SÃO BRAZ
03 fevereiro - Armemo-nos e armemo-nos logo! A oração, o
desapego das coisas passageiras, o zelo pela glória do Senhor, a fome e a sede
de justiça, o ardor em socorrer os necessitados, o espírito de sacrifício, de
mortificação e de penitência. Estas são as armas que devemos afiar, abraçando
todos a mesma bandeira, prontos para a mesma convocação. Este é o exército
permanente da Igreja, que nos chamou a defendê-la contra os poderosos e
numerosos inimigos. (L 26). SÃO JOSE MARELLO
Marcos 6,1-6
"Jesus voltou com os seus discípulos
para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na
sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram:
- De onde é que este
homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses
milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de
Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui?
Por isso ficaram
desiludidos com ele. Mas Jesus disse:
- Um profeta é
respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua
própria casa.
Ele não pôde fazer
milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E
ficou admirado com a falta de fé que havia ali."
Meditação:
No evangelho de Marcos, esta narrativa é a última
Os que ouviam Jesus "maravilhavam-se" com o que ele dizia, mas o
rejeitaram. Jesus "espantava-se" com a incredulidade deles. "Não
é ele o carpinteiro?...", diziam, com desprezo.
Mateus, posteriormente, para evitar a incidência do avilte a Jesus, escreverá:
"... o filho do carpinteiro?". Lucas o omitirá e dirá simplesmente:
"... o filho de José?".
O conteúdo teológico principal deste episódio é o rompimento de Jesus com as
estruturas sociorreligiosas e de parentesco, características do judaísmo.
Faltava-lhes a fé. Ele deixa de freqüentar as sinagogas e passa a percorrer os
povoados da região.
Jesus retorna à sua terra, depois de longas caminhadas de missão, nas quais os
pequenos, os últimos, os enfermos e endemoniados, as mulheres e as acrianças
recuperam a dignidade que a sociedade lhes havia negado.
O evangelista nos leva de novo à Nazaré e nos convida a presenciar uma cena
muito familiar. É sábado, e Jesus entra na sinagoga e começa a ensinar.
As pessoas ao escutá-lo se surpreendem e se escandalizam. Conhecem a Jesus: é o
carpinteiro, sua família é conhecida por todos. E este homem de condição
humilde se apresenta como Mestre. Mas não é um mestre qualquer, ensina coisas
novas de Deus e atua em favor dos excluídos em seu nome.
Seguramente os vizinhos do povoado de Nazaré estavam já acostumados a uma fé
rotineira que não transforma a vida, que não lhes exigia mudança radicais.
Jesus está propondo uma nova dinâmica de fé. O Deus de Jesus deseja mudanças
reais e atua libertando e salvando na vida concreta das pessoas. Desta maneira
Jesus compreende sua missão na linha dos profetas de Israel, que chamavam ao
povo para voltar aos caminhos de Deus que eram a Justiça e a Igualdade. E
recebe a mesma resposta: a recusa.
Ali onde não há abertura, fé, não pode acontecer o milagre do Reino. Somente
alguns s enfermos, destinatários privilegiados da missão de Jesus, aceitaram
sua mensagem e foram protagonistas da Boa Nova do Evangelho.
Nossa fé é uma fé de mudanças, e transformações, em favor da dignidade, da
equidade e a vida plena para todos.
Reflexão Apostólica:
Os
conterrâneos de Jesus se escandalizaram; não querem admitir que alguém como
eles possa ter sabedoria superior à dos profissionais e realize ações que
indiquem uma presença de Deus. Para eles, o empecilho para a fé é a encarnação:
Deus feito homem, situado num contexto social.
Aqueles que viviam próximos a
Jesus não queriam admitir que alguém tão simples como Ele pudesse ter tanta
sabedoria. Por isso, todos se admiravam e duvidavam de que o poder de Deus
estivesse com Ele e, não O reconheciam nem mesmo como profeta.
Com efeito, Jesus não
pôde fazer milagres na sua terra e no meio da sua gente. Por ser uma pessoa
humilde, filho de um carpinteiro e conhecido de todos Jesus não conseguia ser
escutado nem tampouco ser levado a sério.
Ainda hoje, nós também
damos pouco valor às pessoas que estão muito próximas de nós, principalmente
àquelas que são humildes e simples.
Acostumamo-nos a
conviver com elas e não percebemos que elas são instrumentos de Deus para o
nosso crescimento e até para o nosso livramento.
Muitos milagres poderiam
acontecer no nosso meio se déssemos atenção àqueles (as) que são instrumentos de
Deus para nós.
Não entendemos o porquê
que alguém, mesmo simples e humilde, possa ao mesmo tempo ser sábio aos olhos
de Deus. Confundimos a sabedoria que vem de Deus com o conhecimento que o mundo
dá.
Na maioria das vezes,
valorizamos a quem é instruído, a quem tem profissão brilhante ou tem o
dinheiro que compra tudo, o poder e a mente. No tempo de Jesus também não foi
diferente.
Precisamos nós também
perceber a quem nós estamos valorizando, o que nos prende a atenção e ao que
nós estamos dando importância: às coisas simples do alto, ou às coisas
complicadas de baixo.
Somos chamados (as),
então a refletir: O que é simples nos incomoda ou atrai? Valorizamos as
pessoas da nossa casa quando nos dão algum conselho? Na nossa casa também
os profetas não são bem recebidos por nós?
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