segunda-feira, 28 de dezembro de 2020
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
EVANGELHO DO DIA 20 DE DEZEMBRO 2020 - 4º DOMINGO DO ADVENTO
20 dezembro - É natural que sintamos vergonha de nossas faltas e, depois de uma queda, quase já nem ousamos mais dirigirmo-nos a Deus. Enchamo-nos de coragem! Deus é tão bom!... Aquele Jesus que, esquecendo as ofensas dos apóstolos, levou-lhes a paz depois da sua ressurreição, trará a sua paz também ao nosso coração humilhado e angustiado. (S 205). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,26-38
Quando
Isabel estava no sexto mês de gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel a uma cidade
da Galiléia chamada Nazaré. O anjo levava uma mensagem para uma virgem que
tinha casamento contratado com um homem chamado José, descendente do rei Davi.
Ela se chamava Maria. O anjo veio e disse:
- Que a paz esteja com
você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.
Porém Maria, quando
ouviu o que o anjo disse, ficou sem saber o que pensar. E, admirada, ficou
pensando no que ele queria dizer. Então o anjo continuou:
- Não tenha medo,
Maria! Deus está contente com você. Você ficará grávida, dará à luz um filho e
porá nele o nome de Jesus. Ele será um grande homem e será chamado de Filho do
Deus Altíssimo. Deus, o Senhor, vai fazê-lo rei, como foi o antepassado dele, o
rei Davi. Ele será para sempre rei dos descendentes de Jacó, e o Reino dele nunca
se acabará.
Então Maria disse para
o anjo:
- Isso não é possível,
pois eu sou virgem!
O anjo respondeu:
- O Espírito Santo virá
sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso
o menino será chamado de santo e Filho de Deus. Fique sabendo que a sua parenta
Isabel está grávida, mesmo sendo tão idosa. Diziam que ela não podia ter
filhos, no entanto agora ela já está no sexto mês de gravidez. Porque para Deus
nada é impossível.
Maria respondeu:
- Eu sou uma serva de
Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!
E o anjo foi
embora.
Meditação:
A leitura do evangelho de Lucas já é bastante
conhecida. Hoje lemos a anunciação do arcanjo Gabriel a Maria de que será a mãe
do Filho de Deus, o Messias, o Salvador do mundo.
O relato nos é familiar porque na Bíblia lemos muitas anunciações, muitas vocações. Podemos dizer que aqui não se trata só da anunciação a Maria, mas também de sua vocação. É chamada a colaborar decididamente no plano de Deus. Espera-se seu consentimento aos planos do Pai, sua inteira submissão à vontade divina.
O texto nos revela que Deus a amou e a dotou de uma
graça superabundante por causa da missão que lhe está confiando: a de ser mãe
do Messias. Lemos que Maria terminou manifestando total disponibilidade a essa
missão. Suas palavras são exemplares: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em
mim segundo tua palavra”.
Hoje se precisa de pessoas de fé, capazes de
libertar Deus dos estreitos muros do ritualismo e que saibam ver o Espírito,
impulsionando homens e mulheres de bem que, dia a dia, constroem o mundo justo
e fraterno com que Deus sonha.
Agora Maria espera o nascimento do filho concebido
em seu seio com a graça e o poder criador de Deus, da mesma forma que nós
também esperamos que chegue o Natal para poder adora-lo e bendize-lo.
Somos chamados a assumir neste Advento as atitudes
de Maria: humilde disponibilidade à vontade de Deus sobre nós, gozosa acolhida
de sua palavra, fidelidade à nossa vocação de cristãos e à tarefa que Deus dispôs
para cada um de nós
O mundo espera de nós e da Igreja que, como Maria,
façamos nascer a Cristo no coração de tantos e tantos que ainda não o conhecem
e que não ouviram sua palavra de salvação.
Quanto mais nós meditamos sobre esta passagem do
Evangelho mais nós nos conscientizamos da grande participação de Maria no
Projeto Salvífico do Pai. Conforme prometera Deus escolheu Aquela de cuja
descendência sairia o Salvador dos homens.
Lucas apresenta os personagens e os lugares que
preparam a chegada de Jesus: Gabriel, Zacarias, Maria, José, Isabel, João
Batista, os pastores, Simeão, Ana, Nazaré, o Templo. Descreve o que está
acontecendo: a ajuda de Deus a cada um deles, e mostra a forma como é recebido
Jesus na vida de cada um desses personagens.
Ainda que todos tenham uma importância dentro do relato, o personagem central é
Maria: ela recebe o chamado do Senhor, experimenta a certeza da bondade de Deus
e responde com generosidade ao chamado. Maria nos apresenta uma forma concreta
de acolher e tornar viva a Palavra de Deus que se manifesta de forma concreta
na nossa vida.
Maria é um exemplo de humildade e obediência ao
Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com
humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.
As mesmas palavras que o anjo dirigiu à Mãe de Jesus nos são dirigidas também, hoje, quando somos escolhidos (as) para cooperar na edificação do reino de Deus aqui na terra: “Não tenhas medo,…porque encontraste graça diante de Deus”.
Senhor Jesus, que a contemplação da concepção imaculada
de tua mãe desperte em mim o desejo de romper, definitivamente, com o pecado
que maculou a humanidade.
Evangelho do dia 19 de dezembro sábado 2020
19 dezembro - Ao cair em alguma falta, procuremos levantarmo-nos logo, mas não nos apoiemos em nossas forças, que não nos poderiam sustentar, mas naquela mão piedosa que Deus nos estende com tanto carinho. (S 203). São Jose Marello
Lucas 1,5-25
"Quando Herodes era o rei da terra de Israel, havia um sacerdote chamado Zacarias, que era do grupo dos sacerdotes de Abias. A esposa dele se chamava Isabel e também era de uma família de sacerdotes. Esse casal vivia a vida que para Deus é correta, obedecendo fielmente a todas as leis e mandamentos do Senhor. Mas não tinham filhos porque Isabel não podia ter filhos e porque os dois já eram muito velhos.
Certo dia no Templo de
Jerusalém, Zacarias estava fazendo o seu trabalho de sacerdote, pois era a sua
vez de fazer aquele trabalho diário. Conforme o costume dos sacerdotes, ele
havia sido escolhido por sorteio para queimar o incenso no altar e por isso
entrou no Templo do Senhor. Durante o tempo em que o incenso queimava, o povo
lá fora fazia orações. Então um anjo do Senhor apareceu em frente de Zacarias,
de pé, do lado direito do altar. Quando Zacarias o viu, ficou com medo e não
sabia o que fazer. Mas o anjo lhe disse:
- Não tenha medo,
Zacarias, pois Deus ouviu a sua oração! A sua esposa vai ter um filho, e você
porá nele o nome de João. O nascimento dele vai trazer alegria e felicidade
para você e para muita gente, pois para o Senhor Deus ele será um grande homem.
Ele não deverá beber vinho nem cerveja. Ele será cheio do Espírito Santo desde
o nascimento e levará muitos israelitas ao Senhor, o Deus de Israel. Ele será
mandado por Deus como mensageiro e será forte e poderoso como o profeta Elias.
Ele fará com que pais e filhos façam as pazes e que os desobedientes voltem a
andar no caminho direito. E conseguirá preparar o povo de Israel para a vinda
do Senhor.
Então Zacarias
perguntou ao anjo:
- Como é que eu vou
saber que isso é verdade? Estou muito velho, e a minha mulher também.
O anjo respondeu:
- Eu sou Gabriel, servo
de Deus, e ele me mandou falar com você para lhe dar essa boa notícia. Você não
está acreditando no que eu disse, mas isso acontecerá no tempo certo. E, porque
você não acreditou, você ficará mudo e não poderá falar até o dia em que o seu
filho nascer.
Enquanto isso, o povo
estava esperando Zacarias, e todos estavam admirados com a demora dele no
Templo. Quando saiu, Zacarias não podia falar. Então perceberam que ele havia
tido uma visão no Templo. Sem poder falar, ele fazia sinais com as mãos para o
povo.
Quando terminaram os
seus dias de serviço no Templo, Zacarias voltou para casa. Pouco tempo depois
Isabel, a sua esposa, ficou grávida e durante cinco meses não saiu de casa. E
ela disse:
- Agora que o Senhor me
ajudou, ninguém mais vai me desprezar por eu não ter filhos. "
Meditação:
Lucas descrever os fatos evoca as
circunstâncias do nascimento de pessoas que no AT tiveram um papel importante
na realização do projeto de Deus e cuja infância já parecia marcada pelo
destino privilegiado que iam ter: Moisés (Ex 2,1-10), Sansão (Jz 13,1-4 e 13,24-25),
Samuel (1Sam 1,13-28 e 2,11).
Quanto mais conhecimento você conseguir acumular do Antigo Testamento, mais
evocações vai descobrir nos escritos de Lucas.
Os dois primeiros capítulos do seu Evangelho não são histórias no sentido em
que nós hoje entendemos a história.
Funcionam mais como espelho para ajudar os leitores e leitoras a descobrir que
João e Jesus tinham vindo realizar as profecias do Antigo Testamento.
Lucas quer mostrar como Deus, através dos dois meninos, veio atender às mais profundas
aspirações do coração humano.
De um lado, Lucas mostra que o Novo realiza o que o Antigo prefigurava. De
outro lado, ele mostra que o novo ultrapassa o antigo e não corresponde em tudo
ao que o povo do Antigo Testamento imaginava e esperava.
Na atitude de Isabel e Zacarias, de Maria e José, Lucas apresenta um modelo de
como se converter e acreditar no Novo que está chegando.
Lucas interpretou a tradição do nascimento de João apresentando Zacarias e
Isabel com a tonalidade dos matrimônios sem filhos do Antigo Testamento.
Deus, uma vez mais, faz o impossível para cumprir suas promessas. O importante
do anúncio é a inteligência e a capacidade com que Deus se mostra a Zacarias,
em contraposição à resposta insegura e questionadora deste.
Zacarias age como um incrédulo frente ao prometido por Deus. Zacarias e Isabel,
duas pessoas anciãs que respeitam a Deus, apegadas à Lei do Senhor, são os
destinatários de onde sairá uma nova oportunidade para que o povo de Israel se
disponha a receber o precursor do Messias, João Batista.
Começou a era messiânica para o perdão, a esperança e a salvação. A boa notícia
de hoje nos leva ao compromisso que é reconhecer a ação de Deus em nossas
vidas.
O Deus em quem cremos pode realizar o impossível aos olhos humanos para cumprir
o prometido, contanto que confiemos plenamente nele
Lucas, após um breve prólogo onde justifica seu trabalho redacional do
evangelho, narra o anúncio do nascimento de João (Batista) e de Jesus, feito
pelo anjo Gabriel, sucessivamente a Zacarias e a Maria. João e Jesus estão
associados entre si desde suas concepções milagrosas.
Marcos começa o seu evangelho, o primeiro dos canônicos a ser escrito, com o
batismo de João como momento inaugural do ministério de Jesus.
