16 dezembro –
Marquemos, passo a passo, o nosso progresso espiritual, sem nunca desanimar com
as nossas quedas:
ergamo-nos sempre com coragem, retomando novas forças para prosseguir a
caminhada em direção ao Céu. (S 210). São
Jose Marello
João 5,33-36
"Vós mandastes perguntar a João, e ele deu testemunho da verdade. Ora, eu não recebo testemunho da parte de um ser humano, mas digo isso para a vossa salvação. João era a lâmpada que iluminava com sua chama ardente, e vós gostastes, por um tempo, de alegrar-vos com a sua luz. Mas eu tenho um testemunho maior que o de João: as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, pois mostram que o Pai me enviou."
Meditação:
O evangelho de João narra que João Batista, logo no início de seu ministério "em Betânia, do outro lado do Jordão", foi interrogado por enviados das autoridades de Jerusalém (Jo 1,19-28).
João Batista testemunhou a verdade, perante eles. Ele era o precursor de alguém
que viria, maior do que ele. João é o princípio da salvação para aqueles que
acolhem o compromisso decorrente de seu batismo.
Porém o testemunho de João é limitado em relação à grandiosidade da novidade de
Jesus. Todos os evangelistas reconhecem a importância de João como fundamento
do ministério de Jesus. Porém insistem em mostrar como Jesus supera quaisquer
expectativas humanas.
João não é o Messias, ele veio para dar testemunho do Messias, ele é a lâmpada
que vem para anunciar a verdadeira luz que vem a esse mundo.
João foi fiel à sua missão, ele deu testemunho da verdade, mostrando a presença
do Filho de Deus no meio dos homens.
Porém, nem todos estavam atentos à mensagem de João e abriram seus corações
para a mensagem de Jesus. Por isso é que Jesus realiza as suas obras: para que,
por meio delas, aqueles que não o reconheceram pelo testemunho de João pudessem
reconhecê-lo.
É por isso que as obras de Jesus são um grande sinal de que ele é o Messias, o
Filho de Deus.
Hoje, nós cristãos temos muito que aprender de João Batista. Jesus compara-o
com o fogo que queima e dá luz: «João era a lâmpada que iluminava com sua chama
ardente» (Jo 5,35).
A sua missão, como a nossa, foi a de preparar o caminho do mestre: aplanar os
corações para que só Cristo brilhe, anunciar que a Vida plena é possível, se
seguirmos Jesus Cristo com fidelidade. João é a voz que clama no deserto:
«Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mt 3,3).
O Filho de Deus vem à terra para descansar em nossos corações. – Mas… no meu
coração manda a minha liberdade e, Ele pede-me “permissão” para entrar aí: por
isso há que “aplanar” o difícil caminho que leva ao coração humano.
«Que o nosso pensamento se disponha para a vinda de Cristo com uma preparação não inferior à que faríamos se Ele ainda tivesse que vir ao mundo» (são Carlos Borromeu).
O Evangelho de hoje pede que aprendamos de são João. Não é fácil. A renúncia, o
sacrifício, o compromisso, a verdade… não estão na moda atualmente. Quantos só
se movem pelo dinheiro, pelos prazeres, pela comodidade, pela mentira…? Há que
ter o coração limpo e desalojado das coisas. Se não, aí não podem encontrar
espaço nem Jesus nem as outras pessoas.
Mas o Evangelho é caminho de Vida e de felicidade. Só a Verdade nos pode fazer
livres, ainda que isto nos traga a perseguição ou a morte. João Batista já o
tinha percebido, mas aceita porque esta é a sua missão. O seu batismo era
libertador e as suas palavras – convidando à conversão – o caminho para lá
chegar.
Jesus encontra o caminho aplanado, preparado, temperado pela penitência do
Batista. Suas obras dão testemunho de que Ele é o enviado. Encontra já os
corações arrependidos e humilhados graças ao testemunho de João. Para ele, o
Mestre não encontra mais que palavras de elogio.
Tomara sejam as mesmas palavras para cada um de nós. Sobretudo, se tivermos
sido capazes de apontar o Mestre, apresentando-o e, por sua vez, desaparecendo
nós mesmos.
Reflexão Apostólica:
Deixar-se interpelar pela Palavra de Deus nos ajuda a compreender a identidade do cristianismo que professamos e a maneira como o vivemos.
No evangelho de João, Jesus valoriza o testemunho de João Batista e a natureza
de sua pregação.
João foi muito claro ao dizer que não era o Messias, nem Elias, mas uma voz que clama no deserto e que convida à conversão, a se voltar para Deus, deixando para trás tudo aquilo que, pelo pecado, nos distancia do querer de Deus.
João Batista, o último profeta antes da chegada de Cristo, foi uma lâmpada ,
que iluminou os caminhos dos homens até à chegada da própria Luz.
Foi ele que catequizou os primeiros discípulos e depois os orientou para Jesus:
ajudou-os a chegar à casa de oração do Senhor. Ele foi uma luz em meio à
escuridão, odiada e apagada por quem se beneficia das trevas.
Jesus mostra que, além da conversão, é necessário o empenho para a construção de uma sociedade mais justa, sem excluídos, sem enfermos nas ruas, sem endemoninhados nos caminhos. Jesus gasta sua vida incluindo os que são excluídos pela sociedade por alguma razão ou interesse.
Hoje em dia, vivemos em uma sociedade governada pelos senhores da escuridão
que, por seus interesses, sobretudo econômicos, levaram povos à miséria e os
deixaram submersos na exploração, na marginalização e na fome.
Como João Batista temos uma missão semelhante: dar testemunho de Cristo, como
lâmpada que brilha e ilumine os caminhos que a Ele conduzem, e dar testemunho
da verdade a todos os que nos rodeiam e perguntam pelo Messias.
Peçamos ao Senhor que nos abra os olhos da fé para a luz divina, para vermos as
pessoas e os acontecimentos como Ele os vê, por exemplo, a dor, o sofrimento,
as contrariedades. Que Ele abra os nossos olhos para O descobrirmos igualmente
naqueles que nos rodeiam, no trabalho e demais ocupações diárias.
Propósito:
Eu te peço, ó Deus todo-poderoso, que a tua graça sempre me
preceda e acompanhe, para que, esperando ansiosamente a vinda do teu Filho,
possa obter a tua ajuda nesta vida e na outra. Pai, reconheço Jesus como
manifestação de tua imensa misericórdia pela humanidade. Dá-me tua luz para
que o acolha como Messias salvador. Senhor Jesus, que a conversão e a
penitência me preparem para reconhecer em ti o enviado do Pai e a realização
das esperanças humanas.
"Senhor, na escuridão das tentações,
nas horas de obscuridade
nas quais todas as luzes parecem apagar-se,
mostra-me que estás ali".
(Bento XVI)
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