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dezembro – Oh! Sirvamo-nos desta divina
mensageira, que é a correspondência; sirvamo-nos dela para comunicar
reciprocamente as alegrias e as dores, para rir e para chorar juntos, para
colocar em comum nossas esperanças e nossas preocupações, para nos corroborar,
com encorajamento recíproco, no árduo caminho da virtude. (L 3). São Jose
Marello
São Lucas 1,57-66
57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz
um filho. 58Os
vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para
com Isabel, e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe
o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe
porém disse: “Não! Ele vai chamar-se João”.
61Os outros
disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62Então fizeram
sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse.
63Zacarias pediu
uma tabuinha, e escreveu: “João é o seu nome”. 64No mesmo
instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a
louvar a Deus. 65Todos os
vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa
da Judeia. 66E todos os que
ouviam a notícia, ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a
mão do Senhor estava com ele.
Meditação:
O evangelho
de Lucas nos narra o nascimento e a circuncisão de João. Conta-nos que, chegado
o tempo, Isabel deu à luz João. Passados oito dias, segundo o costume, foram
circuncidar o menino e lhe puseram o nome de João, que significa Deus é favorável. O evangelista
nos diz ainda, que os vizinhos das montanhas da Judéia se reuniram em volta da
casa de Zacarias e guardavam estes fatos em seu coração e reconheciam que a
presença de Deus se manifestava
A Igreja
celebra o nascimento de João como algo sagrado, e é o único nascimento que se
festeja: celebramos o nascimento de João e o de Cristo e o seu nascimento foi
motivo de alegria para muitos.
Quando São João Batista nasceu, a Virgem Maria estava em sua
casa. Quanta alegria e doçura reinavam naquele lar. Os dias da Virgem em casa
de Zacarias foram de grande gozo para todos. Maria dava um novo sentido aos
pequenos sucessos quotidianos. Esta alegria contagiosa, de que participavam
vizinhos e parentes. Os vizinhos e os parentes ouviram dizer que Deus a cumulara
com sua misericórdia e com ela se alegraram.
Os vizinhos e parentes se alegraram por Isabel ter sido
agraciada por Deus: Não temas,
Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher, vai te dar um
filho, ao qual porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e muitos se
alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor; não
beberá vinho, nem bebida embriagante; ficará pleno do Espírito Santo ainda no
seio de sua mãe (Lc
1, 13-15).
Hoje, infelizmente, muitos se enchem de inveja e de ódio,
quando ficam sabendo que uma pessoa recebeu alguma graça ou que está
progredindo na vida. Essa é a atitude de pessoas amigas e discípulas do
demônio.
Tu sabes quais são os sinais para saber se uma pessoa é
invejosa?
1º Alegrar-se com o mal alheio. Se você percebe que uma
pessoa se alegra com a desgraça do próximo, que sente prazer por qualquer
insucesso ou fracasso do próximo, então já descobriu uma pessoa invejosa. Em 1
Pd 2, 1 diz:Rejeitai… qualquer espécie de inveja.
Cuidado com esse tipo de gente; isto é, cuidado com a pessoa que se alegra com
o mal alheio, a mesma é pior que o diabo.
Os invejosos são piores que o diabo, pois o diabo não inveja
os outros diabos, ao passo que os homens não respeitam sequer os participantes
da sua própria natureza.
2º Entristecer-se com o bem alheio. Se você percebe que uma
pessoa se entristece, só porque viu alguém subir de cargo, tome cuidado, ela é
invejosa e venenosa. O invejoso não consegue se controlar diante do sucesso do
próximo, ele fica inquieto e se transforma num monstro: Enruga a testa, cerra
os dentes, torce o nariz, fica com o semelhante azedo e olhos fixos no chão. A
inveja quando não destrói o invejado, tira a paz do invejoso!
3º Reprimir os louvores dados aos outros. O invejoso não
suporta ouvir ninguém ser elogiado, logo diz algo contra a pessoa que foi
elogiada; o mesmo encontra defeito
O invejoso também vê o bem, mas sempre com maus olhos. Até
das pessoas santas o invejoso tenta tirar alguma coisa, não podendo negar o
louvor aos santos, ele o faz com avareza e reserva. Quanta maldade!
4º Falar mal do próximo. A língua do invejoso se assemelha a
uma metralhadora incontrolável; a sua inveja é tão grande, que ele fala mal do
próximo publicamente e também em segredo; quanto aos defeitos dos outros, o
invejoso sempre aumenta ou inventa. Da inveja nascem o ódio, a maledicência e a
calúnia.
No Antigo Testamento a circuncisão era um rito instituído por
Deus para assinalar como com uma marca e contra-senha os que pertenciam ao povo
eleito. Deus mandou a circuncisão a Abraão como sinal da Aliança que
estabelecia com ele e com toda a sua descendência (Gn 17, 10-14), e prescreveu
que se realizasse no oitavo dia do nascimento. O rito realizava-se na casa
paterna ou na sinagoga, e além da operação sobre o corpo do menino, incluía
bênçãos e a imposição do nome.
Com a instituição do batismo cristão cessou o mandamento da
circuncisão. Os Apóstolos, no concílio de Jerusalém (cfr At 15, 1 ss.),
declararam definitivamente abolida a necessidade do antigo rito para os que se
incorporassem na Igreja.
A libertação da voz de Zacarias, no nascimento de João, é o
mesmo que o rasgar-se do véu do templo, pela cruz de Cristo. Se se anunciasse a
si mesmo, João não abriria a boca de Zacarias. Se solta a língua, porque nasce
a voz; pois aos que disseram a João, já a prenunciar o Senhor. Com razão se soltou
em seguida a sua língua, porque a fé desatou o que tinha atado a incredulidade.
