31 dezembro - Desejo a todos vocês uma coroa resplandecente de
pérolas preciosas, trabalhadas aqui na terra no crisol do sofrimento e da
provação. E faço votos que ninguém falte ao encontro feliz onde todos nos
encontraremos aos pés do Altíssimo para cantar o hino de louvor eterno e de
eterna gratidão. (S 359). São Jose
Marello
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Mateus 2,13-15.19-23
13Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe
disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até
que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.
14José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito.
15Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito
pelo profeta: “Do Egito chamei o meu Filho”.
19Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito,
20e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe, e volta para a terra de
Israel; pois aqueles que procuravam matar o menino já estão mortos”.
21José levantou-se, pegou o menino e sua mãe, e entrou na terra de Israel.
22Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judeia, no lugar de seu pai
Herodes, teve medo de ir para lá. Por isso, depois de receber um aviso em
sonho, José retirou-se para a região da Galileia, 23e foi morar numa cidade
chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas:
“Ele será chamado Nazareno”.
MEDITAÇÃO
José levantou-se de noite, pegou o
menino e sua mãe, e partiu para o Egito (Mt 2, 14)
Dentro da oitava do natal, celebramos, hoje, a Festa da Sagrada
Família, a família de Jesus, Maria e José. Celebrando a família de Nazaré,
celebramos a nossa própria família, que é também sagrada, berço da fé, igreja
doméstica.
Abramos o coração para acolher as lições da Palavra de Deus para nossa vida em
família e para iniciarmos bem o ano novo de 2022 que se aproxima. Ao menos três
lições, podemos recolher da Palavra de Deus no dia de hoje.
Vamos à primeira lição. Colhamos o primeiro ensinamento no
Evangelho de São Mateus. Na história do nascimento de Jesus, houve este fato
triste: Herodes mandou matar as criancinhas de Belém e arredores de até dois
anos de vida. Muitos pais se sentem como José e Maria, nos dias de hoje, porque
parece pesar uma ameaça de morte contra sua criança. São muitas as ameaças
contra a vida da criança e o seu crescimento sadio: a tentação do aborto, o
alcoolismo, o desemprego, o ambiente insalubre de moradia, as brigas dentro de
casa, a falta de atendimento médico adequado... Mas, os pais não estão
sozinhos. No evangelho de hoje, o anjo do Senhor orienta José a fugir com a
família. Avisa do mal que está para acontecer. E dirá a hora certa de voltar. É
uma grande lição. Os pais não estão sozinhos na luta pelo bem dos seus filhos.
Deus está com eles. Deus é o nosso protetor.
Com a orientação de Deus, é preciso “fugir”, isto é, não se acomodar à
situação, mas buscar uma saída, "ir para o Egito". Para o Egito,
migraram Jacó e seus filhos, no início do povo de Deus, durante uma grande fome
em Canaã. ... “Fugir” pode ser mudar de profissão, mudar de endereço, buscar
melhorias em outra região. Primeira lição: Nas dificuldades, não se
acomodar... e fugir do mal, sob a orientação de Deus.
Vamos à segunda lição. Ela vem do Livro do Eclesiástico e fala da atenção
dos filhos aos seus pais. Os filhos devem amor, respeito, obediência aos seus
pais. Honrar pai e mãe é o quarto mandamento da Lei de Deus. Particularmente,
essa santa obrigação continua quando os pais envelhecem. É preciso cuidar
deles, com todo o carinho e paciência. Vivemos numa sociedade que valoriza quem
é jovem e produtivo, descartando os idosos.
Olha a palavra de hoje, no livro do Eclesiástico (Eclo 3): “Meu filho,
ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. Mesmo
que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo com ele. Não o
humilhes em nenhum dos seus dias. A caridade feita a teu pai não será
esquecida”. Segunda lição: Os filhos devem amor e respeito aos seus pais,
sempre, e devem cuidar deles, com o mesmo carinho, quando eles envelhecerem.
