04 – Concedamos sempre a vitória a Deus,
mesmo quando isso repugna ao nosso amor próprio. E, se nem sempre podemos
sentir nisso aquela doçura e aquela paz que o sacrifício cumprido traz consigo,
supra a isto a fé e, voltando o nosso olhar para o Céu,
exclamemos:
Paraíso! Paraíso! (S 234). SÃO JOSE MARELLO
Evangelho:
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 14,22-36
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 14,22-36
"Logo em seguida, Jesus mandou que os
discípulos entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado do mar...
O barco, entretanto, já longe da terra, era atormentado pelas ondas, pois o
vento era contrário. Nas últimas horas da noite, Jesus veio até os discípulos,
andando sobre o mar. Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, ficaram
apavorados e disseram: "É um fantasma". E gritaram de medo. Mas Jesus
logo lhes falou: "Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!". Então Pedro
lhe disse: "Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando
sobre a água". Ele respondeu: "Vem!". Pedro desceu do barco e
começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas, sentindo o vento, ficou
com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!". Jesus
logo estendeu a mão, segurou-o e lhe disse: "Homem de pouca fé, por que
duvidaste?". Assim que subiram no barco, o vento cessou. Os que estavam no
barco ajoelharam-se diante dele, dizendo: "Verdadeiramente tu és o Filho
de Deus!"..."
Meditação:
Jesus manda os
discípulos para o outro lado do mar, enquanto ele próprio despediria as
multidões. O destaque no evangelho de hoje vai para o barco agitado pelas ondas
e pelo vento. Meditação:
Numa primeira fase, o “barco” simboliza a Igreja, já em processo de institucionalização na década de 80 do primeiro século do Cristianismo, quando Mateus escreve seu evangelho. Em segundo lugar simboliza a sua vida quando chega o momento das tentações e problemas de vários tipos.
Este
episódio da travessia do mar agitado, com Jesus caminhando sobre as águas, é
narrado por Marcos e por João. Mateus acrescenta-lhe o episódio de Pedro que
ousa ir ao encontro de Jesus sobre as águas, estabelecendo-se um diálogo entre
ambos.
Quando Jesus se
aproxima, caminhando sobre as águas, Mateus narra também a caminhada de Pedro,
que a tradição passou a cultuar como figura proeminente na Igreja.
Pedro
pede a Jesus para ir ao seu encontro. Tem o consentimento e se põe a andar
sobre as águas agitadas. Vacilando, sente medo e começa a "afundar".
A
vacilação de Pedro ao andar sobre as águas, entre a fé e a dúvida, induz as
comunidades a compreenderem a importância de uma fé firme e decidida em Cristo
como o tudo em todas as circunstâncias.
Quem
nos faz saber isso é Mateus que termina com a proclamação messiânica dos
discípulos: “Verdadeiramente, tu és Filho de Deus”. A afirmação do messianismo
de Jesus é uma forte característica de Mateus.
As
comunidades de discípulos, ao longo da história, passam por tribulações
sofrendo repressões. Pode-se chegar ao desânimo, com o sentimento de abandono
por parte de Deus. Se assim acontecer, submerge-se no oceano do mundo dominado
pelos poderes fundados sobre as riquezas acumuladas, que desprezam a vida dos
pobres e pequeninos.
Contudo
Jesus está presente. Não há o que temer, pois Jesus é a fonte da vida e a luz
para o nosso caminho, e é a força propulsora da nova criação, do mundo novo
possível.
Nem
sempre Deus se manifesta da forma que tradicionalmente nos acostumamos a
buscá-lo; e, na segunda, pode-se ver o apóstolo Paulo preocupado com a situação
da comunidade.
Preocupações
dissipadas quando identificamos no evangelho, que as dificuldades da vida não
podem afogar uma comunidade fundamentada na palavra de Deus e na fé no Cristo
Ressuscitado.
Por
que tanto medo? Jesus está conosco! Enquanto Jesus reza no monte, a barca dos
discípulos está velejando no lago de Genesaré (Mt 14,22-23).
Jesus
os tinha obrigado a ir para o “outro lado”, isto é, para a terra dos pagãos.
Para quê? Certamente para ensinar aos outros povos que a partilha é que
constrói uma sociedade nova. Mas sair de casa para ir até os outros não é coisa
fácil.
O
mar agitado, cheio de ventos fortes e ondas. O que significa isso? Significa a
resistência dos discípulos, e a resistência de todos nós em compreender que o
projeto de Deus é para todos, e não apenas para nós.
Jesus,
em alta madrugada, vai até os discípulos, andando sobre a água. Ora, isso era
prerrogativa de Deus (veja o livro de Jó 9,8).
Os
discípulos pensam que Jesus é um fantasma, e gritam de medo. Jesus, porém, os
tranqüiliza, dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”.
Este
é o modo como Deus sempre tranqüiliza os homens. E o “sou eu” lembra
imediatamente o Deus do êxodo, que se revelou a Moisés como sendo o “Eu Sou”.
Tudo isso mostra que os discípulos ainda não cresceram na fé.
Pedro,
o líder dos discípulos e futuro chefe de todas as comunidades, faz um desafio:
ir até Jesus, andando como ele sobre as águas, isto é, participando da sua
divindade. Perigo. Para isso é preciso fé grande, entrega total. O que não
acontece, pois Pedro teme, duvida, e começa a afundar.
O
que Jesus diz vale para todos nós: “Homem fraco na fé, por que você duvidou?”
Também nós duvidamos quando as coisas ficam difíceis e os ventos se tornam
contrários, prova de que ainda não confiamos em Deus e no seu projeto. O vento
cessa logo que Jesus entra na barca. Por quê?
Dizem
que no olho do furacão reina completa paz. Com Jesus em nosso meio estamos no
olho do furacão: ao redor tudo gira e ameaça, mas nós permanecemos calmos,
certos de que o projeto de Deus, realizado por Jesus, é e sempre será
vitorioso. Reconhecendo isso, vem a grande confissão dos discípulos e da
comunidade cristã: “De fato, tu és o Filho de Deus”.
Uma
confissão de fé que nos faz acreditar em nós mesmos: em nossa vocação e nossa
capacidade de amar, servir e partilhar, pois também nós, pelo Batismo, fomos
feitos filhos de Deus.
Não
temamos. Também podemos andar pelas águas agitadas do mundo, sem medo de
afundar porque Jesus está por perto. Basta na hora mais difícil gritarmos como
Pedro: SOCORRO, SENHOR!
Na
nossa missão evangelizadora, ao atravessarmos um "mar" de
adversidades sentimos o medo que nos inclina a recuar. Mas Jesus está presente,
segura-nos com a mão e estimula nossa fé: "Coragem, sou eu... Por que
duvidastes?".
Reflexão Apostólica:
Os discípulos
ficaram sós no mar. Jesus deixou que eles seguissem sozinhos mar aberto, mas de
longe os avistava. Quando já era noite e o vento era contrário, Jesus se
aproximou dos discípulos andando sobre as águas. Ele atravessou o mar caminhando sobre as águas para salvá-los, porém eles ainda não estavam acostumados com as manifestações de Jesus e tiveram medo.
Assim também Ele faz conosco. Por isso é que Ele nos dá liberdade de ir em frente nos nossos propósitos e seguir adiante para enfrentar as intempéries da nossa vida.
Porém, como aconteceu com os discípulos, o Seu socorro sempre nos chega a tempo. Todavia, nós precisamos estar confiantes de que a Sua ajuda é certa e não devemos temer quando Ele se aproximar de nós.
A qualquer investida de Jesus nós podemos já pedir o Seu amparo e não esperar que Ele precise chegar ao nosso barco quando tudo já tiver sido resolvido.
Sobressai
aqui a figura de Pedro, protótipo da comunidade que, nas grandes crises, duvida
da presença de Jesus em seu meio e, por isso, pede um sinal.
Contudo,
mesmo vendo sinais, ele continua com medo das ambigüidades da situação e, por
isso, a sua fé fica paralisada. Então, ele faz o seu pedido de socorro.
Quantas vezes nós
agimos assim como Pedro? A nossa fé só pode aumentar e nos dar
a segurança que precisamos, crescendo, ficando adulta. Só mesmo quando passamos por momentos como esse que Pedro experimentou. Acreditamos nas palavras de Jesus e resistimos ao medo, mas, quando o medo fica maior que a nossa fé, gritamos por socorro e, muitos até, se esquecem de Deus, de Jesus e de Maria, aos quais dão tanto trabalho, quando das muitas preocupações. Ficamos presos às limitações que o mundo nos apresenta, como o mar agitado assustou Pedro.
O único meio de amadurecermos a nossa fé, é só mesmo quando passamos por momentos difíceis, duros, que se agigantam na nossa vida, parecendo nos querer engolir, derrubar.
Dos apóstolos, Pedro foi o mais agitado. Foi o que mais Jesus experimentou. Chegou até a negar que o conhecia. Por três vezes, quando lhe perguntaram se conhecia Jesus o “Galileu “, ele disse: - Eu? Nunca vi aquele homem, nem sei quem é. “ Conta a história, que por causa disso, Pedro chorou tanto, que às lágrimas lhe abriram grandes sulcos em seu rosto.
A sua fé cresceu tanto que Jesus o deixou responsável para continuar a sua Igreja, dizendo-lhe : - “ Tu és Pedro e sobre essa pedra erguerei a minha Igreja. Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu. Tudo o desligares na terra, será desligado no céu. As forças do mal nunca prevalecerão contra Ela “.
Pedro, cumprindo a missão que Jesus lhe deixou, acabou sendo preso e, ao lhe dizerem que ele iria morrer crucificado como Jesus, ele disse que não merecia isso e pediu que o crucificassem de cabeça para baixo. E, assim foi feito.
A nossa confiança em Jesus deve ser ilimitada, mesmo que às vezes nos custem algum sacrifício, porque o que nos importa é retornarmos um dia à casa do Pai; não nascemos para ficarmos eternamente neste mundo.
Por isso somos limitados, por isso, um dia, todos morremos, E, Jesus, é tão bom que não exige de nós uma coragem como a de Pedro, basta, somente que nos amemos uns aos outros como Ele nos ama.
Nossa fé é medida pela sua durabilidade, pela sua perseverança diante das tempestades.
Exatamente o que não aconteceu com Pedro neste episódio. Sua fé é medida pela perseverança, com milagre ou sem milagre, com resposta ou sem resposta, e aí Jesus lhe dirá... Grande fé a sua!
Esta reflexão de hoje pode ser resumida em uma frase: "Não desistamos de Jesus!". Daí, enquanto perseverarmos com Ele, estaremos salvos.
Jesus atende ao pedido da comunidade mas deixa bem claro que ela precisa crescer na fé e não temer os passos dados dentro das águas agitadas do mundo.
Jesus
exerce sua missão em benefício de todo o povo, e não de acordo com os critérios
e interesses de privilegiados ou especialistas da religião. Estes consideram um
escândalo deixar-se tocar pela multidão doente.
Corramos ao Seu
encontro por sobre as dificuldades e Ele nos ajudará a vencê-las e
participaremos com Ele da vitória final! Como você tem atravessado o mar da sua vida? Você está sozinho (a) ou Jesus já veio ao seu encontro? Você tem tido medo de Deus? Por que? Pedro fez a experiência de ir ao encontro de Jesus sobre as águas Como isto poderia acontecer com você?
Propósito:
Pai, aproxima-me de Jesus de quem brota a salvação e a vida, para
que eu possa ser curado do egoísmo que me impede de fazer o bem ao próximo.
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