16 dezembro – Marquemos, passo a passo, o nosso progresso espiritual, sem nunca desanimar com as nossas quedas: ergamo-nos sempre com coragem, retomando novas forças para prosseguir a caminhada em direção ao Céu. (S 210).São Jose Marello
Lucas 7,19-23
"João, então, chamou dois deles e os enviou ao Senhor, para perguntar: "És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?" Eles foram ter com Jesus e disseram: "João Batista nos mandou a ti para perguntar se tu és aquele que há de vir ou se devemos esperar outro". Naquela ocasião, Jesus havia curado a muitos de suas doenças, moléstias e espíritos malignos, e proporcionado a vista a muitos cegos. Respondeu, pois: "Ide contar a João o que vistes e ouvistes: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e a pobres se anuncia a Boa-Nova. E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito"."
Meditação:
No evangelho de hoje, o centro do relato está nas
ações de Jesus como libertador de toda opressão e exclusão; entretanto, o papel
de João é muito importante.
João ouve falar da obra profética de Jesus na Galiléia e pergunta se é ele o
Messias esperado.
Ao enviar mensageiros para investigar junto a Jesus se Ele era mesmo o Enviado
do Pai, João Batista quis legitimar junto do povo a autenticidade da Missão do
Messias que já fora prognosticada pelo profeta Isaias.
Por isso, Jesus apenas referiu-se ao que estava acontecendo por meio Dele,
confirmando assim o que a Palavra já anunciara.
O Messias esperado pelos discípulos de João era mais que um rei nacionalista
que ia libertar o povo de Israel do poder dos romanos; era um Messias guerreiro
que iria vingar todo o sofrimento do povo.
Entretanto, Jesus dá sinais contrários a essa pretensão: não é um rei de
guerras e vinganças, mas de misericórdia e amor. Jesus, com suas ações, dá
testemunho.
Os discípulos de João vêem e ouvem, quer dizer, fazem a experiência pessoal de
estar com Jesus que liberta e restaura a vida.
João é o precursor de Jesus, mas não está seguro de que assim o seja; por isso
manda perguntar, o que permite pensar que os projetos proféticos se mantinham
firmes frente à permanente ameaça dos poderosos, ainda que em qualquer momento
o fizessem desaparecer, como fizeram com João e planejavam com Jesus.
Uma vez mais Jesus demonstra a natureza do projeto de Deus, que é vida digna e
abundante para quem já não tinha possibilidade de viver.
O anúncio do reino passa pelo testemunho, passa pela reparação da injustiça, da
dor; é um ataque frontal ao pecado e a tudo aquilo que gera desigualdade entre
as pessoas. Dar testemunho de Jesus e de seu projeto é nossa missão hoje.
Jesus é o Messias e faz uma opção concreta: pelos necessitados; eles são os
primeiros destinatários da Boa Nova.
Não se trata aqui de um grande movimento político, mas de uma nova maneira de
ser, fundada na fé e na solidariedade com quem mais necessita.
Hoje, como ontem, a vida é ameaçada, a dignidade é arrebatada e continua a
necessidade de demonstrar com ações e gestos de amor que outro mundo é
possível.
Portanto, precisamos estar atentos a tudo o que ocorre ao nosso redor,
como também na nossa vida e dentro de nós, a fim de que possamos constatar que
a Palavra de Deus é viva e eficaz.
Os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados,
o Senhor está no meio de nós. Podemos verificar isto nas nossas vidas: Jesus
está vivo e isto faz toda a diferença!
Precisamos contar para todo o mundo o que se passa conosco: o poder de Jesus nos
cura, nos liberta e hoje somos novas criaturas.
Não somos mais aquelas pessoas tristes e desanimadas que por qualquer motivo se
desesperavam.
A esperança norteia as nossas ações, a fé é a bússola que nos direciona, por
isso, não precisamos esperar por mais ninguém: Jesus já veio e age no meio de
nós.
Concluindo: Qual é nossa experiência pessoal com Jesus? Realmente optamos pelos
necessitados? E com que ações concretas damos testemunho do que vemos e ouvimos
cada dia de Jesus?
Reflexão Apostólica:
Por que, nos momentos de maior aflição, rezamos? O que
nos leva a procurar a Deus ou uma religião quando perdemos o controle de uma
situação? A resposta é bem simples: Porque confiamos em Deus!! Se então
confiamos em Deus, por que temos dúvidas? Por que fugimos do seu olhar, da sua
proteção, do seu projeto?
Existe uma fábula ou história onde uma brasa incandescente de carvão era
retirada do fogo e lá afastada do que lhe mantinha ardente, começa pouco a
pouco esfriar e, conseqüentemente, apagar.
A fábula continua com o pequeno e agora frio pedaço de carvão sendo colocado de volta no meio do fogo e, assim também, pouco a pouco, começa a voltar a esquentar, até novamente ficar incandescente.
Sim, nossa fé precisa estar sempre sendo monitorada e próxima a Deus, mas Deus não precisa provar o TEMPO INTEIRO com milagres e prodígios extraordinários para alimentar a fé dos nossos olhos. “(…) "Ide contar a João o que vistes e ouvistes: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e a pobres se anuncia a Boa-Nova. E FELIZ DE QUEM NÃO SE ESCANDALIZA A MEU RESPEITO".
Aí está o grande engano daqueles que procuram os MILAGRES DE DEUS e não o DEUS DOS MILAGRES.
Talvez mais enganados estejam aqueles pastores (no sentido formal da palavra)
que conduzem suas ovelhas a buscar o fútil (a “famosa” teologia da
prosperidade) em detrimento ao reino de Deus.
Jesus apresenta aos discípulos de João que um dos milagres realizados e operado nas multidões que o acompanhavam era o RECEBIMENTO DO EVANGELHO PELOS POBRES.
Preocupamos-nos tanto em ver curas, milagres,
libertações, mudanças de comportamento, mas esquecemos da devida importância a
Palavra de Deus.
Cura, todos precisam ou precisaremos um dia, seja ela física, psicológica ou espiritual (um coração ferido, uma mágoa antiga e persistente, um perdão), mas é a palavra que nos mantém incandescentes, vigilantes e amadurecidos. Reparemos qual foi a missão dada por Jesus a seus discípulos e a nós antes da ascensão ao céu.
Após a morte de João Batista, O Senhor, cada vez mais determinado, assume uma postura ainda mais profética, mas mesmo assim ela não consegue tocar a todos os discípulos de João que chegaram até a questioná-LO.
Jesus não tinha a postura de seu primo João Batista, cuja maior missão era preparar o caminho do salvador. A do Senhor era assumir a missão e o cajado partindo em busca daqueles que mais precisavam.
As palavras de Jesus não passaram e não passarão, pois ela chegou e chega até hoje aos que queriam e querem realmente ouvir.
Existem sacerdotes que, muitas vezes, não são lembrados pelas missas que presidem, mas pelas vezes que visitou e levou a Palavra e a Eucaristia a pessoas doentes.
Podemos até ficar em dúvida se aconteceu ou não um milagre na vida de um irmão, mas algo que não gera dúvidas é ação da própria palavra de Deus na vida dele.
Ao caminharmos para a próxima vela do Advento, a ALEGRIA vai se transformando pouco a pouco, em uma alegre ESPERANÇA.
Pai,
enviaste teu Filho ao mundo, na condição de Messias dos pobres. Que eu saiba
reconhecê-lo no gesto simples de solidariedade com os pobres e sofredores.
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