É um caso semelhante ao do apóstolo São Tomé, que tinha resistido a crer na
Ressurreição do Senhor, e acreditou depois das provas evidentes que lhe deu
Jesus ressuscitado (20, 24-29).
Com estes dois homens, Deus faz o milagre e vence a sua
incredulidade; mas ordinariamente Deus exige-nos fé e obediência sem realizar
novos milagres. Por isso repreendeu e castigou Zacarias, e censurou o apóstolo
Tomé: Porque Me viste
acreditaste; bem-aventurados os que sem ter visto acreditaram (Jo 20, 29).
As pessoas ali presentes compreenderam que estavam diante de
algo sobrenatural, ainda que não tivessem um conhecimento completo do que
estava a suceder: “… e por toda a região montanhosa da Judéia comentavam-se
esses fatos”. E diziam: “Que virá a ser esse menino? ’ E, de fato, a mão do
Senhor estava com ele”.
O
evangelista nos convida a assumir a mesma atitude dos habitantes das montanhas
da Judéia, onde viviam Zacarias e Isabel. Admiravam, assombrados, as maravilhas
de Deus e reconheciam a grandeza de sua salvação. Neste advento, somos chamados
a reconhecer
Que São João Batista
abra os nossos olhos e a nossa língua, porque estamos cegos e mudos
espiritualmente, os vícios nos cegaram, taparam e não conseguimos enxergar a e
falar da grandeza de sua vida de santidade.
Reflexão Apostólica:
Em alguns momentos ou
trechos dos evangelhos, da a entender que os evangelistas deixam pistas de
aprendizados obtidos que poderiam ser usados por nós em nosso crescimento
pessoal.
A Bíblia mesmo, por si
só, é um imenso depósito de sabedoria, armazenada ao longo de anos e anos de
história. Mesmo uma pessoa não cristã, ao buscá-la, teria um inenarrável
aprendizado.
Após, ontem,
divagávamos sobre o nosso próprio e o MAGNIFICAT recitado por Maria, como não ver, nas
entre linhas dos primeiros versículos desse evangelho, o canto de Isabel? É
possível até imaginar a alegria dessa mãe que pode, através da ação de Deus,
dar a luz na tenra idade.
O canto de Maria
poderia ter contagiado sua prima Isabel a também cantar? Será que a declaração
escancarada de amor a Deus dessas servas e filhas de Dele, conseguiriam
despertar nas pessoas a vontade também de agradecer ao Senhor?
Parece que sim! “(…) Os vizinhos e parentes ouviram falar da grande
bondade do Senhor para com Isabel, e todos ficaram alegres com ela”.
Muitos dos nossos
comportamentos são “policiados” por nossos super egos. Instancias essas dentro
do nosso inconsciente que dão os “nortes” de certo ou errado. Sabendo disso,
como conseguiremos cantar ou gesticular os braços em algumas missas, se o
que vemos são pessoas que parecem estátuas a começar pelo comentarista?
Notemos a que
facilidade de nossa entrega numa celebração, num grupo, num encontro, (…) é diretamente
ligada a animação dos que nos rodeiam, desde a recepção até as leituras. A
alegria parece explodir pela graça de Deus.
Cantar o MAGNIFICAT no dia-a-dia é procurar sempre dar uma
chance para o dia mesmo parecendo que tudo indica que este não será bom. É
silenciar o coração quanto a nossa vontade humana de responder, criticar,
desmerecer (…). E no silêncio das palavras, acreditar, sobretudo em Deus, e
continuar caminhando.
Como não ver também
nesse evangelho o sentimento de impotência de Zacarias mediante a tudo que
ocorre ao seu redor? Como é difícil ficar calado ou não ser ouvido se
acreditamos que o conhecimento que temos poderia elucidar o problema? Quem
nunca foi apenas um PASSAGEIRO (espectador) numa situação, seja ela de saúde,
familiar, emocional?
É difícil não imaginar
também a felicidade de Zacarias ao voltar a falar, ter voz, manifestar-se.
Ficamos na expectativa de também ouvir o seu “MAGNIFICAT”.
Zacarias, no silêncio
imposto, tomou uma decisão e a escreveu numa tabuinha: “(…) O nome dele é
João.”. E hoje, quem por ventura precisa também tomar uma posição sobre o que
quer da vida, o que irá escrever? Se fumo, porque não escrever “Eu parei
hoje!”?; Se não consigo controlar a bebida, porque não escrever “parei!”?
Esta passagem do
Evangelho mostra que as promessas de Deus se cumprem. O cumprimento das
palavras do anjo a Zacarias se dá no nascimento de um filho ao qual chamariam
João, e sua consagração pelo Espírito de Deus. João é profeta que encerra o
Antigo Testamento e abre o Novo; a irrupção do Novo se torna realidade no
Messias de Deus, Jesus. De novo a alegria é a resposta à ação misericordiosa de
Deus ante a impossibilidade humana.
Aquele que não tinha acreditado nas promessas de Deus, Zacarias, agora as
reconhece em sua realização. O menino é dom de Deus e não simplesmente fruto de
um capricho humano. Este menino está claramente chamado a ter uma missão em um
momento decisivo da história da salvação. Ele vai anunciar a vinda próxima e
presente do reino e do reinado de Deus.
O convite proposto
pelo evangelho é o reconhecimento da grandeza e do compromisso de Deus pela
salvação da humanidade, e a conseqüente resposta humana a tal compromisso.
Somos chamados a mostrar o acontecer de Deus e do seu reino sendo nós mesmos os
seus promotores históricos.
Tome uma ação, faça
uma Regra de Vida, acredite e cante também! A promessa é grande!
Propósito:
Pai, conta comigo para realizar o teu
projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos
amorosos de tua providência.
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