09 abril – Lembra-te de buscar o segredo da tua eloqüência na
caridade. (L 23) São Jose Marello
"Este era verdadeiramente Filho de
Deus!” - Mt 26,14–27,66
[...]. Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo
da condenação: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”. Com ele também crucificaram
dois ladrões, um à sua direita e outro, à esquerda. Os que passavam por ali o
insultavam, balançando a cabeça e dizendo: “Tu que destróis o templo e o
reconstróis em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da
cruz!” Do mesmo modo zombavam de Jesus os sumos sacerdotes, junto com os
escribas e os anciãos, dizendo: “A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! É
Rei de Israel: desça agora da cruz, e acreditaremos nele. Confiou em Deus; que
o livre agora, se é que o ama! Pois ele disse: ‘Eu sou Filho de Deus’”. Do
mesmo modo, também o insultavam os dois ladrões que foram crucificados com ele.
Desde o meio-dia, uma escuridão cobriu toda a terra até as três horas da tarde.
Pelas três da tarde, Jesus deu um forte grito: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, que
quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Alguns dos que ali
estavam, ouvindo-o disseram: “Ele está chamando por Elias!” E logo um deles
correndo, pegou uma esponja, ensopou-a com vinagre, colocou-a numa vara e lhe
deu de beber. Outros, porém, disseram: “Deixa, vamos ver se Elias vem
salvá-lo!” Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito.
Nisso, o véu do Santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra
tremeu e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muitos corpos dos
santos falecidos ressuscitaram! Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de
Jesus, entraram na Cidade Santa e apareceram a muitas pessoas. O centurião e os
que com ele montavam a guarda junto de Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que
havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram: “Este era verdadeiramente
Filho de Deus!” [...].
MEDITAÇÃO
A liturgia deste último domingo da Quaresma convida-nos a
contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa
humanidade, fez-Se Servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o
pecado fossem vencidos.
Como antecipação à Semana Santa que começamos, lemos hoje o
relato completo da Paixão e Morte de Jesus segundo o evangelista Mateus
(26,14–27,66). Na Sexta-Feira Santa leremos o relato segundo são João. É sabido
que os quatro evangelistas nos contam este mesmo fato embora não da mesma
forma. Cada um busca dar-lhe sua própria orientação teológica e pastoral, uma
vez que cada evangelho é uma forma de responder às inquietações diferentes de
cada comunidade. Na Semana Santa se faz a memória dos últimos dias do
ministério de Jesus.
O Domingo de Ramos nos introduz na Semana da Paixão do Senhor. A
Liturgia de hoje nos oferece dois evangelhos de Mateus; um para a bênção dos
ramos e outro para a Liturgia da Palavra. A paixão de Jesus é paradoxalmente –
na narração de Mateus – a paixão do Filho do homem, do Senhor da glória, do
Juiz universal. Ele é o Deus-conosco que nos salva pelo caminho do Servo
sofredor, sendo crucificado “como cordeiro conduzido ao matadouro”.
O Evangelho central da celebração convida-nos a contemplar a
paixão e morte de Jesus que, sendo fiel até o fim, ao projeto do Pai, detona o
"dia do julgamento" e começa a era da ressurreição: é o momento
supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo
aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse
amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total. Aparentemente
morto, algumas pessoas esperam para ver o que vai acontecer... a morte
que deveria trazer tranqüilidade aos poderosos, na verdade provoca um grande
desconforto.
O imenso e impressionante texto da Paixão, mediante a qual o Rei
manso e obediente purifica, santifica e apresenta a Si mesmo a sua Igreja,
tornando-a santa e irrepreensível, sem mancha nem ruga, a Esposa bela. Nestes
momentos decisivos, a Esposa fiel deve seguir o Esposo passo a passo: a unção
para a sepultura em Betânia, a Ceia Primeira (e não última!), o abismo do
Getsémani, onde Cristo, sendo embora o Filho de Deus, Deus Ele mesmo, treme
perante a morte, mas aceita-a, submetendo a sua vontade humana à Vontade
divina, à Vontade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, a prisão "segundo
as Escrituras", em que todos o abandonam e fogem (Mt 26, 56) - Jesus fica
sozinho: verdadeiro "Resto de Israel" -, os processos e a condenação
(Jesus afirma-se como "o Cristo", "o Filho de Deus",
"o Filho do Homem-que-Vem-na-sua-Glória", "o Rei"), a
entrega à morte de cruz por Pilatos e por Judas, mas na verdade por Deus:
paredídeto: passivo divino!), a coroa de espinhos, Pedro disposto a morrer com
Jesus, mas negando-O, a Cruz Santa e Gloriosa, as três tentações por parte dos
transeuntes, dos chefes dos sacerdotes juntamente com os escribas e os anciãos,
dos ladrões: "salva-te a ti mesmo", "desce da cruz" (Mt 27,
39-44), a oração do Salmo 21 (todo): começa "Meu Deus, meu Deus, por que
me abandonaste?", e termina "esta é a obra do Senhor"!, a agonia
e a Morte precedida do "grande grito" (Mt 27, 46.49) que indica a
Vitória de Deus, a sepultura... Proclamação da máxima Obra de Deus no mundo, a
indizível Economia divina na vida terrena do Filho de Deus! A proclamação deve
seguir-se com a conversão do coração, e, sobretudo, com o louvor no coração.
