22 dezembro - Coisa maravilhosa é o correio! Ele nos une em
espírito às pessoas mais queridas; ele nos proporciona momentos divinos;
oferece-nos ocasião de trocar, a nosso bel prazer, suaves e ternas palavras de
amizade; oferece-nos os meios para transmitir todos os sentimentos e todas as
pulsações do nosso coração. (L 3). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,46-56
"Naqueles
dias, Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor,
meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão
bem-aventurada todas as gerações,
porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é
Santo.
Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para
sempre".
Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa."
Meditação:
“Magnificat” é o título latino muito
cedo dado ao “Cântico de Maria”, o belo poema de Lc 1,46-56. Mas engana-se quem
pensa que Maria pronunciou tudo aquilo de improviso, dando uma de repentista.
O poema é uma coletânea de versos extraídos do Primeiro Testamento, tendo como
pano de fundo o chamado Cântico de Ana (1 Sm 2,1-10).
E nesse sentido é poema de mulheres pobres, não só por marcar o encontro de
Maria e Isabel, mas por se constituir em memória de um grupo que por nós
precisa ser melhor conhecido.
Ao atribuir o poema a Maria, a comunidade de Lucas quer, entre outras coisas
afirmar que a jovem mãe fazia parte dos pobres de Deus.
Desde a época da destruição do país pela Babilônia, que aconteceu por volta de
587 a.C., o povo israelita começa a esperar o restaurador do reino davídico, o
Messias.
Com o passar do tempo, vão se constituindo grupos e partidos, cada um com sua
teologia própria, cada um esperando um messias que viesse satisfazer seus
interesses. Começam a se formular compreensões diferentes dessa figura.
Os fariseus, por exemplo, aguardavam a chegada de um messias que viesse
restaurar o reino davídico a partir da exigência do cumprimento total da Lei de
Moisés. Os zelotas, por sua vez, aguardavam um messias guerrilheiro que
expulsasse a dominação romana por meio de uma revolução armada.
Apesar dos poucos registros históricos, sabemos da existência de um outro grupo
que se reunia para louvar ao Deus dos pobres, na espera de um messias que
viesse do meio dos pobres, tal como havia profetizado Zacarias: “Eis que o teu
rei vem a ti; ele é justo e vitorioso, humilde, montado sobre um jumento, sobre
um jumentinho, filho da jumenta” (Zc 9,9). Trata-se dos ‘anawîm, os pobres de
Deus.
Desse grupo faziam parte, provavelmente, Isabel e Zacarias, os pais de João Batista,
justos diante de Deus (Lc 1,5-6); o justo e piedoso Simeão, que aguardava a
consolação de Israel (Lc 2, 25); a profetiza Ana, com seus oitenta e quatro
anos de sonho e esperança (Lc 2, 36-38). E Maria, com seu noivo José, que
também era justo, conforme Mt 1,19.
O termo “justo” é um adjetivo freqüentemente atribuído às pessoas participantes
do grupo dos ‘anawîm. É notável a liderança das mulheres entre os ‘anawîm.
Muito provavelmente em seus momentos de encontro, de oração, elas iam coletando
frases do Primeiro Testamento e compondo canções como o Magnificat.
Os capítulos iniciais do evangelho de Lucas recolhem ainda o chamado Cântico de
Zacarias (Lc 1, 68-75), outro exemplo desses poemas. Maria sabia de cor essas
canções, elas eram a história do seu povo. Composição de mulheres que conhecem
bem as Escrituras
Numa cultura onde as mulheres não tinham acesso às letras, chama a atenção como
no Magnificat se fazem presentes os textos bíblicos.
É evidente a força feminina na manutenção da história através da memória oral,
visto que a escrita estava ligada a pequenos grupos, normalmente de homens
detentores do poder. Assim perceberemos como Maria e as suas companheiras
conheciam bem a história de seu povo e dela tiravam forças para lutar.
A principal fonte inspiradora do Magnificat é o Cântico de Ana, mulher estéril,
por isso discriminada e humilhada. Na amargura, chora e derrama a sua alma
diante de Deus (1 Sm 1,10.15). Mas sabe expressar a sua gratidão ao se tornar
mãe de Samuel: “eu o pedi a Javé” (1 Sm 1, 20).
Muito sabiamente, o redator de 1Sm a ela atribui o poema presente em 1Sm
2,1-10. “O meu coração exulta em Deus, a minha força se exalta arco dos
poderosos é quebrado, os fracos são cingidos de força” (vv 1.4-5).
O Magnificat percorre vários livros do Primeiro Testamento:
Isaías havia dito: Transbordo de alegria em
Javé, a minha alma se alegra, porque ele me vestiu com vestes de salvação,
cobriu-me com um manto de justiça.. (Is 61,10). Hab 3,18 diz algo semelhante:
“Eu me alegrarei em Javé, exultarei no Deus de minha salvação. A figura do
“servo sofredor” também é retomada, quando o poema diz que o Senhor “socorreu
Israel seu servo” (Lc 1,54).
Em Maria acontece algo extraordinário: toda a sua alma concebe o Verbo de Deus,
porque ela foi imaculada e isenta de vícios, guardou a sua castidade com pudor
inviolável. Assim, com Maria, engrandece ao Senhor, aquele que segue dignamente
a Jesus Cristo.
A Virgem humilde de Nazaré vai ser a Mãe de Deus; jamais a onipotência do
Criador se manifestou de um modo tão pleno.
O Coração de Nossa Senhora manifesta de modo
transbordante a sua gratidão e a sua alegria. E então, canta: a minha alma
engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador.
Reflexão Apostólica:
O que o MAGNIFICAT representa?
Quanto tempo o povo esperou por essa noticia? Quantas gerações se passaram
desde Malaquias e Isaias? Quantas horas “sentados” ficamos a esperar por uma
resposta do céu, para que Deus transformasse em laranja o limão que plantei?
Sim! Erramos muito, mas por que Deus estaria ainda contente com esse filho que
ainda cobre a lápis os pontilhados das letras da santidade?
Maria cantava por um povo, por um sonho, por uma promessa… Qual é o seu canto
hoje?
Novamente lembrei de uma história que ouvi o padre Fábio de Melo contar no seu
programa direção espiritual. Contava ele que uma tribo africana que conheceu
compõe uma canção para cada pessoa que nasce.
Cada um tem sua própria
canção. Nos momentos marcantes da vida dessa pessoa essa música é cantada por
seus parentes e amigos.
O que me chamou
atenção foi o fato relatado que quando alguém se desvia na conduta TODA a tribo
se reúne, colocando-a no centro de uma grande roda, onde cantam a canção da
pessoa para que ele recorde quem é e também a alegria do seu nascimento,
tentando trazê-lo de volta a realidade, resignificando o seu passado.
Mais uma vez… Qual é o motivo do seu canto? Como a rede Globo, faça uma
retrospectiva de 2012.
Durante o ano, Deus agiu profundamente no meu limoeiro (EU) o tornando mais
agradável, e mesmo eu achando que não merecesse tanto Ele ainda insiste e tem
paciência comigo. Me deu tantas missões e um povo para ajudar a cuidar.
Tenha fé e Deus fará o resto no seu limoeiro.
Mais uma vez… Qual é o motivo do seu canto?
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