20 março - Pede ao nosso grande Patriarca São
José que te obtenha de Deus o que te convém, ou melhor, o que mais convém. (L
86). SÃO JOSE MARELLO
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Leitura do santo
Evangelho segundo São Lucas 13,1-9
Meditação:
O
texto de Lucas é composto por duas partes. A primeira é uma exortação ao
arrependimento e à conversão. A segunda é uma parábola que nos fala da
compaixão exigida no seguimento de Jesus e da crítica a um discipulado passivo,
lento e improdutivo.
O evangelista nos apresenta uma das atitudes fundamentais do discipulado
cristão: o arrependimento e a consequente reconciliação, mostrando-nos que
Jesus é compassivo e misericordioso, mas não passivo nem aceita arranjos.
No fundo, o que Jesus propõe é uma mudança de mentalidade que leve o ser humano
a transformar as bases de suas relações pessoais, interpessoais e comunitárias,
fazendo delas relações em resistência não violenta, justas e geradoras de vida
digna.
Nesse sentido, a parábola da figueira vem dar profundidade ao discípulo na luta
contra as adversidades e conflitos que se apresentam no seguimento,
exigindo-lhe que dê frutos nascidos da semente do evangelho.
Ainda que ditos frutos requeiram tempo e condições apropriadas para
amadurecerem, tudo tem limite. A produtividade da palavra de Deus se
manifestará ao produzirmos abundantes frutos de solidariedade e fraternidade.
No
Evangelho de hoje, Jesus descarta o sofrimento e a morte como castigo de Deus. Vocês pensam que, se aqueles
galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que
os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se
arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.
O mal,
o castigo, a morte não veêm de Deus. Pois se assim fosse, E então apelando pela
memória, o Senhor diz aos presentes:
lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre
caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que
moravam em Jerusalém? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se
arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreramos.
Porque
Jesus usa estas palavras e comparações? Porque este mesmo povo que reconhece em
Deus o princípio da vida, em dado momento abandona sua fidelidade a Javé
deixando de percebê-Lo como Senhor da história. Com isto, Israel vai perdendo
sua identidade que estava centrada na Aliança com Javé: a de ser o povo eleito.
Israel rejeita o Deus único e verdadeiro ao querer ocupar Seu lugar ou cair na
tentação da idolatria (Ex 32, 1-6).
Assim,
aquele povo que recebia a vida de Javé, experimenta a morte como conseqüência
de seu pecado, sendo que os profetas procuram alertar para a ligação existente
entre a desestruturação do povo e a sua infidelidade ao Deus da vida (Jr 21,
4-8).
Portanto,
a nossa separação de Deus resulta da rejeição à conversão ao seu amor terá como
conseqüência a nossa própria morte. Apesar de Deus ser longânime e é puro dom
de amor. Escute, pois, a Palavra de Jesus: Eu
afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão
morrer como eles morreram.
“Vê,
Eu te proponho, hoje, a vida e a felicidade ou a morte e a desgraça” (Dt 30,
15). “Pois Deus não fez a morte nem se alegra com a ruína dos vivos” (Sb 1,
13).
Jesus
insiste a que nos convertamos, deixemos de praticar o mal e aprendamos a
praticar o bem. Porque a irmã morte pode chegar no dia e na hora em que menos
pensarmos.
Reflexão
Apostólica:
Nós
cultivamos uma idéia errada que nos faz acreditar que todas as coisas ruins que
nos acontecem são castigo de Deus.
Jesus,
porém, nos ensina que “as desgraças nem sempre são castigos”, mas servem para
nos despertar sobre a brevidade da nossa vida aqui na terra e, assim, nos
impulsionar a uma mudança de mentalidade.
Às
vezes, somos como essa figueira, plantada no meio de uma vinha que produz.
Tomamos espaço do terreno, porém, nós mesmos, não melhoramos em nada.
Continuamos
com a mentalidade do homem velho, levando uma vida medíocre, trabalhando para
nos satisfazer e não damos os frutos desejados.
O
Senhor deseja encontrar em nós não apenas folhagem, isto é, aparência, mas
testemunho de conversão, de busca de santidade e de vivência do amor.
O
vinhateiro, no caso, apelou para a misericórdia do dono da vinha e pediu mais
uma oportunidade para a figueira. O dono da vinha é Deus Pai, o vinhateiro é
Jesus, e a vinha são todos os que Lhe são entregues para serem apresentados ao
Pai.
Diante
do Pai, Jesus advoga por nós e pede misericórdia. No entanto, aqui na terra,
nós também podemos ser como Jesus, esse vinhateiro que é colocado em alguma
função de trabalhador da messe.
Assim
como o pai ou uma mãe de família, um coordenador ou coordenadora de uma comunidade,
grupo de oração, ministério, em fim, aquele ou aquela que está cuidando do povo
de Deus, fazendo-o em nome de Jesus.
A
esses ou a essas, o Senhor dá a incumbência de “cavar em volta da figueira,
colocar adubo” para que esta possa crescer e dar frutos que alimentam.
A
nossa conversão é uma coisa urgente na nossa caminhada, mas também, é um
processo que se arrasta até o final da nossa vida, quando o dono da vinha vier
nos encontrar. Mas, como não sabemos quanto tempo Ele demorará, tenhamos
pressa, tanto em adubar as figueiras que nos forem entregues, como também nos
deixarmos “adubar” pelo nosso vinhateiro que é Jesus Cristo.
Não
teremos receio das “desgraças” se nos conservarmos dentro das graças do Pai,
sendo cuidados pelo Seu Filho Jesus e conduzidos pelo Seu Espírito Santo.
Você
também considera que as coisas ruins que lhe acontecem são castigo de
Deus? Ou você entende que possam ser um recado de Deus para que você se
converta? Você faz parte da vinha ou é como essa figueira que ocupa espaço
e não dá fruto? Mesmo sendo diferente dos outros, você acha que tem condições
de melhorar? Quem você considera como seu vinhateiro aqui na terra?
Tudo
aquilo que tem lugar no tempo de Jesus é iluminado pelo feito salvífico que se
iniciou com ele: os fatos políticos, as catástrofes históricas, a ação de
Jesus.
O
tempo final chegou. É a oportunidade feita por Deus para que se tome decisão;
convite à conversão e à penitência. Como João, também Jesus prega que se deve
fazer penitência, que não se deve deixar para mais tarde, que se deve dar fruto
com a mudança de vida e com as obras.
Jesus
vai mais longe do que João. Embora saiba que o juízo se aproxima e que vai cair
sobre Jerusalém a sentença de destruição, contudo intervém a favor de seu povo,
oferece amor, sacrifício e vida por Israel, a fim de que ainda se salve. O
fruto da comunidade não será outro que uma sociedade nova, um mundo novo em que
seja possível uma vida digna para todos.
Se não
virmos sinais desse fruto que salvará o mundo, significará que a semente do
Evangelho foi estéril. A produtividade se manifestará em atitudes justas e
fraternas. Nós também somos semente para gerar o mundo novo de que hoje se
precisa.
Como
vimos no Evangelho, Jesus chama à atenção do povo de Deus para que não se torne
uma figueira estéril, mas uma árvore que dê abundantes frutos de justiça,
solidariedade e fraternidade. Por isso, lhe adverte que têm um tempo breve,
durante o qual Deus espera que a figueira dê os frutos que lhe correspondem.
Terminado
esse tempo, Deus decidirá o que fazer com ela. Assim, o povo tem que entender
que o tempo não é indefinido, mas deve começar aqui e agora a mudar sua maneira
de pensar e a transformar seu modo de agir.
Muitas coisas podem acontecer e atrapalhar a nossa
vida. Por isso devemos estar preparados. Todos os dias. Por isso devemos nos converter
continuamente; por isso devemos nos arrepender dos nossos pecados. Cristo nos
ensinou isso.
Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão
contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente
para ti.
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