EVANGELHO DO DIA O8 JANEIRO
São Severino, rogai por nós!
O Ocidente era invadido por godos, visigodos,
vândalos e outros povos. Nesse contexto, no século V, viveu São Severino.
Na Áustria, além de acolher a população
ameaçada usava o local como ponto estratégico para pregar entre os bárbaros
pagãos. Já no ano seguinte estava em Melk e no mesmo ano em Ostembur, onde se
fixou numa choupana para se entregar também à penitência.
Possuía o dom da profecia, avisou diversas
comunidades sobre sua destruição, adivinhando a data perfeitamente. Por
exemplo, o caso dos habitantes de Asturis. O Santo os avisou que seriam mortos
pelo imperador Átila, mas não foi ouvido e ainda foi visto com gozação. Porém
ele não falhou, a cidade foi destruída e todos habitantes assassinados.
Ele profetizou até o dia de sua morte, 08 de
janeiro de 482. No seus últimos segundos, pronunciou a última frase do último
salmo da bíblia “(o 150): “Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor”.
Severino teria nascido em 410, em Roma, de
família nobre e rica. Falava latim com perfeição, era humilde e caridoso. Além
da profecia, tinha também o dom da cura.
08 - Cada hora que bate significa um passo a menos que devemos dar. Então,
coragem! Um dia ou outro a luta acabará, e aos que combateram será entregue a
palma da vitória (L 42). São Jose Marello
Lucas 5,12-16
"Estando Jesus numa das cidades,
apareceu um homem coberto de lepra. Ao ver Jesus, ele caiu com o rosto em terra
e suplicou-lhe: "Senhor, se queres, tens o poder de purificar-me".
Estendendo a mão, Jesus tocou nele e disse: "Quero, sejas purificado".
E imediatamente a lepra desapareceu. E ordenou-lhe que não o contasse a
ninguém. "Mas", disse, "vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta
por tua purificação a oferenda prescrita por Moisés. Isso lhes servirá de
testemunho". Cada vez mais, sua fama se espalhava, e as multidões acorriam
para ouvi-lo e para serem curadas de suas doenças. Ele, porém, se retirava para
lugares desertos, onde se entregava à oração"
Meditação:
O Evangelho de hoje nos
coloca um milagre de cura aparentemente diferente das outras curas que Jesus
realizou. Na de hoje, o leproso diz a Jesus: "Senhor, se quiseres, Tu tens
o poder de me purificar!" E Jesus responde: "Quero, sejas
purificado" E imediatamente a lepra o deixou. Parece até que o homem
não precisou fazer nada, mas será que foi assim mesmo?
Sabemos que
na época de Jesus, os que tinham doenças contagiosas (a lepra era uma delas)
eram proibidos de entrar nas cidades. E caso precisassem entrar, a lei os
obrigava a sair gritando e fazendo muito barulho, para avisar às pessoas que
não se aproximassem dele. Imagine a humilhação!
O Evangelho
de hoje começa dizendo que Jesus estava numa cidade, e um leproso foi
procurá-lo. Quando encontrou Jesus, o leproso caiu aos seus pés e começou a
falar com o mestre. Fico imaginando o quanto esse coitado já havia sofrido pela
sua doença. O simples ato de se atirar aos pés de Jesus já denotava o desespero
que ele já vinha sentindo.
É difícil
imaginar como se sente alguém que é privado do convívio social por causa de uma
doença (e naquele tempo, doença era sinônimo de pecado!). A solidão é uma
sensação assustadora! O leproso procurou Jesus porque era a sua última
esperança!
Ao pedir a
Jesus a sua purificação (perdão dos pecados), também estava pedindo a sua cura
física. Ao dizer que queria que o leproso ficasse purificado, estava fazendo
algo que transcende ao nosso entendimento superficial...
Jesus
estava fazendo com que o leproso deixasse de se sentir culpado, independente de
qual fosse a razão dessa culpa! Jesus estava dando uma nova oportunidade de
recomeçar a vida a partir daquele momento, deixando o passado pra trás, e
vivendo o presente para preparar o futuro.
