Evangelho do dia 15 de janeiro – Santo Arnaldo Janssen
15 – Renovar a todo instante a confiança
no bom Deus e convencer-se de que, às vezes, Ele nos nega as consolações do
espírito, mas jamais nos dispensa a resignação à sua vontade, que é a raiz de
todo nosso merecimento. (L 19) São Jose Marello
Marcos 1,40-45
Naquele
tempo, 40um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: “Se
queres, tens o poder de curar-me”. 41Jesus, cheio de compaixão,
estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” 42No
mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado.
43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!”
45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.
43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!”
45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.
Meditação:
A Bíblia, especialmente no Velho Testamento, fala,
muitas vezes, sobre o problema de lepra. Quando se fala de pessoas leprosas, a
palavra significa uma doença da pele que pode abranger tipos diferentes de
doenças. Em outros casos, a mesma palavra fala de manchas em roupas ou paredes,
algo que nós poderíamos chamar hoje de fungo ou mofo.
Na lei que Deus deu aos israelitas, uma pessoa
leprosa foi considerada imunda (Lv 13,2-3). A doença foi vista como uma praga.
“Às vezes, a praga foi enviada por Deus para repreender o povo desobediente”
(Lv 14,34).
As instruções sobre a lepra, obviamente, serviam
para conter uma doença maligna, mesmo séculos antes de cientistas compreenderem
como as doenças se espalhavam.
Mas há um segundo – e mais importante – motivo para
falar tanto sobre a lepra no Velho Testamento. Há, pelo menos, duas lições
espirituais das ordens sobre a lepra:
1. A importância da obediência. Entre as últimas
orientações dadas por Moisés ao povo de Israel são estas palavras: “Guarda-te
da praga da lepra e tem diligente cuidado de fazer segundo tudo o que te
ensinarem os sacerdotes levitas; como lhes tenho ordenado, terás cuidado de o
fazer” (Deuteronômio 24:8).
2. A necessidade de distinguir entre o limpo e o
imundo. A chave ao entendimento deste significado da lepra aparece em Levítico
14:54-57 – “Esta é a lei de toda sorte de praga de lepra, da lepra das vestes,
das casas, da inchação, da pústula e das manchas lustrosas para ensinar quando
qualquer coisa é limpa ou imunda. Esta é a lei da lepra.”
Deus usou coisas físicas – seja doenças, questões
de higiene ou diferenças entre animais – para ensinar princípios espirituais.
Quando foi descoberta a imundície da lepra, não
mediam esforços para se livrarem dela. Pessoas leprosas foram publicamente
identificadas e afastadas da congregação para não contaminar outros. Quando as
tentativas de purificar as casas não foram bem-sucedidas, foi necessário
derrubar casas inteiras para não deixar a praga se espalhar (Levítico
14:43-45).
O leproso que se aproxima de Jesus pede por
sua purificação e não por sua cura. Marcos destaca o sentimento humano de
compaixão que Jesus sente pelo leproso em sua exclusão. Jesus transgride a Lei,
toca o leproso e o liberta de sua lepra e de sua impureza. Envia o homem, já
purificado, ao sacerdote como testemunho contra o poder religioso que
reivindicava para si o direito de purificar. Fica caracterizada a ação de
Jesus: libertadora e infratora da Lei.
Reflexão Apostólica:
Jesus adverte o
curado da lepra que não comente com ninguém essa ação e que se apresente ao
sacerdote para que possa novamente ser reintegrado e vinculado religiosa e
socialmente à comunidade.
Esta exigência de silêncio tem um significado importante dentro do evangelho de Marcos e é conhecido como o “segredo messiânico”; com ele se quer expressar que a salvação anunciada por Jesus à humanidade somente pode ser corretamente compreendida depois de sua morte e ressurreição; do contrário, os milagres poderiam ser vinculados, erroneamente, às expectativas messiânicas latentes em seu momento.
O leproso era marginalizado por sua doença, conseqüência de seu pecado, segundo a tradição judaica. A lepra era a maior muralha social e, ao mesmo tempo, uma enfermidade que somente Deus podia curar diante do pedido humilde do “impuro”.
Esta exigência de silêncio tem um significado importante dentro do evangelho de Marcos e é conhecido como o “segredo messiânico”; com ele se quer expressar que a salvação anunciada por Jesus à humanidade somente pode ser corretamente compreendida depois de sua morte e ressurreição; do contrário, os milagres poderiam ser vinculados, erroneamente, às expectativas messiânicas latentes em seu momento.
O leproso era marginalizado por sua doença, conseqüência de seu pecado, segundo a tradição judaica. A lepra era a maior muralha social e, ao mesmo tempo, uma enfermidade que somente Deus podia curar diante do pedido humilde do “impuro”.
Jesus não repara
em tocar o intocável e, em lugar de ficar contaminado, comunica-lhe suas
própria “pureza”. O segregado torna-se reintegrado. É um gesto grandioso e
revelador. O leproso é convidado a não divulgar sua cura, mas em troca se
converte em testemunha da ação de Jesus e anuncia abertamente a ação
libertadora de que tinha sido objeto.
Jesus tem o poder
de integrar em seu ministério a todos e a tudo; rompe todos os esquemas de
marginalização; sua prática pretende abolir as fronteiras que dividem os
homens.
Jesus não é um rei
político, nem um messias nacional que tem como projeto libertar o povo de
Israel das distintas estruturas que o oprimem. Jesus é Messias porque, com suas
atitudes e comportamentos faz presente, de maneira antecipada, a realidade do
Reino de Deus. É Messias porque não se anuncia a si mesmo, mas anuncia a
misericórdia e a bondade de Deus para com os pobres.
É importante, pois, para nossa experiência de fé compreender que na solidariedade humana com o irmão vamos tornando presente o Reino de Deus e dele depende a eficácia da missão da Igreja.
É importante, pois, para nossa experiência de fé compreender que na solidariedade humana com o irmão vamos tornando presente o Reino de Deus e dele depende a eficácia da missão da Igreja.
O discipulado não
se pode transformar num grupo fechado de “escolhidos”, mas tem que saber
descobrir todos os ambientes de marginalização que a sociedade vai criando. Sua
missão será reintegrar a todos para que sejam participantes da misericórdia de
Deus, que sempre está disposto a ir em busca da ovelha perdida para trazê-la de
volta ao redil.
Refletir sobre os
gestos e as ações de Jesus, como também sobre a Sua firmeza, far-nos-á também
querer adotar as mesmas expressões e ações que Ele usava. Jesus olhava com
compaixão para os doentes e leprosos. E embora a lepra fosse uma doença
incurável e amaldiçoada, Jesus não tinha para com os leprosos olhar de
reprovação, nem tampouco quando abordado Ele mostrava-se superior.
É com este mesmo
olhar que Jesus nos olha, acolhe a nossa fraqueza, a nossa limitação. Jesus age
hoje como agia no tempo em quem andava por aqui. Quando acreditamos, pedimos,
suplicamos, de coração, Ele realiza.
Precisamos abrir a
nossa boca e o nosso coração para manifestar a Ele os nossos desejos e
reconhecer: “se queres, tens o poder de curar-me”. O leproso pediu de joelhos,
“Se queres, tens o poder de curar-me!” Nós percebemos que o leproso colocou
como condição o querer de Jesus, por isso, Jesus disse: “Eu quero, fica
curado!” Esta é a maneira certa para pedirmos as coisas a Deus.
Deus sempre quer
nos curar, na hora certa Ele age. Quando isso acontece, não dá mais para
esconder: precisamos sair apregoando, anunciando o Seu poder, porque assim
fazendo estamos dando ao mundo a oportunidade para que todos conheçam a
salvação que vem de Deus. Somos curados, para amar e servir a Deus seguindo
adiante na nossa vida, fazendo o mesmo que Jesus: olhar com compaixão e bondade
para aqueles que também precisam de cura.
Você tem recebido
graças de Deus. Isto fez com que você olhasse melhor para as outras
pessoas? Existe algum “leproso” que precisa do seu olhar de compaixão?
Pergunte a Jesus o que você poderá fazer por ele! Você costuma contar pra
todo mundo as maravilhas que Deus realiza em você? Você pede a vontade de
Deus ou se limita a pedir só o que você acha que lhe convém?
O Evangelho de hoje revela o
empenho de Jesus não na simples cura, mas na inclusão social dos
marginalizados. O leproso representa os excluídos e marginalizados por um
sistema elitista e opressor, no qual o explorador humilha o explorado para
inibi-lo e submetê-lo à sua exploração.
As mesmas leis sobre a lepra
não se aplicam hoje, mas os princípios que aprendemos delas têm muita
importância para nós.
Devemos ser obedientes a todas
as instruções que o Senhor nos deu. E quando a imundícia do pecado invade a
nossa vida, devemos agir com urgência para eliminá-lo, mesmo se forem
necessárias medidas radicais. “E se o teu olho direito te serve de escândalo,
arranca-o e lança-o fora de ti; porque melhor te é que se perca um de teus
membros, do que todo o teu corpo ser lançado no inferno. E se a tua mão direita
te serve de escândalo, corta-a e lança-a fora de ti; porque melhor te é que se
perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno.” (Mt,
29-30).
Sejamos santos para a glória
do nosso Senhor, que é perfeito e santo (1Pd 1,14-16; 2Cor 6,17-18).
Propósito:
Pai, dá-me forças para combater e vencer as forças do mal que impedem o Reino acontecer na minha vida e na história humana.
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