30 – Cristo é um
coeficiente infinito em nossos corações... E nós, pobres cifras do nada,
podemos multiplicar-nos, aos poucos, até à grandeza dos valores infinitos. (L
11). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 25,14-30
"O Reino dos Céus é também como um homem que
ia viajar... Chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens: a um, cinco
talentos, a outro, dois e ao terceiro, um... O servo que havia recebido cinco
talentos... lucrou outros cinco... o que havia recebido dois lucrou outros
dois. Mas aquele que havia recebido um só... escondeu o dinheiro do seu senhor.
... o senhor voltou e foi ajustar contas com os servos. Aquele que havia
recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: 'Senhor... Aqui estão
mais cinco que lucrei'. O senhor lhe disse: 'Parabéns, servo bom e fiel!..'.. o
que havia recebido dois talentos disse: 'Senhor... Aqui estão mais dois que
lucrei'. O senhor lhe disse: 'Parabéns...'; aquele que havia recebido um só
talento disse: 'Senhor... fiquei com medo e escondi o teu talento no chão...'.
O senhor lhe respondeu: 'Servo mau e preguiçoso!... Então devias ter depositado
meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros... Em
seguida, o senhor ordenou: '...quanto a este servo inútil, lançai-o fora, nas
trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!'."
Meditação:
Meditação:
Esta
longa parábola de Mateus tem um enredo que causa estranheza. Nela encontramos
alguma semelhança com fatos da vida real, característicos de uma sociedade
oportunista de mercado e lucro. Por sua complexidade pode-se perceber que, a
partir de um dito de Jesus, sofreu acréscimos ao ser transmitida.
Mateus a insere no discurso escatológico de Jesus para estimular à operosidade as suas comunidades vacilantes e inertes, à espera da uma parusia que tardava.
Não basta estar preparado, esperando passivamente a manifestação de Jesus. É preciso arriscar e lançar-se à ação, para que os dons recebidos frutifiquem e cresçam. Jesus confiou à comunidade cristã a revelação da vontade de Deus e a chave do Reino. No julgamento, ele pedirá contas por esse dom. A comunidade o repartiu e o fez crescer, ou o escondeu dos homens?
Tudo o que nós recebemos de Deus vem na medida certa, de acordo com a nossa capacidade, nem mais nem menos do que poderíamos receber. Portanto, cabe a cada um de nós assumirmos os talentos que Dele recebemos com humildade e perseverança, pois seremos cobrados pelo que auferimos.
Às vezes nos subestimamos e entendemos que não possuímos dons como as outras pessoas e nos negamos a perceber qual a aptidão que nos foi presenteada por Deus. Neste caso estamos enterrando o talento, pois não queremos assumi-lo por falsa modéstia, por preguiça, por comodismo e até por orgulho.
Aquele (a) que se acha muito pequeno (a) e, por isso, se encosta e se acomoda está cometendo um erro incorrigível. Será tirado dele (a) até o dom que ele (a) tinha inclinação para fazer prosperar e não o fez porque não o colocouem prática.
Achar-se muito sem capacidade e não confiar na capacidade de Deus
é o grande pecado de muitos de nós.
Não se pode esquecer o principio de proporcionalidade ao interpretar a parábola de hoje. O viajante dá a cada um "segundo sua capacidade", segundo a medida de suas possibilidades e não segundo sua ambição ou sua incapacidade de assumir as responsabilidades. Ao ler esta parábola nos damos conta de que nossa atitude não é a de dar mais, mas de pedir mais.
Mateus a insere no discurso escatológico de Jesus para estimular à operosidade as suas comunidades vacilantes e inertes, à espera da uma parusia que tardava.
Não basta estar preparado, esperando passivamente a manifestação de Jesus. É preciso arriscar e lançar-se à ação, para que os dons recebidos frutifiquem e cresçam. Jesus confiou à comunidade cristã a revelação da vontade de Deus e a chave do Reino. No julgamento, ele pedirá contas por esse dom. A comunidade o repartiu e o fez crescer, ou o escondeu dos homens?
Tudo o que nós recebemos de Deus vem na medida certa, de acordo com a nossa capacidade, nem mais nem menos do que poderíamos receber. Portanto, cabe a cada um de nós assumirmos os talentos que Dele recebemos com humildade e perseverança, pois seremos cobrados pelo que auferimos.
Às vezes nos subestimamos e entendemos que não possuímos dons como as outras pessoas e nos negamos a perceber qual a aptidão que nos foi presenteada por Deus. Neste caso estamos enterrando o talento, pois não queremos assumi-lo por falsa modéstia, por preguiça, por comodismo e até por orgulho.
