27º DOMINGO DO TEMPO COMUM
07 Outubro
- A simplicidade é uma virtude que, mais do que qualquer
outra, nos aproxima, da
perfeição do nosso Pai Celeste. (L
76).
Leitura do santo Evangelho segundo São Marcos
10,2-16
"Alguns fariseus, querendo conseguir uma prova contra ele, perguntaram:
- De acordo com a nossa Lei, um homem pode mandar a sua esposa embora?
Jesus respondeu com esta pergunta:
- O que foi que Moisés mandou?
Eles responderam:
- Moisés permitiu ao homem dar à sua esposa um documento de divórcio e mandá-la embora.
Então Jesus disse:
- Moisés escreveu esse mandamento para vocês por causa da dureza do coração de vocês. Mas no começo, quando foram criadas todas as coisas, foi dito: "Deus os fez homem e mulher. Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa." Assim, já não são duas pessoas, mas uma só. Portanto, que ninguém separe o que Deus uniu.
Quando já estavam em casa, os discípulos tornaram a fazer perguntas sobre esse assunto. E Jesus respondeu:
- O homem que mandar a sua esposa embora e casar com outra mulher estará cometendo adultério contra a sua esposa. E, se a mulher mandar o seu marido embora e casar com outro homem, ela também estará cometendo adultério.
Depois disso, algumas pessoas levaram as suas crianças a Jesus para que ele as abençoasse, mas os discípulos repreenderam aquelas pessoas. Quando viu isso, Jesus não gostou e disse:
- Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isso, pois o Reino de Deus é das pessoas que são como estas crianças. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele.
Então Jesus abraçou as crianças e as abençoou, pondo as mãos sobre elas."
"Alguns fariseus, querendo conseguir uma prova contra ele, perguntaram:
- De acordo com a nossa Lei, um homem pode mandar a sua esposa embora?
Jesus respondeu com esta pergunta:
- O que foi que Moisés mandou?
Eles responderam:
- Moisés permitiu ao homem dar à sua esposa um documento de divórcio e mandá-la embora.
Então Jesus disse:
- Moisés escreveu esse mandamento para vocês por causa da dureza do coração de vocês. Mas no começo, quando foram criadas todas as coisas, foi dito: "Deus os fez homem e mulher. Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa." Assim, já não são duas pessoas, mas uma só. Portanto, que ninguém separe o que Deus uniu.
Quando já estavam em casa, os discípulos tornaram a fazer perguntas sobre esse assunto. E Jesus respondeu:
- O homem que mandar a sua esposa embora e casar com outra mulher estará cometendo adultério contra a sua esposa. E, se a mulher mandar o seu marido embora e casar com outro homem, ela também estará cometendo adultério.
Depois disso, algumas pessoas levaram as suas crianças a Jesus para que ele as abençoasse, mas os discípulos repreenderam aquelas pessoas. Quando viu isso, Jesus não gostou e disse:
- Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isso, pois o Reino de Deus é das pessoas que são como estas crianças. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele.
Então Jesus abraçou as crianças e as abençoou, pondo as mãos sobre elas."
Meditação:
O livro do
Gênesis nos narra o momento no qual Deus criou uma companheira para o
homem, criado também havia pouco. Este relato das origens não é nem “história”
nem “teoria” da aparição do homem e da mulher e das demais espécies. Enquadrado
dentro dos 11 primeiros capítulos do Gênesis, estes cinco versículos devem ser
entendidos à luz do que os redatores finais do Pentateuco queriam dizer com todos os relatos que nos contam desde o capítulo 1º
até o 11º.
Para que não nos
percamos, é bom que tenhamos presente que não se pode dar valor literal a
nenhum dos relatos que aparecem nestes capítulos, nem valorizá-los como
“históricos”. É preciso que os vejamos como relatos carregados de simbolismo,
construídos com materiais mitológicos, muitos dos quais nem sequer eram de
origem hebraica.
Mas, cuidado! Isto não
quer dizer que estejamos pondo em dúvida o valor da verdade que encerram essas
narrativas. Todas e cada uma nos transmitem uma verdade, ou melhor, todas estão
ali postas em função de uma verdade que os autores sagrados queriam
transmitir-nos. O fato de negar-lhes o valor literal “histórico” não quer dizer
que já não sejam Palavra de Deus, não! São e serão Palavra de Deus, mas também
são palavras humanas, ou seja, refletem a maneira como os autores humanos foram
percebendo os aspectos da verdade para seu tempo, e são, portanto, o reflexo
dos instrumentos literários que os ditos autores tinham a seu alcance para nos
passar o que queriam dizer.
