23 julho - A única base, o princípio fundamental da Congregação de São José é a submissão incondicional às disposições superiores, conformando sempre a própria iniciativa à iniciativa superior. Portanto, nada seja empreendido pelos membros da Congregação que não seja animado por esse espírito de submissão à direção alheia, determinada, essa também, por uma obediência mais alta e proveniente de um só Motor, para o qual hão de convergir todas as vontades. (L 76).2 SÃO JOSE MARELLO
Naquele
tempo, disse Jesus a seus discípulos: «Vós, portanto, ouvi o significado da
parábola do semeador. A todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a
compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração; esse é o
grão que foi semeado à beira do caminho. O que foi semeado nas pedras é quem
ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, é de
momento: quando chega tribulação ou perseguição por causa da palavra, ele
desiste logo. O que foi semeado no meio dos espinhos é quem ouve a palavra, mas
as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele fica
sem fruto. O que foi semeado em terra boa é quem ouve a palavra e a entende;
este produz fruto: um cem, outro sessenta e outro trinta».
Meditação:
Estamos
diante de duas realidades: de um lado o nosso coração e do outro o Coração de
Jesus. O meu e o teu coração são comparáveis aos quatro terrenos da história:
“o terreno do caminho”, “o solo cheio de pedras”, “a terra cheia de
espinheiros” e “o terreno lavrado e bom”. Jesus é o Divino Semeador. A semente
é a Sua Palavra de bondade e de sabedoria. E os diversos terrenos são os nossos
corações, os nossos espíritos, onde Ele semeia Seus ensinamentos, cheio de
bondade para conosco.
Como procedemos para com Jesus? Como respondemos à Sua bondade? O modo como
damos resposta ao amor cuidadoso do Divino Mestre é que nos classifica
espiritualmente, isto é, mostra que espécie de terreno existe em nossa alma.
Cada coração humano é uma espécie de terra, um dos quatro solos da parábola.
Quando alguém OUVE a palavra do Evangelho e não procura compreendê-la, nem lhe
dá valor, aparecem as forças do mal e arrebatam o que foi semeado no seu
coração, tais como os passarinhos comeram as sementes. E sabe de que modo?
Fazendo com que a alma esqueça o que ouviu, dando outros pensamentos à pessoa,
fazendo com que ela se desinteresse das coisas espirituais. E a alma fica
indiferente aos ensinamentos divinos. O coração dessa pessoa é semelhante ao
“terreno do caminho”, aonde a semente não chegou a penetrar.
E o que é dito do pedregoso? Ele é a imagem da pessoa que recebe os ensinamentos
de Jesus com muita alegria. São exemplos as pessoas entusiasmadas com o serviço
cristão, mas cuja animação dura pouco. Quando surgem as zombarias, as
perseguições ou os sofrimentos, a alma, que é inconstante, abandona o caminho
do Evangelho e logo definham e páram de rezar deixando cair tudo para o chão ou
jogando na água as graças que haviam recebido de Deus.
O solo é a “terra cheia de espinheiros”. É o caso das pessoas que recebem a
palavra do Evangelho, mas, depois abandonam o caminho cristão por causa das
grandezas falsas do mundo e da sedução das riquezas. Ouviram o Evangelho, mas
se interessaram mais pelos negócios, pelos lucros, pelas vaidades da vida, pelo
cuidado exclusivo das coisas da terra. Só pensam em automóveis de luxo, sonham
com caminhões, imaginam-se ricos. A princípio, sabiam repartir com os pobres o
seu dinheirinho, porém, agora só pensam em juntá-lo: a caridade morreu nos seus
corações. O mundo, com suas riquezas falsas, seduziu suas almas e sufocou a
plantinha de Deus em seus espíritos. Trocaram Jesus pelos sonhos e ambições de
carros de luxo, de figurinos, de roupas elegantes, de campos de esporte, de
concursos de beleza, de grandezas sociais. A plantinha de Deus foi sufocada
pelos espinhos do egoísmo e das ilusões da vida material. E parece que morreu
em seus corações. Você é um destes? E senão for com certeza na tua família
existem pessoas assim.
O quarto terreno, “a terra lavrada e boa”, é o símbolo do coração que escuta o
Evangelho, procurando compreendê-lo e praticá-lo na vida. É a alma que estuda a
palavra do Senhor, percebendo que está neste mundo para aprender a Verdade e o
Bem. E, assim, dá frutos de bondade e eleva-se para Deus. Abandona seus vícios
e maus hábitos, dedicando-se à prática das virtudes, guardando a fé no coração,
socorrendo carinhosamente os necessitados e sofredores e buscando os conselhos
de Deus no Evangelho de Cristo.
O coração de uma criança verdadeiramente cristã é o bom terreno da parábola:
cada semente de Jesus se transforma em trinta, sessenta ou cem bênçãos de
bondade, de fé e de auxílio ao próximo. O coração dessa criança deseja conhecer
sempre mais e melhor os ensinos cristãos. E se esforça sinceramente para fazer
a Vontade Divina: amar e perdoar, crer e ajudar, aprender e servir. Que nós, guardando
a humildade de coração, nos esforcemos para ser, se ainda não o somos, o bom
terreno, que recebe os grãos de luz do Divino Semeador e dá muitos frutos de
sabedoria e bondade.
Reflexão Apostólica:
Que tipo de
terra eu sou? Como o chão duro da beirado caminho, comparado aos de
coração duro que rejeita a palavra de Deus e depois vem o demônio e a retira de
mim?
Ou eu sou como aquele solo pedregoso, em que a semente (palavra) caiu. Eu sou
aquele que acolhe com alegria a palavra ouvida, mas assim como o calor do sol
que aquece as pedras fez morrer os brotos, quando me vem uma perseguição eu
saio correndo da igreja e não quero mais saber de evangelizar?
Talvez eu seja como o terreno que recebeu a semente entre os espinhos, os quais
sufocaram as plantinhas. Assim também, o meu carro, a minha moto, as minhas
casas e meus apartamentos para não falar das minhas viagens têm dificultado
muito ou sufocado em mim a vontade, e o tempo de ir à santa missa me encontrar
com Deus e com meu irmão?
Por último, com eu gostaria de ser aquela terra boa na qual a semente caiu e
produziu muitos frutos! Como eu gostaria de entender, de interpretar melhor a
palavra de Deus e de explicá-la a milhões de pessoas! Ah como eu gostaria de
ser hoje mais jovem, ou mesmo um jovem para começar tudo de novo, porém
seguindo por outro caminho, não que eu esteja arrependido do caminho por onde
passei. Mais para poder absorver mais e melhor a mensagem de Cristo e semeá-la
por todos os tipos de terras, semelhante àquele que ouve a palavra e a
compreende, e produz muitos frutos: cem por um, sessenta por um, trinta por um.
“(…) As
sementes que foram semeadas em terra boa são aquelas pessoas que ouvem, e
entendem a mensagem, e produzem uma grande colheita“. Não há o que comentar
nesse evangelho. Eu não me atreveria a colocar qualquer “vírgula” na explicação
do Senhor, pois como Ele mesmo diz: “(…) Quem tem ouvidos que ouça”.
Ouvir… Um pré-requisito?
Todos que se empenham em levar essa mensagem em um determinado momento também
precisarão parar somente para ouvir. Vejo-nos muitas vezes como Marta…
Inquietos. Na missa estamos no canto, nas leituras ou no comentário; nos grupos
a qual participamos nos empenhamos na condução, no louvor, na intercessão, (…)
A palavra que está sendo semeada “nas pessoas” também deve atingir a nossa
terra.
O que Jesus fazia, dizia, operava, (…) virou motivo de ser registrado. Aquilo
que acontecia no pé de uma montanha, as margens de um lago ou em meio a
multidão geravam um aprendizado constante. Esse evangelho de hoje é um dos
poucos momentos em que se é registrado um ensino particular, onde Jesus,
sondado por seus amigos, explica o significado da parábola do semeador.
A maior parte do que foi ensinado por Jesus se deu em meio ao povo, sem
separações, ou distinções e é por isso que TODOS que participam, por exemplo,
de uma missa ou celebração devem entender que são testemunhas de um milagre, e
não os construtores dele. Um ministério imaturo, um comentarista aparecido
que resolve “dar um show” precisam rever como anda sua terra, pois se assim o
persistirem logo logo a terra não será tão fértil como antes.
Se a condição da semente é ouvir, porque não nos calamos um pouco?
“(…)
Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com
muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa
parte, que lhe não será tirada“. (Lc 10,41-42)
Deus fala conosco do jeito melhor que Ele encontra para que isso aconteça, visto que encontra dificuldade em nos ver parar para escutá-lo. Às vezes uma frase solta no ar, uma mensagem num para - choque de carro, e mail de internet ou até mesmo algo que ouvimos de uma pessoa que pouco conhecemos. Quantas vezes “desprezamos” a mensagem que era ensinada ou pregada por um irmão de comunidade, pois alegamos que “já sabemos” o que ele(a) vai dizer?
Jesus nos convida a apresentar nossas mazelas, sonhos, dificuldades e nos
promete ajudar a carregá-las, mas por vezes também nos chama a reflexão, a
introspecção, ao silêncio que brota da HUMILDADE. Conheço pessoas que não se
deixaram ser curadas por Deus, pois estavam “servindo”, pessoas que cantam
lindamente, mas não se deixam ser tocadas pela canção…
É claro que um padre não vai se lançar em prantos em meio a uma homilia, pois
Deus sabe o momento que deve lançar a semente, sendo assim tão pouco o nosso
“testemunho de bolso” ou nossa canção converterá a ninguém que não tenha sua
terra revirada e adubada pela palavra. Não adianta forçar a graça se ela não
acontece em mim.
“(…)
Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor, é porventura agora que ides
instaurar o reino de Israel? Respondeu-lhes ele: Não vos pertence a vós saber
os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o
Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em
toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo.”. (At 1,6-8)
Nossas
palavras, nosso canto, nossas pregações produzem frutos à medida que OUVIMOS,
ENTENDEMOS e OPORTUNIZAMOS outros encontros. Com as novas técnicas da
agronomia, algumas plantas crescem em um lugar, mas quando viram mudas, são
plantadas em outro. Deixemos a semente de hoje virar uma muda em nosso coração
para que seja plantada no coração daqueles a quem seremos enviados.
Abramo-nos mais a graça de Deus em todas as ocasiões. Deixe Deus escolher o
momento de arar a NOSSA terra. Se for hoje, assim seja.
++++
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário