02 setembro - A tristeza é inimiga do bem. (S 197). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 4,38-44
"Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo, com muita febre. Intercederam a Jesus por ela. Então, Jesus se inclinou sobre ela e, com autoridade, mandou que a febre a deixasse. A febre a deixou, e ela, imediatamente, se levantou e pôs-se a servi-los. Ao pôr-do-sol, todos os que tinham doentes, com diversas enfermidades, os levavam a Jesus. E ele impunha as mãos sobre cada um deles e os curava. De muitas pessoas saíam demônios, gritando: "Tu és o Filho de Deus!" Ele os repreendia, proibindo que falassem, pois sabiam que ele era o Cristo. De manhã, bem cedo, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, tendo-o encontrado, tentavam impedir que ele as deixasse. Mas ele disse-lhes: "Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades, pois é para isso que fui enviado". E ele ia proclamando pelas sinagogas da Judéia."
Meditação:
Lucas reproduz, de maneira um pouco desencontrada, numa narrativa que já se encontrava no evangelho de Marcos onde Jesus já havia chamado seus quatro primeiros discípulos, particularmente Pedro (Simão), em cuja casa ele entra.
No evangelho de Lucas Jesus entra em casa de Pedro, sem, contudo, tê-lo chamado
ainda. Também, em lugar de mencionar a Galiléia como sendo o espaço da
proclamação de Jesus, Lucas a troca pela Judéia.
Lucas acentua o sofrimento da sogra de Simão Pedro e a autoridade
de Jesus ao expulsar a febre; realça, assim, o caráter milagroso do evento.
Jesus decide abandonar a Sinagoga. Por que razão não se diz. Mas, pelo que se
pode entender, Ele quer transformar e fazer do ambiente familiar, simbolizado
pela casa da sogra de Simão, no lugar de oração, de cura e libertação. De paz e
justiça, de amor e partilha, de alegria e sucessos, de misericórdia e perdão.
Faz do ambiente familiar o lugar de saúde e vida.
Portanto a casa, o lar, a família, é o lugar privilegiado para se construir a nossa sociedade. Assim, numa sociedade como a nossa onde o conceito de família está “vazio”, Cristo chama o casal cristão a ser estrutura sustentadora de uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela carne e o sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo Batismo. Isto reduz o egoísmo, e faz com que cresça a caridade, dom do Espírito e se realize a Igreja doméstica.
Jesus toma conhecimento da doença que afeta os casais e aí ele foi, parou ao lado da cama
dela e deu uma ordem à febre.
Este gesto apela primeiro pelo zelo apostólico dele e por outra
chama-me como pastor de alma a visitar, entrar e abeirar-me dos leitos de
muitos homens e mulheres que estão doentes e deitados sem forças para levantar
a cabeça, o corpo e servir os seus como deveriam fazer.
Na casa
a mulher, personificada na sogra de Simão, é valorizada na sua prática do
serviço, que é a característica fundamental do Reino. Outro pormenor a
considerar é que a cena narrada se passa num sábado, dia do culto na sinagoga.
Neste dia todo trabalho cessava, e só era permitido caminhar-se
uma curta distância. Ao pôr-do-sol termina o dia do sábado, começando o
primeiro dia da semana. É a introdução do domingo, o dia por excelência para
nós cristãos.
O povo, liberado das restrições legais prefiguradas pelo sábado legal,
que ao invés de salvar, condenava, de dar vida, matava, acorre a Jesus, que os
cura, os liberta e salva. Esta deve ser a minha e a tua atitude, fazendo-te
recordar o que refletimos ontem, nas culturas antigas, muitas doenças físicas e
mentais eram atribuídas a um ser imaginário, o demônio. Jesus, porém, na sua
prática, vai revelando que os males da humanidade resultam, principalmente, do
poder opressor, da falta de carinho, amor, ternura, paz, justiça, reconciliação,
diálogo, atenção e falta de Deus na comunidade-família que deveria ser
construtora de vidas novas.
O nosso serviço é levar todos os enfermos, quer os da família
de sangue quer não:
todos os que tinham amigos enfermos, com várias doenças, os levaram a Jesus.
Ele pôs as suas mãos sobre cada um deles e os curou.
Como apóstolos, somos enviados e ordenados para anunciar a Palavra
de modo que trazendo todos os enfermos (quer corporais quer espirituais), eles
possam ser curados e entendam Deus na Pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo, que
acolhe, liberta, perdoa e anuncia a verdade do Reino: a Vida Eterna.
Esta missão do Filho de Deus nos compromete e interpela a sermos o
homem, a mulher que, acolhendo bons e maus, sejamos a mão, a braço, a boca, o
coração e a mente de Cristo, convertendo-nos em discípulos e missionários do
Mestre para que o mundo conheça a Verdade e conhecendo a Verdade possa
salvar-se. Peçamos hoje a Deus o ardor missionário.
Reflexão Apostólica:
Enquanto que em Marcos a ação libertadora de Jesus resulta de seu ensino, em Lucas ela é apresentada como manifestação de poder milagroso messiânico.
A nossa reflexão de hoje divide-se em 3 momentos: uma tarde, uma noite e uma manhã com Jesus.
À tarde, Jesus visitou a sogra de Simão, seu futuro discípulo, e a curou de uma
febre alta. Logo após, ela se pôs a servi-lo. Essa passagem já virou até motivo
de piada, quando falam que foi por isso que Pedro negou Jesus 3 vezes...
