19 maio - Alguns santos Padres disseram que a distância que existe entre nós e Maria Santíssima é infinita. Mas nós a podemos sempre diminuir tornando-nos seus verdadeiros devotos. (S 212). São Jose Marello
EVANGELHO DO DIA
João 17,11-19
"Pai Santo, guarda-os
em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um, como nós somos um.
Quando estava com eles, eu os guardava em teu nome... Eu os guardei, e nenhum
deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura.
Agora, porém, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas estando ainda no
mundo, para que tenham em si a minha alegria em plenitude. Eu lhes dei a tua
palavra, mas o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como eu não sou do
mundo. Eu não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno. Eles
não são do mundo, como eu não sou do mundo. Consagra-os pela verdade: a tua
palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei ao
mundo. Eu me consagro por eles, a fim de que também eles sejam consagrados na
verdade."
Meditação:
Jesus não poupa
seus discípulos das tribulações que o mundo lhes prepara. Melhor dizendo: o
Mestre não lhes reserva um lugar especial, geograficamente separado, onde
estejam imunes de tentações. Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes
do Maligno. Mas que permanecendo no mundo sejam firmes porque não são do
mundo.
É pelo fogo que
se prova o ouro. A prova de sua fé acontece no confronto com o Maligno. É então
que podem dar mostras da solidez ou da fragilidade de sua adesão ao Senhor.
E diante do futuro confronto com o príncipe deste mundo, Jesus se coloca em
oração já aqui na terra por eles e os consagra a Deus. Pai santo, pelo poder do
teu nome, o nome que me deste, guarda-os para que sejam um, assim como tu e eu
somos um.
No colóquio com
o Pai, Jesus alude ao fato da deserção de um discípulo, seduzido pelo Maligno:
“Nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição“.
Jesus pede a graça da unidade para os seus discípulos. Ele é Um com o pai, e veio
ao mundo para revelar aos homens o Pai, para que os homens comunguem na própria
vida do Pai, junto de quem Ele é representante.
A unidade é, por
isso, a comunhão de vida que existe entre o Pai e o Filho, e que, pelo Filho,
vem até aos homens. Os que chegarem ao conhecimento do Pai pela palavra do
Filho entrarão na unidade com Deus, se se deixarem consagrar por essa palavra
de verdade que o Filho lhes revela.
Todo o seu ministério foi marcado por uma dedicação exemplar àqueles que o Pai
lhe confiara. Guardava-os, com desvelo, para não se desviarem do caminho.
Falava-lhes do Pai, revelando-lhes a sua face amorosa. Consagrou-os na verdade
e os enviou para serem continuadores de sua missão.
A vida do Espírito Santo sobre os discípulos enviados para a missão é a
segurança que eles esperam de Deus que os consagra no amor e na alegria. Assim
como Deus consagrou o seu Filho, assim também Jesus os consagra à Deus seu Pai
e os envia em missão, ao mundo, para serem testemunhos e testemunhas da
Verdade, que é a realização da vontade de Deus: justiça, paz e vida sobre a
terra.
O tema dominante da oração é o dom da vida eterna aos discípulos que permanecem
em comunhão com Jesus, no que se manifesta a glória do Pai. Esta comunhão é
mantida pelo vínculo da unidade, que Jesus pede ao Pai: "...que eles sejam
um, como nós somos um".
Enquanto presente entre os discípulos, Jesus os guardava, com a sua palavra,
mantendo esta unidade. Agora pede ao Pai que, na sua ausência, os guarde também
no mundo.
Os discípulos foram escolhidos no mundo e foram libertados do mundo aprisionado
por seu chefe maligno. Mas devem aí permanecer enviados para libertar o mundo
pelo anúncio da verdade e pela prática do amor que comunica a vida que dura
para sempre.
