14ª SEMANA DO TEMPO COMUM
São Bento, Abade
11 JULHO – Lê a vida dos santos. Experimenta e depois me saberás
dizer algo. Temos necessidade de nos elevar um pouco à altura dos grandes
modelos, de erguer o tom do nosso diapasão moral, de nos arrancar, de vez, das
nossas promessas e renovação de promessas. (L 23). SÃO JOSE MARELLO
11 JULHO – Lê a vida dos santos. Experimenta e
depois me saberás dizer algo. Temos necessidade de nos elevar um pouco à altura
dos grandes modelos, de erguer o tom do nosso diapasão moral, de nos arrancar,
de vez, das nossas promessas e renovação de promessas. (L 23). SÃO
JOSE MARELLO
Marcos 6,7-13
"Jesus ensinava nos povoados que
havia perto dali. Ele chamou os doze discípulos e os enviou
dois a dois, dando-lhes autoridade para expulsar espíritos maus. Deu ordem para
não levarem nada na viagem, somente uma bengala para se apoiar. Não deviam
levar comida, nem sacola, nem dinheiro. Deviam calçar sandálias e não levar nem
uma túnica a mais. Disse ainda:
- Quando vocês
entrarem numa cidade, fiquem hospedados na casa em que forem recebidos até
saírem daquela cidade. Mas, se em algum lugar as pessoas não quiserem
recebê-los, nem ouvi-los, vão embora. E na saída sacudam o pó das suas
sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente.
Então os discípulos
foram e anunciaram que todos deviam se arrepender dos seus pecados. Eles
expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, pondo azeite na cabeça
deles."
Meditação:
A
proclamação à conversão é ousada e
contundente, como testemunhou o profeta Amós, denunciando uma religião a
serviço do poder, tendo seu santuário como dependência do palácio real (Am
7,12-15). No mesmo estilo foi erigido o Templo de Jerusalém, como anexo do
palácio de Salomão, no qual eram acumuladas imensas riquezas. Jesus, no seu
tempo, o denunciará como sendo covil de ladrões.
Na carta aos Efésios (Ef 1,3-14), que na tradição cristã havia sido atribuída a
Paulo, é destacada a redenção operada por Cristo, na perspectiva sacrifical
característica das comunidades primitivas vinculadas a Jerusalém. Porém, na
perspectiva da simplicidade da encarnação, já se tem a revelação do imenso amor
de Deus, Pai e Mãe. Pela vida de Jesus de Nazaré, Filho de Deus e filho de
Maria, em seus anos de convívio amoroso com seus discípulos e as multidões,
Deus revelou a sua escolha a todos os homens e mulheres para participarem de
sua Vida divina e eterna, na prática do amor, seguindo o caminho de Jesus.
A narrativa do envio dos Doze encontra-se nos três evangelhos sinóticos
(Mateus, Marcos e Lucas), com algumas variantes peculiares a cada evangelista.
Marcos já registrara que Jesus constituíra os Doze para que ficassem com ele,
para enviá-los a pregar (Mc 3,14). Depois de um tempo de convívio, conhecimento
e experiência comum de vida, Jesus, agora, os envia integrando-os em sua
própria missão. Marcos destaca que os discípulos foram enviados dois a dois. O
chamado dos discípulos, no início do ministério de Jesus, também fora de dois
Marcos não mostra um maior interesse quanto ao desenvolvimento e sucesso da
missão a que os Doze foram enviados, dedicando a isto apenas alguns versículos
(6,12s.30). Ele consagra seu texto às instruções de Jesus. O seu interesse
maior é destacar a metodologia a ser assumida, que serve de paradigma para as
comunidades em continuidade à missão de Jesus e de seus discípulos.
Como
vimos, no Evangelho de hoje, temos um claro chamado de Jesus às Missões: Ele
chamou os doze discípulos e os enviou dois a dois. Enviou para quê? Para curar,
para anunciar a boa nova, para que se arrependessem de seus pecados. É esta a
Missão de todo Cristão, espalhar ao mundo o Amor de Cristo por nós, é dizer a
todos que seus pecados têm perdão, bastam se arrepender.
Jesus
deu AUTORIDADE para que eles saíssem e "expulsassem os espíritos
maus" e Ele nos dá autoridade para expulsá-los também, e entendamos como
maus espíritos todos os sentimentos de tristeza, ódio, mágoa, pecado, ou seja,
tudo aquilo que nos leva a morte espiritual. Para tanto, faz-se necessário que
sejamos despojados, que não tenhamos apego à matéria, status, conforto, ao
contrário, sejamos livres no Amor, para que a mensagem seja passada
inteiramente.
A
missão não nos leva ao desapego, mas antes exige isto de nós, pois se não for
desta forma não vamos conseguir levar a Cristo verdadeiramente.
Precisamos
ter consciência que esta vida que temos nada mais é que uma passagem para a
vida eterna, e depois que morremos nada levamos a não ser nossas ações, sejam
elas de amor ou não. Isso não significa que não devemos ter nada, nenhum
sucesso, de forma alguma, mas quer dizer que essas coisas não podem ser maiores
que a própria Missão ou Vocação, não podem pesar mais que a minha obrigação,
enquanto Cristão, de anunciar ao Reino dos Céus.
Quando
Jesus diz que não levem comida, ou dinheiro, Ele mostra claramente que acredita
na providência de Deus e que sabe que existem pessoas que vão acolher aqueles
missionários.
O
despojamento proposto é essencial à missão. A pobreza deve ser assumida, não
como ostentação de virtude, mas como abandono real nas mãos de Deus, confiantes
na bondade e na hospitalidade daqueles que encontrarem pelo caminho.
O
que for necessário para a caminhada deve ser levado pelos discípulos, por
exemplo, as sandálias e o cajado (em Mateus eles estão proibidos, e Lucas os
omite).
A
casa é a base da missão. Aquelas em que os discípulos forem recebidos podem ser
novos centros de missão, formando uma rede missionária.
Portanto, é preciso confiança para
acreditar que Deus recompensará nosso Serviço e que precisamos, sim, ir além,
sair e evangelizar na Igreja, em casa, mas principalmente pelo mundo para abrir
o coração dos que ainda não conhecem a Jesus.
Peçamos
essa graça de sermos missionários, desapegados, humildes e confiantes na Providência
Divina.
Reflexão
Apostólica:
Achei muito interessante e pertinente começar essa reflexão
partindo desta mensagem: “(…)
Jesus não envia os apóstolos para pregar uma nova doutrina, mas para anunciar
uma nova realidade e testemunhar uma nova prática: a manifestação do amor que
liberta e restaura a vida”.
A cultura judaica é repleta de símbolos e costumes que por si só poderiam nos
trazer a imagem ruim. “(…)
se os receberem entre se não protestem contra eles”. Se
simplificássemos a mensagem no plano literal PODERIAMOS ter um entendimento
agressivo, prova disso que uma vez fui indagado por um amigo que sempre teve a
impressão de um Jesus arrogante e soberbo. Quem vive dentro da igreja pode até
se espantar com essa declaração, mas para aqueles que vivem sem pastor lá fora,
não. Onde Ele nos envia, pode haver pessoas com outras opiniões.
Um breve parêntese…
Na realidade o costume Judaico de bater as sandálias simbolizava para que não
se trouxessem nenhuma impureza. Se trouxéssemos esse costume a um exemplo mais
próximo, seria para uma pessoa que trabalha na recuperação de viciados (drogas,
alcoolismo, jogo) um alerta para que não passasse em casa a também fumar; ou
aquele que convive com pessoas diariamente adquirisse costumes que não possuía
como piadas infames, palavrões, destrato, fofocas…
Jesus bem conhecia a sabedoria do costume judaico e também o quanto outros
costumes são facilmente assimilados. Não é difícil de ver católicos lendo
horóscopo, fazendo três pedidos na fitinha amarada no braço; não passando por
debaixo de escadas, pulando sete ondas, escolhendo cor de roupa para virar de
ano (risos). De onde adquirimos esses costumes? Nem bem sabemos! Vá para o
Nordeste ou pro Sul e lá passe um ano e ganhe de brinde o sotaque típico da
região. Hábitos são como esses sotaques.
Voltando… Jesus roga a Deus por nós que estamos no mundo, mas hoje, aos maduros
na fé, os envia aos que também estão, no entanto o desconhecem
Esse envio é para os maduros na fé, pois depararemos com pessoas que por muitas
vezes tem uma vida repleta de
maldades, vícios, ceticismo, crenças, superstições, (…) que antes
de terem qualquer contato com a Boa Nova já passaram por terreiros,
“benzeções”, simpatias… Que já “apelaram” para todos os “santos”, mas que mesmo
assim não temos que nos afastar delas, pois creio que o próprio pastor as
trouxe. Mas é certo, não podemos carregar para casa a areia que veio junto.
Quem trabalha com gente que precisa de ajuda para não sucumbir, deve se
resguardar
Quem dedica um pouco do seu tempo para levar Deus às pessoas não precisa fugir
delas, mas deve procurar uma vida o mais irrepreensível que for possível para
de fato poder ajudá-las e não sucumbir também. Nem todos que procuram por ajuda
conhecem a Deus e para levar a manifestação do amor que liberta e restaura a
vida é preciso ser a todo instante renovado.
Quais são as areias que precisam deixar nossas sandálias?
Nenhum comentário:
Postar um comentário