Mateus e Lucas, por sua vez fazem a introdução a este batismo inaugural de
Jesus com suas narrativas de infância, cada um com um sentido teológico
próprio. Mateus apresenta Jesus inserido na genealogia davídica, como aquele
que vem cumprir as escrituras.
Lucas apresenta Jesus como sinal de contradição, o que já vem acontecendo com
seu precursor, João Batista
O evangelho de hoje apresenta o anúncio do nascimento de João a Zacarias, um
sacerdote ancião, servo do templo de Jerusalém.
O
término do anúncio é semelhante ao anúncio a Maria, porém, Zacarias não
acredita que o desígnio de Deus possa ser possível, dada a idade avançada dele
e de sua esposa Isabel.
As palavras do anjo esclarecem Zacarias a respeito do projeto de Deus,
confrontando a fé do sacerdote.
Aqui não há uma resposta de disposição total, ao contrário, Zacarias duvida do querer de Deus, o que gera sua mudez.
A mudez de Zacarias é uma mostra do silencio sacerdotal e religioso ante a vinda do Filho de Deus.
Nessa lógica cultural, não é fácil celebrar o anúncio de um filho, ainda que
este lhe devolva o reconhecimento social e religioso.
Hoje, também os cristãos são chamados a reafirmar a fé em Deus e reconhecer sua
voz nos sinais dos tempos, que exigem uma resposta.
Historicamente, têm sido muitos os silêncios que silenciam também a Deus. Não
podemos nos calar e não podemos desconfiar da grandeza do poder de Deus, que
mantém sua promessa de libertação, ainda que se valendo de meios inesperados.
Primeiro ponto importante: era um casal idoso, e ainda por cima, ela era
estéril. Na palestina daquela época era costume se ter muitos filhos. Isso era
um sinal de fertilidade e era considerada uma bênção de Deus.
Quando um casal não tinha filhos, era como se Deus não tivesse abençoado o
casal. E isso era motivo de vergonha e humilhação, principalmente para a
mulher.
Deus poderia ter escolhido um casal jovem para ser a família de João Batista,
mas preferiu um casal de idosos. Não foi o primeiro casal de idosos que Deus confiou
tão grande missão...
O Antigo Testamento está cheio de casos assim. Daí,
podemos tirar a primeira lição de hoje: para servir a Deus, idade não é
desculpa!
Zacarias ainda tentou se esquivar dizendo: "Mas como isso pode acontecer?
Eu sou um velho, e minha mulher também..."
Do mesmo jeito que muitos velhos de hoje preferem ficar no seu cantinho, com a
boca aberta, cheia de dentes (ou não), olhando o tempo passar, e esperando a
morte chegar...
A propósito, é de se salientar qie "velho", não se refere aos que têm
idade avançada não, mas, principalmente, àqueles que acham que já passou o seu
tempo, que já deu o que tinha que dar...
O segundo ponto importante de se frisar, hoje, é a superação de João Batista
frente aos problemas que ele teve que superar desde antes do seu nascimento,
tais como: Ser criado por pais idosos... a mãe que foi se esconder nas
montanhas quando engravidou... a provável morte dos pais ainda durante a sua
infância ou adolescência (já que eram idosos)... ter que aprender a se virar
sozinho (por isso foi morar no deserto, e aprendeu a comer gafanhotos, mel do
campo, e se vestir com a pele de animais)...
João Batista tinha tudo pra ser um coitadinho, mas aprendeu a superar as
dificuldades desde pequeno.
Provavelmente, pelos pais serem idosos, ele passou a ajudá-los nos afazeres da
casa desde que aprendeu a andar...
Isso, para uma criança, poderia ser traumatizante, mas João não se deixou
abater por nada.
Como já dizia Padre Léo, "João
Batista foi um trator de esteira: veio aplainar o terreno pra Jesus!".
O que mais me cativou na maneira de Lucas descrever os
fatos da vida? Como leio os fatos da minha vida? Como fotografia ou como
raio-X?
A mensagem de hoje é de incentivo, de ânimo! Não se deixar abater pelas dificuldades, e enfrentar os obstáculos!
ÂNIMO!!!
Pai,
atendendo à oração de Zacarias, manifestaste tua misericórdia para com o justo
sofredor. Sê também benévolo diante das nossas angústias.
Evangelho do dia 18 de dezembro sexta feira 2020
18 dezembro - O nosso arrependimento seja calmo e tranquilo, de modo que, ao nos fazer tomar consciência do mal que fizemos, nos dê ânimo para voltarmos ao bom caminho. (S 202). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 1,18-24
A
perícope evangélica da concepção virginal de Jesus tem sido objeto de
controvérsia. As interpretações são desencontradas tanto por desconhecermos
elementos fundamentais para compreendê-la, o que não acontecia com as
comunidades primitivas, quanto por projetarmos nossos preconceitos sobre o
texto bíblico.
O Evangelho detém-se na soleira do mistério insondável de Deus, numa atitude de
respeito e reverência, sem se importar com especulações de caráter anatômico ou
fisiológico. Só lhe interessam os elementos teológico-espirituais deste dado da
fé da Igreja.
O “noivado” nos tempos de Cristo – De modo geral, não eram os jovens que
escolhiam com quem iam casar. Eram os pais deles que se encarregavam disso. O
noivo ou a noiva era escolhido entre os membros da mesma parentela, mas não
podiam ser escolhidos parentes muito próximos deles. O Levítico (18,6-18) não
permitia: “Nenhum de vós se aproximará de sua parenta próxima para descobrir a
sua nudez.” (...)
