como aprendizado daquela união perfeita que se completará no Céu: qualquer outra coisa
deve estar totalmente subordinada a esta. (C 88). SÃO JOSÉ MARELLO
Marcos 1,40-45
Naquele tempo, 40um leproso chegou perto de
Jesus, e de joelhos pediu: “Se queres, tens o poder de curar-me”. 41Jesus,
cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica
curado!” 42No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou
curado.
43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!”
45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.
43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!”
45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.
Meditação:
A Bíblia, especialmente no
Velho Testamento, fala, muitas vezes, sobre o problema de lepra. Quando se fala
de pessoas leprosas, a palavra significa uma doença da pele que pode abranger
tipos diferentes de doenças. Em outros casos, a mesma palavra fala de manchas
em roupas ou paredes, algo que nós poderíamos chamar hoje de fungo ou mofo.
Na lei que Deus deu aos
israelitas, uma pessoa leprosa foi considerada imunda (Lv 13,2-3). A doença foi
vista como uma praga. “Às vezes, a praga foi enviada por Deus para repreender o
povo desobediente” (Lv 14,34).
As instruções sobre a
lepra, obviamente, serviam para conter uma doença maligna, mesmo séculos antes
de cientistas compreenderem como as doenças se espalhavam.
Mas há um segundo – e mais
importante – motivo para falar tanto sobre a lepra no Velho Testamento. Há,
pelo menos, duas lições espirituais das ordens sobre a lepra:
Deus usou coisas físicas –
seja doenças, questões de higiene ou diferenças entre animais – para ensinar
princípios espirituais.
Quando foi descoberta a
imundície da lepra, não mediam esforços para se livrarem dela. Pessoas leprosas
foram publicamente identificadas e afastadas da congregação para não contaminar
outros. Quando as tentativas de purificar as casas não foram bem-sucedidas, foi
necessário derrubar casas inteiras para não deixar a praga se espalhar
(Levítico 14:43-45).
O leproso que se
aproxima de Jesus pede por sua purificação e não por sua cura. Marcos destaca o
sentimento humano de compaixão que Jesus sente pelo leproso em sua exclusão.
Jesus transgride a Lei, toca o leproso e o liberta de sua lepra e de sua
impureza. Envia o homem, já purificado, ao sacerdote como testemunho contra o
poder religioso que reivindicava para si o direito de purificar. Fica
caracterizada a ação de Jesus: libertadora e infratora da Lei.
Reflexão Apostólica:
Jesus adverte o curado da lepra que não comente com ninguém essa ação e que
se apresente ao sacerdote para que possa novamente ser reintegrado e vinculado
religiosa e socialmente à comunidade.
Esta exigência de silêncio tem um significado importante dentro do evangelho de Marcos e é conhecido como o “segredo messiânico”; com ele se quer expressar que a salvação anunciada por Jesus à humanidade somente pode ser corretamente compreendida depois de sua morte e ressurreição; do contrário, os milagres poderiam ser vinculados, erroneamente, às expectativas messiânicas latentes em seu momento.
O leproso era marginalizado por sua doença, conseqüência de seu pecado, segundo a tradição judaica. A lepra era a maior muralha social e, ao mesmo tempo, uma enfermidade que somente Deus podia curar diante do pedido humilde do “impuro”.
Esta exigência de silêncio tem um significado importante dentro do evangelho de Marcos e é conhecido como o “segredo messiânico”; com ele se quer expressar que a salvação anunciada por Jesus à humanidade somente pode ser corretamente compreendida depois de sua morte e ressurreição; do contrário, os milagres poderiam ser vinculados, erroneamente, às expectativas messiânicas latentes em seu momento.
O leproso era marginalizado por sua doença, conseqüência de seu pecado, segundo a tradição judaica. A lepra era a maior muralha social e, ao mesmo tempo, uma enfermidade que somente Deus podia curar diante do pedido humilde do “impuro”.
Jesus não repara em tocar o intocável e, em lugar de ficar contaminado,
comunica-lhe suas própria “pureza”. O segregado torna-se reintegrado. É um
gesto grandioso e revelador. O leproso é convidado a não divulgar sua cura, mas
em troca se converte em testemunha da ação de Jesus e anuncia abertamente a
ação libertadora de que tinha sido objeto.
