10 - Que Deus nos inspire
e nos assista, pois ai de nós se formos soldados despreparados no campo de
batalha. (L15).
Marcos
6,53-56
Jesus e os discípulos atravessaram o lago e chegaram à
região de Genesaré, onde amarraram o barco na praia. Quando desceram do barco,
o povo logo reconheceu Jesus. Então, eles saíram correndo por toda aquela
região, começaram a trazer os doentes em camas e os levavam para o lugar onde
sabiam que Jesus estava. Em todos os lugares aonde ele ia, isto é, nos
povoados, nas cidades e nas fazendas, punham os doentes nas praças e pediam a
Jesus que os deixasse pelo menos tocar na barra da sua roupa. E todos os que
tocavam nela ficavam curados.
Meditação:
Marcos nos apresenta um segundo "sumário" do ministério de
Jesus em plena atividade na Galiléia. A narrativa de Marcos coloca Jesus em
relação com pessoas e locais não identificados, nomeando apenas o ponto onde
atracaram, Genesaré, uma fértil planície ao sul de Cafarnaum.
O sumário é apresentado após a partilha dos pães e a travessia do mar agitado. No início da narrativa da partilha dos pães é destacado o ensino dos apóstolos e de Jesus (cf. 4 dez). Agora o sumário destaca a "salvação" dos que o tocavam. "Salvar" (sôzô, no grego) significa libertar de um perigo e restaurar uma situação anterior de bem estar. Jesus vem para libertar e restaurar a vida.
Durante a travessia do mar agitado os discípulos não reconhecem Jesus ao se aproximar sobre as águas (Mc 6,49). Agora, em contraste, os habitantes de Genesaré o reconhecem logo ao desembarcar.
Neste sumário percebemos que Jesus vem para conviver com todo o povo e não apenas para um pequeno resto de um povo eleito. É também notável a menção ao "toque" em Jesus, o que realça a sua presença física de Jesus, fator importante para a comunicação vital.
O enfoque é a presença física libertadora de Jesus. As curas são conseguidas com o toque, pelo menos na franja do manto dele. A doença generalizada é fruto das barreiras a exclusão.
O sumário é apresentado após a partilha dos pães e a travessia do mar agitado. No início da narrativa da partilha dos pães é destacado o ensino dos apóstolos e de Jesus (cf. 4 dez). Agora o sumário destaca a "salvação" dos que o tocavam. "Salvar" (sôzô, no grego) significa libertar de um perigo e restaurar uma situação anterior de bem estar. Jesus vem para libertar e restaurar a vida.
Durante a travessia do mar agitado os discípulos não reconhecem Jesus ao se aproximar sobre as águas (Mc 6,49). Agora, em contraste, os habitantes de Genesaré o reconhecem logo ao desembarcar.
Neste sumário percebemos que Jesus vem para conviver com todo o povo e não apenas para um pequeno resto de um povo eleito. É também notável a menção ao "toque" em Jesus, o que realça a sua presença física de Jesus, fator importante para a comunicação vital.
O enfoque é a presença física libertadora de Jesus. As curas são conseguidas com o toque, pelo menos na franja do manto dele. A doença generalizada é fruto das barreiras a exclusão.
A cura resulta da libertação da exclusão e é fruto da acolhida. Assim
como, fisicamente, o pão foi partilhado, o mesmo vale para o corpo. A
comunicação não se faz apenas pela palavra. Faz-se também pela partilha do
corpo. A presença física, o toque, o abraço, o sorriso acolhedor, o olhar
compreensivo e atento, a compaixão complementam a força comunicadora da palavra
libertadora.
Desde o começo da sua atividade apostólica, Jesus anda por todos os povoados da Galiléia para falar ao povo sobre o Reino de Deus que estava chegando (Mc 1,14-15).