A Semana Santa que hoje nós, cristãos, iniciamos com a
comemoração da entrada “triunfal” de Jesus em Jerusalém e sua aclamação como
Messias e rei por parte do povo humilde e simples deveria ser a ocasião mais
propícia para realizar durante toda a semana um ciclo de revisão dos
fundamentos de nossa fé. É ocasião de pensar sobre a maneira pela qual temos
entendido e vivido nosso cristianismo e da renovação de nosso compromisso que,
como fiéis, somos convidados a vivenciar num mundo realmente ávido de um
testemunho e de uma mensagem como a de Jesus.
Isto significa aderir ao Cristo ou seja mudar e cuidar para não
assumirmos a mesma postura daqueles a quem criticamos, e chamamos de
assassinos. É bom lembrar que os mesmos que exaltaram Jesus, também o
condenaram. Mudar significa gritar a Boa Nova da presença de Deus entre nós. É
recusar ou aceitá-lo. Quem não muda e não assume o compromisso batismal é como
aquele que hoje estende o seu manto e grita “Hosana! Hosana!” e que alguns dias
depois, lá está, no meio da multidão e gritando: “Crucifica-o! Crucifica-o!” O
absurdo da humanidade, encarnada no povo eleito, é que toda a vida se espera a
salvação e na hora em que ela aparece, mata-a: Vós acusastes o Santo e o Justo
e exigistes que fosse agraciado para vós um assassino, enquanto fazíeis morrer
o príncipe da vida.
Os valores que marcaram a existência de Cristo continuam a não
ser demasiado apreciados no séc. XXI. De acordo com os critérios que presidem à
construção do nosso mundo, os grandes “ganhadores” não são os que põem a sua
vida ao serviço dos outros, com humildade e simplicidade, mas são os que
enfrentam o mundo com agressividade, com auto-suficiência e fazem por ser os
melhores, mesmo que isso signifique não olhar a meios para passar à frente dos
outros.
Como nos assusta verificar que em nosso mundo neo-liberal não
existam mais líderes capazes de entusiasmar as pessoas. A mídia se arroga
o poder de criar ilusões que entorpecem e somos "obrigados" a passar
parte do nosso tempo de lazer, observando, como que anestesiados, a vida de
pessoas que se submetem, pela fama meteórica, a se expor ao extremo nos
programas chamados "reality shows", além de nos apresentar seus
amigos e familiares que sem qualquer qualificação declarada passam a tarde
ocupando os programas de variedades, discorrendo sobre nada, como doutores de
coisa alguma. Como pode um cristão (obrigado a viver inserido neste mundo e a
ser competitivo) conviver com estes valores?
"Vigiem e rezem, para não caírem em tentação". A
perseverança na oração, pedindo a Jesus a graça de permanecermos fiéis, é
aquilo que nos dará a força de segui-Lo, antes, com alegria em Jerusalém, em
seguida, com decisão e amor até ao Calvário. Lá, então, saberemos entregar, até
o fim, junto com Ele, toda a nossa vida nas mãos do Pai. Em seguida
experimentaremos também a sua Ressurreição!
Os acontecimentos que, nesta semana, vamos celebrar,
garantem-nos que o caminho do dom da vida não é um caminho de “perdedores” e
fracassados: o caminho do dom da vida conduz ao sepulcro vazio da manhã de
Páscoa, à ressurreição. É um caminho que garante a vitória e a vida plena.
Estamos dispostos, nessa Semana Santa, abrir o coração para
acolher o mistério do infinito amor de Deus, que doa sua vida por amor a nós?
Ele quer um espaço em nosso coração...
Oração: Ó Pai, Deus de misericórdia e de perdão, olha com piedade os
teus filhos culpados de terem pregado numa cruz o teu amado Filho. Ajuda-nos a
descobrir, na morte de Jesus, um testemunho consumado de sua liberdade, e de
fidelidade a ti e ao teu Reino. Pelo seu sangue derramado na solidão do
abandono, lava todas as nossas culpas e rompe a dureza dos nossos corações,
para que, purificados pelas lágrimas do arrependimento, acolhamos o dom da tua
infinita compaixão, que é o único que nos pode tornar de novo inocentes.
Concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com Ele em sua
glória. Amém!
MELHOR DIREÇÃO
A direção que você toma na vida
determina o seu destino. Eis aqui a questão que você tem que perguntar a si
mesmo: “O tempo, energia e recursos financeiros, nos quais estou engajado,
estão me levando para a direção que realmente desejo?
“É essa a direção que desejo para a minha vida?” Ou essa rota reflete a direção de uma outra pessoa? Esse é um alvo que meus pais, meu cônjuge, meu patrão e meus filhos desejam que eu alcance ou é um alvo que DEUS deseja que eu alcance?
Faça a si mesmo essas perguntas e debata-as em seu coração. Um outra pergunta pertinente neste momento é: “O que é que estou fazendo que parece estar ou não funcionando?” Essas perguntas devem ser levadas a Deus numa conversa com Ele de coração aberto. Deus tem um ministério diretivo para as nossas vidas. Em meio a tantas vozes, tantos ruídos, ouvir a voz Dele é fará toda a diferença em sua vida. Você está disposto a ouvi-LO?
“É essa a direção que desejo para a minha vida?” Ou essa rota reflete a direção de uma outra pessoa? Esse é um alvo que meus pais, meu cônjuge, meu patrão e meus filhos desejam que eu alcance ou é um alvo que DEUS deseja que eu alcance?
Faça a si mesmo essas perguntas e debata-as em seu coração. