9 março – Pediremos a Santa Teresa,
a predileta de São José, que faça também de nós os seus prediletos. (L 163).
São Jose Marello
Lucas 11,29-32
"Quando a
multidão se ajuntou em volta de Jesus, ele começou a falar e disse o seguinte:
- Como as pessoas de
hoje são más! Pedem um milagre como sinal de aprovação de Deus, mas nenhum
sinal lhes será dado, a não ser o milagre de Jonas. Assim como o profeta Jonas
foi um sinal para os moradores da cidade de Nínive, assim também o Filho do
Homem será um sinal para a gente de hoje. No Dia do Juízo a rainha de Sabá vai
se levantar e acusar vocês, pois ela veio de muito longe para ouvir os sábios
ensinamentos de Salomão. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do
que Salomão. No Dia do Juízo o povo de Nínive vai se levantar e acusar vocês
porque, quando ouviram a mensagem de Jonas, eles se arrependeram dos seus
pecados. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Jonas."
Meditação:
"Para muitas pessoas, Deus deve manifestar-se constantemente para todos, pois somente assim o mundo poderá crer. Na verdade, essas pessoas querem uma demonstração evidente da existência de Deus e da sua presença no nosso dia a dia, porém o Evangelho de hoje nos mostra que assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, Jesus é um sinal para nós, e Jonas foi um sinal para os ninivitas apenas por suas palavras, que os ninivitas ouviram e creram. Deste modo, Jesus é um sinal para nós por sua palavra e é nela que devemos crer e não ficar exigindo que ele fique realizando “milagres” para que fundamentemos a nossa fé." (CNBB)
O evangelho de hoje nos apresenta uma acusação muito forte de Jesus contra os
fariseus e os escribas. Eles queriam que Jesus lhes mostrasse um sinal, porque
não acreditavam nos sinais e nos milagres que estava realizando. Esta acusação
de Jesus continua nos evangelhos dos próximos dias.
Meditando estes evangelhos devemos fazer muita atenção a não generalizar a
acusação de Jesus como fosse dirigida ao povo hebreu.
No passado a ausência desta atenção, contribuiu infelizmente para aumentar em
nós cristãos o anti-semitismo que causou tantos males à humanidade ao longo dos
séculos.
Em lugar de levantar o dedo contra os fariseus do tempo de Jesus, é melhor
espelharmo-nos nos textos para descobrir neles o fariseu que vive escondido
“Naquele tempo,
enquanto a multidão se apinhava, Jesus começo dizendo: ‘Esta geração é uma
geração perversa; ela procura um sinal, mas não lhe será sinal algum a não ser
o sinal de Jonas’”.
O evangelho de Mateus informa que eram os fariseus e os escribas os que pediam
um sinal (Mt 12,38). Queriam que Jesus realizasse para eles um final, um
milagre, de modo que pudesses ter a prova irrefutável se era o enviado de Deus,
como eles o imaginavam.
Queriam que Jesus se submetesse aos critérios deles. Queriam inseri-lo no
esquema do messianismo deles. Neles não havia uma qualquer abertura para uma
possível conversão. Mas Jesus não se submeteu a este pedido.
O evangelho de Marcos afirma que Jesus, diante dos pedidos dos fariseus,
suspirou profundamente (Mc 8,12), provavelmente de desgosto e de tristeza
diante de tamanha cegueira. Porque de nada serve apresentar um quadro muito
bonito a quem não quer abrir os olhos.
O único sinal que será dado é o sinal de Jonas. “Porque como Jonas foi um sinal para os ninivitas,
assim também o Filho do homem o será para esta geração”. Como será
este sinal do Filho do homem?
O evangelho de Mateus responde: “De fato, como Jonas ficou três dias e três
noites no ventre do peixe, assim o Filho do Homem ficará três dias e três
noites no ventre da terra” (Mt 12,40).
O único sinal será a ressurreição de Jesus. Este é um sinal que, no futuro,
será dado aos escribas e aos fariseus. Jesus, condenado a morte e a uma morte
de cruz, será ressuscitado por Deus e continuará a ressuscitar de muitas
maneiras naqueles que acreditam nele. O sinal que converte não são os milagres,
mas o testemunho de vida!
A alusão à conversão do povo de Nínive associa e lembra a conversão da Rainha
de Sabá: “A rainha do
sul levantar-se-á no juízo junto com os homens desta geração e os condenará;
porque ela veio da extremidade da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E
eis, aqui está alguém mais que Salomão!”
Esta lembrança quase ocasional do fato da Rainha de Sabá que reconhece a
sabedoria de Salomão, faz ver como era utilizada naquele tempo a Bíblia. Era
por associação. A regra principal da interpretação era esta: “A Bíblia se
explica com a própria Bíblia”. Até hoje, esta é uma das normas mais importantes
para a interpretação da Bíblia, sobretudo para a Leitura da Palavra de Deus num
clima de oração.
Depois da digressão sobre Salomão e sobre a Rainha de Sabá, Jesus volta a falar
sobre o sinal de Jonas: “O povo de Nínive se levantará no juízo junto com esta
geração e a condenará: porque ele à pregação de Jonas se converteu”.
Os habitantes de Nínive se converteram diante do testemunho da pregação de
Jonas e denunciam a incredulidade dos escribas e dos fariseus. Porque “aqui esta alguém mais do que
Jonas”. Jesus é maior que Jonas, mais que Salomão. Para nós
cristãos, é a chave principal da escritura (2Cor 3,14-18).
Nínive se converte à pregação de Jonas. Os escribas e os fariseus não se
converteram. Hoje os apelos da realidade provocam mudanças e conversões nos
povos do mundo inteiro: a ameaça ecológica, a urbanização que desumaniza, o
consumismo que massifica e aliena, as injustiças, as violência etc. Muitos
cristãos vivem distante destes apelos de Deus que nascem da realidade.
Jesus
veio anunciar a conversão, não somente aos judeus, mas também aos pagãos,
oferecendo a todos o perdão universal de Deus.
Os contemporâneos de Jesus estão com o coração endurecido diante do chamado de Deus à conversão. Eles possuem um sinal. A não conversão indica a condenação no juízo final.
Precisamos transformar nossa vida. Aproveitemos ao máximo este tempo de quaresma para reconhecer os sinais de salvação de Jesus, escutar e digerir suas palavras de vida e abrir o ouvido e o coração à sua proposta de salvação. Dia estranho e peculiar, este dia 29 de fevereiro que somente se apresenta a cada quatro anos e não sempre...
Como vimos, Jesus critica os escribas e os fariseus que conseguiam negar a evidência, tornando-se incapazes de reconhecer o chamado de Deus nos acontecimentos. E nós cristãos hoje, e eu: merecemos a mesma crítica de Jesus?
Uma
“polêmica” seqüência de afirmações! Deve ter sido isso que pensaram os que
ouviram Jesus no evangelho de hoje. Tão polemica que foi narrada por três dos
quatro evangelistas. Trazendo à nossa realidade poderíamos perguntar: quem
nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Um
fato: Nossa fé é muito frágil e alicerçada no que podemos ver e não deveria ser
assim. Reparem um fato real do nosso dia-a-dia.
“(…)
Vamos a uma loja, escolhemos uma TV das mais modernas, de uma marca boa e
confiável. Verificamos se o preço esta ao nosso alcance e, antes de concluir
a compra, pedimos para que o vendedor abra a caixa e ligue o aparelho. É
triste só saber em casa que esses novos aparelhos LCD não funcionam sem antena
externa, exceto aqueles que já vêm com conversor embutido.
Só
agora descobrimos que precisamos da antena externa que, em conjunto com a mão
de obra, cabos, conexões, nos custará em torno de cento e cinqüenta reais.
Não temos dinheiro para o serviço, mas conhecemos um amigo que sabe fazer um
“gato” na TV a cabo e pronto! Agora, resolvemos o problema da TV!"
Acertamos
quando procuramos por Deus, mas erramos quando esperamos uma retribuição pelo
encontro, pela fidelidade, pelo tempo de convívio… Conseguimos, porventura,
imaginar o caos que seria se tudo que queremos fosse atendido por Ele,
somente porque queremos e não porque realmente precisamos?
Precisamos
aprender a meditar antes de comprar (tomar uma atitude, fazer algo), saber que
precisaremos da antena, ter o dinheiro. Isso leva tempo, mas não gostamos de
planejar nossos passos. Tomamos muitas atitudes por impulsos, sem a razão, por
pura emoção e, depois, olhamos para o céu, pomos nossos joelhos no chão,
fazemos um “GATO” de oração e ainda culpamos Deus por não termos visto um
milagre!
“(…) A
oração é uma busca por Deus. É não se contentar de vê-lo passar sem o tocá-LO.
Portanto O FOCO DA ORAÇÃO NÃO É O PEDIDO E SIM A CONVERSA”.
“(…)
Vejo meu filho indo pra escola e mal leva um caderno – Deus! Ajuda meu filho a
passar de ano; “(…) Vejo meu filho adolescente andando com uma turminha difícil
– Oh Deus! Pede pro meu filho voltar pra casa cedo!; “(…) Sei que o emprego de
política dura três meses – Meu Senhor! Ajuda meu candidato vencer e eu ganhar
um DAS (cargo de confiança). Deus se apresenta a nós no entanto já nos
encantamos pela doce preguiça, pela omissão, pela mediocridade.
Quando
sentamos e rezamos o que pedimos? Coisas visíveis ou Invisíveis?
Na
oração é que Deus conversa. Conversar é dialogar. É ouvir e falar. Vou pedir,
mas vou ter que também escutar.
Que
Deus nos abra os olhos para ver sinais e ouvidos para acolher e entender a
Palavra do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor.
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