Onde encontra gente para escutá-lo, ele fala e transmite a Boa Nova de
Deus, acolhe e cura os doentes, em qualquer lugar: nas sinagogas durante a
celebração da Palavra nos sábados (Mc 1,21; 3,1; 6,2); em reuniões informais
nas casas de amigos (Mc 2,1.15; 7,17; 9,28; 10,10); andando pelo caminho com os
discípulos (Mc 2,23); ao longo do mar na praia, sentado num barco (Mc 4,1); no
deserto para onde se refugiou e onde o povo o procurava (Mc 1,45; 6,32-34); na
montanha, de onde proclamou as bem-aventuranças (Mt 5,1); nas praças das
aldeias e cidades, onde povo carregava seus doentes (Mc 6,55-56); no Templo de
Jerusalém, por ocasião das romarias, diariamente, sem medo (Mc 14,49)! Curar e
ensinar, ensinar e curar era o que Jesus mais fazia (Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era
o costume dele (Mc 10,1). O povo ficava admirado (Mc 12,37; 1,22.27; 11,18) e o
procurava em massa.
Na raiz deste grande entusiasmo do povo estava, de um lado, a pessoa de
Jesus que chamava e atraía, e, de outro lado, o abandono do povo que era como
ovelha sem pastor (Mc 6,34). Em Jesus, tudo era revelação daquilo que o animava
por dentro! Ele não só falava sobre Deus, mas também o revelava. Comunicava
algo do que ele mesmo vivia e experimentava.
Ele não só anunciava a Boa Nova do Reino. Ele mesmo era uma amostra, um
testemunho vivo do Reino. Nele aparecia aquilo que acontece quando um ser
humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua vida.
O que vale não são só as palavras, mas também e sobretudo o testemunho,
o gesto concreto.
Pela fé, todos nós esperamos e sonhamos com o Reino de Deus, como um novo tempo, onde não haverá dor nem lágrimas. Ao curar muitas pessoas, Jesus mostra que Deus reprova tudo o que faz o ser humano sofrer. Mergulhemos na certeza de que nossa missão é seguir os passos do Mestre para construir este “novo tempo”, entre nós.
Pela fé, todos nós esperamos e sonhamos com o Reino de Deus, como um novo tempo, onde não haverá dor nem lágrimas. Ao curar muitas pessoas, Jesus mostra que Deus reprova tudo o que faz o ser humano sofrer. Mergulhemos na certeza de que nossa missão é seguir os passos do Mestre para construir este “novo tempo”, entre nós.
Reflexão Apostólica:
Depois dos discípulos terem anuido ao convite
do Mestre, abandonaram a casa de Simão e partiram para outras regiões da
redondeza. E no Evangelho de hoje vemos os discípulos fazendo a travessia do mar
agitado com seu próprio barco desembarcando em Genesaré e logo o povo reconhece
Jesus.
O
povo vai em massa atrás de Jesus. Eles vêm de todos os lados, carregando seus
doentes. O que chama a atenção é o entusiasmo do povo que reconheceu Jesus e
vai atrás dele. O que o move nesta busca de Jesus não é só o desejo de
encontrar-se com ele, de estar com ele, mas também o desejo de obter a cura das
suas doenças.
A
salvação é dirigida a esta multidão formada por gentios e judeus
marginalizados. São os moradores dos povoados, cidades e campos por onde Jesus
andava, com seus discípulos. Jesus realiza a sua atividade sobretudo entre as
camadas mais sofredoras e abandonadas do povo, costituindo, praticamente, a
única esperança dessa gente.
A presença de Jesus causava alvoroço
por onde ele passava. De toda parte, aparecia gente transportando doentes em
macas, para depositá-los nas praças públicas, junto do Mestre, na esperança de
poder fazê-los tocar no manto dele, a fim de serem curados.
Este gesto de tocar estava carregado de simbolismo. O contato físico estabelecia uma ligação direta com a fonte do poder curador, possibilitando ao doente recuperar a saúde. Simbolizava a comunhão entre Jesus e aquele que desejava ser curado.
Portanto, podia ser tomado como expressão
da fé e da confiança no Mestre. Era uma forma de bater às portas de um mundo
misterioso onde a vida era restaurada. Era, também, uma maneira de o humano
aproximar-se do sagrado e estabelecer com ele um relacionamento de intimidade.
De sua parte, Jesus não proibia as
pessoas de tocá-lo, nem se sentia incomodado com isto. Por quê? Ele sabia que
tinha sido enviado para os pobres, destinatários privilegiados de sua ação.
Os que buscavam tocá-lo eram pobres.