O noivado durava cerca de 12 meses, durante os quais a casa era preparada pelo
noivo e o enxoval era preparado pela noiva. No ato do noivado, o pai do noivo
ou o próprio rapaz tinha que pagar um dote ao pai da noiva. O valor do dote
dependia do lugar, do tempo, da posição social dos pretendentes, mas
correspondia, em média, a uns cinco ciclos de prata.
“Um
homem ficava oficialmente noivo quando, entregando o presente à moça, dizia:
com isso você é separada para mim, segundo as leis de Moisés e Israel.” (Vide
Ralph Gower in “Usos e Costumes dos tempos bíblicos”, pag 65).
O noivado era muito mais sério do que os noivados de hoje. Tornando-se noivo, o
jovem passava a ser dispensado do serviço militar. Se alguém estuprasse uma
noiva, não podia casar-se com ela, pois era tida como pertencente ao jovem
compromissado.
De modo geral, pouco se fala na parte que cabe a José no episódio da
encarnação. Mas também ele teve a sua grande e importante participação.
Ora,
aconteceu que Maria, estando noiva com ele, apareceu grávida antes de
coabitarem. Considerando-se as implicâncias do noivado no tempo de Cristo, como
narramos acima, podemos avaliar o grande constrangimento que teve José.
Uma
das presunções que passou pela cabeça dele é que Maria tivesse sido seduzida ou
violentada. José preparava-se para tomar a providência mais delicada e suave
que a Lei permitia, quando recebeu a mensagem de Deus em sonho comunicando-lhe
a ação do Espírito Santo.
Então,
sem hesitar, recebeu Maria como sua esposa, dando a Jesus um nome, uma
descendência e uma casa. José mostrou muita serenidade e caráter nesses
momentos críticos e foi bem o que Deus queria para o homem que devia criar o
seu filho. Sobretudo, foi decisiva nele a fé, que pode ser comparada à de
Abraão.
“Do ponto da vista da Lei, José não estava fazendo nada de errado se repudiasse
Maria. ... Mas o Evangelho nos apresenta algo inusitado: José não abandona
Maria...por ter ouvido a voz de Deus.” (Pe. Claudiano A. dos Santos)
No momento atual, a cada dia se nos deparam casos mais freqüentes de separação
matrimonial. Alguns casais antigos, unidos há tantos anos, nos deixam sem
fôlego ao nos pararem para contar com a maior naturalidade a inacreditável
aventura.
As
razões apresentadas quase sempre são inspiradas na voz do egoísmo. As partes
beligerantes nunca fazem calar as vozes dos próprios ressentimentos. Essas
vozes não deixam ouvir, por exemplo, as vozes dos filhos deles que os rodeiam
e, principalmente, a voz de Deus.
Reflexão Apostólica:
O Evangelho de hoje fala de um dos homens que eu
mais admiro na Bíblia: José. Não só pelo importantíssimo papel de pai terreno
de Jesus, mas principalmente por aceitar casar-se com Maria, estando ela
grávida antes de deitar-se com ele, confiando apenas em um sonho que ele teve.
Admito que não sei se teria a mesma atitude dele... Talvez me falte essa fé...
E talvez por isso eu o admire tanto...
Maria poderia ter dito ao anjo: "Posso conversar com meu noivo antes de
aceitar essa proposta de Deus?" Mas ela deu a sua resposta independente da
resposta de José. E isso deixa clara uma característica de Maria: a sua
impulsividade.
A mesma impulsividade que fez com que ela
antecipasse a vida pública de Jesus nas Bodas de Caná. Fico imaginando... e se
José não tivesse aceito casar com Maria? Ele estaria sendo justo, e ninguém
iria poder condená-lo, pois ele não foi consultado para concordar ou discordar
da concepção de Jesus por Maria, sob a ação do Espírito Santo, sem a sua
participação.
Há muito tempo eu me pergunto se Deus foi justo com José... Só um homem que se
guarda para o casamento poderia entender o que eu estou falando.
A única resposta que me vem é que Deus não
tiraria algo tão importante de José, se não lhe concedesse uma boa
compensação... Ser o pai terreno do Filho de Deus. Nenhum outro homem na
história teve esse papel de ser o formador, o educador, a referência de pai
para Jesus.
Da mesma forma, muitas pessoas não conseguem
se identificar com Maria, Mãe de Jesus, porque não se dão bem com sua mãe
terrena...
Vou dizer algo bastante óbvio, mas que muitas vezes não nos damos conta: Jesus
não nasceu adulto! Ele foi criança, e precisou aprender a andar, falar, ler,
escrever, pensar, tratar, observar e tocar as pessoas... Isso não se nasce
sabendo: se aprende. E o papel de José foi fundamental para o crescimento
físico, social e espiritual de Jesus.
Observe que em Mateus 12,50 Jesus diz que quem faz a vontade de seu Pai que está
nos Céus é seu irmão, sua irmã e sua mãe, mas não diz que pode ser seu pai.
O único que pôde desempenhar o papel de pai
terreno de Jesus foi José. E eu acredito que tão difícil quanto encontrar a mãe
ideal para Jesus, foi encontrar esse pai ideal.
Evangelho do dia 17 de dezembro quinta feira 2020
17 dezembro - Humilha-nos muito dever admitir que sempre recaímos nos mesmos defeitos e que, nas mesmas circunstâncias, não conseguimos vencer a nós mesmos, mas essa humilhação já nos serve de punição. (S 202). São Jose marello
Mateus 1,1-17
"Esta é a lista dos antepassados de Jesus Cristo, descendente de Davi, que era descendente de Abraão.
Abraão foi pai de
Isaque, Isaque foi pai de Jacó, e Jacó foi pai de Judá e dos seus irmãos. Judá
foi pai de Peres e de Zera, e a mãe deles foi Tamar. Peres foi pai de Esrom,
que foi pai de Arão. Arão foi pai de Aminadabe, que foi pai de Nasom, que foi
pai de Salmom. Salmom foi pai de Boaz, e a mãe de Boaz foi Raabe. Boaz foi pai
de Obede, e a mãe de Obede foi Rute. Obede foi pai de Jessé, que foi pai do rei
Davi.
Davi e a mulher que
tinha sido esposa de Urias foram os pais de Salomão. Salomão foi pai de Roboão,
que foi pai de Abias, que foi pai de Asa. Asa foi pai de Josafá, que foi pai de
Jorão, que foi pai de Uzias. Uzias foi pai de Jotão, que foi pai de Acaz, que foi
pai de Ezequias. Ezequias foi pai de Manassés, que foi pai de Amom, que foi pai
de Josias. Josias foi pai de Jeconias e dos seus irmãos, no tempo em que os
israelitas foram levados como prisioneiros para a Babilônia.
Depois que o povo foi
levado para a Babilônia, Jeconias foi pai de Salatiel, que foi pai de
Zorobabel. Zorobabel foi pai de Abiúde, que foi pai de Eliaquim, que foi pai de
Azor. Azor foi pai de Sadoque, que foi pai de Aquim, que foi pai de Eliúde.
Eliúde foi pai de Eleazar, que foi pai de Matã, que foi pai de Jacó. Jacó foi
pai de José, marido de Maria, e ela foi a mãe de Jesus, chamado Messias.
Assim, houve catorze
gerações desde Abraão até Davi, e catorze, desde Davi até que os israelitas
foram levados para a Babilônia. Daí até o nascimento do Messias, também houve
catorze gerações."
Meditação:
A vinda de Jesus ao mundo foi precedida de uma história: a história do povo de Israel, que tem o seu início com Abraão, desenvolve-se até atingir o seu apogeu com o Rei Davi, depois entra em declínio até atingir o seu ponto mais baixo com Josias e o exílio da Babilônia, para depois evoluir até chegar à plenitude dos tempos com Jesus, Deus presente e atuante na história dos homens, que vai ser a realização da promessa a Abraão que nele serão abençoadas todas as nações da terra e a salvação chega para todos os povos com a libertação do pecado e da morte e a presença do próprio Deus na vida de todos nós. Ufa! Que parágrafo comprido...
A narrativa bíblica, no Antigo Testamento, é pontuada com personagens que são
elos para as cadeias de genealogias que foram instrumento de afirmação da
pureza racial no judaísmo que surgiu após o exílio. Serviam também para
reivindicar estirpes sacerdotais e identificar vocações messiânicas. Elas foram
elaboradas em uma seqüência ordenada em blocos de sucessão.
Neste sentido, Mateus apresenta uma genealogia em três blocos: de Abraão a Davi, de Davi ao Exílio, do Exílio a José. Nelas destacam-se dois personagens maiores: Abraão e Davi.
No período entre Davi e o Exílio, Mateus coloca a sucessão da realeza davídica,
enquanto que Lucas segue outra ordem arbitrária. Lucas tem uma visão
universalista da encarnação, menos atrelada à ideologia nacionalista davídica
do judaísmo.
Mateus inicia seu evangelho com esta genealogia no sentido de vincular Jesus à
descendência davídica a partir da paternidade de José.
O Evangelho de hoje lembra a genealogia de Jesus. O Antigo Testamento diz que o
Salvador do mundo virá da descendência de Davi, por isso que Jesus também é
chamado, em algumas passagens dos Evangelhos, de Filho de Davi.
Dois pontos são interessantes observar nesta meditação:
Primeiro:
de Davi até José, a descendência passou apenas entre os homens. É claro que a
nossa tradição católica diz que José não teve nenhuma participação na concepção
de Jesus, mas apenas na sua criação.
Segundo:
são observadas algumas contradições entre a genealogia apresentada nesta
passagem de Mateus, e na genealogia apresentada em Lucas 3,23-38.
Enquanto que, em Mateus, a genealogia descendente vai de Abraão a José, em Lucas a genealogia ascendente vai de José a Adão. Uma das contradições diz respeito ao pai de José que, aqui em Mateus, é Jacó e, em Lucas, é Heli.
A explicação para isso pode ser uma tradição antiga entre os judeus, que dizia que o genro também era considerado filho. Portanto, ou Heli ou Jacó seria o pai de Maria.
Em Lucas 3,4-5, quando é falado do recenseamento de toda a terra, é reafirmado que José era "da casa e da família de Davi". Tudo isso para afirmar e confirmar que Jesus era da linhagem real, profetizada no Antigo Testamento.
Essa árvore genealógica vincula Jesus com aqueles que configuraram a história de seu povo, patriarcas, reis, sacerdotes, profetas; também mulheres estrangeiras e profetas populares. É uma releitura da história do povo de Israel, que desemboca em Jesus, o Messias.
É importante observar que, entre os antepassados de Jesus, há
pessoas que foram instrumentos para realizar a vontade de Deus; esse é o caráter
teológico deste relato.
Se não o vemos assim, facilmente podemos pensar que se trata de uma cadeia
histórica de muitos homens poderosos, com pouca participação da mulher.
Entretanto, é uma mulher, Maria, para qual a história converge e se desemboca.
Hoje somos convidados pela Palavra de Deus a recuperar a memória. Certamente em
nossa comunidade, quem sabe, em nossa família, existiram homens e mulheres
valiosos que foram testemunhas de autêntico compromisso cristão.
Reflexão Apostólica:
O evangelista Mateus apresenta hoje uma esplêndida lista dos antepassados de Jesus. Trata-se de um exercício no qual confluem teologia e história.
Esta é a forma como as primeiras comunidades cristãs compreendiam a ação de Deus na história: se Jesus é tão importante, é mais do que justo vincular suas origens a uma cadeia de pessoas muito importantes para o povo.
Também é muito importante, para a nossa reflexão de hoje, o valor dado aos
nossos antepassados.
Dificilmente encontraremos alguém que saiba os nomes das suas bisavós, muito menos das suas tataravós, que representam apenas a 3ª e 4ª geração antes de nós.
Na época de Jesus, conhecer a genealogia era fundamental, principalmente quando
a descendência era composta de pessoas importantes.
Qual a importância de se valorizar os antepassados? Conhecer a nossa origem. De
onde viemos.
Também tem outro fator importante: conhecer a origem das nossas qualidades e defeitos mais profundos.
Dos nossos pais, não herdamos apenas a carga genética, mas muitos traços de
personalidade, seja por imitação ou por "contra-imitação" consciente
do que consideramos errado.
Por exemplo: quem cresceu recebendo atenção dos pais, vai considerar isso
importante e vai ser assim com os filhos, e vai repassar isso de geração para geração.
Da mesma forma, quem cresceu sendo espancado pelos pais, pode considerar que
essa é uma forma errada de educar os filhos, e nunca repetir essa atitude com
seus filhos.
Você pode estar pensando: por que isso é importante? A resposta é fácil: Você
ou seu (sua) filho (a) está pensando em casar?
Quando nos casamos com alguém, não casamos somente com uma pessoa, mas com toda a família dela. É claro, que de uma família ajustada, a probabilidade de sair uma pessoa ajustada é bem maior, em comparação com uma família desajustada.
Por isso, vai o conselho: conheça a família do(a) seu(sua) namorado(a); observe
a forma como se tratam os pais dele(a); observe a forma como os pais dele(a)
o(a) tratam; observe a forma como ele(a) trata os pais e os irmãos dele(a). E,
o mais importante: converse sobre isso com ele(a).
Pode até ser difícil para ele(a), no início... mas se você deixa passar, todos
os maus tratos que aconteciam na casa dele(a) vão repassar para a sua futura
casa.
Lembremo-nos: traços de personalidade hereditários sempre têm uma grande
influência (positiva ou negativa) na nossa personalidade.
Aproveitemos e observemos, também, as nossas próprias falhas hereditárias, e
acreditemos: nós podemos ser melhores, basta querer, e nós queremos...
Propósito:
Pai,
que a presença de teu Filho Jesus, na História, leve à plenitude a obra de tua
criação, fazendo desabrochar, em cada coração humano, o amor para o qual foi
criado.
16 dezembro – Marquemos, passo a passo, o nosso progresso espiritual, sem nunca desanimar com as nossas quedas: ergamo-nos sempre com coragem, retomando novas forças para prosseguir a caminhada em direção ao Céu. (S 210).São Jose Marello
Lucas 7,19-23
"João, então, chamou dois deles e os enviou ao Senhor, para perguntar: "És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?" Eles foram ter com Jesus e disseram: "João Batista nos mandou a ti para perguntar se tu és aquele que há de vir ou se devemos esperar outro". Naquela ocasião, Jesus havia curado a muitos de suas doenças, moléstias e espíritos malignos, e proporcionado a vista a muitos cegos. Respondeu, pois: "Ide contar a João o que vistes e ouvistes: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e a pobres se anuncia a Boa-Nova. E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito"."
Meditação:
No evangelho de hoje, o centro do relato está nas
ações de Jesus como libertador de toda opressão e exclusão; entretanto, o papel
de João é muito importante.
João ouve falar da obra profética de Jesus na Galiléia e pergunta se é ele o
Messias esperado.
Ao enviar mensageiros para investigar junto a Jesus se Ele era mesmo o Enviado
do Pai, João Batista quis legitimar junto do povo a autenticidade da Missão do
Messias que já fora prognosticada pelo profeta Isaias.
Por isso, Jesus apenas referiu-se ao que estava acontecendo por meio Dele,
confirmando assim o que a Palavra já anunciara.
O Messias esperado pelos discípulos de João era mais que um rei nacionalista
que ia libertar o povo de Israel do poder dos romanos; era um Messias guerreiro
que iria vingar todo o sofrimento do povo.
Entretanto, Jesus dá sinais contrários a essa pretensão: não é um rei de
guerras e vinganças, mas de misericórdia e amor. Jesus, com suas ações, dá
testemunho.
Os discípulos de João vêem e ouvem, quer dizer, fazem a experiência pessoal de
estar com Jesus que liberta e restaura a vida.
João é o precursor de Jesus, mas não está seguro de que assim o seja; por isso
manda perguntar, o que permite pensar que os projetos proféticos se mantinham
firmes frente à permanente ameaça dos poderosos, ainda que em qualquer momento
o fizessem desaparecer, como fizeram com João e planejavam com Jesus.
Uma vez mais Jesus demonstra a natureza do projeto de Deus, que é vida digna e
abundante para quem já não tinha possibilidade de viver.
O anúncio do reino passa pelo testemunho, passa pela reparação da injustiça, da
dor; é um ataque frontal ao pecado e a tudo aquilo que gera desigualdade entre
as pessoas. Dar testemunho de Jesus e de seu projeto é nossa missão hoje.
Jesus é o Messias e faz uma opção concreta: pelos necessitados; eles são os
primeiros destinatários da Boa Nova.
Não se trata aqui de um grande movimento político, mas de uma nova maneira de
ser, fundada na fé e na solidariedade com quem mais necessita.
