São João Maria Vianney
04 de agosto – Concedamos
sempre a vitória a Deus, mesmo quando isso repugna ao nosso amor próprio. E, se
nem sempre podemos sentir nisso aquela doçura e aquela paz que o sacrifício
cumprido traz consigo, supra a isto a fé e, voltando o nosso olhar para o Céu,
exclamemos: Paraíso! Paraíso! (S 234). (L 83).SÃO JOSE MARELLO
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 14,22-36
"Logo em seguida, Jesus mandou que os
discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar...
O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o
vento era contrário. Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos,
andando sobre o mar. Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram
apavorados e disseram: "É um fantasma". E gritaram de medo. Mas Jesus
logo lhes falou: "Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!". Então Pedro
lhe disse: "Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando
sobre a água". Ele respondeu: "Vem!". Pedro desceu do barco e
começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas, sentindo o vento, ficou
com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!". Jesus
logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: "Homem de pouca fé, por que
duvidaste?". Assim que subiram no barco, o vento cessou. Os que estavam no
barco ajoelharam-se diante dele, dizendo: "Verdadeiramente tu és o Filho
de Deus!"..."
Meditação:
Meditação:
Numa primeira fase, o “barco” simboliza a Igreja, já em processo de institucionalização na década de 80 do primeiro século do Cristianismo, quando Mateus escreve seu evangelho. Em segundo lugar simboliza a sua vida quando chega o momento das tentações e problemas de vários tipos.
Este episódio da travessia do mar agitado,
com Jesus caminhando sobre as águas, é narrado por Marcos e por João. Mateus
acrescenta-lhe o episódio de Pedro que ousa ir ao encontro de Jesus sobre as
águas, estabelecendo-se um diálogo entre ambos.
Quando Jesus se aproxima, caminhando sobre
as águas, Mateus narra também a caminhada de Pedro, que a tradição passou a
cultuar como figura proeminente na Igreja.
Pedro pede a Jesus para ir ao seu encontro.
Tem o consentimento e se põe a andar sobre as águas agitadas. Vacilando, sente
medo e começa a "afundar".
A vacilação de Pedro ao andar sobre as
águas, entre a fé e a dúvida, induz as comunidades a compreenderem a importância
de uma fé firme e decidida em Cristo como o tudo em todas as circunstâncias.
Quem nos faz saber isso é Mateus que
termina com a proclamação messiânica dos discípulos: “Verdadeiramente, tu és
Filho de Deus”. A afirmação do messianismo de Jesus é uma forte característica
de Mateus.
As comunidades de discípulos, ao longo da
história, passam por tribulações sofrendo repressões. Pode-se chegar ao
desânimo, com o sentimento de abandono por parte de Deus. Se assim acontecer,
submerge-se no oceano do mundo dominado pelos poderes fundados sobre as
riquezas acumuladas, que desprezam a vida dos pobres e pequeninos.
Contudo Jesus está presente. Não há o que
temer, pois Jesus é a fonte da vida e a luz para o nosso caminho, e é a força
propulsora da nova criação, do mundo novo possível.
Nem sempre Deus se manifesta da forma que
tradicionalmente nos acostumamos a buscá-lo; e, na segunda, pode-se ver o
apóstolo Paulo preocupado com a situação da comunidade.
Preocupações dissipadas quando
identificamos no evangelho, que as dificuldades da vida não podem afogar uma
comunidade fundamentada na palavra de Deus e na fé no Cristo Ressuscitado.
Por que tanto medo? Jesus está conosco!
Enquanto Jesus reza no monte, a barca dos discípulos está velejando no lago de
Genesaré (Mt 14,22-23).
Jesus os tinha obrigado a ir para o “outro
lado”, isto é, para a terra dos pagãos. Para quê? Certamente para ensinar aos
outros povos que a partilha é que constrói uma sociedade nova. Mas sair de casa
para ir até os outros não é coisa fácil.
O mar agitado, cheio de ventos fortes e
ondas. O que significa isso? Significa a resistência dos discípulos, e a
resistência de todos nós em compreender que o projeto de Deus é para todos, e
não apenas para nós.
Jesus, em alta madrugada, vai até os
discípulos, andando sobre a água. Ora, isso era prerrogativa de Deus (veja o
livro de Jó 9,8).
Os discípulos pensam que Jesus é um
fantasma, e gritam de medo. Jesus, porém, os tranqüiliza, dizendo: “Coragem!
Sou eu. Não tenham medo”.
Este é o modo como Deus sempre tranqüiliza
os homens. E o “sou eu” lembra imediatamente o Deus do êxodo, que se revelou a
Moisés como sendo o “Eu Sou”. Tudo isso mostra que os discípulos ainda não
cresceram na fé.
Pedro, o líder dos discípulos e futuro
chefe de todas as comunidades, faz um desafio: ir até Jesus, andando como ele
sobre as águas, isto é, participando da sua divindade. Perigo. Para isso é
preciso fé grande, entrega total. O que não acontece, pois Pedro teme, duvida,
e começa a afundar.
O que Jesus diz vale para todos nós: “Homem
fraco na fé, por que você duvidou?” Também nós duvidamos quando as coisas ficam
difíceis e os ventos se tornam contrários, prova de que ainda não confiamos em
Deus e no seu projeto. O vento cessa logo que Jesus entra na barca. Por quê?
