30 – Vale mais um pensamento de caridade
que se desenvolve no coração do nosso Cottolengo do que mil projetos
filantrópicos que se procura promover à custa de milhões espremidos das veias
do povo. (L 76). São Jose Marello
Leitura do santo
Evangelho segundo São João 13,16-20
"Eu
afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o
patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou. Já que
vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticarem.
- Não estou falando de vocês todos; eu conheço aqueles que escolhi. Pois tem de se cumprir o que as Escrituras Sagradas dizem: "Aquele que toma refeições comigo se virou contra mim". Digo isso a vocês agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam que "EU SOU QUEM SOU". Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem receber aquele que eu enviar estará também me recebendo; e quem me recebe recebe aquele que me enviou."
- Não estou falando de vocês todos; eu conheço aqueles que escolhi. Pois tem de se cumprir o que as Escrituras Sagradas dizem: "Aquele que toma refeições comigo se virou contra mim". Digo isso a vocês agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam que "EU SOU QUEM SOU". Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem receber aquele que eu enviar estará também me recebendo; e quem me recebe recebe aquele que me enviou."
Meditação:
Na noite em que Jesus institui a
eucaristia, ele se rebaixou para lavar os pés dos apóstolos. “Aquele que diz
que permanece em Jesus, deve também andar como ele andou”.(1Jo 2,6) Se
queremos, portanto, verdadeiramente participar do banquete eucarístico, devemos
aprender a lavar os pés uns aos outros, ou seja, a nos servirmos mutuamente em
humilde caridade.
Os discípulos relutavam em aceitar que
o Mestre Jesus lhes lavasse os pés. Este gesto foi interpretado como uma quebra
de hierarquia e esvaziamento da autoridade. É que eles pensavam a sociedade
organizada em camadas sociais, sobrepostas segundo a importância de cada uma,
num sistema de precedências e privilégios.
Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade, oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele parte do princípio que "o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou". Isto vale tanto para o Mestre quanto para os discípulos.
Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou Jesus, segundo a afirmação do Mestre. Sem dúvida, ele está falando do Pai, que fez de Jesus servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho como servos e os envia em missão. Se é possível falar em hierarquia, convém saber que só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura. Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.
Jesus terminou de lavar os pés de seus discípulos e quer explicar a eles o que realizou, citando um provérbio conhecido: “Não é o servo maior que seu senhor nem o enviado mais do que quem o envia”. Com este provérbio os convida a seguir seu comportamento. Ser senhor significa servir e estar disposto a dar vida por amor, porque no amor o ser humano alcança a verdadeira vida, sua plenitude. Não é o poder o que faz feliz, senão o amor. Não é ser superior senão ser igual: Jesus nos chama a isso. Lamentavelmente dentro do grupo de Jesus há um – Judas – que não está disposto a seguir este caminho e elegeu o amor ao dinheiro mais que a adesão a Jesus e a sua mensagem de amor.
Jesus recusou-se a pactuar com esta mentalidade, oferecendo-lhes pistas para compreenderem a realidade de maneira diferente. Ele parte do princípio que "o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou". Isto vale tanto para o Mestre quanto para os discípulos.
Entretanto, trata-se de saber que senhor é aquele que enviou Jesus, segundo a afirmação do Mestre. Sem dúvida, ele está falando do Pai, que fez de Jesus servo e enviado, e que acolhe também os discípulos do Filho como servos e os envia em missão. Se é possível falar em hierarquia, convém saber que só existe uma: a que sobrepõe Deus ao ser humano, o Criador à sua criatura. Além desta, qualquer tentativa de classificar as pessoas em mais ou em menos importantes será sem cabimento. Quem se imagina superior aos demais está usurpando o lugar de Deus. Só ele é o Senhor; todos nós somos irmãos e irmãs.
Jesus terminou de lavar os pés de seus discípulos e quer explicar a eles o que realizou, citando um provérbio conhecido: “Não é o servo maior que seu senhor nem o enviado mais do que quem o envia”. Com este provérbio os convida a seguir seu comportamento. Ser senhor significa servir e estar disposto a dar vida por amor, porque no amor o ser humano alcança a verdadeira vida, sua plenitude. Não é o poder o que faz feliz, senão o amor. Não é ser superior senão ser igual: Jesus nos chama a isso. Lamentavelmente dentro do grupo de Jesus há um – Judas – que não está disposto a seguir este caminho e elegeu o amor ao dinheiro mais que a adesão a Jesus e a sua mensagem de amor.
Nesta perspectiva, o gesto de humildade
de Jesus é perfeitamente compreensível. Ele agiu como servo, por ser servo. E,
como ele, todos devem agir, pois também são servos. Portanto, o gesto de Jesus
só é incompreensível para quem não pensa como Deus.
À continuação destas palavras Jesus
pronuncia outro dito solene: “Quem recebe a qualquer um que eu enviei, recebe a
mim, e quem recebe a mim, recebe aquele que me enviou”. Jesus e Deus se
manifestam em quem acolhe o outro. Não há melhor expressão de igualdade:
receber a um enviado de Jesus é como recebe-lo, e recebe-lo é como receber a
Deus. Se seus enviados põem em prática sua mensagem de amor, quando estes forem
recebidos, estarão refletindo o estilo de vida de Jesus, e vendo o estilo de
vida de Jesus poderão entender melhor que Deus é também amor e quer a
solidariedade e o serviço para experiência de amar e ser amado. Jesus efetua
uma inversão total da concepção tradicional de Deus e, em conseqüência, de sua
relação com o ser humano e das pessoas entre si. Contra tudo o que ensinava as
religiões, Jesus revela que o atributo principal de Deus não é o poder, senão o
amor, doador de vida. E se Deus, o Pai, não exerce domínio, nenhum poder nem
domínio humano está legitimado. De fato, a idéia de um Deus soberano, com seu
trono no céu, fundava o paradigma das grandezas humanas; os mais poderosos
entre os humanos criam ser os que mais se pareciam com Ele. Mas, com Jesus,
Deus deixou seu trono; manifesta-se como amor ao serviço de cada um (como
lavando os pés).
Reflexão Apostólica:
Como na leitura de Atos 13,13-25, a idéia
central da liturgia de hoje é a fidelidade do Pai no cumprimento de suas
promessas. Esta fidelidade é demonstrada por Jesus quando ele se manifesta com
instrumento de Deus. Na realização de sua obra, Jesus não se sente mais que o
Pai, e da mesma forma o discípulo não poderá nunca pretender estar acima do
Mestre. O mais impressionante é que não se trata de uma proposta teórica de
Jesus. Se nós prestarmos atenção ao evangelho, veremos que estamos no contexto
do lava-pés. Jesus acaba de lavar os pés de seus discípulos, algo que talvez
nem eles tinham imaginado. Recordemos a resistência de Pedro para se deixar
lavar. Como isto?!! O Mestre realizando uma obra própria de escravos?!! Sem
dúvida, são esses os sinais escolhidos por Jesus para demonstrar até onde chega
na prática a sua doutrina.
No caminho do seguimento pode haver duas formas de trair a Jesus, de ser infiel a ele: quando o discípulo pretende tomar o seu lugar ou quando o rejeita, por incompreensão ou por não entender nem ser capaz de encarnar sua oferta.
Nosso trabalho como evangelizadores teria que ser examinado continuamente para ver em que ponto se encontra. Poderia ser que os “sucessos” de nossas tarefas nos fazem brilhar, porque somos simpáticos ou porque nos cremos muito liberados. Mas poderia acontecer que a essência da mensagem nem seja vista, nem se manifeste a parte alguma. Não esqueçamos que a mensagem em essência deve ser levada à ação, à práxis.
Seria importante considerar se nosso silêncio diante de todos os anti-valores do mundo não é uma forma concreta de infidelidade a Jesus ou uma maneira prática de estar “entregando-o”. Nossa falta de um radical compromisso na luta com os humildes e marginalizados de nossa sociedade é uma maneira de desqualificar a validade atual e permanente do projeto de Jesus. Por ignorância? Por incapacidade? Por medo? Seja o que for, no fundo é traição e infidelidade.
No caminho do seguimento pode haver duas formas de trair a Jesus, de ser infiel a ele: quando o discípulo pretende tomar o seu lugar ou quando o rejeita, por incompreensão ou por não entender nem ser capaz de encarnar sua oferta.
Nosso trabalho como evangelizadores teria que ser examinado continuamente para ver em que ponto se encontra. Poderia ser que os “sucessos” de nossas tarefas nos fazem brilhar, porque somos simpáticos ou porque nos cremos muito liberados. Mas poderia acontecer que a essência da mensagem nem seja vista, nem se manifeste a parte alguma. Não esqueçamos que a mensagem em essência deve ser levada à ação, à práxis.
Seria importante considerar se nosso silêncio diante de todos os anti-valores do mundo não é uma forma concreta de infidelidade a Jesus ou uma maneira prática de estar “entregando-o”. Nossa falta de um radical compromisso na luta com os humildes e marginalizados de nossa sociedade é uma maneira de desqualificar a validade atual e permanente do projeto de Jesus. Por ignorância? Por incapacidade? Por medo? Seja o que for, no fundo é traição e infidelidade.
Propósito:
Pai, inculca no meu coração a certeza de que só tu
és Senhor, e que entre os seres humanos deve reinar igualdade e solidariedade,
sem opressão.
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