Não há que se buscar,
pois, aqui a “origem” científica do homem e da mulher nem a origem do
matrimônio ou da doutrina do matrimônio. Não era essa a intenção do autor
sagrado quando pôs por escrito estes relatos e também suas inquietações não
eram de ordem científica.
Portanto, esta
passagem, como ficou dito, deve ser lida dentro das teses que o autor ou os
autores sagrados desenvolvem sobre a origem do mal, da dor, da perseguição, e
por que existem povos poderosos que chegam a virar império para dominar,
pisotear os mais fracos, acabar com a vida e os bens dos mais pobres, escravizando-os,
etc.
A encruzilhada
histórica do povo de Deus obrigou-o a pensar nessa cadeia ininterrupta de
dominação, miséria, dor, deslocamentos forçados, destruição do mais sagrado e
mais significativo para o povo. O porquê de tudo aquilo, a causa de tanto mal,
acreditavam alguns que era o próprio Deus, ele seria o responsável por tudo.
Todavia, um bom grupo
de teólogos propõe outra resposta: o homem e a mulher é que são os responsáveis
por tudo isso. E começam por “liberar” Deus de toda responsabilidade para o
que, adaptam um mito da criação no qual fique claro que, desde o início, Deus tudo criou
bom, com um plano harmonioso e que
criou o homem e a mulher à sua imagem, macho e fêmea, abençoou-os e lhes
entregou tudo para que eles mantivessem essa harmonia e essa bondade majestosa
de toda a obra criada. Assim, surgiu nosso Gênesis 1-2, 4a.
Liberado Deus de toda
responsabilidade pelo mal no mundo, o passo seguinte é situar desde o
“princípio” mesmo o verdadeiro responsável pelo mal. De novo, lança mão de
materiais mitológicos procedentes da Mesopotâmia que refletem a idéia da
criação do homem e da mulher, que se adaptam `mentalidade israelita de então,
mas não para demonstrar a origem do homem e da mulher, mas para demonstrar a
bondade inicial e, sobretudo, o plano amoroso com que Deus criou o primeiro
casal. Cria o homem do barro. Modela-o com suas próprias mãos e logo lhe
insufla com seu próprio hálito. O dado, portanto, não é científico, não é uma
informação de um repórter que esteve no lugar onde se passaram os fatos, o dado
é simbólico para dizer: os males da humanidade são fruto do coração de um ser
que, por si, é bom, porque foi criado por Alguém de cujas mãos só pode sair
algo bom, e além disso porque em si mesmo parte do mesmo hálito , do mesmo
espírito, da mesma essência de Deus.
Vem logo o resto da
narrativa, a criação da companheira idônea para o homem. Tampouco é um dado
científico, é a maneira também simbólica para dizer que os desastres
históricos, caracterizados pelo desequilíbrio social, especialmente
concretizado na desigualdade entre o homem e a mulher, são responsabilidade de
ambos, posto que não souberam manter aquele equilíbrio original querido pelo
criador quando entregou a ambos o cuidado da criação.
Tanto o homem como a
mulher rompem aquele equilíbrio e dão rédea solta à tendência humana de
dominar, de cobiçar o bem do outro e isto se transforma em “norma social”, é
quando se começa a agir em contraposição do que implica ser modelado pela mão
de Deus e ser portador do próprio hálito de Deus, e é como agir da maneira mais
rasteira, como guiado somente pela matéria, pelo pó da terra; isto é, da
maneira mais vil e vulgar. Em suma, os versículos, retirados de um conjunto tão
amplo, tão rico e tão profundo, não nos podem fazer esquecer que fazem parte de
uma preocupação muito mais ampla que explicar a origem do matrimônio e de sua
indissolubilidade que, desde cedo poderia ser iluminada a partir daí, mas não
ser reduzida somente a isso.
Para ligar Jesus com a
lei de Moisés, os sinóticos nos transmitem esta controvérsia com alguns
fariseus. As pessoas vão percebendo a relação bastante ampla e livre que
demonstra Jesus pelas instituições de seu povo e muito especialmente com a Lei
de Moisés. Para os israelitas, a lei de Moisés é todo o Pentateuco, uma lei,
todavia, que, em alguns pontos – ou melhor: em quase todos os pontos – estava
sujeita a diversas interpretações, segundo as tendências ideológicas dos
diversos grupos políticos e religiosos. Alguns eram extremamente rigorosos em
sua interpretação, enquanto que outros eram mais liberais, outros mais
moderados. Um caso muito em voga na época de Jesus e, certamente também na
época da primeira comunidade, era a questão do divórcio.
Para começar, e apesar
das divergências, em uma coisa estavam todos de acordo: o único que podia
pensar em divórcio ou apresentar carta de divórcio era o homem; pois à mulher
estava proibido, e também isso era atribuído a Moisés (Deuteronômio 24, 1.3). O
ponto em que havia divergência era sobre o quando e o porquê; isto é, na
casuística como tal.
A pergunta dos
fariseus a Jesus não é tanto para ajudá-los a formar sua própria opinião, mas
para pô-lo em dificuldades. Desejam de todas as maneiras jogá-lo contra o povo,
ou por ser avançado, ou por ser retrógrado. O que os fariseus não esperavam era
a saída de Jesus. Qualquer rabino, qualquer mestre da época podia ter pontos de
vista diferentes, mas todos estavam decididamente de acordo com Moisés. E
justamente foi nisso que Jesus surpreendeu a todos, ao censurar a legislação
mosaica que ele aponta como provisória, não absoluta como todos pensavam, dada
a dureza de coração do povo. Jesus passa por cima do próprio Moisés (!) e apela
para o desígnio divino original.
No princípio, Deus
criou o homem e a mulher em igualdade de condições, em igualdade de direitos e
obrigações de um para com o outro e com o resto da criação. Mas houve
tergiversações e interpretações ajeitadas que até o próprio Moisés propiciou;
pois bem, Jesus apresenta o original para resgatar a harmonia e o equilíbrio
querido por Deus desde o princípio. Pode-se notar também aqui a linha
conseqüente de Jesus pelo mais fraco, pelo que não conta na sociedade. Para a
sociedade de sue tempo, a mulher era somente um objeto que unicamente se usava
para a necessária ação da procriação e o cuidado das crianças e do lar. Jesus
uma vez mais denuncia este desequilíbrio na relação varão - mulher, quando toma
partido pelas mulheres.
Nossa sociedade
contemporânea, apesar de ser sensível à igualdade de direitos da mulher, não
consegue superar completamente aquelas atitudes de machismo tão antigas como o
homem mesmo. Machismo que em muitos casos é favorecido pela própria mulher. Às
vezes, tem-se a impressão de que as relações de propriedade privada, base
fundamental do capitalismo chegou também à relação dos casais.
O matrimônio não é,
evidentemente, a aquisição de um objeto por parte dele ou dela. O matrimônio,
sendo uma instituição de direito natural, deve ter entre os que têm fé as
características originais da própria criação, isto é, união de duas liberdades
que a partir da diversidade buscam a possibilidade de construir um projeto
comum baseado em relações de amor. Agir de outra forma é contradizer a vontade
do Criador, e nisto, a legislação eclesial e sua plataforma moral deveriam ir
introduzindo muitas melhoras e reformulações.
Os discípulos de Jesus
na mesma linha não tanto com seu mestre, mas também com o sentir da época pedem
transparência nesta questão. Na realidade, Jesus não responde de outro modo,
sua posição é idêntica, continua sustentando a igual dignidade da mulher...
Abruptamente, Marcos
passa da controvérsia dos fariseus com Jesus para outra questão, agora com seus
discípulos. É que ele ficou indignado por ter visto seus discípulos afugentarem
algumas crianças que queriam se aproximar dele. A ocasião era muito propícia
para servir de exemplo para ilustrar a posição que acabara de sustentar contra
os fariseus. Se a opção de Jesus é pelos fracos, pelos marginalizados, pelos
sem-direitos, ninguém mais representativo do que as crianças a quem os
discípulos tinham acabado de meter medo. Expressamente, Marcos, que não tem
ressalvas em revelar aspectos humanos do Mestre, diz-nos que Jesus ficou muito
chateado e chamou a atenção dos discípulos severamente. A opção pelos fracos e
pequenos não pode ser uma simples, vã e bela teoria.
Talvez percamos cada
dia mais a credibilidade precisamente porque somos muito bons para teorizar,
mas nosso estilo de vida, o tipo de pessoas com as quais nos relacionamos
distam muito de ser a concretização daquilo que pregamos.
Reflexão Apostólica:
O evangelho de Mateus,
no Capítulo 19, deixa mais claro do que Marcos o sentido do debate (Mt 19,1-9).