A mensagem desse momento é muito "batida" e, apesar disso, pouco
seguida... Quantas vezes Jesus nos curou, nos cura, e vai nos curar, mas nós
não nos colocamos a servi-lo? A sogra de Simão o serviu do jeito que ela sabia
e podia... não precisou fazer nada extraordinário... E nós? De que forma
poderíamos servi-lo, agradá-lo?
À noite, todos os que tinham pessoas acometidas pelos mais diversos males, as
levaram para Jesus impor as mãos. Jesus curou todas. A notícia da cura da sogra
de Simão se espalhou rápido pela cidade, e cada um queria aproveitar a presença
de Jesus para levar alguém que estava precisando de algo. Para o povo daquele
lugar seria maravilhoso ter Jesus morando ali!
Ninguém mais ficaria doente por muito tempo! Jesus era como um médico novo em
uma cidadezinha de interior... ou como um popstar visitando uma cidade
grande... quem já presenciou uma situação assim, sabe do que eu estou falando.
Jesus deve ter ficado até altas horas da noite atendendo as pessoas, até alguém
dizer: "Gente, tá bom, vamos deixar ele dormir também, não é? Ele é Filho
de Deus..."
Se
tivéssemos consciência de que Jesus é o Enviado do Pai para nos dar vida plena,
nós nunca duvidaríamos de que Ele possa nos curar das nossas enfermidades, nos
libertar do mal e nos fazer reviver, mesmo que estejamos à beira da morte.
A
sogra de Pedro é um exemplo de que a qualquer momento e em qualquer
circunstância nós também poderemos servir a Deus e à Igreja de Cristo.
Ninguém
poderá afirmar que já não tem condições de vida nova, se realmente, confiar no
poder de Jesus que se manifesta também, hoje, entre nós.
As
doenças e os males que se nos apresentam, são na maioria das vezes, lamentos da
nossa alma necessitada do toque de Jesus, da sua Palavra e da Sua orientação.
Ao
nascer do sol, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. Foi refletir, orar... E
não é difícil saber o que Ele pensou... É muito bom a pessoa ser bem acolhida,
mas se Ele ficasse lá, a Boa Nova não chegaria às outras cidades, nem teria
atravessado gerações até chegar a nós.
A ação libertadora de Jesus, curando os doentes e expulsando os demônios, se
faz tanto no ambiente doméstico da "casa" como em ambiente público, entre
as multidões.
As pessoas de lá, não queriam deixá-lo partir, mas Ele tinha que ir. Jesus tinha um grande projeto de vida, e não deixou que as comodidades o tirassem da sua missão. Assim, devemos aprender com Ele...
Deus tem grandes planos para a nossa vida! Nos deu dons! Nos dá tudo o que
pedimos, nos cura e nos livra de qualquer mal.
Quantas vezes Ele ainda vai precisar nos curar para que nos coloquemos a
servi-lo? Do nosso jeito, com nossas limitações... Até quando vamos continuar
escolhendo o mais cômodo, e deixando de lado o grande projeto que Deus tem para
a nossa vida?
Jesus
resume e essência e o espírito da vida humana num ato único com duas faces
inseparáveis: amar a Deus com entrega total de si mesmo, porque o Deus
verdadeiro e absoluto é um só e, entregando-se a Deus, o homem desabsolutizar a
si mesmo, o próximo como a si mesmo, isto é, a relação num espírito de
fraternidade e não de opressão ou de submissão.
O
dinamismo da vida é o amor que tece as relações entre os homens, levando todos
aos encontros, confrontos e conflitos que geram uma sociedade cada vez mais
justa e mais próxima do Reino de Deus.
A
Boa Nova do Reino que Jesus anunciou aqui na terra é a Boa Notícia que nós
devemos transmitir a todos: “Jesus, o filho de Deus, está muito perto de nós.
Mora
no nosso coração e nos quer curar de todos os males, hoje, como antes”. Jesus
não se prendia a lugar nenhum, Ele não tinha predileções.
Por
isso, ao raiar do sol... coloquemo-nos no em deserto por alguns minutos, e
reflitamos sobre o grande plano que Deus tem para nós, mas que está ameaçado
pela comodidade da vida... QUANTO MAIOR O INVESTIMENTO, MAIOR O RETORNO...
Enfim,
amanhã, começa o mês da bíblia. Um mês onde, de forma especial, somos convidados
a rever nossas ações e gestos perante a Deus, aos irmãos e a nós mesmos
usando como filtro a palavra de vida que vem do Evangelho.
Você
já teve alguma experiência de cura ou de libertação? - Depois que você foi
curado (a), você foi também servir a Jesus? Você acha que já fez muito e que
precisa de descanso? Você costuma se apegar aos grupos e
pessoas? Você é uma pessoa que aceita mudanças ou é uma pessoa acomodada?
Propósito:
Pai,
que a presença de Jesus em minha vida seja motivo de libertação, de modo que eu
possa servir com alegria o meu próximo, especialmente, os mais necessitados.
A culpa é um dos piores sentimentos
humanos. Ela sempre bate à porta do nosso pensamento querendo atormentar a
nossa vida. A culpa aponta os nossos erros. E os nossos erros castigam a nossa
consciência. O medo do castigo por algo que você fez de errado está perturbando
você? Se você se sente assim, é porque está arrependido dos seus pecados e da
decisão de viver pelas suas próprias forças. Você está arrependido? Saiba que
Deus aceita o seu arrependimento. Não porque você merece, mas porque Jesus já
pagou o preço dos seus erros passados, presentes e futuros. Portanto, entregue
o fardo pesado da culpa para Jesus e descanse a sua alma na certeza de que em
Jesus Cristo todos os seus pecados foram perdoados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário