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fev -
Tudo proceda por princípios de fé, com ilimitada confiança nos auxílios do Céu
e sentimento indestrutível de gratidão ao Senhor e somente a Ele, tanto na
abundância como na carestia, lembrados sempre de que "sufficit diei
malitia sua!” a cada dia basta a sua aflição". (L 76).
São Jose Marello
Marcos 9,2-13
Naquele tempo, 2Jesus
tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre
uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. 3Suas roupas
ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia
alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com
Jesus. 5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom
ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra
para Elias”. 6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com
muito medo. 7Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E
da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” 8E,
de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus
com eles. 9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem
a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos
mortos. 10Eles observavam esta ordem, mas comentavam entre si o que
queria dizer “ressuscitar dos mortos”. 11Os três discípulos
perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que antes deve vir
Elias?” 12Jesus respondeu: “De fato, antes vem Elias, para pôr tudo
Meditação:
A vida e ação de Jesus não terminam na sua morte. A
transfiguração é sinal de ressureição: a sociedade não conseguirá deter a
pessoa e a atividade de Jesus, que irão continuar através de seus discípulos. A
voz de Deus mostra que, daqui por diante, Jesus é a única autoridade. Todos os
que ouvem o convite de Deus e seguem a Jesus até o fim, começam desde já a
participar da sua vitória final, quando ressuscitarão com ele.
Marcos situa a Transfiguração num contexto
A Transfiguração é, portanto, uma exortação de
urgência especialmente para Pedro, para que concorde a ouvir Jesus (v. 7),
quando fala de seus sofrimentos e de sua morte, sem deixar por isso de
reconhecê-lo como Messias definitivo.
À maneira de Servo (Is 50,4-11), aquele que sendo
Filho de Deus tomou nossa condição humana, assumiu a fraqueza e a fragilidade
para se tornar um de nós; é o Servo que vai preferir a morte a deixar de
libertar toda a humanidade que estava submetida ao pecado.
A fé exigida dos espectadores da Transfiguração
anima os discípulos de hoje a não fugir das necessárias encarnações e do
desprendimento que elas exigem, para assim não buscar um reino que prescinda da
morte; mas que os impulsione também a não querer uma encarnação sem
transfigurações. Os discípulos são chamados a ‘levedar’ as estruturas do mundo
para transformá-las, morrendo para toda a classe de seguranças.
A transfiguração de Jesus é um texto que nos põe
frente aquilo que Jesus deseja de seus seguidores. O Reinado de Deus requer
seguidores convencidos de que o final de sua vida não é a morte, mas também a
transfiguração de seu ser, ou seja, a Ressurreição.
Jesus, enquanto ora, transforma seu rosto e suas
vestes, tem uma missão e partilha toda a experiência de sua transfiguração e o
que ele assimilou de Deus, seu Pai, o revela a três de seus discípulos. Jesus,
na transfiguração, compreende e revela o sentido profundo de sua vida: Uma
atitude de filho que entende que para cumprir sua missão – que é a vontade de seu
Pai - deve passar pela morte, na dinâmica de Marcos, pela morte na Cruz.
Os discípulos não conseguem assimilar a mensagem de
derrota e de morte que seu Mestre lhes expressa; por isso recebem a mensagem:
por trás da derrota e da morte, está seu triunfo.
O Pai assegura que a vida e a obra de Jesus não
terminam com a morte, que a transfiguração, ou seja, a Ressurreição, será o
definitivo para ele, que os animou na vocação do Reino.
Deve-se declarar que esta visão não levou o grupo
dos discípulos ao perfeito conhecimento e a perfeita confissão de Jesus;
entretanto, essa experiência permaneceu em seu interior como uma realidade
indelével que os levaria a compreender melhor sua ressurreição e a partir
daqui, chegar a entender a fundo o sentido aparentemente contraditório de sua
vida: renunciar a todo poder e terminar condenado a morte, sem que ninguém até
então compreendesse a fundo sua causa.
A presença de Moisés e de Elias, genuínos
representantes da Lei e dos profetas, manifesta que, para o escritor do Evangelho,
em Jesus se cumpre totalmente a lei e a profecia.