Vamos à terceira lição. Ela vem da Carta aos Colossenses e diz respeito à
nossa convivência em família. Diz o apóstolo (Cl 3) “Revistam-se de sincera
misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-se uns aos
outros e perdoando-se mutuamente se um tiver queixa contra o outro”. Olha que
belo programa de convivência em família! Somos responsáveis uns pelos outros.
São sete atitudes que o apóstolo está recomendando: misericórdia, bondade,
humildade, mansidão, paciência, tolerância e perdão. Terceira lição:
Começar a caridade cristã em casa.
O Senhor, hoje, nos brinda com muitos conselhos e recomendações sobre a
nossa vida em família. Com a fuga para o Egito, aprendemos que Deus está ao
lado da família, sempre e particularmente nas horas difíceis. Nestas horas, ele
nos indica que não nos acomodemos. Ele nos assiste na busca de novas soluções,
novas possibilidades, novas saídas para superar o mal. Com a tradição da fé,
recordamos que os filhos devem amar e respeitar os seus pais, sempre, e cuidar
deles com paciência e respeito na sua velhice. E o apóstolo nos recomendou que
a caridade cristã comece em casa: misericórdia, humildade, paciência, perdão.
Nesse finalzinho de ano, em família e no encontro com os parentes, temos muito
a exercitar.
José levantou-se de noite, pegou o menino e sua
mãe, e partiu para o Egito (Mt 2, 14)
Senhor Jesus,
tu que quiseste habitar numa família humana, abençoa os pais, na sua busca de
proteção dos seus filhos. Abençoa os filhos, no aprendizado do teu mandamento
de honrar pai e mãe com seu amor, seu respeito e sua obediência. Afasta de
nossas famílias a desunião, a discórdia, a descrença. Continua, Senhor, nos
ensinando a enfrentar o mal com sabedoria e destemor. Que em nossas famílias,
brilhe a tua Palavra como luz e o teu evangelho como caminho. Seja bendito o
teu santo nome, hoje e sempre. Amém.
Sagrada Família de Nazaré, modelo de família unida diante das
dificuldades
A Sagrada família de Nazaré leva-nos a
meditar a família de Jesus e, nela a nossa família e todas
as famílias cristãs.
No tempo do Natal, vivemos onde o Verbo que se
fez carne e veio morar entre nós (Jo
1,14) manifesta de que jeito Deus é e nos mostra a
sua vontade para nós, que é o amor sem medida, a misericórdia, a justiça e a
paz (Jo 14,9).
Deus quis manifestar-se aos homens numa família
humana. Ele quis nascer numa família para mostrar a importância de um
lar cristão na formação do ser humano, em todas as suas potencialidades e
dimensões.
O Messias quis começar a sua missão
salvífica no seio de uma família simples, onde o lar foi a primeira
realidade humana que Jesus santifica com a sua presença.
A Sagrada Família é proposta pela Igreja
como modelo de todas as famílias cristãs, pois nela Deus está sempre no
centro de suas decisões e ocupa sempre o primeiro lugar de tudo. A família
é, antes de qualquer realidade, uma grande escola de virtudes humanas e
teologais e o primeiro lugar de encontro com Deus.
Por isso, a família é chamada de Igreja doméstica, onde as crianças devem aprender os princípios básicos da fé na experiência concreta do
dia a dia e lugar onde os esposos buscam a sua
santificação e a realização plena de sua vocação matrimonial.
A família como célula-mãe da sociedade,
é a principal escola de todas as virtudes sociais, pois é nela que se aprende e
vive a obediência, a fraternidade e o sentido de responsabilidade. Quando a família vai bem, toda a sociedade prospera.
O Evangelho de Mateus 2,13-15.19-23, relata a condição de refugiados vivida
pela Sagrada Família, e como nos dias atuais, muitas famílias sofrem ainda com
esta realidade. São muitas as famílias que ainda hoje deixam
sua casa, sua terra, sua gente e fogem da fome, da guerra, de outros perigos
graves, em busca de segurança e de uma vida digna para si e para as
próprias famílias.
Tornando-se homem, Jesus com a sua família,
experimenta em seu próprio ser, todas as dores e os sofrimentos, os dramas e as
esperanças que acompanham a vida de uma família.