Hoje, como ontem, a vida é ameaçada, a dignidade é arrebatada e continua a
necessidade de demonstrar com ações e gestos de amor que outro mundo é
possível.
Portanto, precisamos estar atentos a tudo o que ocorre ao nosso redor,
como também na nossa vida e dentro de nós, a fim de que possamos constatar que
a Palavra de Deus é viva e eficaz.
Os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados,
o Senhor está no meio de nós. Podemos verificar isto nas nossas vidas: Jesus
está vivo e isto faz toda a diferença!
Precisamos contar para todo o mundo o que se passa conosco: o poder de Jesus nos
cura, nos liberta e hoje somos novas criaturas.
Não somos mais aquelas pessoas tristes e desanimadas que por qualquer motivo se
desesperavam.
A esperança norteia as nossas ações, a fé é a bússola que nos direciona, por
isso, não precisamos esperar por mais ninguém: Jesus já veio e age no meio de
nós.
Concluindo: Qual é nossa experiência pessoal com Jesus? Realmente optamos pelos
necessitados? E com que ações concretas damos testemunho do que vemos e ouvimos
cada dia de Jesus?
Reflexão Apostólica:
Por que, nos momentos de maior aflição, rezamos? O que
nos leva a procurar a Deus ou uma religião quando perdemos o controle de uma
situação? A resposta é bem simples: Porque confiamos em Deus!! Se então
confiamos em Deus, por que temos dúvidas? Por que fugimos do seu olhar, da sua
proteção, do seu projeto?
Existe uma fábula ou história onde uma brasa incandescente de carvão era
retirada do fogo e lá afastada do que lhe mantinha ardente, começa pouco a
pouco esfriar e, conseqüentemente, apagar.
A fábula continua com o pequeno e agora frio pedaço de carvão sendo colocado de volta no meio do fogo e, assim também, pouco a pouco, começa a voltar a esquentar, até novamente ficar incandescente.
Sim, nossa fé precisa estar sempre sendo monitorada e próxima a Deus, mas Deus não precisa provar o TEMPO INTEIRO com milagres e prodígios extraordinários para alimentar a fé dos nossos olhos. “(…) "Ide contar a João o que vistes e ouvistes: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e a pobres se anuncia a Boa-Nova. E FELIZ DE QUEM NÃO SE ESCANDALIZA A MEU RESPEITO".
Aí está o grande engano daqueles que procuram os MILAGRES DE DEUS e não o DEUS DOS MILAGRES.
Talvez mais enganados estejam aqueles pastores (no sentido formal da palavra)
que conduzem suas ovelhas a buscar o fútil (a “famosa” teologia da
prosperidade) em detrimento ao reino de Deus.
Jesus apresenta aos discípulos de João que um dos milagres realizados e operado nas multidões que o acompanhavam era o RECEBIMENTO DO EVANGELHO PELOS POBRES.
Preocupamos-nos tanto em ver curas, milagres,
libertações, mudanças de comportamento, mas esquecemos da devida importância a
Palavra de Deus.
Cura, todos precisam ou precisaremos um dia, seja ela física, psicológica ou espiritual (um coração ferido, uma mágoa antiga e persistente, um perdão), mas é a palavra que nos mantém incandescentes, vigilantes e amadurecidos. Reparemos qual foi a missão dada por Jesus a seus discípulos e a nós antes da ascensão ao céu.
Após a morte de João Batista, O Senhor, cada vez mais determinado, assume uma postura ainda mais profética, mas mesmo assim ela não consegue tocar a todos os discípulos de João que chegaram até a questioná-LO.
Jesus não tinha a postura de seu primo João Batista, cuja maior missão era preparar o caminho do salvador. A do Senhor era assumir a missão e o cajado partindo em busca daqueles que mais precisavam.
As palavras de Jesus não passaram e não passarão, pois ela chegou e chega até hoje aos que queriam e querem realmente ouvir.
Existem sacerdotes que, muitas vezes, não são lembrados pelas missas que presidem, mas pelas vezes que visitou e levou a Palavra e a Eucaristia a pessoas doentes.
Podemos até ficar em dúvida se aconteceu ou não um milagre na vida de um irmão, mas algo que não gera dúvidas é ação da própria palavra de Deus na vida dele.
Ao caminharmos para a próxima vela do Advento, a ALEGRIA vai se transformando pouco a pouco, em uma alegre ESPERANÇA.
Pai,
enviaste teu Filho ao mundo, na condição de Messias dos pobres. Que eu saiba
reconhecê-lo no gesto simples de solidariedade com os pobres e sofredores.
Evangelho do dia 15 de dezembro terça feira 2020
15 dezembro - Diz ao Senhor: Eu sou inteiramente vosso, e não quero outra coisa senão que em mim seja feita a vossa santa vontade: ainda que à custa de sacrifícios, ainda que eu seja privado de consolações, ainda que repleto de aflições, estou pronto para tudo, Senhor: fazei de mim o que quiserdes. (S 237).São Jose Marello
Mateus 21,28-32
""Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: 'Filho, vai trabalhar hoje na vinha!' O filho respondeu: 'Não quero'. Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu:' Sim, senhor, eu vou'. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?" Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam: "O primeiro." Então Jesus lhes disse: "Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Pois João veio até vós, caminhando na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes, para crer nele. "
Meditação:
As parábolas são uma forma literária à qual se recorre para tornar compreensível uma realidade que se deseja revelar. Nos evangelhos encontramos quarenta e quatro parábolas.
Dentre elas, temos várias que são encontradas nos três evangelhos sinóticos.
