22 dezembro - Coisa maravilhosa é o correio! Ele
nos une em espírito às pessoas mais queridas; ele nos proporciona momentos
divinos; oferece-nos ocasião de trocar, a nosso bel prazer, suaves e ternas
palavras de amizade; oferece-nos os meios para transmitir todos os sentimentos
e todas as pulsações do nosso coração. (L 3). São Jose Marello
Mateus 1,18-24
Jesus nascerá de Maria, prometida em casamento a José, filho
de Davi.
18 A origem de Jesus Cristo foi assim:
Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem
juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era
justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20
Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e
lhe disse: 'José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua
esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um
filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus
pecados'. 22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo
profeta: 23 'Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado
pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco.' 24 Quando acordou,
José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.
REFLEXÃO
Os profetas anunciaram que o Messias seria da descendência do
rei Davi, e esta descendência vem por meio de José. As Sagradas Escrituras não
narram se Maria era descendente de Davi. José não teve nenhuma participação no
Mistério da Encarnação, mas mesmo assim, cooperou com a realização das
profecias ao reconhecer Jesus como seu filho e, ao dar-lhe o seu nome, lhe
transmite todos os direitos da descendência davídica.
O Evangelho de hoje nos mostra que, embora a salvação seja
obra de Deus, a colaboração humana é necessária para a sua realização e somente
pode ser considerado verdadeiramente santo aquele que procura participar da
obra salvífica da humanidade como colaborador do próprio Deus.
Começamos nossa reflexão citando as palavras do anjo a José,
no que toca a concepção e, conseqüentemente, o nascimento de Jesus: “José,
Filho de Davi, não tenhas medo..”
José, timbrado e carimbado na Sagrada Escritura, depara-se
com uma situação humanamente impossível: sua esposa está grávida sem a ter
conhecido. Como será isso e que procedimento seguir? Se Ele a tivesse conhecido
antes de viverem juntos, seria o pior vexame que teriam passado, além de correr
o risco de serem apedrejados pela cultura do tempo; o que seria o de menos,
pelo fato de terem violado a lei. O enigmático é que conscientemente isso
aconteceu e ela aparece grávida.
Alguém lhe teria passado para trás? Ou a própria Maria o
teria traído? Devido ao adjetivo a ele atribuído e sem querer difamá-la, porque
era justo, José resolveu abandonar o amor da sua vida em segredo. Mas, enquanto
pensava nisso, Deus veio ao seu encontro através de um anjo.
Na intervenção de Deus, neste momento de profunda angústia e
confusão de José, manifesta-se o triunfo da justiça divina sobre os homens e
mulheres fiéis a Ele, que andam observando e vivendo os seus mandamentos. “Aos
homens retos, darei alegria plena”; diz Deus. Eu estou ao lado da justiça e
julgo segundo o que vejo; não segundo as aparências.
A atitude de silêncio interior de José pode ser entendida
como o tempo da meditação, de intimidade profunda com Deus, de deixar que Ele
fale por nós. Quando nós levamos as nossas preocupações a Ele, o Senhor as faz
suas; então, não somos nós que falamos, mas o Espírito do nosso Pai que fala
por nós. Basta fazer a nossa parte, que consiste somente em confiar e saber
esperar no Senhor que tudo pode. José não precisou falar alto nem muito com A
ou B. Simplesmente, contemplando o sucedido e rezando, calou-se.
A resposta de Deus não se fez esperar. Imediatamente, agiu
mandando o seu anjo que diz: “José, descendente de Davi, não tenha medo de
receber Maria como sua esposa, pois ela está grávida pelo Espírito Santo. Ela
terá um menino, e você porá n’Ele o nome de Jesus, pois Ele salvará o seu povo
dos pecados”. Era isso que José esperava ouvir. Esclarecida a dúvida, José
recebe Maria como sua esposa e toca a vida.
Muitas são as simbologias que podemos encontrar neste texto.
Veja por exemplo: com a escolha do homem da casa de Davi, o Evangelho de Mateus
quer, teologicamente, inserir Jesus na genealogia davídica para harmonizar a
concepção virginal de Maria com a acolhida de José. O estranho é que, só depois
de José sofrer profundamente ao perceber, progressivamente, a gravidez da
mulher amada, o anjo é enviado a ele, dissipando a terrível dúvida acumulada.
Teologicamente, José, apresentado como inserido na genealogia
davídica, representa o antigo judaísmo. De Maria, que está fora desta
genealogia, nascerá Jesus. Maria representa a novidade de Jesus nas comunidades
cristãs. Alguém que não pertence à raça, à estirpe, à tribo. Porém, o novo que
se manifesta em Maria escapa à compreensão de José. Era necessário que, do
alto, viesse a luz e José fosse advertido pelo anjo. E então, ele acolhe Maria
para dizer que os judeus devem aceitar as novas comunidades cristãs, vendo
nelas a obra de Deus.
Este judeu pode ser eu, pode ser você, meu irmão, quando
diante dos pecadores públicos, dos criminosos. Nós nos consideramos justos, sem
pecados; por isso queremos nos manter distantes dos leprosos, dos pecadores.
José, o homem justo, fiel e humilde, compreendeu o desígnio
do Pai para com a humanidade e colaborou para que ele fosse realizado. Em que
ponto você está? Assim como aconteceu com José ontem, hoje continua a palavra
de Deus sendo dirigida para nós. Não tenha medo de receber o estrangeiro, o
pobre, a viúva, o órfão, o drogado, o doente. Ame-o, assim você transformará a
sua vida e salvará sua alma da morte eterna. E assim, celebrarás o verdadeiro
Natal. (Emanuel quer dizer “Deus está conosco”).
ORAÇÃO
Senhor Jesus, vós que assumistes a fragilidade humana,
derramai sobre nós vossa misericórdia e vossa paz. Amém.
BÊNÇÃO
Que o Senhor nos abençoe e nos guarde. Amém!
Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém!
Volte para nós o seu
olhar e nos dê a sua paz. Amém!
dia 22
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Reflexão:
Uma das mais belas orações de confiança é o salmo 23(22). Nele o salmista vê Deus como o pastor que cuida de suas ovelhas: “O Senhor é o meu pastor, nada me falta. Ele me faz descansar em verdes prados, as águas tranqüilas me conduz, restaura minhas forças, guia-me pelo caminho certo, por amor do seu nome. Se eu tiver de andar pelo vale escuro, não temerei mal nenhum, pois comigo estás. O teu bastão e teu cajado me dão segurança. Diante de mim preparas uma mesa aos olhos de meus inimigos; unges com óleo minha cabeça, meu cálice transborda. Felicidade e graça vão me acompanhar todos os dias da minha vida e vou morar na casa do Senhor por muitíssimos anos”. |
Meditação:
O Senhor cuida de você, protegendo-o de todos os perigos. |
Confirmação: (Sl
32,7a)
“Tu és meu refúgio, me preservas do perigo”. |
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