhão com
Jesus, simbolizado no pão e no vinho consagrados. Suas palavras e sua presença
alimentam as comunidades ao longo da história. Aquele que acolhe Jesus na fé e
identifica-se com ele, assumindo o serviço na comunidade e solidarizando-se com
próximo necessitado na sociedade, viverá para sempre.
A Eucaristia sempre
foi algo surpreendente para as pessoas não cristãs. A maneira como falamos dela
é chocante para muitos. Se dizemos que comungamos o corpo de Jesus, pode-se
pensar que somos antropófagos. Se afirmamos que é um pedaço de pão, pode-se pensar
que somos loucos. Não somos antropófagos nem loucos. Existe aí um mistério
difícil de explicar. As palavras deixam sempre a desejar. Elas escondem um
profundo sentido de comunhão com Jesus, que faz com que nos sintamos unidos a
ele e unidos entre nós, que nos faz experimentar sua vitalidade e sua força
para seguir o Evangelho. Isso é a Eucaristia!
Graças à Eucaristia,
a vida cristã pode desenvolver-se num clima de alegria expressiva. A
participação à Eucaristia tende a renovar o impulso que anima os cristãos, faz
com que a religião não se torne um peso insuportável de obrigações, que nos
torna resignados ou nos neguemos a carregar este peso, mas uma expressão de
vida e regozijo profundo. A Comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo, outra
coisa não faz que mudar-nos naquilo que com fé assimilamos.
“Quem come a
minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”. São palavras
que devemos trazer gravadas com letras douradas no nosso coração. Ter Cristo em
si é ter a vida em
plenitude. Quem quiser ter essa vida, capacite-se então para
receber o corpo e o sangue de Cristo. Para isso, é indispensável romper com o
pecado, em todas as suas manifestações. É assim que o discípulo se alimenta em
sua caminhada de encontro com o Pai. E assim alimentado, jamais desfalecerá
pelo caminho.
NA TORMENTA
Sempre julguei que os
furacões que enfrentamos aqui na Flórida seriam alguma coisa que a humanidade
poderia simplesmente dispensar - se pudesse... Entretanto, apenas recentemente
tomei conhecimento de que eles são absolutamente necessários para manter o
equilíbrio na natureza.
Essas tempestades tropicais, com ventos que vão acima de 300 quilômetros por hora, acompanhados de chuvas torrenciais, raios e relâmpagos, podem ser devastadoras. Contudo, cientistas nos informam que esses furacões tem um valor incrível. São eles que dissipam uma grande porcentagem do calor opressivo acumulado no equador; também são indiretamente responsáveis pela maior parte das chuvas que ocorrem nas florestas das Américas do Sul e do Norte. A conclusão final a que chegamos é que os furacões oferecem à humanidade muito mais benefícios do que podemos imaginar.
As Escrituras nos ensinam que as aflições que Deus permite que sobrevenham a seus filhos são muito semelhantes aos furacões. Elas chegam de maneira violenta, trazendo com elas dores e promovendo grandes devastações. No entanto, são essas mesmas aflições que tem o incrível potencial de produzir eternos dividendos. Se você se encontra em meio a um furacão... não desista! Ele é temporário; logo vai passar, e os resultados certamente poderão transformar a sua vida para todo o sempre!
Essas tempestades tropicais, com ventos que vão acima de 300 quilômetros por hora, acompanhados de chuvas torrenciais, raios e relâmpagos, podem ser devastadoras. Contudo, cientistas nos informam que esses furacões tem um valor incrível. São eles que dissipam uma grande porcentagem do calor opressivo acumulado no equador; também são indiretamente responsáveis pela maior parte das chuvas que ocorrem nas florestas das Américas do Sul e do Norte. A conclusão final a que chegamos é que os furacões oferecem à humanidade muito mais benefícios do que podemos imaginar.
As Escrituras nos ensinam que as aflições que Deus permite que sobrevenham a seus filhos são muito semelhantes aos furacões. Elas chegam de maneira violenta, trazendo com elas dores e promovendo grandes devastações. No entanto, são essas mesmas aflições que tem o incrível potencial de produzir eternos dividendos. Se você se encontra em meio a um furacão... não desista! Ele é temporário; logo vai passar, e os resultados certamente poderão transformar a sua vida para todo o sempre!
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