Daí não ter por que irritar-se com eles. Por outro lado, se estes, ao tocá-lo,
ficavam curados, tanto melhor. Isto era um sinal claro da presença do Reino na
história humana, restaurando a vida. Portanto, os doentes estavam no caminho
certo, quando tentavam tocar em Jesus.
As pessoas que procuravam chegar ao
lugar onde ouviam falar que Jesus estava eram tocadas por Ele e curadas das
suas enfermidades. O lugar onde Jesus está é o local aonde as coisas acontecem,
por isso, nós agimos com sabedoria quando buscamos coerentemente estarmos
presentes nos ambientes em que se vivencia o Evangelho.
Muitas pessoas pregam que todos os
caminhos considerados bons nos levam a ter uma experiência com Deus, porém,
quando conhecemos a Jesus e temos acesso a Sua Palavra nós descobrimos que Ele
é o Único Caminho que nos leva ao Pai. Esta experiência com Jesus nos faz ter
um conhecimento Dele e do Seu amor que cura, que liberta e que dá sentido a
tudo, até ao nosso sofrimento.
Assim como no tempo em que Jesus pregava a boa
nova do reino e os doentes eram curados de toda espécie de enfermidades, hoje
também, nós recebemos a cura e a libertação interior dos males que nos
escravizam. Procurar Jesus é encontrar a salvação e o Caminho para uma vida
coerente com o desígnio que o Pai nos reservou.
E você, a quem você está procurando nos
lugares que freqüenta? Aonde o seu coração encontra paz? Onde você
está agora será o lugar que Jesus pode tocá-lo (a)? Você faz planos de
viajar? Você tem se deixado tocar por Jesus aonde quer que esteja?
Este pequeno relato é uma síntese,
formada por três elementos fundamentais no ministério de Jesus: a pregação, o
anúncio da Boa Nova, a cura das enfermidades e os exorcismos, a libertação dos
oprimidos por espíritos imundos ou espíritos do mal. O texto narra que os
moradores de Genesaré reconheceram Jesus assim que chegou no lugar.
Existem diferentes formas de reconhecimento. Uma delas refere-se ao conhecimento por parte dos discípulos de Jesus, pela amizade que tinham adquirido com o Mestre, e por participaram de seus ensinamentos e de sua missão. Outra forma de reconhecimento é a da multidão: o povo da região acolhe Jesus porque vê nele uma esperança, uma alternativa para suas vidas sofridas.
Talvez vejam o Mestre Jesus como um taumaturgo, um fazedor de milagres. O fato é que Jesus inspira confiança e o povo passa a ter fé nele. Mesmo com essa confiança inicial em Jesus, as pessoas curadas precisam perceber nele a presença do mistério de salvação almejada por Deus. As pessoas devem ir muito além de um simples reconhecimento e de tocar seu corpo.
O convite é que o seguidor seja íntimo e participe da vida inteira de Jesus e de sua causa. Que consigamos também nós participar desse processo de aprofundamento na fé: ver, reconhecer, ficar com ele, tornar-se íntimo e participar de sua missão.
Existem diferentes formas de reconhecimento. Uma delas refere-se ao conhecimento por parte dos discípulos de Jesus, pela amizade que tinham adquirido com o Mestre, e por participaram de seus ensinamentos e de sua missão. Outra forma de reconhecimento é a da multidão: o povo da região acolhe Jesus porque vê nele uma esperança, uma alternativa para suas vidas sofridas.
Talvez vejam o Mestre Jesus como um taumaturgo, um fazedor de milagres. O fato é que Jesus inspira confiança e o povo passa a ter fé nele. Mesmo com essa confiança inicial em Jesus, as pessoas curadas precisam perceber nele a presença do mistério de salvação almejada por Deus. As pessoas devem ir muito além de um simples reconhecimento e de tocar seu corpo.
O convite é que o seguidor seja íntimo e participe da vida inteira de Jesus e de sua causa. Que consigamos também nós participar desse processo de aprofundamento na fé: ver, reconhecer, ficar com ele, tornar-se íntimo e participar de sua missão.
Propósito:
Pai, que a misericórdia seja o traço característico do meu modo de ser no trato com os meus semelhantes, de maneira que eu possa atrair, como Jesus, muitas pessoas para ti.
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