10 junho - Invoquemos sempre o
Espírito Santo em cada ação nossa! Invoquemo-lo para que Ele seja a nossa
alegria, o nosso sustentáculo e o nosso guia seguro para o Céu. (S 347). São
Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 5,27-32
"- Vocês ouviram o que foi dito: "Não cometa adultério." Mas eu lhes digo: quem olhar para uma mulher e desejar possuí-la já cometeu adultério no seu coração. Portanto, se o seu olho direito faz com que você peque, arranque-o e jogue-o fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ser atirado no inferno. Se a sua mão direita faz com que você peque, corte-a e jogue-a fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ir para o inferno. - Foi dito também: "Quem mandar a sua esposa embora deverá dar a ela um documento de divórcio." Mas eu lhes digo: todo homem que mandar a sua esposa embora, a não ser em caso de adultério, será culpado de fazer com que ela se torne adúltera, se ela casar de novo. E o homem que casar com ela também cometerá adultério."
Meditação:
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 5,27-32
"- Vocês ouviram o que foi dito: "Não cometa adultério." Mas eu lhes digo: quem olhar para uma mulher e desejar possuí-la já cometeu adultério no seu coração. Portanto, se o seu olho direito faz com que você peque, arranque-o e jogue-o fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ser atirado no inferno. Se a sua mão direita faz com que você peque, corte-a e jogue-a fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ir para o inferno. - Foi dito também: "Quem mandar a sua esposa embora deverá dar a ela um documento de divórcio." Mas eu lhes digo: todo homem que mandar a sua esposa embora, a não ser em caso de adultério, será culpado de fazer com que ela se torne adúltera, se ela casar de novo. E o homem que casar com ela também cometerá adultério."
Meditação:
Muitas vezes alguns textos
evangélicos foram mal interpretados, por não estarem situados no contexto
social e cultural em que foram escritos. E este é o caso do texto de hoje.
Jesus diz que não só comete adultério quem se apossa da mulher do outro, mas comete
adultério quem cobiça a mulher do próximo. No Antigo Testamento a mulher era
considerada propriedade do marido, de modo que unir-se a uma mulher casada
equivalia não tanto a um ato de desonestidade, um pecado contra a pureza, como
se dizia antes, mas a um verdadeiro roubo, uma injustiça flagrante. Nisto
consiste o verdadeiro adultério, que não é outra coisa senão o desejo de se
unir com a mulher do próximo. Assim, o décimo mandamento da lei de Deus diz:
“Não cobiçarás os bens de teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo,
nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu asno, nem nada que seja
dele. Fica claro que a mulher era considerada propriedade do homem, talvez a
propriedade mais apreciada, acima dos escravos, dos animais ou outros pertences.
A moral cristã, escrita por sacerdotes e religiosos, todos homens, viram neste
mandamento do Antigo Testamento uma cópia do sexto mandamento, quando na
realidade o é do sétimo: “não roubarás”. Desejar a mulher do próximo não é
simplesmente sentir uma atração por ela, mas dar passos no sentido de
apossar-se dela. Um roubo com todas as letras.
No segundo texto, Jesus não fala do divórcio como o entendemos hoje, mas do repúdio, ou seja, daquela instituição judaica, estabelecida a partir de Moisés, não por vontade divina, mas pela teimosia humana, segundo a qual o homem, e não a mulher, podia despedir a sua esposa em determinadas circunstâncias. O que Jesus não aceita, segundo este texto, não é o divórcio – conceito inexistente dentro da cultura judaica -, mas o repúdio como ferramenta de submissão da mulher por parte do homem, pois Deus quer o homem ou a mulher com direitos iguais dentro do matrimônio .
No segundo texto, Jesus não fala do divórcio como o entendemos hoje, mas do repúdio, ou seja, daquela instituição judaica, estabelecida a partir de Moisés, não por vontade divina, mas pela teimosia humana, segundo a qual o homem, e não a mulher, podia despedir a sua esposa em determinadas circunstâncias. O que Jesus não aceita, segundo este texto, não é o divórcio – conceito inexistente dentro da cultura judaica -, mas o repúdio como ferramenta de submissão da mulher por parte do homem, pois Deus quer o homem ou a mulher com direitos iguais dentro do matrimônio .
Jesus segue corrigindo
ou abolindo pontos da antiga Lei e da interpretação que faziam dela os fariseus
e letrados. Ontem dizia: não bastar não matar; temos que impedir que se comece
no coração do ser humano o processo que conduz à morte-eliminação do outro:
tratar com brutalidade ao outro, insultá-lo, chamá-lo renegado... O evangelho
de hoje vai na mesma linha. A Lei antiga proibia a ação externa, o adultério;
mas essa ação externa começa por dentro com o desejo de cometer a injustiça de
tirar do próximo sua mulher. Tirando o desejo, se tira a conseqüência deste. O
olho simboliza o desejo; a mão, a ação; ambos tem que ser eliminados. Deixar-se
levar pelo olho ou pela mão conduz à morte.
A fratura, no entanto, se produz às vezes nas relações matrimoniais. Que fazer neste caso? No caso da mulher ser despedida pelo marido, a lei manda que este lhe dê uma carta de repúdio para aquela, para que fique livre do vínculo que a unia ao seu marido anterior e possa casar-se novamente, não ficando deste modo condenada à mendicância. A mulher era a parte frágil da instituição matrimonial, pois, no tempo de Jesus, só o marido poderia despedir a mulher, esta não podia despedir o marido. E Jesus a protege: em primeiro lugar, para despedí-la, tem que arranjar bem os papéis de modo que fique livre; em segundo lugar, deve restringir ao máximo os abusos possíveis dos maridos – que podiam despedir segundo a doutrina de Shammai às mulheres por qualquer motivo. Somente está permitido fazê-lo em caso de união ilegal ou matrimônio nulo.
Jesus radicaliza até a interioridade a fidelidade matrimonial, apelando ao amor verdadeiro e leal. O adultério começa com o olhar de desejo, e o mal deve ser cortado pela raiz.
A fratura, no entanto, se produz às vezes nas relações matrimoniais. Que fazer neste caso? No caso da mulher ser despedida pelo marido, a lei manda que este lhe dê uma carta de repúdio para aquela, para que fique livre do vínculo que a unia ao seu marido anterior e possa casar-se novamente, não ficando deste modo condenada à mendicância. A mulher era a parte frágil da instituição matrimonial, pois, no tempo de Jesus, só o marido poderia despedir a mulher, esta não podia despedir o marido. E Jesus a protege: em primeiro lugar, para despedí-la, tem que arranjar bem os papéis de modo que fique livre; em segundo lugar, deve restringir ao máximo os abusos possíveis dos maridos – que podiam despedir segundo a doutrina de Shammai às mulheres por qualquer motivo. Somente está permitido fazê-lo em caso de união ilegal ou matrimônio nulo.
Jesus radicaliza até a interioridade a fidelidade matrimonial, apelando ao amor verdadeiro e leal. O adultério começa com o olhar de desejo, e o mal deve ser cortado pela raiz.
A exceção citada no v. 32 pode referir-se ao caso de união ilegítima,
por causa do grau de parentesco que trazia impedimento matrimonial segundo a
lei (Lv 18, 6-18; At 15,29).
Atenção, porém: este
texto não fala do divórcio tal e como o entendemos na atualidade, mas da lei do
repúdio em uma sociedade na qual o matrimônio se instrumentalizava como
elemento de dominação do homem sobre a mulher, pois só este podia iniciar o processo
de separação; em nenhum caso ela. Jesus, com esta resposta vai contra a
profunda desigualdade entre homem e mulher. Homem e mulher, nascidos iguais,
devem ser tratados igualmente pela lei.
Reflexão Apostólica:
Jesus não poupa palavras para deixar bem claro qual deva ser a atitude
do discípulo ante o tema do adultério, muito ligado ao duplo mandamento do
amor.
No tempo
de Jesus, e como herança de longa tradição não somente israelita, mas de todo o
Oriente Médio, a mulher ocupava um lugar muito desprezível na sociedade; e era
tão desrespeitada, que se tornava apenas uma propriedade a mais, junto com o
boi, o asno, acrescentada ao patrimônio do homem. Seu papel familiar era
definido em função da submissão ao marido e o cuidado dos filhos, e estava muito
longe de chegar a ocupar lugares importantes na sociedade. Sua posição era tão
baixa, que o marido tinha o direito de divorciar-se dela por meio de uma carta
apenas, e por qualquer motivo.
Com
Jesus, o adultério veio a ser não uma questão meramente formal, mas vivencial;
e não seria mais a mulher a única destinatária de semelhante carga, mas o homem
também passaria a participar dela ativamente. Jesus chama seus discípulos a
viver em coerência com o mandamento do amor, e exige fidelidade e respeito pela
pessoa do outro.
A
Palavra de Deus é o próprio Jesus! Nela nós encontramos o mapa para alcançarmos
a santidade. Jesus nos adverte: não somos adúlteros só quando agimos, mas
também quando “desejamos”, quando “imaginamos”, quando contemplamos e
cultivamos o mal dentro do nosso coração.
O mal
pode nos escravizar mesmo que não pratiquemos ações más, dependendo da nossa
maneira de encarar e de ver as pessoas e as coisas. O arrancar o olho e a mão,
a que Jesus se refere, significa cortar pela raiz os pensamentos, os
sentimentos e as ações que nos são agradáveis mas que nos desvirtuam do caminho
de Deus.
Os
nossos julgamentos pelas aparências, os sentimentos de ódio e rancor que
guardamos dentro do coração, as manifestações interiores de orgulho e de inveja
que ruminamos quando ambicionamos as riquezas do mundo, são ocasiões de pecado.
Por isso, Jesus, nos manda jogar fora.
No
casamento, homem e a mulher firmam aliança com Deus que é para sempre e se
propõem a cooperar para a construção de um mundo mais justo e feliz. A
infidelidade gera infelicidade, a aliança rompida gera vidas quebradas, amor
violado gera traição a Deus, por isso Jesus chama a nossa atenção para que
tenhamos consciência do compromisso que assumimos com Ele.
Qual é a
visão que você tem das pessoas e dos acontecimentos do mundo? Você se
importa muito com a vida alheia? Você cultiva sentimentos de inveja e de
cobiça? Os filmes que você vê pela TV alimentam em você o
pecado? Você tem tentado se afastar das ocasiões de pecado? O que
você entende da recomendação de Jesus sobre o matrimônio? Você acha que os
tempos mudaram e que isto já era e que hoje é diferente?
Propósito:
Pai, tu
exiges respeito mútuo entre homens e mulheres. Não permitas jamais que a
cupidez e a malícia do mundo tomem conta do meu coração.
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