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DEZEMBRO - Faz todos os teus trabalhos com o
desejo no fundo do coração de colocar neles todo o fervor de que és capaz, e
não te espantes com a repugnância (que não se deve confundir com a falta de
entusiasmo) que podes experimentar mesmo nas ações mais santas; ou melhor, ao
concluí-las, dá graças ao Senhor, por teres, na tua miséria, conseguido fazer
tanto, graças à sua ajuda. (L 88). SÃO JOSÉ MARELLO
Leitura do santo
Evangelho segundo São Mateus 21,23-27
“Jesus chegou ao Templo, e, quando já estava ensinando, alguns
chefes dos sacerdotes e alguns líderes judeus chegaram perto dele e
perguntaram:
– Com que autoridade
você faz essas coisas? Quem lhe deu essa autoridade?
Jesus respondeu:
– Eu também vou fazer
uma pergunta a vocês. Se me derem a resposta certa, eu direi com que autoridade
faço essas coisas. Respondam: quem deu autoridade a João para batizar? Foi Deus
ou foram pessoas?
Aí eles começaram a
dizer uns aos outros:
– Se dissermos que
foi Deus, ele vai perguntar: “Então por que vocês não creram em João?” Mas, se
dissermos que foram pessoas, temos medo do que o povo pode fazer, pois todos
acham que João era profeta.
Por isso responderam:
– Não sabemos.
– Então eu também não
digo com que autoridade faço essas coisas! – disse Jesus.”
Meditação:
O livro dos Números (Nm
24,2-7.15-17) nos fala do oráculo do adivinho Balaão. Este vivia ás margens do
rio Eufrates e foi chamado para que fizesse a previsão do futuro do povo de
Israel. Este oráculo é um dos mais antigos poemas reais de Israel. É o primeiro
que encaminha as esperanças do povo pelas sendas da realeza. Israel chegará a
ter um rei, figura-tipo do Messias esperado.
Próprio do rei é possuir
autoridade para reinar. Precisamente em torno à autoridade de Cristo se
fundamenta o evangelho de hoje.
Assim como a João Batista
vieram perguntar com que autoridade ele batizava, os sumos sacerdotes e os
anciãos, ou seja, os depositários da autoridade, vêm para investigar sobre a
autoridade em nome da qual Jesus se permite ensinar e questionar os hábitos do
templo (Mt 21, 12-22). E como razão surge esta interrogação, já que Jesus
durante sua vida pública aparece como o depositário de uma autoridade singular:
prega com autoridade (Mc 1, 22), tem poder para perdoar os pecados (Mt 9, 6), é
Senhor do Sábado (Mc 2, 28), expulsa os traficantes do templo, etc. Motivos
suficientes para que os representantes da autoridade “legítima” o abordassem
com a pergunta: Com que autoridade fazes isto?
Os sumos sacerdotes e os
anciãos, que eram chefes do povo judeu, pedem contas ao Senhor daquilo que ele
faz, mas não movidos por um sincero desejo de saber de onde procedia o poder de
Jesus, mas buscando em sua resposta a maneira de condená-lo. O povo, em troca,
reconhecia em Jesus a autoridade com que falava, confirmada com suas obras
maravilhosas.
Os inimigos de Jesus pensam ter
colocado Jesus numa armadilha da qual não poderia escapar: se Jesus respondesse
que sua autoridade vem do fato de ser Filho de Deus, então eles rasgariam suas
vestes e o proclamariam blasfemo. Jesus não responde diretamente a esta
questão: os sinais que ele realiza dão razão para orientar os espíritos a uma
resposta adequada. A malícia dos chefes judeus se faz evidente e o Senhor os
desmascara ao lhes por em situação que obrigará desfazer-se de suas más
intenções.
O povo, os humildes e simples
de coração, esses sim compreendem de onde provém a autoridade de Jesus e não
precisam fazer-lhe perguntas, pois veem as obras que realiza e creem em suas palavras
e em suas obras; mas os sacerdotes e magistrados se fazem surdos e cegos. Já
haviam condenado a Jesus, agora só lhes faltava desmoralizá-lo perante o povo,
primeiro passo para logo realizar seu propósito de executá-lo, condenando-o à
morte ignominiosa.
Como vimos Jesus não se
detinha a dar satisfação àqueles que duvidavam da Sua origem divina. Ele sabia
que não seriam as Suas palavras e Suas justificativas que fariam com que eles
acreditassem Nele.
Assim sendo, Ele confundia a
todos os que queriam pô-lo em julgamento. Ele tinha consciência da Sua
autoridade de Filho de Deus e enviado para uma missão redentora e aproveitava o
tempo para abrir os olhos das pessoas, não apenas com pregações, mas com ações.
Ele se apoiava no relacionamento íntimo que tinha com o Pai e o Espírito Santo,
e tinha ciência exata de que as Suas ações eram conduzidas pelo céu e não pela
mentalidade do mundo.
Jesus continua nos ensinando
coisas do céu que podemos viver aqui na terra e, somente as entendem as pessoas
que não questionam e abrem o coração para receber a mensagem evangélica.
Portanto, se não formos
incrédulos, mas despojados da nossa mentalidade lógica nós teremos todas as
respostas para as nossas expectativas.
Muitas vezes nós nos
encontramos também interrogando se a Palavra de Deus, que é o próprio Jesus
Cristo, o Verbo encarnado, pode interferir na nossa vida quando vem de encontro
a algumas coisas que estamos praticando. E, por isso, ficamos reféns da nossa
mentalidade racional que deseja dirigir a nossa vida, mesmo que à custa do
contra testemunho da Palavra.
O que precisamos fazer é nos
entregarmos sem reservas a Jesus com fé para que tudo o que o Pai planejou para
nós se realize como Ele quiser.
A Fé em Jesus Cristo é a ponte
que nos faz atravessar do ponto da nossa humanidade para termos acesso à
divindade, ao transcendental e infinito. Confiando nisto nós podemos seguir
firmes na estrada que nos leva à santidade que é justamente, a vontade de Deus
acontecendo na vida dos batizados em nome Jesus Cristo!
Você também costuma questionar
a autoridade de Jesus para a sua vida? O que você faz quando descobre que
não está agindo de acordo com os ensinamentos da Bíblia? Você tem
procurado regar a sua fé? – Você
confia em Jesus Cristo e na força do Espírito Santo?
Reflexão
Apostólica:
Quem está preso
unicamente às coisas do mundo, não entende as coisas de Deus.
A pessoa de João Batista é
muito importante na preparação para os tempos messiânicos, pois ele foi enviado
como o precursor de Jesus, e quem não acredita em João Batista também não
aceita Jesus como sendo o Messias e nem a sua autoridade como Filho de Deus.
As autoridades querem saber com
que autoridade Jesus crítica e destrói a estrutura que eles defendem. Jesus
devolve a provocação, e os chefes não sabem como responder, porque de qualquer
maneira ficariam desmoralizados. João Batista era reconhecido como profeta, e
seu batismo vinha de Deus. Assim, Jesus dá a entender que também a sua
autoridade vem de Deus.
O povo acreditou em João
Batista e por isso acreditou também em Jesus, mas os anciãos do povo não
acreditaram em João Batista e, por isso, rejeitaram Jesus. Todo aquele que fica
preso apenas em uma religião formal torna-se incapaz de ver a ação de Deus no
tempo presente, endurece o próprio coração e não reconhece nem a ação de Deus
nem a sua presença no seu dia a dia.
Propósito:
Pai tira de mim toda e
qualquer suspeita sobre teu Filho Jesus, cuja autoridade vem de ti e está
sempre a serviço de teu Reino.
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