02 MAIO - Voltemos
neste mês à escola de Maria, nossa Mestra piedosa e guia segura para o Céu. (S
232). SÃO JOSÉ MARELLO
João 6,22-29
"No
dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes
havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os
quais tinham partido sozinhos. Entretanto, outros barcos chegaram de
Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado
graças. Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, entraram nos barcos
e foram procurar Jesus
Meditação:
Jesus e seus discípulos partiram dos arredores de Tiberíades
para a cidade de Cafarnaúm. Ao amanhecer, o povo que havia presenciado a
multiplicação dos pães, quando não os encontrou, foi atrás deles. Jesus então
questionou o interesse que tinham em buscá-lo: estavam mais preocupados com a
comida do que com o ensinamento sobre o reino. E lhes enfatiza: “a única obra
que Deus quer é que acreditem naquele que ele enviou”. Que significava para um
judeu acreditar em Jesus, mais ainda, crer que ele era enviado por Deus?
A multidão procura Jesus, desejando continuar na situação de
abundancia. Isto é, governada por um líder político que decide e providencia
tudo, sem exigir esforço. Jesus mostra que essa não é a solução; é preciso
buscar a vida plena, mas isso exige o empenho do homem.
Além do alimento que sustenta a vida material, é
necessária a adesão pessoal a Jesus para que essa vida se torne definitiva.
A multidão hoje também persegue os sinais de prosperidade, de
poder, do sucesso e não percebe o significado das coisas que lhe são
necessárias.
Jesus, porém, já nos advertia; “Esforçai-vos não pelo alimento
que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho
do homem vos dará!” Se levássemos em consideração esta recomendação do Mestre a
nossa vida deixaria de ser um fardo pesado e passaria a ser um presente de
Deus.
Se o nosso dia a dia fosse um ato de entrega e abandono
aos planos do Pai, com certeza nós daríamos mais atenção às realidades que
alimentam a nossa alma agitada e, assim, viveríamos na paz do Espírito.
O Senhor nos dá sinais a todo instante, nos mostrando
caminhos seguros, nos orientando, nos dirigindo e, o que é mais importante, derramando
sobre nós o Seu Amor que é o alimento que nos garante a vida eterna.
Corremos o mundo para encontrar a felicidade e, no
entanto, ela já está bem pertinho de nós. Qual será o alimento que permanece
até a vida eterna?
Em sua opinião este alimento serve para o corpo ou para a
alma? O homem é corpo, alma e espírito, onde poderemos encontrar um
alimenta que traga a unidade entre as três partes do nosso ser? O que você
entende sobre o que Jesus falou em relação ao selo que o Pai marcou em
nós? Aonde e quando você recebeu esta marca?
Crer
Hoje com grande facilidade muitas instituições religiosas e
sociais fazem do assistencialismo sua bandeira, deixando essa prática
desprovida de toda intenção maior.
A Palavra de Deus exige de nós que reflitamos se nossas práticas
pastorais são dedicadas a somente resolver necessidades imediatas, sem criar
processos organizativos e consciência crítica diante das causas das injustiças.
A missão dos cristãos é gerar um equilíbrio entre assistência e
formação; entre ajuda solidária e ação pela justiça. Somente assim ajudaremos o
povo a se dignificar e sair das dependências a que ontem e hoje se submeteu.
Reflexão Apostólica:
Como dizia o grande o sociólogo Herbert de Souza (Betinho), quem tem fome tem pressa, e aqueles ali queriam saber de matar sua fome e, para tanto, pouco se interessaram como havia acontecido aquele milagre. Eles não queriam explicações, queriam apenas comer.
Muitas vezes nós cometemos esse erro. Esperamos o milagre em nossa vida,
esperamos a concretização da existência de Deus e como Tomé esperamos ver para
crer. Claro que os milagres são alimento de nossa fé mesmo, servem para que
possamos comprovar aos olhos a ação de Deus no mundo, todavia, antes de servir
aos nossos olhos, nosso coração precisa aceitar e ter fé na graça de Deus. Não
podemos condicionar nossa prática de fé no "pão material", mas no
espiritual. Precisamos sentir o Amor de Deus por nós sem as provas que o mundo
espera, mas simplesmente louvar por Ele ser.
Como vimos, o sinal da multiplicação dos pães impressionou a
multidão. E esta só atina em perguntar de forma ingênua ou quase absurda: como
chegaste aqui? Jesus responde com outra pergunta que é válida para nós: qual é
a razão verdadeira pela qual me procuram? Será pelos milagres espetaculares,
como o da multiplicação dos pães?
Na hora de seguir os passos de Jesus, deve-se ter cuidado com os
motivos que nos levam a isso. Não vá acontecer que o Jesus encontrado não seja
o do Evangelho, mas um outro feito à nossa medida, adaptado a nossos desejos e
caprichos. Será talvez um Jesus em que acreditamos somente pelos milagres
espetaculares, sem que consigamos entender que o milagre maior, o sinal por
excelência, é o próprio Jesus, alimento de vida eterna.
A multidão, sem entender as palavras do Mestre, volta a
perguntar: Que temos que fazer para praticar as obras de Deus? Continuam
marcados pela mentalidade judaica da época, cuja religião mandava cumprir
sempre “preceitos e leis”. Por sua falsa interpretação, estes acabavam
escravizando e arruinando a fé do povo de Deus. Jesus lhes explica que basta
uma obra: aderir ao projeto de Deus, revelado por seu Filho.
Somente quem se compromete faz que todas as suas obras adquiram
um sentido evangélico, porque estarão impregnadas do amor, a vida e a justiça
que o reino de Deus exige.
O convite que Jesus faz a você é que trabalhe para o pão que
dura a vida eterna. Veja que no capítulo 6 do Evangelho de João, o tema central
é o pão. Jesus, o enviado de Deus, é o pão do céu, é o pão da vida eterna. E
então diz: Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento
que dura até à vida eterna.
A partir da multiplicação dos pães, Jesus vai fazer uma longa
catequese sobre o Pão da Vida. E começa, hoje, por criar em nós a fome de Deus,
pela fé, pois que os sacramentos são sinais da fé. A multiplicação dos pães e
dos peixes era também um sinal. Jesus tinha matado a fome àquela gente com o
alimento que lhe multiplicara no monte. Mas, o alimento de que eles precisam e
que devem esforçar-se por encontrar é Ele próprio, o Senhor, a quem alcançarão
pela fé. Acreditar em Jesus e viver dessa fé é alimentar-se com o alimento que
leva à vida eterna.
A graça de Deus é a causa da salvação e a fé é o meio. É claro
que vários fatores ocasionam a salvação, como o próprio fato de estarmos
perdidos, ou o fato de ouvirmos a mensagem do evangelho, mas tudo isto são
causas imediatas, e por assim dizer, tornam-se meios. A causa primária é o
próprio Deus, a sua graça, a sua vontade de salvar, o seu desejo e amor pela
humanidade!
Em certo sentido podemos dizer que a graça é a parte de Deus e a
fé é a parte do homem embora a fé também seja um dom de Deus. Deus oferece
gratuitamente a salvação, mas o homem tem a responsabilidade de acreditar,
confiar e recebê-la. Você precisa crer em Jesus e em sua palavra! Não sejas
multidão tratado no Evangelho de hoje que pede ou exige de Jesus um sinal
forte, um milagre espetacular. O povo estava querendo ou esperando um Messias
poderoso, capaz de derrotar os opressores romanos. E que lhe garanta o pão
deste mundo, sem esforço e sem trabalhar. Notem que mais tarde Jesus vai dizer
que “o meu reino não é deste mundo”.
E daí a reação de Jesus: Trabalhai pelo alimento que dura até à vida
eterna. Qual é o alimento que dura até à vida eterna? Deve ser
aquele que chega até lá. Jesus disse-nos que era Ele próprio. E o que é que
significará trabalhar por Ele próprio, isto é, «pelo alimento que dura até à
vida eterna»? Naturalmente, pôr em prática o 1º e 2º mandamentos. E trabalhar
mais do que pela comida? Supondo que Jesus se refere ao trabalho pelo sustento.
Há que trabalhar em mais quantidade e qualidade pelo alimento que dura até à
vida eterna. Como é que o leitor faz isto?
Porque Jesus se posicionou desta maneira? A verdade é que o povo
não estava entendo muito bem “qual era a de Jesus”. Jesus se apresenta como o
único alimento que nos satisfaz plenamente. Ele se identifica como próprio pão
que alimenta a vida eterna em nós: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim
não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.
Jesus não está falando da sede de um copo de água nem a fome de
um prato de comida necessariamente. Mas sim, da sede e da fome ou necessidade
de se embriagar para fugir ou se esquecer da realidade sofrida com tantas
frustrações. Porque aquele que se embebe de Jesus igual a uma esponja embebida
em água, não terá necessidade de nenhuma fuga alucinante para se sentir bem.
Tem gente que se vinga comendo, e comendo. Outros bebendo uma
dúzia de cerveja, e assim por diante. Nada disso adianta porque longe de Deus
não existe felicidade. Porque só Jesus mata a nossa sede, e a nossa fome, de
querer mais e mais bens materiais, e prazeres de todos os tipos existentes
nesta vida passageira.
Portanto, trabalhemos e lutemos pelo pão que dura à vida eterna
e este Pão é Jesus acreditemos n’Ele. Alimentemo-nos da Sua Palavra, do Seu
Corpo e Sangue e teremos a vida eterna.
Propósito:
Senhor, dá-nos um coração desapegado do pão material.
Faz-nos querer sempre mais e mais alimentar-nos do Pão da Vida, da Palavra de
Deus e da Santa Eucaristia, que é o próprio Cristo que se dá e é o maior
milagre todos: um pedaço de pão que se transubstancia num Deus tão maravilhoso,
só por amor.
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