É isso que
Jesus diz a nós hoje: "Eu quero, fica purificado! Não fique se culpando
pelo que já passou! Gaste suas energias físicas e mentais com aquilo que você
pode fazer daqui por diante para ser feliz, e fazer os outros felizes! Eu
quero! O leproso quis! E você, quer?"
Reflexão Apostólica:
Sabe aquelas lendas que
rondam a internet? Histórias que de fato não sabemos se foram verdade ou não?
Vou contar um pedaço de uma pra enfatizar sobre o que explanaremos hoje.
Dizem que
um certo homem chamado Mahatma Gandji, líder hindu e grande expressão na Índia
e no no século passado, era um grande admirador de Jesus.
Relatam
que, com muita frequência, usava os ensinamentos do sermão da montanha em suas
colocações diárias. Dizia ele que se vivêssemos o sermão do monte teríamos a
resposta para a paz no mundo.
Por que
alguém que tanto admirava a Jesus permaneceu hindu? Relatos dizem que ficou
muito decepcionado conosco (os cristãos), pois não pode entrar numa igreja.
Se essa
estória é verdadeira ou não, talvez não importe, mas algo nos remete ao
evangelho de hoje. Quantos passaram a procurar Jesus pelo que falavam de bem
dele. Não acredito que eram apenas os milagres que traziam as pessoas. Lembrem
de ontem.
Tenho tanta
convicção disso que me entristeço pelas pessoas que conduzem outras a Jesus por
coisas passageiras, mas ao mesmo tempo alegro-me por que vieram.
Como diria
um frei da nossa comunidade quando questionado sobre aquele famoso dizer que
acostumamos a ouvir “os piores estão na igreja” ele respondeu: Sim, pode ser,
mas pelo menos são pessoas que reconhecem sua pequenez e dentro da igreja
procuram algo melhor, crescer, amadurecer, enquanto outros acham que não
precisam!
Mas
trazendo de volta os primeiros parágrafos dessa reflexão… O que adianta Deus
arrebanhar seu povo se nós mesmos não os deixamos entrar?
Já falei
isso e volto a afirmar: criamos regras impossíveis para quem acabou de ter a
epifania de Deus em suas vidas e ardentemente desejam voltar. Não estou falando
das regras que cada igreja tem, mas das “regras” que nós impomos as pessoas.
Jesus
corria dos holofotes e dos tapinhas nas costas. Tentava sem sucesso passar
despercebido aos olhos dos mestres da lei, mas algo Nele era uma santa rotina “Jesus
ia para lugares desertos e orava”.
É estranho
ver hoje a exploração da imagem Dele na TV. Vejo um senhor se dizer apóstolo,
marcar hora e lugar e cobrar por um milagre, vejo-o também em troca dizer que
“não precisa ter fé, pois a dele bastará”.
Jesus nas
mãos dessas pessoas e de outras muitas se tornou uma peça exposta naqueles
canais de compras pela TV.
Virou um
“Jesus” comercial que “obedece” as vontades deles. E não é somente eles que
vemos a afastar as pessoas do que é santo e belo em troca de uma falsa
prosperidade. É muito triste, mas muitos usam o sofrimento que passam as
pessoas para facilitar o acesso.
Não posso
afirmar e nem me atrever a dizer que ali ou acolá não aconteceram graças, pois
onde abundou o pecado superabundou a graça e nem tão pouco deixar de crer na fé
das pessoas que como o leproso, viram Jesus, se colocaram aos seus pés e foram
curados.
O que cura
verdadeiramente não são as mãos do pregador, do pastor, do padre, mas a
misericórdia infinita de Deus sobre aquele que pede e consegue tocar ao Senhor.
“(…)
Aqui entramos no mistério de Deus. Nós não conhecemos os planos d’Ele na
escolha de quem será atendido. Conceder uma graça ou uma cura é um ato
livre do Senhor”. (livro “Como se faz um santo” - Cardeal
Saraiva Martins)
Em suma,
ninguém que viu o Senhor continuou o mesmo depois do encontro. A epifania muda
a rota de uma pessoa. Cura as lepras da alma.
Devemos
favorecer esses encontros e não afugentar as pessoas.
Oração: Pai, que a oração me ajude a
descobrir o verdadeiro sentido do serviço que presto
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