Outras são próprias de um ou de outro evangelista. Assim temos duas parábolas
que são exclusivas de Marcos, nove exclusivas de Mateus, dezoito exclusivas de
Lucas, e duas exclusivas de João.
A parábola dos dois filhos só se encontra no Evangelho de Mateus. Esse dado é
importante, pois o evangelista tirou lá do fundo do baú (13,52) coisas antigas,
mas também coisas “novas”, a fim de dar ao seu escrito uma dimensão especial.
As parábolas exclusivas de Mateus são as coisas novas que ele reservou para o
momento certo, querendo com isso sublinhar a idéia básica que percorre todo o
evangelho.
Essa idéia básica é o tema da justiça do Reino, como já tivemos oportunidade de ver nos comentários ao evangelho dos domingos anteriores.
A parábola que hoje Jesus nos propõe, denuncia igualmente a falsa consciência
religiosa. A vinha é a realidade do mundo, na qual o trabalho é árduo e
urgente. A essa vinha, o Pai envia seus filhos. A resposta dos dois é ambígua.
Contudo, somente o compromisso do que inicialmente se havia negado ao trabalho
nos permite descobrir quem agiu coerentemente.
Deste modo Jesus denuncia
aqueles dirigentes e todo o povo que publicamente se compromete a servir ao
Senhor, nas que é incapaz de agir de acordo com suas palavras. Atitude que
contrasta com aqueles que, embora pareçam se negar ao serviço, terminam dando o
melhor de si na transformação da vinha.
Esta parábola expõe um dilema que põe à descoberto a práxis de seus ouvintes e
que, lida à luz dos acontecimentos da época de Jesus, nos mostra como os que
eram considerados pecadores pelo aparato religioso eram, na realidade, os
únicos atentos à voz do profeta.
A conversão não é um assunto de solenes proclamações ou de prolongados exercícios piedosos, mas um chamado inadiável à justiça e ao discernimento.
As palavras de Jesus feriam
a sensibilidade religiosa de seus contemporâneos que se consideravam autênticos
seguidores de Javé e inigualáveis homens de fé, porque colocava diante deles o
testemunho daquelas pessoas que eram consideradas uma classe de pecadores: as
prostitutas e os publicanos.
Prostitutas e publicanos não somente eram profissionais terrivelmente desprezados, mas aqueles que as exerciam eram considerados pessoas asquerosas e inadmissíveis entre a gente de bem.
Jesus ridiculariza todas
essas avaliações lançadas dos pedestais do sistema religioso e mostra, com os
fatos, que nem sequer a presença de um profeta tão grande como João Batista é
capaz de transformar as consciências calejadas e estéreis daqueles que se
consideravam salvos unicamente pelo alto cargo que ocupavam no aparato
religioso.
Mais além de uma interpretação limitada ao contexto judeu da época de Jesus, esta sua palavra pode e deve elevar-se à categoria universal e ao princípio teórico: o da primazia do fazer sobre o dizer, da prática sobre a teoria.
Um irmão disse que sim, muito disposto, mas seus atos desmentiram suas palavras: sua palavra verdadeira, sua palavra prática, foi um não.
O outro irmão pareceu estar
desde o princípio fora do caminho da salvação, por suas palavras negativas e
inaceitáveis; mas deixando de lado suas palavras, e ainda sem substituí-las por
outras mais adequadas, aceitáveis, ele de fato foi à vinha, “fez” a vontade do
Pai. Dizer/fazer, teoria/prática: o Evangelho deve ser propagado sem vacilações
diante destas disjuntivas.
Por isso, cabe aqui esta
bela oração do Beato Tiago Alberione:
"Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu
Reflexão Apostólica:
Quantos de nós não o vivemos
na própria pele? Quantas vezes, mesmos repletos de razão e motivos para não
fazer ou ajudar, mudamos de opinião (vejam o caso da CNBB ao fazer um
acordo, a tempos atras, com determinada senadora para “apoiar" a
aprovação do PLC 122), engolimos nossos “sapos” e com eles o orgulho, e por fim
ao ver tudo realizado, fomos tomados de satisfação e ALEGRIA?
Quando dizemos “amor ao inocente”
referimo-nos, em especial, a nossa vida em comunidade.
Às vezes, quando nos
recusamos a fazer algo por “orgulho ferido” acabamos prejudicando a quem não
tem culpa. Sabemos sim, que existem muitas coisas nos magoam ao ponto de não
querer mais, mas dizer “não” hoje e depois voltar atrás e dizer “sim”, nos dá
uma tremenda paz.
Só ela já daria muitas
laudas de texto e reflexão, mas deixamos uma mensagem importante: Todos temos
erros e como diria um padre amigo nosso: “santo é aquele que cai 1000 vezes e
se levanta 1001 vez”.
Temos muitos erros oriundos
do julgamento, principalmente dos feitos de forma aleatória e precipitada.
Milhões almejaram a santidade, poucos tiveram o reconhecimento humano dela, mas, uma parcela ainda maior que apenas poucos, tiveram o reconhecimento aos olhos de Deus.
A santidade é um projeto de
vida, galgado a cada dia. Ela não pode ser usada por nós como separação ou
seleção de pessoas, pois isso cabe somente a Deus.
Nossa alegria vem do Senhor!
Ele se faz precisar de nós!
Propósito:
Pai, quero ser para ti um filho que
escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha
resposta a teu apelo não seja pura formalidade.
Evangelho do dia 11 fevereiro terça feira 2025
Nossa senhora de lourdes 11 FEVEREIRO - A humildade de Maria Santíssima é quase infinita e não podemos sequer imaginá-la. Ela se rebaixo...
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