Assim como Moisés foi o libertador do povo da
escravidão do poder do Faraó e como Elias foi o libertador do povo do poder
despótico da Babilônia, Jesus é, para Marcos, o definitivo libertador de todo
homem e mulher que assimilando sua causa se deixa conduzir por ele para viver a
plena liberdade dos Filhos de Deus.
Um tema fundamental que toma novo rumo no relato da
transfiguração é o tema da morte. A morte deixa de ser o fim irremediável e a
sombra do horror, e começa a ser entendida como o translado para onde Deus
está. Por isso, desde agora, a morte está intimamente ligada ao triunfo, e não
pode ser entendida, senão a luz da Ressurreição.
Reflexão Apostólica:
Muitas vezes o subir a uma alta montanha requer um esforço pessoal e nos leva a
nos desinstalarmos, a abrir os horizontes, a ir mais além da nossa vidinha
medíocre. Aquele que sobe à montanha com Jesus consegue enxergar a Sua glória e
também será contagiado com a sua beleza.
A manifestação do poder de Deus em nós muda as nossas estruturas e o nosso modo de ser. A transfiguração de Jesus nos revela a glória e o poder de Deus que também age em nós de uma maneira concreta nos fazendo sair da nossa humanidade que é terra para conviver com a realidade do céu que está dentro de nós, no nosso espírito.
Quando também, espiritualmente, nos deixamos conviver com Jesus na oração, na adoração, na meditação da Sua Palavra, nós também ouvimos a voz do Pai que nos diz: “Este é o meu Filho amado.
Escutai o que ele diz!” Aí então, com certeza, nós
não teremos mais dúvidas de que o espiritual se revela a partir do que os
nossos olhos vêem, do que os nossos ouvidos ouvem, independentemente do que as
nossas mãos possam tocar.
O poder da palavra é tal que assim como cria, destrói. No caso de Deus, a Palavra criou tudo quanto existe, e ela fez tudo bem. No caso do ser humano, há a possibilidade de criar por meio dela realidades que levem os outros a encontrar algo de paz e de misericórdia, mas também é capaz de levar ao conflito e à morte.
Hoje em dia continuamos sofrendo da crise mencionada por Tiago em sua carta e que tem sua raiz no uso da língua. Somos chamados como cristãos a saber utilizar nossa língua, a pensar bem antes de falar.
O evangelho de Marcos que nos narra o acontecimento
da transfiguração, convida-nos a um momento mais pleno de revelação de Deus ao
gênero humano, representado ali em Pedro, Tiago e João; revelação que acontece
ao se ouvir a seu Filho, que tem palavras de vida eterna e nos conduz a
pastagens verdes onde nossas mais nobres esperanças verão sua realização.
Em nossas mãos está fazer um bom uso da Palavra não
só falada, mas também daquela que cheguemos a transmitir com nossas obras cada
dia de nossa vida.
O Evangelho de hoje nos traz a reflexão sobre o episódio da transfiguração de Jesus. E a pergunta que poderíamos pensar hoje é: o que há de tão importante na transfiguração de Jesus?
A primeira e maior lição que devemos tirar dessa
passagem é a divindade e a intimidade de Jesus com o Pai e os profetas do
Antigo Testamento. Só um Homem-Deus poderia fazer o que Ele fez, e aquilo
serviu para os 3 discípulos deixarem para trás qualquer dúvida que ainda
pudesse haver quanto a divindade de Jesus. E mesmo assim, Jesus ainda pediu que
eles guardassem segredo sobre o que eles viram, até que acontecesse a
ressurreição.
E eu? Será que Jesus precisa se transfigurar na
minha frente para que eu acredite nEle? Será que eu estou esperando algo
extraordinário acontecer, para me decidir a seguir Jesus incondicionalmente?
Ele mesmo não nos engana dizendo que vai ser fácil... "Quem quiser me
seguir, tome a sua cruz e me acompanhe." Não é fácil... Mas o fardo se
torna leve, porque Ele nos ajuda a levar... assim como o cirineu o ajudou.
Que saibamos reconhecer as transfigurações de Jesus nas pessoas que nos rodeiam, e que também deixemos Jesus se transfigurar em nós para as pessoas, para que Ele alcance cada vez mais pessoas através de nós...
Propósito:
Pai, faze-me contemplar o brilho de tua glória em cada
discípulo de teu Filho que se entrega ao serviço do Reino, com total
generosidade, mesmo devendo enfrentar a morte.
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