19 maio -
Alguns santos Padres disseram que a distância que existe entre nós e Maria Santíssima
é infinita. Mas nós a podemos sempre diminuir tornando-nos seus verdadeiros devotos.
(S 212).São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São João
13,31a-35
"Quando Judas saiu do Cenáculo, disse
Jesus aos seus discípulos: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi
glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também O glorificará em
Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda
estou convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como
Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois
meus discípulos: se vos amardes uns aos outros."
Meditação:
Os seguidores de Jesus foram assimilando pouco a pouco que ele
verdadeiramente estava vivo. O que antes lhes parecia uma irrealidade e era
motivo de dúvidas e temor, com o correr do tempo lhes foi aclarando e se
convenciam interiormente de que Jesus vivia no meio deles porque eram capazes
de comprometer-se a trabalhar pelas pessoas de seu tempo e porque haviam mudado
suas vidas a ponto de serem pessoas novas e cheia de entusiasmo e de vida
capazes de entregar-se completamente àqueles a quem se dirigia sua
pregação.
A pregação dos Apóstolos animava aos discípulos que haviam abraçado a fé no ressuscitado e recordava que o Reino de Deus é uma exigência constante e séria, e que assim como é uma realidade trazida por Deus e realizada e inaugurada com a vida de Jesus, também exige compromisso de radicalidade e de transformação por parte dos que o recebem como projeto real de vida.
A pregação dos Apóstolos animava aos discípulos que haviam abraçado a fé no ressuscitado e recordava que o Reino de Deus é uma exigência constante e séria, e que assim como é uma realidade trazida por Deus e realizada e inaugurada com a vida de Jesus, também exige compromisso de radicalidade e de transformação por parte dos que o recebem como projeto real de vida.
Com Jesus Cristo chega o Reino de Deus, mas chegará sua consumação na
Parusia. Por isso os cristãos desde o tempo do primeiro anuncio, pediam ao Pai,
como faz hoje a Igreja, com a mesma oração que Jesus ensinou: “venha a nós o
vosso Reino” (Mt 6, 9ss)
A idéia que nos apresenta a segunda leitura, do Apocalipse, é a recriação da obra de Deus. Deus, segunda as páginas do Gênesis criou um mundo bom, uma terra possível de ser habitada e um céu sob o qual todos os seres eram iguais em dignidade, em direitos e deveres. Mas pouco a pouco o ser humano se deixou corromper o coração pelo ódio, e por egoísmo dominou os recursos naturais. Uns submeteram outros até empobrecer a muitos e gerar o caos sobre a terra.
A idéia que nos apresenta a segunda leitura, do Apocalipse, é a recriação da obra de Deus. Deus, segunda as páginas do Gênesis criou um mundo bom, uma terra possível de ser habitada e um céu sob o qual todos os seres eram iguais em dignidade, em direitos e deveres. Mas pouco a pouco o ser humano se deixou corromper o coração pelo ódio, e por egoísmo dominou os recursos naturais. Uns submeteram outros até empobrecer a muitos e gerar o caos sobre a terra.
Por isso, desde o anuncio dos profetas se proclamava a criação de “um
céu novo e de uma terra nova” (Is 65, 17), já que a obra de Deus havia sido
degenerada pelos mesmos homens e mulheres que prejudicaram seu interior e
começaram a ser causa de morte e de desigualdade.
O vidente do livro do Apocalipse vê consumada a palavra que no passado pronunciara o profeta Isaias: vê como Deus recria o céu e a terra e faz possível que homens e mulheres o aceitem nessa realidade messiânica chamada Reino de Deus.
O vidente do livro do Apocalipse vê consumada a palavra que no passado pronunciara o profeta Isaias: vê como Deus recria o céu e a terra e faz possível que homens e mulheres o aceitem nessa realidade messiânica chamada Reino de Deus.
Este Reino que Jesus anunciou em sua vida e que seus primeiros
seguidores assumiram, não é exclusivamente dos circuncidados: é para todo
aquele que está a favor de Deus, do Deus da vida, da justiça de paz.
A saída de Judas da Ceia para concretizar a prisão de Jesus, dando
início à sua Paixão, aparece como o início da sua glorificação.
É que a Paixão e a Morte do Senhor não é urna derrota, mas é uma vitória
sobre o demônio e o pecado. Por outro lado, se temos em conta que o verbo
glorificar, sobretudo na forma médio-passiva, como é este o caso, tem um
sentido manifestativo, em vez de «agora foi glorificado…» poderia traduzir-se:
«agora é que se revela a glória… (Jo 12, 23; 17, 1-5).
Sendo assim, o texto do Evangelho indica que na
Paixão-Morte-Ressurreição se mostra a glória de Cristo, ao dar, por meio da sua
morte, a vida eterna e o Espírito Santo aos que crêem.
A lei do amor fraterno não era uma novidade (Lv 19, 18), mas Jesus
dá-lhe um sentido e uma medida nova, que não é apenas a medida dum coração
humano, mas a do coração de Cristo – «como Eu vos amei» –, que entrega a sua
vida pela redenção de todos (1Jo 4, 9-11); segundo conta Tertuliano (Apolog.
39), os primeiros cristãos tomaram tão a sério estas palavras do Senhor, que os
pagãos exclamavam admirados: «vede como eles se amam!» (Jo 15, 12.13.17; 1Jo 2,
8; Mt 22, 39; Jo 17, 23; At 4, 32).
Por outro lado, «o mandamento novo» sugere a Nova Aliança, pois então a
Lei e a Aliança se consideravam duas noções paralelas; aqui Jesus atual não
como um simples intermediário de Deus, à maneira de Moisés, mas com uma
autoridade própria e em seu nome próprio, ao dizer: «Eu dou-vos um mandamento
O evangelho nos apresenta alguns versículos do grande discurso de
despedida de Jesus na noite da Ceia, em que o Mestre entrega seu testamento
espiritual aos discípulos: o grande mandamento do amor como sinal visível da
adesão de seus discípulos a ele e da vivência real e afetiva da
fraternidade.
O mundo poderá identificar de que comunidade se trata se os discípulos
guardam entre si este mandamento do amor. Jesus resgata a Lei, ao propor o amor
como o melhor meio para seu cumprimento. Quem ama, demonstra que está cumprindo
com os demais preceitos da Lei.
É possível que na comunidade primitiva se tenha discutido qual devesse
ser seu distintivo próprio e inequívoco. Para isso, apontam para as próprias
palavras de Jesus. Num mundo carregado de egoísmo, de invejas, rancores e
ódios, a comunidade é chamada a dar testemunho de outra realidade completamente
nova e diferente: o testemunho do amor.
Um dos principais motivos pelos quais tantos cristãos abandonam a Igreja
é a falta de um testemunho muito mais aberto e decidido a respeito do amor. Com
muita freqüência, nossas comunidades tornam-se verdadeiros campos de batalha em
que nos enfrentamos uns aos outros, sem reconhecer no outro a imagem de
Deus.
Isso afeta a fé e a boa vontade de muitos fiéis. Por certo, não se trata
de nossas comunidades e grupos serem totalmente alheios ao conflito, não; o
choque é necessário em certa medida, porque, a partir dele, pode-se criar um
ambiente de discernimento, de purificação da fé e das convicções mais profundas
em relação ao Evangelho; no enfrentamento – considerado em termos de respeito e
amor cristão mútuo – aprendemos justamente o valor da tolerância, do respeito à
diversidade, e a melhora de nossa maneira de entender e praticar o amor. Do
conflito, assim entendido – inevitável onde há mais de uma pessoa –, é possível
criar espaço para construir e crescer.
Para isso, fazem falta a fé, a abertura à mudança e, sobretudo, a
disposição de aceitarmos receber a força viva de Jesus. Somente dessa forma,
nossa vida humana e cristã irá adquirindo cada vez maior sentido e irá se
convertendo em testemunho autêntico de evangelização.
Em resumo, como atesta ainda uma vez o apóstolo Paulo, de rico que era, tornou-se pobre. Reconheces a novidade de seu amor para conosco? A lei mandava amar o irmão como a si mesmo.
Em resumo, como atesta ainda uma vez o apóstolo Paulo, de rico que era, tornou-se pobre. Reconheces a novidade de seu amor para conosco? A lei mandava amar o irmão como a si mesmo.
Jesus, porém, amou-nos mais que a si mesmo. Se não nos houvesse amado
assim, não teria descido de sua natureza de Deus e de sua igualdade com o Pai
até nossa miséria; não teria suportado por nós morte tão cruel, as bofetadas
dos judeus, as zombarias e injúrias, em uma palavra, tudo o que sofreu e que
não acabaríamos de enumerar.
Se não nos houvesse amado mais que a si mesmo, também não teria querido
de rico tornar-se pobre. Inaudita e nova é, portanto, a medida deste amor!
Em conseqüência, ele manda que também nós nos disponhamos a nada
preferir ao amor dos irmãos, nem a glória, nem as riquezas, e a não hesitarmos,
quando nos for pedido, enfrentar a morte para salvar o próximo.
Foi isso que fizeram os santos discípulos de nosso Salvador e aqueles
que lhes seguiram os passos, antepondo a salvação dos outros à própria vida;
não fugiram a nenhum sacrifício e não recusaram sofrer os mais graves males
para salvar as almas em perigo de se perderem. Por isso diz Paulo: Diariamente,
corro risco de vida (1 Cor 15, 31). E ainda: Quem fraqueja, que eu também não
fraqueje? Quem tropeça, que eu não fique febril? (2 Cor 11, 29).
O Salvador mandou que cultivássemos esse amor, superior àquele ordenado
pela lei antiga, como raiz da mais perfeita piedade para com Deus. Pois sabia
que não podemos agradar a Deus e obter os bens sublimes e perfeitos, senão
seguindo a beleza daquele amor por ele mesmo derramado em nossos corações.
Tenho colocado o Amor no centro de minha vida? Tenho Jesus como modelo e medida a serem alçados em meu progresso no amor? A revelação do mandamento do amor nos diferencia das demais religiões?
Os vv. 33-35 apresentam novo tema, o do amor. A glória de Jesus outra coisa não é senão a obediência ao Pai e o amor às pessoas, manifestados em suas palavras e sinais. Agora ele se dirige aos discípulos, chamando-os carinhosamente de filhinhos. Diante da iminente partida de Jesus, à comunidade resta só um caminho para continuar unida a ele: viver o amor. Este é o estatuto e a identidade de quem pretende permanecer unido a Jesus.
Tenho colocado o Amor no centro de minha vida? Tenho Jesus como modelo e medida a serem alçados em meu progresso no amor? A revelação do mandamento do amor nos diferencia das demais religiões?
Os vv. 33-35 apresentam novo tema, o do amor. A glória de Jesus outra coisa não é senão a obediência ao Pai e o amor às pessoas, manifestados em suas palavras e sinais. Agora ele se dirige aos discípulos, chamando-os carinhosamente de filhinhos. Diante da iminente partida de Jesus, à comunidade resta só um caminho para continuar unida a ele: viver o amor. Este é o estatuto e a identidade de quem pretende permanecer unido a Jesus.
A herança deixada à comunidade é o mandamento novo: “Amem-se uns aos
outros. Como eu os amei, assim também vocês devem se amar uns aos outros” (v.
34). O mandamento é novo porque supera a Lei, incapaz de revelar de forma
definitiva a vontade de Deus. O mandamento é uma ordem, um imperativo – amem-se
–, porque é dado por quem preencheu todas as exigências de Deus.
Não é imposto de fora, mas vem de dentro, como condição indispensável
para a consecução do projeto divino. Não é norma, e sim o único modo de
proceder do cristão.
Jesus dera o exemplo. Pouco antes, lavara os pés dos discípulos (cf. comentário ao evangelho da quinta-feira santa), mostrando o que é amar: “Como eu os amei”. O amor é gratuito. Poder-se-ia esperar que Jesus dissesse: “Amem a mim como eu amei vocês”. Mas não! Ele não pede retribuição para si. Pede que os discípulos se amem uns aos outros. É assim que amarão Jesus!
O amor é ativo. Deve ser manifestado em gestos. Dessa forma, a revelação de Jesus se prolonga no amor das pessoas na comunidade: “Nisso todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns para com os outros”.
Jesus dera o exemplo. Pouco antes, lavara os pés dos discípulos (cf. comentário ao evangelho da quinta-feira santa), mostrando o que é amar: “Como eu os amei”. O amor é gratuito. Poder-se-ia esperar que Jesus dissesse: “Amem a mim como eu amei vocês”. Mas não! Ele não pede retribuição para si. Pede que os discípulos se amem uns aos outros. É assim que amarão Jesus!
O amor é ativo. Deve ser manifestado em gestos. Dessa forma, a revelação de Jesus se prolonga no amor das pessoas na comunidade: “Nisso todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns para com os outros”.
Reflexão Apostólica:
Depois que Judas saiu do cenáculo, disse Jesus:
"Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele,
também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. Filhinhos, por
pouco tempo estou ainda convosco. Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns
aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos
outros."
O texto é a introdução do discurso de despedida, no qual Jesus apresenta seu testamento antes de voltar para o Pai. Estamos, portanto, diante de uma síntese da vida de Jesus, diante das normas que irão traçar o caminho da comunidade que procura concretizar o projeto de Deus.
O grande segredo da renovação das comunidades reside no serviço. Momentos antes de proferir as palavras que são objeto de nossa meditação, hoje, Jesus, após lavar os pés de seus discípulos, perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés, uns dos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós (vv. 12-15).
O texto é a introdução do discurso de despedida, no qual Jesus apresenta seu testamento antes de voltar para o Pai. Estamos, portanto, diante de uma síntese da vida de Jesus, diante das normas que irão traçar o caminho da comunidade que procura concretizar o projeto de Deus.
O grande segredo da renovação das comunidades reside no serviço. Momentos antes de proferir as palavras que são objeto de nossa meditação, hoje, Jesus, após lavar os pés de seus discípulos, perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés, uns dos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós (vv. 12-15).
Jesus apresenta a comunidade do serviço como
alternativa, como proposta nova para todas as sociedades de nossos dias,
baseadas comumente na competição, no merecimento, no domínio, no poder. E a que
custo? Nós o sabemos muito bem. Quantas vezes o mundo da competição, do
consumismo, da glória de ter mais está fundado nas lágrimas dos pobres, nas
angústias e no sangue dos humildes!
O Reino de Cristo é diferente, não tem marca
distintiva, não vive fora deste mundo: o que nos deve caracterizar é a lógica
do amor gratuito, como o amor de Deus por nós, sem distinção.
Nossas comunidades são de fato guiadas só pela
lógica do amor e do serviço em favor dos mais humildes sem interesse, sem
desejo de reconhecimento, sem forçar elogios? Acreditamos, de fato, que o
mandamento deixado como herança por Jesus é um presente: é o caminho que conduz
à felicidade, aqui e agora?
O mundo novo instaurado por Jesus ressuscitado para
sempre, terá como base fundamental o amor, amor que supera todas as fronteiras
e que possibilita a harmonia e a verdadeira convivência em torno a Deus, que é
seu fundamento.
O amor então será o sinal máximo da vida na “nova terra e no novo céu”, e assim cumpriremos o encargo dado por Jesus de “amar-nos uns aos outros”. Por esse amor conhecerão a seus seguidores em todo mundo.
O amor então será o sinal máximo da vida na “nova terra e no novo céu”, e assim cumpriremos o encargo dado por Jesus de “amar-nos uns aos outros”. Por esse amor conhecerão a seus seguidores em todo mundo.
Quando amamos de verdade, sem interesse e sem
limitações, estamos dando uma pequena mostra de como será a realidade da vida
no Reino de Deus. Então que nos reconheçam como verdadeiros cristãos na
capacidade de amar.
Propósito:
Ó Deus, nosso Pai, que, por meio de Jesus, destes
por lei ao vosso povo santo, o novo mandamento de amar como Cristo nos amou.
Fazei de nós, todos os cristãos, testemunhos vivos desse mesmo amor, para que
possamos difundí-lo por todo o universo.
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