A Sagrada família nos mostra a
importância da família unida nos tempos difíceis de crise e instabilidades,
aprofundando e apoiando-se no amor familiar, examinando a situação do próprio
lar e buscando soluções que ajudem o pai, a mãe e os filhos a serem cada
vez mais unidos, dialogando mais, colaborando uns com os outros na
resolução dos problemas.
Tornando-se homem, Jesus com a sua família,
experimenta em seu próprio ser todas as dores e os sofrimentos, os dramas e as
esperanças que acompanham a vida de uma família, buscando cada vez mais a
vivência da fé em família por meio da oração e da escuta
atenta e amorosa da Palavra de Deus.
Uma leitura bíblica muito conhecida nessa
solenidade é a de Colossenses 3,12-21, onde Paulo nos convida a nos vestir
das seguintes virtudes: misericórdia, bondade, mansidão, paciência,
tolerância e perdão recíproco, tudo muito bem alinhado com a caridade.
Essas são as virtudes que sempre encontramos
na Sagrada Família e que são necessárias para se viver em comunidade
e na vida conjugal. Paulo ainda insiste na necessidade de se viver
a oração em comum, o diálogo e o aconselhamento recíproco e que
ambos, marido e mulher estejam prontos para estar a serviço um do outro.
As últimas recomendações desse texto para nós
é que os filhos obedeçam a seus pais, e que, pais não irritem
seus filhos com atitudes egoístas e mesquinhas.
A leitura do Eclesiástico 3,3-7.14-17a é
um convite a honrar os nossos pais principalmente na
velhice, procurando ampará-los e dando todo suporte necessário nesse
período. Honrar alguém significa dizer que essa pessoa tem um peso
muito grande na minha vida, um valor incalculável.
Além do mais, essa atitude agrada a Deus. O
amor dos filhos para com os pais vai transparecer nas numerosas promessas de
bênçãos feitas a aqueles que cuidam de seus pais: acumularão tesouros diante de
Deus, quando rezarem seus pedidos serão atendidos, terão vida longa e seus
filhos serão exemplares e se tiverem cometido alguma falta receberão o perdão
de seus pecados.
A Solenidade da Sagrada família de
Nazaré é um convite para olharmos as nossas atitudes
quanto à nossa família e nos perguntarmos se estamos vivendo de forma
virtuosa dentro do nosso lar.
Convido você, amigo e irmão leitor, a se questionar
comigo:
- Nas horas difíceis em minha casa, eu
sou uma pessoa presente, atuante, procuro promover a unidade, sou aquele que
motiva e dá suporte ao outro que caiu ou que está passando necessidade?
- Eu como pai ou mãe procuro promover
em meu lar um espaço para em família escutar a Palavra de Deus, orar juntos e
fortalecer os vínculos familiares em oração?
- Exercito o diálogo e mais ainda a
escuta, com meu cônjuge e meus filhos?
- Procuro viver a minha maternidade ou
paternidade de forma responsável, sendo presença na vida dos meus filhos e
construindo um laço forte de amizade, de confiança e de uma autoridade que não
precisa usar de autoritarismo ou opressão?
- Como filho, estou presente na vida
dos meus pais idosos, procurando ampará-los em todas as suas necessidades seja
afetivo ou material ou infelizmente ando ausente?
Termino aqui com o Salmo
127 e convido você a rezar comigo:
"1 Cântico das
peregrinações. Felizes os que temem o Senhor, os que andam em seus
caminhos.
2 Poderás viver, então, do trabalho de
tuas mãos, serás feliz e terás de bem-estar.
3 Tua mulher será em teu lar como
uma vinha fecunda. Teus filhos em torno à tua mesa serão como brotos de
oliveira.
4 Assim será abençoado aquele que
teme o Senhor.
5 De Sião te abençoe o Senhor para que
em todos os dias de tua vida gozes da prosperidade de Jerusalém,
6 E para que possas ver os filhos dos
teus filhos. Reine a paz em Israel!"