5º DOMINGO DA QUARESMA
07 ABRIL - São muitos os tipos de pregação: em nossa casa às
visitas; na casa dos doentes às pessoas sadias; pelas ruas às crianças; aos
adultos onde possível; a todos em toda parte, com os olhos, com a boca, com a
pessoa toda, com o infalível "imitatores
mei estote” sede meus
imitadores e "luceat lux vestra” resplandeça a luz de vossas boas obras. (L23). São
José Marello
João
8,1-11
"Depois
todos foram para casa, mas Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada
ele voltou ao pátio do Templo, e o povo se reuniu em volta dele. Jesus estava
sentado, ensinando a todos. Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus
uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no
meio de todos. Eles disseram:
- Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério. De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?
Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo. Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles:
- Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!
Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão. Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé. Então Jesus endireitou o corpo e disse:
- Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você?
- Ninguém, senhor! - respondeu ela.
Jesus disse:
- Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais! "
- Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério. De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?
Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo. Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles:
- Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!
Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão. Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé. Então Jesus endireitou o corpo e disse:
- Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você?
- Ninguém, senhor! - respondeu ela.
Jesus disse:
- Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais! "
Meditação:
O
centro da narrativa não é o pecado, mas o coração de Deus que quer que nós vivamos.
É esta a imagem de Deus-amor que Jesus quer dar a conhecer: que a mulher
experimente que Deus a ama assim como ela é. Deste modo, a mulher, sentindo-se
respeitada, amada e protegida, é capaz de acolher o convite de Jesus a não
voltar a pecar (v.11). O amor é o primeiro, o único mandamento. Deus salva
amando. Só o amor é capaz de converter e salvar!
Este texto ‘incômodo do Evangelho teve uma histórica difícil: é omitido em vários códices antigos, e é deslocado em outros. Há mesmo quem pense que o autor não seja João, mas Lucas, dado o seu estilo e a mensagem muito semelhante à “parábola do pai misericordioso” (ver Lucas 15), no Evangelho do 14 passado), com vários personagens: a mulher, no papel do filho mais novo; os escribas e os fariseus em linha com o filho mais velho; e Jesus que entra perfeitamente no papel do Pai. Tal possibilidade é sublinhada também por um autor moderno: “Texto insuportável, que falta em vários manuscritos. A consciência moral e também a consciência religiosa dos homens não pode admitir que Cristo se recuse a condenar a mulher... Foi surpreendida em flagrante delito; cometeu um dos pecados mais graves que Lei conheça... Cristo confunde os acusadores recordando-lhes a universalidade do mal: também eles, espiritualmente, são adúlteros; também eles, de um ou de outro modo atraiçoaram o amor. ‘Quem estiver sem pecado...’ Ninguém está sem pecado, e ele conclui dizendo: «Vai, e não voltes a pecar»: uma frase que abre um futuro novo” (Ollivier Clément).
Este texto evangélico constitui uma página intensa de metodologia missionária para o anúncio, a conversão, a educação à fé e aos valores da vida. O amor gera e regenera a pessoa, torna-a livre; Jesus educa ao amor vivido na liberdade e na gratuidade. Somente com estas condições se compreende porque devemos deixar cair as pedras que trazemos nas mãos para atirar contra os outros. O fato que sejam os mais velhos quem começa a ir embora (v. 9) revela neles um sentido de culpa, de vergonha, mostra que entenderam a lição? Enfim, fica bem claro que quem luta pela igualdade de oportunidades entre a mulher e o homem, seja qual for o contexto específico, encontra em Jesus um precursor ideal, um pioneiro e um aliado.
Este texto ‘incômodo do Evangelho teve uma histórica difícil: é omitido em vários códices antigos, e é deslocado em outros. Há mesmo quem pense que o autor não seja João, mas Lucas, dado o seu estilo e a mensagem muito semelhante à “parábola do pai misericordioso” (ver Lucas 15), no Evangelho do 14 passado), com vários personagens: a mulher, no papel do filho mais novo; os escribas e os fariseus em linha com o filho mais velho; e Jesus que entra perfeitamente no papel do Pai. Tal possibilidade é sublinhada também por um autor moderno: “Texto insuportável, que falta em vários manuscritos. A consciência moral e também a consciência religiosa dos homens não pode admitir que Cristo se recuse a condenar a mulher... Foi surpreendida em flagrante delito; cometeu um dos pecados mais graves que Lei conheça... Cristo confunde os acusadores recordando-lhes a universalidade do mal: também eles, espiritualmente, são adúlteros; também eles, de um ou de outro modo atraiçoaram o amor. ‘Quem estiver sem pecado...’ Ninguém está sem pecado, e ele conclui dizendo: «Vai, e não voltes a pecar»: uma frase que abre um futuro novo” (Ollivier Clément).
Este texto evangélico constitui uma página intensa de metodologia missionária para o anúncio, a conversão, a educação à fé e aos valores da vida. O amor gera e regenera a pessoa, torna-a livre; Jesus educa ao amor vivido na liberdade e na gratuidade. Somente com estas condições se compreende porque devemos deixar cair as pedras que trazemos nas mãos para atirar contra os outros. O fato que sejam os mais velhos quem começa a ir embora (v. 9) revela neles um sentido de culpa, de vergonha, mostra que entenderam a lição? Enfim, fica bem claro que quem luta pela igualdade de oportunidades entre a mulher e o homem, seja qual for o contexto específico, encontra em Jesus um precursor ideal, um pioneiro e um aliado.
Vemos, neste
Evangelho que os líderes da igreja, traiçoeiros, com hipócrita manifestação
de respeito, com fingida reverência, que encobria uma trama astutamente urdida
para Sua ruína, trouxeram uma mulher, arrastada por eles, apanhada em
adultério, e ela estava apavorada. Eles a acusaram de ter violado a lei de
Moisés que dizia que uma mulher apanhada em adultério deveria ser apedrejada. E
perguntou a Jesus o que Ele dizia do caso.
"Se Jesus absolvesse a mulher, seria acusado de desprezar a lei de Moisés. Se a declarasse digna de morte, poderia ser acusado aos romanos como alguém que pretendia autoridade que unicamente a eles pertencia."
"Se Jesus absolvesse a mulher, seria acusado de desprezar a lei de Moisés. Se a declarasse digna de morte, poderia ser acusado aos romanos como alguém que pretendia autoridade que unicamente a eles pertencia."
A
saída de Jesus diante do espinhoso dilema apresentado pelos doutores da lei não
podia ser mais inteligente e clara: quando todos esperavam por uma resposta que
o comprometesse, Jesus os leva, a eles próprios, a darem a solução, de acordo
com sua própria consciência e justiça.
Se
a morte era a pena prevista para a pecadora, poderiam começar o castigo, mas
sob a condição de que o aplicassem somente aqueles que não tivessem pecado. Mas
os ouvintes se foram retirando, um a um, começando pelos mais velhos até o
último.
Todos
os acusadores se retiram, deixando claro a qualidade de suas consciências;
somente fica a mulher ao lado de Jesus, que age com ela de forma incrivelmente
compreensiva e misericordiosa.
Poder-se-ia
dizer que aquela mulher “voltou a nascer”; libertou-se das mãos de pecadores
talvez piores do que ela, mas também ficou libertada em sua consciência por
Jesus, que somente podia transmitir-lhe a vida, o amor, a misericórdia e o
perdão divinos.
Os
desvios ou faltas de nossos semelhantes nunca podem ser motivo para
condená-los; essas atitudes nos devem recordar que talvez sejam mínimos se os
compararmos com os nossos, e que, portanto, tanto eles como nós necessitamos do
amor e da misericórdia divinos. A posição de Deus para com o pecado é a
rejeição, mas para com o pecador é o perdão e a restauração.
Reflexão
Apostólica:
Mais
uma vez Jesus mostra que a pessoa humana está acima de qualquer lei. Os homens
não podem julgar e condenar, porque nenhum deles está isento de pecado. O
próprio Jesus não veio para julgar, pois o Pai não quer a morte do pecador, e
sim que ele se converta e viva.
Cristo
é aquele que «sabe o que há no homem» (cf.Jo 2, 25), no homem e na mulher.
Conhece a dignidade do homem, o seu valor aos olhos de Deus. Ele mesmo, Cristo,
é a confirmação definitiva deste valor. Tudo o que diz e faz tem o seu
cumprimento definitivo no mistério pascal da redenção.
O
comportamento de Jesus a respeito das mulheres, que encontra ao longo do caminho
do seu serviço messiânico, é o reflexo do desígnio eterno de Deus, o qual,
criando cada uma delas, a escolhe e ama em Cristo (cf. Ef 1, 1-5)… Jesus de
Nazaré confirma esta dignidade, recorda-a, renova-a e faz dela um conteúdo do
Evangelho e da redenção, para a qual é enviado ao mundo…
Jesus
entra na situação concreta e histórica da mulher, situação sobre a qual pesa a
herança do pecado. Esta herança exprime-se, entre outras coisas, no costume que
discrimina a mulher em favor do homem, e está enraizada também dentro dela.
Deste
ponto de vista, o episódio da mulher «surpreendida em adultério» (cf. Jo 8,
3-11) parece ser particularmente eloqüente. No fim Jesus lhe diz: «não tornes a
pecar»; mas, primeiro ele desperta a consciência do pecado nos homens … Jesus
parece dizer aos acusadores: esta mulher, com todo o seu pecado, não é talvez
também, e antes de tudo, uma confirmação das vossas transgressões, da vossa
injustiça «masculina», dos vossos abusos?
Esta
é uma verdade válida para todo o gênero humano… Uma mulher é deixada só, é
exposta diante da opinião pública com «o seu pecado», enquanto por detrás deste
«seu» pecado se esconde um homem como pecador, culpado pelo «pecado do outro»,
antes, co-responsável do mesmo. E, no entanto, o seu pecado escapa à atenção,
passa sob silêncio…
Quantas
vezes a mulher paga pelo próprio pecado mas paga ela só e paga sozinha! Quantas
vezes ela fica abandonada na sua maternidade, quando o homem, pai da criança,
não quer aceitar a sua responsabilidade? E ao lado das numerosas «mães
solteiras» das nossas sociedades, é preciso tomar em consideração também todas
aquelas que, muitas vezes, sofrendo diversas pressões, inclusive da parte do
homem culpado, «se livram» da criança antes do seu nascimento. «Livram-se»: mas
a que preço?
Todos
nós conhecemos a história da mulher adúltera e ficamos sempre na mesma idéia:
Jesus acolheu a pecadora que fora surpreendida em flagrante adultério. Todos já
sabiam que ela teria que ser apedrejada, segundo a lei de Moisés. Estava escrito
e não poderia ser diferente, mas Jesus nem precisou argumentar muito nem
debater com os acusadores.
Somente
com o gesto de escrever no chão e de falar aos circunstantes: “quem dentre vós
não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”, conseguiu com que o
povo se afastasse, a começar pelos mais vividos, mais experientes.
Nós
pensamos que somente adultera o homem ou a mulher que trai um ao outro. Olhamos
para os “adúlteros” e as “adúlteras” públicos e nos sentimos superiores a eles
(as) porque não fazemos o mesmo. Porém, existe o adultério espiritual, quando
negamos a Deus a origem da nossa criação, quando damos ouvidos de mercador aos
Seus mandamentos, quando recusamos a Jesus o Seu Senhorio e prevaricamos em
busca de outros deuses para tentar preencher o nosso vazio espiritual.
Jesus
falou para todos de uma maneira bem clara: “quem não tiver pecado”, isto é,
quem não for pecador atire a primeira pedra. O pecado, seja ele qual for é uma
traição a Deus.
Somos,
sim, homens e mulheres adúlteros e necessitados de misericórdia. Precisamos ter
consciência disso. Quando Jesus escreveu no chão Ele estava pensando também em
nós!
Com
quem você tem traído a confiança de Deus? Qual o seu menor
pecado? Será que o pecado tem tamanho? Como você se sente no seu dia
a dia diante das suas injustiças?
Propósito:
Pai,
tira do meu coração a maldade e a hipocrisia que me tornam juiz iníquo do meu
semelhante, não me permitindo ver a necessidade de pôr em ordem a minha vida.
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«A
conversão nunca é de uma vez para sempre, mas é um processo, um caminho
interior de toda a nossa vida. Este itinerário de conversão evangélica
certamente não pode limitar-se a um período particular do ano: é um caminho de
cada dia, que deve abraçar toda a existência, todos os dias da nossa vida.
Nesta óptica, para cada cristão e para todas as comunidades eclesiais, a
Quaresma é a estação espiritual propícia para se treinar com maior tenacidade
na busca de Deus, abrindo o coração a Cristo. Santo Agostinho certa vez disse
que a nossa vida é uma única prática do desejo de nos aproximarmos de Deus, de
nos tornarmos capazes de deixar entrar Deus no nosso ser». (Bento XVI)