Natal é poder
ter a certeza de que Deus é conosco
Analisando
tudo que já conversarmos desde o início do advento, quero nestes dois últimos
dias úteis depois da comemoração do natal (e últimos do ano), trazer a tona que
podemos contatar como o amor de Deus é pródigo por todos nós. E, isso demonstra
que o motivo maior da folia natalina é poder ter a certeza de que Deus é
conosco (que é a tradução para Emanuel); até porque, o natal corresponde à
celebração da verdadeira consumação da grande aliança de Deus com os seres
humanos.
Ultrapassando
este relevante ponto (se é que ele pode ser ultrapassado!), devemos ter em
mente que esta aliança concretizada pelo nascimento de Jesus (um maravilhoso
presente que nos foi dado por Deus) deve perturbar a nossa vida com a Sua
chegada. Perturbar no sentido de nos fazer sair da nossa de conforto para que
possamos perder o medo de sonhar, de descobrir e de realizar algo que pode
mudar o mundo, mesmo que pareça impossível.
Não
podemos esquecer no natal (e nos demais 364 dias do ano) que é Deus quem nos
concede a dádiva de poder recomeçar e seguir em frente. Ou seja, devemos tomar
o exemplo de Abraão (quando ainda era Abrão): “Ora, disse o SENHOR a Abrão:
Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que
te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei
o nome. Sê tu uma bênção!” (Gn 12,1-2). Ou seja, devemos ver que Deus
depois de ordenar a Abraão o que ele deveria fazer e o que receberia em troca,
dá ainda outra ordem, uma determinação complementar. Poderia pedir santidade,
sabedoria, algum tipo de voto ou sacrifício como era peculiar à época, até
mesmo o estabelecimento de algum procedimento religioso. Mas não! Deus ordena
que Abraão seja uma bênção, tal como Deus promete abençoá-lo. Isso deve nos
fazer pensar muito em nossos dias.
Com
isso, Deus está dizendo que existe um lugar especial nesta vida para cada um de
nós. Esta afirmação é a mais pura das verdades; pois, Deus nos concede um lugar
diferenciado na vida, um lugar onde possamos atingir aquilo que sonhou tomar
posse do que é seu independente dos problemas, tribulações, adversidades e,
também, de algumas decepções que vamos passar na nossa vida, e que faze parte
do nosso processo de crescimento.
Mas,
para isso temos que fazer a nossa parte, ou seja: primeiro ter um sonho que
deve ser seguido; depois ter metas claras e um objetivo determinado; e, por
fim, nunca para de caminhar ou andar para trás, porque para trás não é,
definitivamente, o caminho que Deus preparou para nossa vida quando nos disse
que “fiel é a palavra e digna de toda aceitação, que Cristo Jesus veio ao
mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (Tm 1,15).
Devemos
lembrar sempre que Deus no natal (e nos demais dias do ano) nos concede o ponto
de partida, que é o momento mais difícil, onde vamos sair da inércia e talvez
da zona de conforto; É por isso que devemos valorizar esse ponto de partida,
por menos importante que possa nos parecer. Pois, é com ele que Deus nos mostra
que não devemos nos acomodar; na verdade, independente das dificuldades,
devemos buscar andar pelos caminhos por Ele traçados, que, no mínimo, nos
levaram até onde os outros já foram. Assim, neste natal tome posse da frase do
anjo Gabriel: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc
1,28); faça a sua parte no processo de restauração da dignidade humana, através
da anunciação da chegada do Salvador; responda “sim”.
E,
que esse “sim” do natal não represente apenas um ato de submissão à vontade de
Deus, mas um consentimento ativo, consciente e, principalmente, responsável que
gera um engajamento amplo, pleno e irrestrito no projeto que transforma o mundo
e restaura corações. Devemos clamar para que Deus entre em cena na nossa vida,
tomando a condução do nosso caminho e nos capacitando para que possamos
continuar lutando e infligindo ao nosso coração a certeza de que realmente “Jesus
Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13,8) e que sempre nos
diz em alto e bom som: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos
e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).
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