Aquele (a) que se acha muito pequeno (a) e, por isso, se encosta e se acomoda está cometendo um erro incorrigível. Será tirado dele (a) até o dom que ele (a) tinha inclinação para fazer prosperar e não o fez porque não o colocou
Achar-se
Não se pode esquecer o principio de proporcionalidade ao interpretar a parábola de hoje. O viajante dá a cada um "segundo sua capacidade", segundo a medida de suas possibilidades e não segundo sua ambição ou sua incapacidade de assumir as responsabilidades. Ao ler esta parábola nos damos conta de que nossa atitude não é a de dar mais, mas de pedir mais.
Não
temos uma oração de ofertas, mas sim de petições. Queremos mais, mas fazemos
muito pouco com aquilo que já temos. Deixamos-nos arrastar pela lógica do
consumo, do acúmulo, do ter. A parábola nos propõe um desafio ao nos perguntar
o que fazemos com o que recebemos e que podemos dar.
A
parábola não diz que quem já dá tem que dar mais, mas que cada um tem que
compartilhar de acordo com suas possibilidades. Alguns darão mais porque
receberam mais; outros darão menos porque produziram menos, mas todos os que
dão devem oferecer cem por cento de suas possibilidades. Dar é questão de
atitude generosa e não de posse egoísta.
O que você tem feito com os seus dons? Você se acha muito sem expressão, incapaz de realizar alguma coisa? Não será porque você está confiando somente em você mesmo (a) e esquecendo-se Daquele que lhe deu a vida? Você não acha que a sua vida já é um dom muito precioso? O que você tem feito dela?
O que você tem feito com os seus dons? Você se acha muito sem expressão, incapaz de realizar alguma coisa? Não será porque você está confiando somente em você mesmo (a) e esquecendo-se Daquele que lhe deu a vida? Você não acha que a sua vida já é um dom muito precioso? O que você tem feito dela?
Reflexão Apostólica:
Infelizmente, no passado, o significado desta parábola foi habitualmente
confundido, ou pelo menos muito reduzido. Quando escutamos falar dos talentos,
pensamos imediatamente nos dons naturais de inteligência, beleza, força,
capacidades artísticas. A metáfora é usada para falar de atores, cantores,
comediantes...O uso não é totalmente equivocado, mas sim secundário. Jesus não pretendia falar da obrigação de desenvolver os dons naturais de cada um, mas de fazer frutificar os dons espirituais recebidos dele. A desenvolver os dotes naturais já nos impulsiona a natureza, a ambição, a sede de lucro. Às vezes, ao contrário, é necessário frear esta tendência de fazer valer os próprios talentos, porque pode converter-se facilmente em afã por fazer carreira e por impor-se sobre os demais.
Os talentos dos quais Jesus fala são a Palavra de Deus, a fé, ou seja, o Reino que Ele anunciou. Neste sentido, a parábola dos talentos se conecta com a do semeador. À sorte diferente da semente que ele lançou – que em alguns casos produz sessenta por cento; em outras, ao contrário, fica entre os espinhos, ou são comidas pelos pássaros do céu –, corresponde aqui o diferente lucro realizado com os talentos.
Os talentos são, para nós, cristãos de hoje, a fé e os sacramentos que recebemos. A palavra nos obriga a fazer um exame de consciência: que uso estamos fazendo destes talentos? Nós nos parecemos com o servo que os faz frutificar ou com o que os enterra? Para muitos, o próprio batismo é verdadeiramente um talento enterrado. Podemos compará-lo a um presente que se recebeu de Natal e que foi esquecido num lugar, sem nunca tê-lo aberto ou jogado fora.
Os frutos dos talentos naturais acabam conosco ou, quando muito, passam aos herdeiros; os frutos dos talentos espirituais nos seguem à vida eterna e um dia nos valerão a aprovação do Juiz divino: «Muito bem, servo bom e fiel! Foste fiel no pouco, e por isso eu te darei autoridade sobre o muito: toma parte no gozo de teu senhor».
Nosso dever humano e cristão não é só desenvolver nossos talentos naturais e espirituais, mas também de ajudar os demais a desenvolverem os seus.
No mundo moderno existe uma profissão que se chama, em inglês, talent-scout, descobridor de talentos. São pessoas que sabem encontrar talentos ocultos – de pintor, cantor, ator, jogador de futebol – e os ajudam a cultivar seu talento e a encontrar um patrocinador.
Não o fazem de graça, naturalmente, nem por hobby, mas para ter uma porcentagem em seus lucros, uma vez que se afirmaram.
O Evangelho nos convida a ser talent-scout, «descobridores de talentos», mas não por amor ao lucro, e sim para ajudar quem não tem a possibilidade de afirmar-se sozinho.
Propósito:
Pai, transforma-me em discípulo responsável que
sabe aproveitar cada circunstância para fazer frutificar os dons que me
concedes, colocando-os a serviço do meu próximo.
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