Dizem que no olho do furacão reina completa
paz. Com Jesus em nosso meio estamos no olho do furacão: ao redor tudo gira e
ameaça, mas nós permanecemos calmos, certos de que o projeto de Deus, realizado
por Jesus, é e sempre será vitorioso. Reconhecendo isso, vem a grande confissão
dos discípulos e da comunidade cristã: “De fato, tu és o Filho de Deus”.
Uma confissão de fé que nos faz acreditar
em nós mesmos: em nossa vocação e nossa capacidade de amar, servir e partilhar,
pois também nós, pelo Batismo, fomos feitos filhos de Deus.
Não temamos. Também podemos andar
pelas águas agitadas do mundo, sem medo de afundar porque Jesus está por perto.
Basta na hora mais difícil gritarmos como Pedro: SOCORRO, SENHOR!
Na nossa missão evangelizadora, ao
atravessarmos um "mar" de adversidades sentimos o medo que nos
inclina a recuar. Mas Jesus está presente, segura-nos com a mão e estimula
nossa fé: "Coragem, sou eu... Por que duvidastes?".
Reflexão Apostólica:
Ele atravessou o mar caminhando sobre as águas para salvá-los, porém eles ainda não estavam acostumados com as manifestações de Jesus e tiveram medo.
Assim também Ele faz conosco. Por isso é que Ele nos dá liberdade de ir em frente nos nossos propósitos e seguir adiante para enfrentar as intempéries da nossa vida.
Porém, como aconteceu com os discípulos, o Seu socorro sempre nos chega a tempo. Todavia, nós precisamos estar confiantes de que a Sua ajuda é certa e não devemos temer quando Ele se aproximar de nós.
A qualquer investida de Jesus nós podemos já pedir o Seu amparo e não esperar que Ele precise chegar ao nosso barco quando tudo já tiver sido resolvido.
Sobressai aqui a figura de Pedro, protótipo
da comunidade que, nas grandes crises, duvida da presença de Jesus em seu meio
e, por isso, pede um sinal.
Contudo, mesmo vendo sinais, ele continua
com medo das ambigüidades da situação e, por isso, a sua fé fica
paralisada. Então, ele faz o seu pedido de socorro.
Quantas vezes nós agimos assim como Pedro?
A nossa fé só pode aumentar e nos dar a segurança que
precisamos, crescendo, ficando adulta. Só mesmo quando passamos por momentos como esse que Pedro experimentou. Acreditamos nas palavras de Jesus e resistimos ao medo, mas, quando o medo fica maior que a nossa fé, gritamos por socorro e, muitos até, se esquecem de Deus, de Jesus e de Maria, aos quais dão tanto trabalho, quando das muitas preocupações. Ficamos presos às limitações que o mundo nos apresenta, como o mar agitado assustou Pedro.
O único meio de amadurecermos a nossa fé, é só mesmo quando passamos por momentos difíceis, duros, que se agigantam na nossa vida, parecendo nos querer engolir, derrubar.
Dos apóstolos, Pedro foi o mais agitado. Foi o que mais Jesus experimentou. Chegou até a negar que o conhecia. Por três vezes, quando lhe perguntaram se conhecia Jesus o “Galileu “, ele disse: - Eu? Nunca vi aquele homem, nem sei quem é. “ Conta a história, que por causa disso, Pedro chorou tanto, que às lágrimas lhe abriram grandes sulcos em seu rosto.
A sua fé cresceu tanto que Jesus o deixou responsável para continuar a sua Igreja, dizendo-lhe : - “ Tu és Pedro e sobre essa pedra erguerei a minha Igreja. Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu. Tudo o desligares na terra, será desligado no céu. As forças do mal nunca prevalecerão contra Ela “.
Pedro, cumprindo a missão que Jesus lhe deixou, acabou sendo preso e, ao lhe dizerem que ele iria morrer crucificado como Jesus, ele disse que não merecia isso e pediu que o crucificassem de cabeça para baixo. E, assim foi feito.
A nossa confiança em Jesus deve ser ilimitada, mesmo que às vezes nos custem algum sacrifício, porque o que nos importa é retornarmos um dia à casa do Pai; não nascemos para ficarmos eternamente neste mundo.
Por isso somos limitados, por isso, um dia, todos morremos, E, Jesus, é tão bom que não exige de nós uma coragem como a de Pedro, basta, somente que nos amemos uns aos outros como Ele nos ama.
Nossa fé é medida pela sua durabilidade, pela sua perseverança diante das tempestades.
Exatamente o que não aconteceu com Pedro neste episódio. Sua fé é medida pela perseverança, com milagre ou sem milagre, com resposta ou sem resposta, e aí Jesus lhe dirá... Grande fé a sua!
Esta reflexão de hoje pode ser resumida em uma frase: "Não desistamos de Jesus!". Daí, enquanto perseverarmos com Ele, estaremos salvos.
Jesus atende ao pedido da comunidade mas deixa bem claro que ela precisa crescer na fé e não temer os passos dados dentro das águas agitadas do mundo.
Jesus exerce sua missão em benefício de
todo o povo, e não de acordo com os critérios e interesses de privilegiados ou
especialistas da religião. Estes consideram um escândalo deixar-se tocar pela
multidão doente.
Como você tem atravessado o mar da sua vida? Você está sozinho (a) ou Jesus já veio ao seu encontro? Você tem tido medo de Deus? Por que? Pedro fez a experiência de ir ao encontro de Jesus sobre as águas Como isto poderia acontecer com você?
Propósito:
Pai, aproxima-me de Jesus de quem
brota a salvação e a vida, para que eu possa ser curado do egoísmo que me
impede de fazer o bem ao próximo.
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