O pano de fundo era os critérios necessário para que um homem pudesse divorciar
a sua mulher (nem se cogitava que a mulher pudesse divorciar o marido, pois a
mulher era considerada “objeto” que pertencia ao homem!). No tempo de Jesus
havia duas tendências, simbolizadas pelas escolas rabínicas dos grandes
fariseus Hillel e Shammai. Uma escola, mais laxista (Hillel), ensinava que se
podia divorciar a mulher por qualquer motivo, mesmo dos mais banais. A escola
mais rigorosa – do Shammai - só permitia o divórcio por motivos muito sérios.
Por isso, em Mateus a pergunta se define melhor :“é permitido divorciar a
mulher por qualquer motivo que seja?” (Mt 19,4).
Em ambos os evangelhos, Jesus se recusa a entrar no debate casuística que cercava a questão, e se limitava a reafirmar o projeto do Pai para o casamento: “Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”. Aqui Jesus reafirma com toda firmeza o ideal do casamento cristão – uma união permanente, baseada no amor, e fortalecida pela graça do sacramento. Seria inútil buscar neste trecho uma teologia mais desenvolvida do casamento, muito menos orientações pastorais para os problemas práticos de casamentos malsucedidos, pois isso não foi a intenção do autor. Marcos simplesmente reafirma o princípio de que “o que Deus uniu, o homem não deve separar”. Deixa em aberto a questão de quando é que Deus realmente uniu o casal!! Será que, só porque passaram por uma cerimônia validamente celebrada, um casal é necessariamente unido por Deus? Os problemas reais são muito mais complexos, angustiantes e difíceis de serem solucionados.
O trecho continua com a questão das crianças. A questão aqui não é a criança como símbolo da inocência, mas de dependência. As crianças e os que se assemelham com eles vivem esta situação de dependência, de “sem-poder”. Quem quer entrar no Reino de Deus terá que abrogar-se de todo o poder dominador, tornando-se como criança.
Negando de aceitar a
situação em que a mulher era simples objeto de posse do homem e assim passível
de ser divorciada, e propondo o fraco e dependente como modelo, numa sociedade
que valorizava o prepotente, Jesus mostra que os valores do Reino de Deus estão
na contra-mão dos valores da sociedade do seu tempo – e de hoje.
Propõe uma
igualdade de dignidade entre homem e mulher, uma fidelidade e compromisso
permanentes, e a busca duma vida de serviço e não de dominar! Realmente, uma
proposta no contramão da sociedade pós-moderna que nega o permanente, perpetua
o machismo e admira o poderoso e dominador!
O texto de hoje nos
convida para que, entremos “com Jesus, na contramão” e para que criemos uma
sociedade baseada em outros valores do que os hoje em vigor, as vezes até no
seio das próprias igrejas.
Propósito:
Senhor Jesus, que os
casais cristãos compreendam a profundidade de sua união, obra do próprio Deus.
O Rosário, é uma oração bíblica,
cristocêntrica, pois, os mistérios contemplados são os mistérios centrais da
história da salvação, da nossa fé e as orações que se rezam são orações tiradas
da Sagrada Escritura. É a oração do cristão que avança na peregrinação da
fé, no seguimento de Jesus, precedido de Maria.
RESPONDENDO POSITIVAMENTE
As pessoas que tentam fazer alguma coisa
e fracassam são infinitamente melhores do que aquelas que não tentam fazer nada
e são bem sucedidas.
Uma
resposta positiva é sempre a mais poderosa; isso porque uma resposta positiva o
coloca numa posição superior. Quando você se defronta com a ira, responda com
amor e, assim, você fará com que a ira seja praticamente impossível de
perdurar.
Quando se defrontar com uma frustração, responda com paciência e a frustração irá se diluir gradualmente. Em meio à perplexidade de uma situação, responda com mansidão e a luz que você irá irradiar irá inundar a escuridão ao seu redor.
Quando diante de um grande desafio, responda com gratidão porque naquele desafio você encontrará uma enorme oportunidade. Não importa o que a vida venha a lhe trazer; sempre existe uma resposta positiva que você pode oferecer. Escolha a resposta positiva e assim você estará – compulsoriamente – do lado da vitória.
Quando se defrontar com uma frustração, responda com paciência e a frustração irá se diluir gradualmente. Em meio à perplexidade de uma situação, responda com mansidão e a luz que você irá irradiar irá inundar a escuridão ao seu redor.
Quando diante de um grande desafio, responda com gratidão porque naquele desafio você encontrará uma enorme oportunidade. Não importa o que a vida venha a lhe trazer; sempre existe uma resposta positiva que você pode oferecer. Escolha a resposta positiva e assim você estará – compulsoriamente – do lado da vitória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário