EVANGELHO DO DIA 11 DE JANEIRO
Teodósio, cujo nome significa “um
presente de Deus”, nasceu na Capadócia, atual Turquia, em 423, de pais ricos,
nobres cristãos. Recebeu uma boa e sólida formação desde a infância sendo
educado dentro dos preceitos da fé católica. Quando ainda muito jovem, era ele
quem fazia as leituras nas assembléias litúrgicas de sua cidade. Um dia, lendo
a história de Abraão, identificou-se com ele e descobriu que seu caminho era o
mesmo do patriarca, que deixara sua terra para se encaminhar aonde Deus lhe
apontava. Teodósio decidiu fazer o mesmo, seguindo inicialmente em peregrinação
à Terra Santa, para conhecer os caminhos trilhados por Jesus.
Dotado de dons especiais como da profecia,
prodígio, cura e conselho, sentiu a confirmação do seu chamado por Deus, ao se
encontrar com Simeão, o estilista, outro Santo que havia optado por viver
acorrentado e numa torre alta construída por ele mesmo. Simeão que nunca o
tinha visto ou conhecido, o chamou pelo próprio nome e o avisou de que Deus o
havia escolhido para converter e salvar muita gente. Teodósio entrou então para
um convento próximo à Torre de Davi, onde rapidamente foi escolhido para a
provedoria de uma igreja consagrada a Nossa Senhora. Mas sentia que aquela não
era a sua obra, preferia a vida solitária da comunidade monástica do deserto,
como era usual naquela época.
Depois, seguindo a orientação de São
Longuinho, que o aconselhava em sonhos, foi habitar numa caverna, que segundo
dizem fora ocupada pelos Reis Magos ao regressarem de Belém. Alí se entregou às
duras penitencias e orações, passando a pregar com um senso de humildade que
contagiava a todos que por lá passavam. Logo começou a receber discípulos e
outros monges formando uma nova comunidade religiosa cenobítica, isto é, viviam
uma vida retirada mas em comunicação servindo a comunidade movidos pelos mesmos
interesses, princípios e prerrogativas cristãs.
Numerosos discípulos, de diversas
nacionalidades, foram atraídos e reunidos por ele. Edificou três conventos, um
para os que falavam grego, outro para os eslavos e o terceiro para os de
idiomas orientais como hebreu, árabe e persa. Todos nos arredores de Belém.
Construiu também três hospitais, um para anciãos, outro para atender todos os
tipos de doenças e o terceiro para os que tinham enfermidades mentais. Aliás
uma idéia muito nova para essa época e pouco freqüente no mundo inteiro. Além
disso ergueu quatro igrejas.
Sua fama o levou ao posto de arquimandrita da
Palestina, isto é, superior geral de todos os monges. Mas sua atuação contra os
hereges acabou por condená-lo ao exílio, por confrontar-se com o Imperador
Anastácio. Só quando o imperador morreu é que ele pôde voltar à Palestina
reconquistando seu posto de liderança entre os monges.
Quando Teodósio morreu, com cento e cinco
anos, em 529, seu corpo foi depositado na cova feita por ele mesmo, há muitos
anos, naquela gruta onde os Reis Magos dormiram, entre Jerusalém e Belém. Seu
enterro foi acompanhado pelo Arcebispo de Jerusalém e muitos cristãos da Cidade
Santa assistiram ao seu funeral onde aconteceram inúmeras graças e prodígios,
que ainda sucedem no local de sua sepultura, embora tenha sido profanada e
saqueada pelos árabes sarracenos. Seu culto se difundiu rapidamente pelo mundo
cristão e se mantém ainda hoje muito forte.
11 – “Loquere, Domine!” Fala, Senhor! Qual é o meu dever? Nenhuma
curiosidade?
Aceito o
sacrifício. Nenhum pensamento em que o "eu" se intrometa?
Empenhar-me-ei com todas as forças. Nenhuma afeição desordenada? Ah! de hoje em
diante quero amar só a Vós, fonte de todo amor! Somente Vós em vossos santos,
em Maria, em São José, nos meus Anjos protetores. Somente Vós em vossa Igreja!
(S 19)São Jose Marello
Marcos 1,14-20
"Depois que João foi preso,
Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa-Nova de Deus: "Completou-se
o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na
Boa-Nova". Caminhando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e o
irmão deste, André, lançando as redes ao mar, pois eram pescadores. Então lhes:
"Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens". E eles,
imediatamente, deixaram as redes e o seguiram. Prosseguindo um pouco adiante,
viu também Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão, João, consertando as redes no
barco. Imediatamente, Jesus os chamou. E eles, deixando o pai Zebedeu no barco
com os empregados, puseram-se a seguir Jesus."
Meditação:
Jesus também nos
adverte de que é tempo de sair da inanição e aceitar o Seu chamado para a
conversão. A cada acontecimento da nossa vida, a cada provação, a cada
realização ou evento de sucesso ou de fracasso, nós constatamos que um ciclo se
fechou e outro tempo vai surgindo.
Não obstante isto, nós
sabemos que um dia nós seremos chamados e quer queiramos ou não, teremos que
seguir caminho, em definitivo, para a morada que nós mesmos construímos com a
matéria prima que fabricamos aqui na terra.
Por isso, a pressa de
Jesus em nos chamar para a conversão. Por que retardar em aceitar um convite
para uma vida melhor enquanto é tempo?
Assim como viu os
irmãos pescadores, Simão e André, Tiago e João lançando consertando a rede ou
lançando-a ao mar, Jesus também nos vê na nossa lida diária, com o pensamento
voltado para “a pescaria” busca de trabalho, curso, concurso, emprego,
sobrevivência, status etc etc…
Ele sabe de que
precisamos de tudo isso, mas sabe também que se atendermos ao Seu chamado, se
seguirmos o Seu Evangelho, com certeza teremos um coração convertido, capaz de
escalar as maiores montanhas e alcançar o mais alto escalão na felicidade e paz
aqui da terra.
O tempo sempre está se
completando para aceitarmos o convite de conversão. Precisamos nos apressar
porque cada dia pode ser o último dia da nossa vida aqui na terra e o Senhor
precisa de nós, libertos (as) e salvos (as), como pescadores para atrair outros
que também, tornar-se-ão pescadores de homens, e outros e outros.
Você tem consciência de
que o tempo está se completando? O que falta para você aceitar o convite de
Jesus? O que você ainda está esperando para deixar um pouco a “rede” de lado e
subir na barca com Jesus? Você sabia que é pescador (de Jesus) na sua família?
O que você tem feito?
Reflexão Apostólica:
Passado o
tempo de festas recomeçamos mais um tempo comum que será quebrado apenas para a
quaresma e a semana santa.
Sim, o
tempo natalino nos “amacia”, torna nossos corações mais abertos e aptos para
receber novamente o nascimento de Jesus, mas creio que é no tempo comum que se
prova a nossa fidelidade. Como diria João batista: “completou-se o tempo e o
Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho”.
Não somente
nas alegrias e também nas provações que se reconhecem os verdadeiros cristãos.
É tão habitual buscá-Lo na tristeza ou no sofrimento, mas ser fiel durante o
trajeto é que nos qualifica. Apresento então uma profunda reflexão; Domingo
participo da missa e na quinta ou quarta-feira rendo louvores a Ele no grupo de
oração, e nos outros dias o que faço? Sou irmão dos meus irmãos somente na
quinta e no domingo? O carente passa fome apenas no natal? Somente precisam de
cobertor no inverno e quando chove?
Um outro
foco…
Jesus
procurou pescadores de homens e dentre a tantos escolheu doze pessoas
talentosas no que faziam, mas que pouco sabiam além daquilo do que conheciam.
Conseguem imaginar Pedro plantando? Somos assim também quando convidados por
Ele a servir. Deus vê em cada um de nós uma qualidade que Ele mesmo semeou e
viu crescer e na hora certa resolverá colher para nos ver dando frutos.
Chama-me
muito a atenção a idéia de “(…) permanecei em mim e eu permanecerei em vós”, pois trazendo novamente ao texto
de hoje “(…) completou-se o tempo e o
Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho” podemos chegar a conclusão que
esse tempo é hoje.
Voltando ao
primeiro foco…
O tempo
comum nos lembra o dia-a-dia, de segunda a sexta; que não posso mais voltar
para Deus somente quando estou com a corda no pescoço, ou na quaresma quando me
proponho fazer penitencias e jejuns; ou no período natalino com o coração
“amolecido”. Sempre é tempo de voltar para Ele, mas por que não agora?
João e
Tiago deixaram suas redes e talvez uma vida boa, pois seu pai possuía
empregados aos seus serviços. Realmente trocaram, mas acredito que nunca mais
seus dias foram COMUNS. Temos irmãos que vivem um eterno natal, que bom! Outros
vivem no dia a dia o flagelo da cruz, mas ainda não ressuscitaram com Jesus.
O ciclo
litúrgico muda, nossa vida muda, o dia de amanhã talvez não seja nada parecido
com de hoje… O tempo comum é o outono, como padre Fábio de Melo diz:
“(…) A
primavera só pode ser o que é porque o outono a embalou em seus braços. Outono
é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de
fecundidade“. (Fábio
de Melo)
O dia de
hoje só valerá a pena se tivermos o mesmo ou maior empenho que no dia de ontem.
Que aquele que cumprimentei na igreja ontem continua sendo a mesma pessoa na
segunda-feira, na terça, na quarta…
Ficam então
algumas conclusões desse evangelho:
Somos e
fomos chamados a pescar, mas fica a cargo Dele escolher o mar e a hora.
Minhas
preces de hoje devem ser regadas amanhã;
Meus atos
sinceros devem pensar também no amanhã e não somente num dia;
Lembremo-nos!
A primavera só existe pela persistência no outono.
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