1º DOMINGO DA QUARESMA – 10 de março
10 março - Ó glorioso Patriarca São
José, não te esqueças de nós, que vamos arrastando esta carne miseranda em dura
terra de exílio. (L 35).São
Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 4,1-13
"Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do rio Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. Ali ele foi tentado pelo Diabo durante quarenta dias. Nesse tempo todo ele não comeu nada e depois sentiu fome. Então o Diabo lhe disse:
- Se você é o Filho de Deus, mande que esta pedra vire pão.
Jesus respondeu:
- As Escrituras Sagradas afirmam que o ser humano não vive só de pão.
Aí o Diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe num instante todos os reinos do mundo e disse:
- Eu lhe darei todo este poder e toda esta riqueza, pois tudo isto me foi dado, e posso dar a quem eu quiser. Isto tudo será seu se você se ajoelhar diante de mim e me adorar.
Jesus respondeu:
- As Escrituras Sagradas afirmam:
"Adore o Senhor, seu Deus,
e sirva somente a ele."
Depois o Diabo o levou a Jerusalém e o colocou na parte mais alta do Templo e disse:
- Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui, pois as Escrituras Sagradas afirmam:
"Deus mandará que os seus anjos
cuidem de você.
Eles vão segurá-lo com as suas mãos,
para que nem mesmo os seus pés
sejam feridos nas pedras."
Então Jesus respondeu:
- As Escrituras Sagradas afirmam: "Não ponha à prova o Senhor, seu Deus."
Quando o Diabo acabou de tentar Jesus de todas as maneiras, foi embora por algum tempo."
Meditação:
Os relatos das tentações procuram
expressar uma experiência mística de Jesus, e então não devem ser interpretados
ao pé da letra, duma maneira fundamentalista!
Uma coisa já chama a atenção - as
tentações vêm logo após o batismo de Jesus! O batismo significava o assumir
público da sua missão, por parte de Jesus. Logo após este compromisso, ele tem
que enfrentar as tentações. Aqui a experiência de Jesus é como a nossa própria
- nós temos compromisso com o projeto de Deus, mas entre o nosso compromisso e
a prática dele, existem muitas tentações!!
O texto diz que Jesus estava
"repleto do Espírito Santo", uma frase somente usada em outras três
ocasiões no Novo Testamento: Atos 6,5 e 7,55 (Estevão) e 11,24 (para Barnabé).
Jesus é o modelo para cristãos que sofrem pressões! Também o texto sublinha que
ele era "conduzido pelo Espírito através do deserto".
O Espírito Santo não conduz Jesus à
tentação, mas é a força sustentadora dele, durante as suas tentações. E como o
Espírito dava força a Jesus, Lucas quer ensinar às suas comunidades que elas
também poderão contar com este apoio do Espírito Santo nos momentos difíceis da
vivência da sua fé!
Podemos reconhecer nas tentações as
mesmas que nós, individualmente e comunitariamente enfrentamos na nossa
caminhada da fé hoje! Vejamos: Primeiro, Jesus é tentado para mandar que uma
pedra se tornasse pão. Podemos ver aqui a tentação do "prazer"- logo
que enfrenta sofrimento por causa da sua ascese, Jesus é tentado a escapar
dele!
Uma tentação das mais comuns hoje, num
mundo que prega a satisfação imediata dos nossos desejos, numa sociedade que
cria necessidades falsas através de sofisticadas campanhas de propaganda. Uma
sociedade de individualismo, onde a regra é "se quiser, faça!", uma
sociedade onde sacrifício, doação e solidariedade são considerados como
ladainha dos perdedores! E a resposta de Jesus é contundente: "Não só de
pão vive o homem"(v.4).
O homem vive de pão certamente, mas não
só! Jesus não é nenhum masoquista, contra o necessário para viver dignamente.
Mas salienta muito bem que não é somente a posse de bens que traz a felicidade,
mas a busca de valores mais profundas, como a justiça, a partilha, a doação, a
solidariedade com os sofredores.
Não faz nenhum contraste falso entre
bens materiais e espirituais - precisa de ambos para que se tenha a vida plena!
Nesta frase, Jesus desautoriza tanto os que buscam a sua felicidade na simples
posse de bens como os que dispensam a luta pelo pão de cada dia para todos!
A segunda tentação pode ser visto como
a de "ter". De novo algo muito atual! Nós vivemos na sociedade
pós-moderna da globalização do mercado, do neo-liberalismo, do evangelho do
mercado livre.
Diariamente a televisão traz para
dentro das nossas casas a mensagem de que é necessário "ter mais", e
que não importa "ser mais"! E como sempre, a tentação vem em forma
atraente - até a Igreja pode cair na tentação de achar que a simples posse de
bens, que podem ser usados em favor da missão, garantirá uma pregação mais
evangélica.
Somos tentados a não acreditar na força
dos pobres, de não seguir o caminho do carpinteiro de Nazaré. Jesus também teve
que enfrentar esta tentação - ele que veio para ser pobre com os pobres, para
mostrar o Deus que opta preferencialmente pelos pobres, é tentado a confiar nas
riquezas! Para o diabo - e para o nosso mundo que adora o bem-estar material e
o lucro, mesmo às custas da justiça social, Jesus afirma: "Você adorará o
Senhor seu Deus, e somente a ele servirá"(v.8).
A terceira tentação podemos entender
como a do "poder". Uma tentação permanente na história das Igrejas e
dos cristãos. Quantas vezes as Igrejas confiavam mais no poder secular do que
na fragilidade da cruz, para "evangelizar". Quanta aliança entre a
cruz e a espada - a América Latina que o diga! E ainda hoje todos nós
enfrentamos esta tentação - não de ter poder para servir, mas de confiar no
poder aparente deste mundo, mais do que na fraqueza aparente de Deus, assim
contradizendo o que Paulo afirmava com toda força: "A fraqueza de Deus é
mais forte do que os homens"(1 Cor 1,25) E ainda: "Deus escolheu o
que é fraqueza no mundo, para confundir o que é forte ("(1 Cor 1,27).
Jesus, que veio para servir e não para
ser servido, que veio como o Servo Sofredor e não como dominador, teve que
clarear a sua vocação e despachar o diabo com a frase: "Não tentarás o
Senhor seu Deus". Realmente, podemos nos encontrar nas tentações de Jesus!
São as tentações do mundo moderno - o
ter, o poder e o prazer! Todas coisas boas em si, quando bem utilizadas conforme
a vontade de Deus, mas altamente destrutivas quando tomam o lugar de Deus em
nossas vidas!. Jesus teve que enfrentar o que nós enfrentamos - o
"diabo" que está dentro de nós, o tentador que procura nos desviar da
nossa vocação de discípulos. E o trecho de hoje nos coloca diante da orientação
básica para quem quer vencer: "Você adorará o Senhor seu Deus, e somente a
ele servirá"(v.8).
Reflexão Apostólica:
O evangelho nos apresenta Jesus no
deserto, assediado por tentações do inimigo. Jesus apenas recebe seu batismo
das mãos de João Batista, e imediatamente se retira para um lugar deserto, não
com a finalidade de ser tentado, mas para projetar seu futuro com base no passo
que acabava de dar.
É necessário que estejamos atentos a
todos os elementos que “molduram” esta passagem: batismo, deserto, tentações.
O batismo assinala o momento decisivo
em que, consciente e livremente, Jesus decide dar início a um determinado
estilo de vida; contudo, decidir por uma determinada forma ou projeto de vida
não implica necessariamente que já esteja tudo claro sobre como realizar esse
projeto; pelo contrário, é o momento mais crítico, posto que imediatamente
surjam várias alternativas que o crente tem que sopesar e sobre as quais tem
que fazer um consciencioso discernimento para ver qual dentre todas se adapta
mais e melhor ao seu projeto pessoal.
Ante essa realidade, encontra-se Jesus,
e o evangelista descreve-a muito acertadamente em forma de tentação e em
perfeita conexão com a mentalidade bíblica: num ambiente físico de deserto;
contudo, nós não necessitamos ficar com o conceito material de deserto como
lugar geográfico, nem com a quantidade de tempo que Jesus esteve ali, como um
verdadeiro dado cronológico.
Para nós e, com toda a segurança, para
a comunidade de Lucas, o que contava era o valor simbólico do deserto como
lugar da consciência, e o tempo como o período ou processo no qual Jesus
amadureceu sua vocação e seu projeto pessoal ou opção de vida.
Propósito:
Espírito de fortaleza, permanece sempre comigo, nas horas da tentação, para que, como Jesus, eu seja firme em superá-las.
IMPOSSÍVEL?
A única maneira do impossível continuar
sendo impossível é se nada mudar. Mas, como você sabe muito bem, a vida está em
constante mutação a cada segundo que passa. O conceito do impossível é um
conceito estático. Porém, você, – maravilhosa criação de Deus, – é uma força
dinâmica e como tal, o conceito de estático não se aplica a você.
Sim, alguma coisa pode ser impossível a você neste momento; mas isso não significa que permanecerá impossível por muito tempo. Quantas coisas boas e gratificantes você simplesmente delas desistiu porque as considerou impossíveis? Talvez seja a hora de reconsiderá-las novamente.
Com clareza, focalize seus pensamentos nas mais maravilhosas realizações que você deseja alcançar; a seguir, vá em frente, e, pela graça de Deus você verá o seu sonho sendo concretizado. Se não é possível agora, com certeza, em breve será.
Sim, alguma coisa pode ser impossível a você neste momento; mas isso não significa que permanecerá impossível por muito tempo. Quantas coisas boas e gratificantes você simplesmente delas desistiu porque as considerou impossíveis? Talvez seja a hora de reconsiderá-las novamente.
Com clareza, focalize seus pensamentos nas mais maravilhosas realizações que você deseja alcançar; a seguir, vá em frente, e, pela graça de Deus você verá o seu sonho sendo concretizado. Se não é possível agora, com certeza, em breve será.
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