Jesus continua sua oração pelos discípulos. Agora pede ao Pai que sejam um
“como nós”; não utiliza a noção de unidade de modo abstrato, mas unidade que
provém de estar unidos pelo amor mutuo, que é o amor de Jesus e do pai. Se os
discípulos são enviados por Jesus ao mundo é porque Jesus também foi enviado ao
mundo, para desafiá-lo.
Esta comunidade dos cristãos sofrerá o ódio do mundo, mas não é desejo de Jesus
que seja preservada dessa hostilidade. Jesus pede a Deus que proteja os
discípulos, que sejam consagrados e enviados ao mundo, em ordem à sua missão.
Consagrados na Palavra de Deus que é a Verdade.
Os discípulos aceitaram e guardaram a palavra que Jesus lhes transmitiu da
parte de Deus; esta palavra os purificou; agora os elege para uma missão que
consiste em transmitir essa mesma palavra a outros, para que todos tenham vida.
Jesus se consagra em relação com a consagração e a missão dos apóstolos, missão
que terá lugar depois da morte e ressurreição de Jesus; até nossos dias, onde
nos é recomendado transmitir a Palavra aos outros.
Reflexão
Apostólica:
Nesta passagem,
Jesus anuncia sua partida imediata à presença do Pai: “Agora vou voltar para
ti”. Mas não nos deixa abandonados: deixa seus ensinamentos e a alegria de
sermos parte de seu projeto de vida, o Reino. Já não somos do mundo, assim como
ele não foi do mundo.
Mas a petição do Senhor é explícita: “não te peço que os tire do mundo”, mas
sim que os livre de todo mal. A verdade nos consagra ao Senhor e somos
consagrados pela verdade, e essa verdade é a Palavra de Deus que devemos
proclamar. Que o Senhor nos mantenha sempre na verdade e nos faça partícipes de
seu Reino.
Jesus roga ao
Pai pelos Seus discípulos, e estende a Sua súplica por todos nós que haveríamos
de crer Nele, para que sejamos um assim como Ele e o Pai; para que a Sua
alegria seja plenamente realizada em nós; e para que sejamos consagrados na
verdade que é a Sua Palavra que o mundo rejeita.
Na carteira de
identidade do cristão devem, portanto, constar três dados importantíssimos: a
unidade, a alegria e a verdade.
Jesus pede ao
Pai a unidade de mentalidade e de coração. Ele nos distingue daqueles que são
do mundo, isto é, daqueles que não o têm como Salvador porque não acreditam que
Ele foi enviado pelo Pai.
Sabendo que ia
para junto do Pai, Jesus pede por todos nós que ficamos aqui a mercê do
maligno, que é o príncipe do mundo.
Precisamos
refletir nisso: nós estamos no mundo, porém não somos do mundo, porque fomos
consagrados a Deus pela Sua Palavra que é a verdade e o mundo prega a mentira.
Quem vive a
Palavra de Deus vive separado do mundo, embora esteja no mundo. Entretanto,
mesmo estando no mundo, nós cristãos, podemos ver a alegria de Cristo realizada
na nossa vida.
A alegria de
Jesus está expressa na Palavra que Ele nos deixou e que nos revela a Face do
Pai que é amor, paz, providência, perdão, coisas que o Mundo rejeita porque não
compreende.
Quem segue os
ensinamentos de Jesus não pode considerar-se propriedade do mundo. Por isso,
ele nos envia ao mundo para que todos O conheçam e cheguem a usufruir de tudo
quanto nós recebemos.
Precisamos ser
fiéis ao pedido que Jesus fez ao Pai e nos conservarmos unidos para que sejamos
um com Jesus e o Pai.
Como é o seu
modo de pensar: de acordo com o mundo ou como Jesus ensinou? Você se
considera uma pessoa consagrada a Deus? Você tem alguma dúvida em relação
ao que Jesus veio ensinar? Você luta pela unidade da sua família?
Propósito:
Pai, reforça
minha fidelidade a Jesus, de maneira que o Maligno não prevaleça sobre mim.
Protege-me contra a maldade do mundo, consagrando-me na verdade.
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