05 junho- A respeito da caridade, devemos ser ternos e simples
como crianças. (S 195). São Jose Marello
EVANGELHO DO DIA - SOLENIDADE DE PENTECOSTES
João 20,19-23
"Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da
semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos
judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: "A paz esteja
convosco". Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então,
se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: "A paz esteja
convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio". Então, soprou sobre
eles e falou: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados,
serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos"."
Meditação:
Com alegria celebramos como comunidade
discipular a grande Solenidade de Pentecostes. Com ela encerramos o círculo
litúrgico: cinqüenta dias após a Páscoa. Nela inauguramos o tempo do Espírito,
o tempo da Igreja.
Durante estes cinqüenta dias, em diferentes tons e com insistência pedagógica quase repetitiva, o evangelho de João e o livro dos Atos dos Apóstolos (At 2,1-11) nos prepararam para viver com intensidade espiritual, pessoal e comunitária, este momento culminante de nossa fé.
Pentecostes era uma festa do judaísmo, com
raízes no antigo Israel e nas tradições agrícolas de Canaã, associada à
colheita do trigo, bem como as festas dos Ázimos e da Páscoa.
A associação do dom do Espírito à festa judaica de Pentecostes é feita exclusivamente por Lucas e foi incorporada na tradição das igrejas cristãs.
O Espírito é a plenitude do amor. O fruto
do amor é a união. Pelos atos de comunicação, misericórdia, perdão,
solidariedade, partilha, serviço, nos unimos em um só corpo.
Se falarmos do nascimento do Senhor,
estaremos já nos preparando para este momento de Ressurreição. Se mencionarmos
a sua morte, será para aderirmos à sua Ressurreição. Da Encarnação à
Ressurreição, o Mistério é o mesmo. É preciso abertura de coração para acolher
e viver este Mistério na fé.
Ele realça a situação de insegurança
própria de quem perde as referências e que não sabe mais a quem recorrer.
“Jesus aparece e se coloca no meio deles”.
Diante dos “sinais de suas mãos e do lado”,
que evocam o amor total expresso na cruz, os discípulos sentem que nem o
sofrimento, nem a morte, nem a violência do mundo poderão detê-los.
E Jesus prossegue: “Como o Pai me enviou,
assim também envio vocês”. Vivificados pelo sopro do Espírito do Ressuscitado,
os discípulos constituem a comunidade da nova Aliança e são enviados a
testemunhar ao mundo, em gestos e palavras, a vida que o Pai deseja oferecer a
toda a humanidade.
A nova comunidade, por palavras e ações,
tem a missão de criar as condições para que o Espírito seja acolhido pelos
corações humanos.
Assim, a comunidade gerada do sopro do
Espírito do Ressuscitado se transformará numa comunidade reconciliadora e
testemunha do amor gratuito e generoso do Pai.
“Se eu não for para junto do Pai, não
poderei enviar-lhes o Dom do Pai”. Se eu não voltar para o meu Pai, não poderei
levá-los para junto do meu Pai.
O Espírito Santo nos é oferecido para que
vivamos no hoje da nossa história a alegria plena, pela certeza de que já fomos
salvos pelo Cristo de Deus.
À luz de Pentecostes, o anúncio do
Evangelho consistirá sempre numa proposta de vida, vivida na reciprocidade, na
escuta e na busca sincera da verdade, que abre horizontes ao diálogo,
respeitoso e amigo, com cada pessoa e cada povo: com a presença do Espírito
Santo, o mundo inteiro é renovado!
Do lado aberto do Senhor somos todos
purificados, mas é do Espírito que o Pai nos envia, que temos força, coragem e
entusiasmo para testemunhar este grandioso mistério. É Pentecostes o novo marco
da nossa história pessoal e eclesial. É pelo Espírito Santo que nascemos para
Deus.
Reflexão Apostólica:
O quarto evangelho apresenta duas cenas contrastantes. Em primeiro lugar, os
discípulos fechados em uma casa, cheios de medo e ao anoitecer. Em segundo
lugar, a presença de Jesus que lhes comunica a paz, mostra-lhes suas feridas
como sinal de sua presença real. Eles enchem-se de alegria e Jesus lhes comunica
o Espírito que os qualifica para a missão.
O medo, a obscuridade e o fechamento da “casa interior” se transformam agora,
com a presença de Jesus, em paz, alegria e envio missionário.
São sinais tangíveis da ação misteriosa e transformante do Espírito no interior dos crentes e da comunidade. Ressurreição, ascensão, irrupção do Espírito e missão eclesial aparecem aqui intimamente articulados. Não são momentos isolados, mas simultâneos, progressivos e dinamizadores na comunidade crente.
Jesus cumpre suas promessas. Ele prometeu a seus discípulos que logo voltaria,
que não os deixaria sozinhos. Disse-lhes que o Espírito Santo de Deus os
assistiria para que entendessem tudo o que ele lhes havia anunciado. Assim se
faz. Agora lhes comunica o Espírito que tudo cria e renova tudo. Jesus sopra
sobre eles como Deus soprou para criar o ser humano. Eles são as pessoas novas
da criação restaurada pela entrega amorosa de Jesus.
A violência, a injustiça, a miséria e a corrupção em todos os âmbitos da
sociedade, nos enchem de medo, desalento e desesperança.
Não vemos saída e preferimos o fechamento em nós mesmos, em nossos assuntos individuais e esquecemos do grande assunto de Jesus. Então é quando ele irrompe em nosso interior, ultrapassa as portas do coração e ilumina o entendimento para que compreendamos que não nos abandonou.
Ele continua presente na vida do crente e no seio da comunidade. Continua
agindo através de muitas pessoas e organizações que se comprometem totalmente
para seguir lutando contra toda forma de pecado que desumaniza e aliena o ser
humano.
O Espírito de Deus continua agindo na história ainda que aparentemente não o percebamos. Não é necessário fazer tanto ruído para dizer que o Espírito está agindo. Muitas vezes não o sentimos porque age em forma muito simples através de gestos que podem passar desapercebidos.
Que sinais da presença dinamizadora do Espírito de Deus podemos perceber em
nossa vida pessoal, familiar e comunitária? Conhecemos pessoas que agem sob a
ação do Espírito? Por que? Que podemos fazer para descobrir e fortalecer os
dons e ministérios que o Espírito continua suscitando em pessoas e comunidades?
No evangelho de João é o próprio Jesus quem comunica o Espírito a seus
discípulos. O evangelista põe especial atenção para descrever a situação dos
discípulos: portas fechadas, medo, dúvida, paralisia interior, inércia
exterior.
A presença do Ressuscitado transforma o medo em prazer e alegria, devolve a paz aos corações atribulados e qualifica para transmitir esta experiência mediante o perdão e a reconciliação. O Espírito nos dá paz, comunhão, justiça, alegria, perdão, reconciliação e a luz para compreender a verdade.
Propósito:
Deus,
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da Gloria: ilumina nosso olhar interior
para que, vendo o que esperamos pelo teu chamado, e entendendo a grande e
gloriosa herança que reservas aos seus santos, compreendamos com que
extraordinária força age em favor dos que crêem. Senhor Jesus, que eu seja cada
dia revestido pela força do Espírito Santo, que me capacita para exercer, sem
descanso, minha tarefa de evangelizador.
Nada pode ser comparado a um amigo fiel.
Nem ouro nem prata excedem seu valor.
Talvez você se pergunte: “A quem posso chamar de amigo?”
Se isso lhe ocorrer, lembre-se de que Jesus, um homem tão conhecido, também
tinha poucos amigos.
Embora tivesse doze apóstolos, quando precisou fazer importantes revelações,
chamou somente Pedro, Tiago e João (o discípulo amado).
Lembre-se de que a verdadeira amizade nasce do coração de Deus.
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