Jesus tem o poder de integrar em seu ministério a todos e a tudo; rompe
todos os esquemas de marginalização; sua prática pretende abolir as fronteiras
que dividem os homens.
Jesus não é um rei político, nem um messias nacional que tem como projeto
libertar o povo de Israel das distintas estruturas que o oprimem. Jesus é
Messias porque, com suas atitudes e comportamentos faz presente, de maneira
antecipada, a realidade do Reino de Deus. É Messias porque não se anuncia a si
mesmo, mas anuncia a misericórdia e a bondade de Deus para com os pobres.
É importante, pois, para nossa experiência de fé compreender que na solidariedade humana com o irmão vamos tornando presente o Reino de Deus e dele depende a eficácia da missão da Igreja.
É importante, pois, para nossa experiência de fé compreender que na solidariedade humana com o irmão vamos tornando presente o Reino de Deus e dele depende a eficácia da missão da Igreja.
O discipulado não se pode transformar num grupo fechado de “escolhidos”,
mas tem que saber descobrir todos os ambientes de marginalização que a
sociedade vai criando. Sua missão será reintegrar a todos para que sejam
participantes da misericórdia de Deus, que sempre está disposto a ir em busca
da ovelha perdida para trazê-la de volta ao redil.
Refletir sobre os gestos e as ações de Jesus, como também sobre a Sua
firmeza, far-nos-á também querer adotar as mesmas expressões e ações que Ele
usava. Jesus olhava com compaixão para os doentes e leprosos. E embora a lepra
fosse uma doença incurável e amaldiçoada, Jesus não tinha para com os leprosos
olhar de reprovação, nem tampouco quando abordado Ele mostrava-se superior.
É com este mesmo olhar que Jesus nos olha, acolhe a nossa fraqueza, a nossa
limitação. Jesus age hoje como agia no tempo em quem andava por aqui. Quando
acreditamos, pedimos, suplicamos, de coração, Ele realiza.
Precisamos abrir a nossa boca e o nosso coração para manifestar a Ele os
nossos desejos e reconhecer: “se queres, tens o poder de curar-me”. O leproso
pediu de joelhos, “Se queres, tens o poder de curar-me!” Nós percebemos que o
leproso colocou como condição o querer de Jesus, por isso, Jesus disse: “Eu
quero, fica curado!” Esta é a maneira certa para pedirmos as coisas a Deus.
Deus sempre quer nos curar, na hora certa Ele age. Quando isso acontece,
não dá mais para esconder: precisamos sair apregoando, anunciando o Seu poder,
porque assim fazendo estamos dando ao mundo a oportunidade para que todos
conheçam a salvação que vem de Deus. Somos curados, para amar e servir a Deus
seguindo adiante na nossa vida, fazendo o mesmo que Jesus: olhar com compaixão
e bondade para aqueles que também precisam de cura.
Você tem recebido graças de Deus. Isto fez com que você olhasse melhor para
as outras pessoas? Existe algum “leproso” que precisa do seu olhar de
compaixão? Pergunte a Jesus o que você poderá fazer por ele! Você costuma
contar pra todo mundo as maravilhas que Deus realiza em você? Você pede a
vontade de Deus ou se limita a pedir só o que você acha que lhe convém?
O
Evangelho de hoje revela o empenho de Jesus não na simples cura, mas na
inclusão social dos marginalizados. O leproso representa os excluídos e
marginalizados por um sistema elitista e opressor, no qual o explorador humilha
o explorado para inibi-lo e submetê-lo à sua exploração.
As
mesmas leis sobre a lepra não se aplicam hoje, mas os princípios que aprendemos
delas têm muita importância para nós.
Devemos
ser obedientes a todas as instruções que o Senhor nos deu. E quando a imundícia
do pecado invade a nossa vida, devemos agir com urgência para eliminá-lo, mesmo
se forem necessárias medidas radicais. “E se o teu olho direito te serve de
escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti; porque melhor te é que se perca um
de teus membros, do que todo o teu corpo ser lançado no inferno. E se a tua mão
direita te serve de escândalo, corta-a e lança-a fora de ti; porque melhor te é
que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno.” (Mt,
29-30).
Sejamos
santos para a glória do nosso Senhor, que é perfeito e santo (1Pd 1,14-16; 2Cor
6,17-18).
Propósito:
Pai, dá-me forças para combater e vencer as forças do mal que impedem o Reino acontecer na minha vida e na história humana.
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