ASCENÇÃO DO
SENHOR
02 junho - É preciso ser fortes e afáveis,
como São Francisco de Sales. (S 174). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 24,46-53
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 24,46-53
"E disse:
- O que está escrito é que o Messias tinha de sofrer e no terceiro dia ressuscitar. E que, em nome dele, a mensagem sobre o arrependimento e o perdão dos pecados seria anunciada a todas as nações, começando em Jerusalém. Vocês são testemunhas dessas coisas. E eu lhes mandarei o que o meu Pai prometeu. Mas esperem aqui em Jerusalém, até que o poder de cima venha sobre vocês.
Então Jesus os levou para fora da cidade até o povoado de Betânia. Ali levantou as mãos e os abençoou. Enquanto os estava abençoando, Jesus se afastou deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram e voltaram para Jerusalém cheios de alegria. E passavam o tempo todo no pátio do Templo, louvando a Deus."
- O que está escrito é que o Messias tinha de sofrer e no terceiro dia ressuscitar. E que, em nome dele, a mensagem sobre o arrependimento e o perdão dos pecados seria anunciada a todas as nações, começando em Jerusalém. Vocês são testemunhas dessas coisas. E eu lhes mandarei o que o meu Pai prometeu. Mas esperem aqui em Jerusalém, até que o poder de cima venha sobre vocês.
Então Jesus os levou para fora da cidade até o povoado de Betânia. Ali levantou as mãos e os abençoou. Enquanto os estava abençoando, Jesus se afastou deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram e voltaram para Jerusalém cheios de alegria. E passavam o tempo todo no pátio do Templo, louvando a Deus."
Meditação:
Depois da morte de Jesus só há um fato central: a ressurreição. Mas este
acontecimento é tão profundo, que necessita ser assimilado por etapas. A
experiência que a Igreja primitiva teve da ressurreição de Jesus foi tão rica
que deixou muitas marcas dos intentos que fez por explicar a si mesma a
profundidade do acontecimento.
Podemos destacar alguns dos «sinais» desta
reflexão: o fato mesmo da ressurreição, com o símbolo do sepulcro vazio; o fato
do domínio sobre a morte, com o símbolo da descida aos infernos; o fato da
transformação da pessoa de Jesus, com o símbolo misterioso de se tornar
presente em qualquer lugar; o fato da vida que continua presente, com o símbolo
de quem come e comparte com seus antigos amigos; o fato da transformação ou
conversão que provoca nas pessoas, com o símbolo da vinda do Espírito Santo; o
fato da Divindade que Jesus comparte com o Pai, com o símbolo da ascensão aos
céus... Ou seja, a ressurreição tem tantas facetas, que os mistérios se nos
multiplicariam e nunca terminaríamos de compreendê-la em sua totalidade. A
ressurreição transcende nossa capacidade humana. Neste contexto é onde devemos
ver a ascensão. Explicá-la em si mesma, sem relação com a ressurreição, seria
fazê-la perder seu significado sacramental: a presença do Ressuscitado, capaz
de nos comunicar graça e transformação através dos símbolos nos quais se nos
manifesta.
A ressurreição lida na ótica da ascensão traz uma
grande lição: ensina aos discípulos que a presença física do Mestre devia
desaparecer, para dar lugar a uma presença espiritual e interior. Tão logo os
discípulos entenderam isto - porque o experimentaram - sua fraqueza se
transformou em fortaleza, sua tristeza em alegria e seu temor em testemunho.
Isto é o que nos transmite o evangelho de Lucas.
E se a ressurreição for lida na perspectiva da aparição dos anjos da ascensão que corrigem os apóstolos que ficam olhando para o céu, entenderemos o desejo de Cristo ressuscitado de que sua Igreja olhe para a terra, onde permanece sua grande Missão: anunciar a Boa Nova a tantos seres humanos que sofrem no corpo e no espírito, e arrancar dos poderes deste mundo tanta vida consumida por sua ambição e tanto sangue derramado por sua violência.
E se a ressurreição for lida na perspectiva da aparição dos anjos da ascensão que corrigem os apóstolos que ficam olhando para o céu, entenderemos o desejo de Cristo ressuscitado de que sua Igreja olhe para a terra, onde permanece sua grande Missão: anunciar a Boa Nova a tantos seres humanos que sofrem no corpo e no espírito, e arrancar dos poderes deste mundo tanta vida consumida por sua ambição e tanto sangue derramado por sua violência.
Para a terra é onde devemos olhar, porque aqui é o
lugar dos interesses de Deus, seus filhos, e a tarefa de sua libertação. Isto é
o que nos diz o relato dos Atos dos Apóstolos.
Finalmente, se a ressurreição for lida na perspectiva da carta aos Efésios, encontramos uma grande palavra de alento e a extraordinária promessa que fortalece nossa esperança: Jesus está na eterna companhia de seu Pai e do Espírito, mas como irmão maior de uma grande família irá se unindo a ele, ou como cabeça de um grande corpo que já começa a se sentir ressuscitado, porque começa a se sentir transformado, com o desejo imenso de parecer-se com seu Mestre, que entregou sua vida por todos os irmãos do mundo.
Finalmente, se a ressurreição for lida na perspectiva da carta aos Efésios, encontramos uma grande palavra de alento e a extraordinária promessa que fortalece nossa esperança: Jesus está na eterna companhia de seu Pai e do Espírito, mas como irmão maior de uma grande família irá se unindo a ele, ou como cabeça de um grande corpo que já começa a se sentir ressuscitado, porque começa a se sentir transformado, com o desejo imenso de parecer-se com seu Mestre, que entregou sua vida por todos os irmãos do mundo.
Celebramos neste domingo, a Ascensão do Senhor. A cena da Ascensão é
única de Lucas. Embora Marcos (16, 19) nos apresente algo semelhante, seu texto
não é tido como original dele, porque os versículos 9-20 desse capítulo, que fecham
o dito evangelho, mesmo sendo canônicos, não são considerados pelos
especialistas nem da autoria de Marcos nem sequer de sua própria época.
Lucas escreveu dois livros: o Evangelho e os Atos dos Apóstolos. Em At
1,1-2, Lucas retoma a referencia a Teófilo, feita no começo do seu evangelho
(“ilustre Teófilo”, Lc 1,3). Teófilo significa “amigo de Deus”. O fato de tê-lo
agregado aqui, depois de ter separado sua obra em duas, mas reforça a idéia de
que Teófilo é uma designação simbólica geral.
Todos os que lemos estes livros somos Teófilos. Seu evangelho termina
com “Jesus, levado ao céu” (Lc 24, 51). Os Atos começam com o relato de “Jesus
indo ao céu” (At 1,6-11). No evangelho, Jesus é apresentado na sua
corporeidade. Nos Atos já não está corporalmente. Age por meio de seu Espírito.
A ordem que Jesus dá aos apóstolos em At 1,4, exige aceitação total: não
ausentar-se da cidade e aguardar. Em Lc 24, 49, é semelhante: permanecer na
cidade (com a conotação de esperar sem fazer nada). A permanência e a espera passivas
deve durar “até que sejam batizados no Espírito Santo” (At 1,5), ou “até que
sejam revestidos do poder do alto” (Lc 24,49). Lucas refere-se aqui,
claramente, a Pentecostes.
O mistério do ressuscitado se expressa de muitas maneiras no Novo
Testamento: está vivo, despertou, levantou-se... Na Carta aos Efésios vemos um
exemplo dessas manifestações: Paulo enfatiza a glorificação de Jesus à direita
do Pai. E é a partir dessa glorificação que nós, seus discípulos, recebemos a
força do Espírito Santo, espírito de sabedoria e de revelação, para conhecê-lo
perfeitamente e conhecer sua vontade, assumindo por completo o desafio de
continuar a tarefa a favor do Reino.
Lucas quer mostrar também que Jesus foi “glorificado” por Deus: entrou na glória do Pai. Separa os eventos (ressurreição e ascensão), para sublinhar o caráter histórico de cada um. Jesus ressuscitado, antes de sua ascensão-exaltação-glorificação, convive com seus discípulos: come com eles e os instrui. A ascensão de Jesus assinala, em Lucas, a tensão na qual entra a comunidade dos discípulos com o fim das aparições do Ressuscitado: tensão entre ausência e, ao mesmo tempo, presença do Senhor. Jesus continua sua ação e ensinamento depois de se elevar ao céu; Jesus ressuscitado continua agindo e ensinando na comunidade depois da sua ascensão. Lucas (como também Paulo na passagem da segunda leitura) une intimamente a ausência física com o Dom do Espírito Santo.
A insistência de que os discípulos viam Jesus subindo para o céu, poderia ser considerada alusiva às cenas da assunção de Elias, quando Eliseu teve assegurado o espírito de profecia do mestre porque pode vê-lo. Assim, a comunidade dos discípulos está configurada na ascensão como a comunidade profética que herda o Espírito de Jesus para continuar sua missão. Na ascensão, Jesus não se ausenta, mas é exaltado, glorificado. A parusia não é o retorno de um Jesus ausente, mas a manifestação gloriosa de um Jesus que sempre esteve presente na comunidade. Isto aparece claramente nas últimas palavras de Jesus em Mt 28,19: “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”. A ascensão expressa a mudança ocorrida em Jesus ressuscitado, sua nova maneira de ser, gloriosa, glorificada, porém sempre histórica, pois Jesus glorificado continua vivo na comunidade.
A narrativa da ascensão é, para Lucas, a culminância do itinerário de Jesus e o trânsito entre o “tempo de Jesus” e o “tempo da Igreja”, inaugurada com a vinda do Espírito Santo, prometido por Jesus. Ao receber o Espírito a comunidade dos crentes assume em si a missão de continuar o trabalho inaugurado por Jesus, de manifestar o Reino do Pai.
Com a ascensão se fecha o ciclo das aparições do Ressuscitado. Se
juntarmos todas as aparições e lermos seu conteúdo simbólico, nos daremos conta
de que narram as diversas experiências da igreja acerca do Ressuscitado. Mas a
ascensão tem uma particularidade: confere à pequena igreja a certeza de que
desde sua pequenez pode abrir-se ao mundo, como Jesus na cruz.
Só depois de ter passado pela cruz Jesus adquire poder sobre todo
“Principado, Potestades, Virtudes e Dominações”. Pensemos bem: somente depois
de passar pela cruz! Celebrar a Ascensão implica ter à vista o Crucificado;
saber que a glória não é patrimônio deste mundo, mas que começa com a Ascensão,
o belo nome da glória do Crucificado.
Estejamos atentos: somente depois de passar pela cruz! Aquele que
ascende é o Ressuscitado, e o Ressuscitado é o Crucificado. Não ascende “à
direita de Deus” um abstrato “ser divino”, mas um ser humano divino que se
encarnou num caminho concreto de amor…
Reflexão Apostólica:
O evangelho desse domingo, Festa da Ascensão do
Senhor, tem como palavra chave a alegria “... e voltaram para
Jerusalém cheios de alegria. E passavam o tempo todo no pátio do Templo,
louvando a Deus.".
Como deve ser bem triste a vida de quem não têm
Fé... Pois nada faz sentido e o próprio viver é em vão uma vez que todos os
sonhos e projetos de felicidade, tudo o que se buscou e desejou a vida inteira,
termina de maneia melancólica dentro de um caixão, enfiado em um túmulo aonde
irá se decompor. Se fosse mesmo este o destino do homem, Deus seria muito cruel
e mentiroso!
A alegria dos discípulos é primeiramente porque,
iluminados pelo Espírito Santo acabaram de descobrir na luz da fé, a mais bela
de todas as revelações: A morte não foi o capítulo final na vida do Mestre,
como eles pensavam, mas ela foi necessária para que Deus Pai mostrasse o seu
Poder, ressuscitando Jesus e lhe dando um corpo glorioso, imortal e sem
limites, mergulhado na plenitude e na glória do céu. Portanto, ascensão não é
despedida melancólica, mas início de um tempo novo onde o Cristo, livre dos
limites que fazem parte da natureza humana, se faz presente de maneira
definitiva em espírito a homens de todos os tempos e lugares. É este o pensamento
que me ocorre em relação aos entes queridos que se foram, os quais temos a
certeza de que estão com Deus, ora, se estão com Deus estão também conosco,
pois Deus está em toda a parte porque é Onipresente.
A crença neste mistério de Cristo, celebrada em
todos os domingos pela Igreja na Santa Eucaristia, não faz dos discípulos do
Senhor, super-homens, com super-poderes e imunes das tribulações, sofrimentos e
dos limites, enquanto seres humanos.
O discípulo nasce, cresce, atinge a maturidade, mas
um dia envelhece ou adoece, e faz a experiência da morte biológica,igual a
todos os outros homens, porém, a diferença está na visão de Fé, que lhes
permite, a partir da ascensão do Senhor, verem os acontecimentos da história e
os de sua própria vida, de modo diferente, pois, apesar de todas as nossas
misérias, dos pecados da igreja, dos nossos pecados e imperfeições, Jesus vai
construindo em meio aos homens o seu Reino de Amor e de Paz!
Nada poderá deter a força do Reino de Deus, nenhuma
força do mal, presente no mundo, conseguirá impedir que ele cresça e atinja sua
plenitude, essa garantia vem de Jesus, do que aconteceu com ele, que foi
esmagado pelos seus inimigos e quando estes pensavam que Jesus estava sepultado
e tinham conseguido derrotá-lo, eis que o Pai o glorificou e fez dele o Senhor
da Vida e da História dos homens, e o Mal teve que engolir a vitória de Jesus.
Mas atenção! É necessário que transformemos a nossa
fé em ação concreta, e para isso é preciso parar de olhar para o céu a espera
de algum “milagre” e olhar para a terra, onde estamos todos envolvidos em
situações onde somos colocados como testemunhas de Cristo, do seu evangelho e
da sua vitória.
Está na hora de fazermos esse anúncio aos
desiludidos, desanimados, aos sem esperança, está na hora de falarmos que a
vida para quem acredita, não é só aquilo que aparenta ser, que o mal, as
desgraças, as tragédias, as drogas e toda a violência, não conseguirão sufocar
a semente que Jesus plantou, e que a Igreja cuida através dos tempos,
alimentando com a palavra e a esperança de ver as flores e os frutos, e que o
melhor está por vir. Essa é a nossa missão como Igreja, que se iniciou
precisamente com a Ascensão do Senhor!
Propósito:
Nosso Deus e nosso Pai, ao
celebrar com alegre esperança a exaltação do teu amado Filho Jesus, que foi
crucificado por ser fiel à tua vontade de vida digna para todos, nós te pedimos
que, com a força do amor do Espírito Santo, te sigamos no serviço ao teu Reino
de justiça e de paz.
"Procurarás a justiça, nada além da justiça"
(Dt 16.11-20)
A Semana de Oração pela
Unidade Cristã em 2019 foi preparada por cristãos da Indonésia.
Com uma população de 265 milhões, 86% dos quais se identificam como muçulmanos,
a Indonésia é bem conhecida como o país que tem a maior população muçulmana. No
entanto, 10% dos indonésios são cristãos de tradições diversas. Tanto em termos
de população como de grande extensão de terra, a Indonésia é a maior nação do
sudeste da Ásia. Tem mais de 17.000 ilhas, 1.340 diferentes grupos étnicos e
mais de 740 línguas locais, mas ainda assim está unida na sua pluralidade pela
língua nacional Bahasa Indonésia. A nação se baseia em cinco princípios
chamados Pancasila, com o lema Bhineka Tunggal Ika (unidade na diversidade). No
meio da diversidade de etnias, linguagem e religião, os indonésios têm vivido
pelo princípio de gotong royong, que é viver em solidariedade e com
colaboração. Isso significa ter partilha nos diversos campos da vida, no
trabalho, nas tristezas e festividades, vendo todos os indonésios como irmãos e
irmãs.
Essa sempre frágil harmonia é hoje ameaçada de novas maneiras. Muito do
crescimento econômico que a Indonésia tem experimentado em décadas recentes tem
sido construído com um sistema centrado na competição. Isso está em evidente
contraste com a colaboração de gotong royong. A corrupção é experimentada de
muitas maneiras. Ela infecta a política e os empreendimentos, frequentemente
com consequências devastadoras para o ambiente. Em particular, a corrupção
enfraquece a justiça e a implementação da lei. Movidos por essas considerações,
os cristãos da Indonésia sentiram que as palavras do Deuteronômio -
"procurarás a justiça, nada além da justiça" (veja Dt 16, 18-20) -
falavam fortemente sobre sua situação e suas necessidades. Antes do povo de
Deus entrar na terra que Deus lhes tinha prometido, eles fizeram a renovação de
seu compromisso com a Aliança que Deus estabelecera com eles.
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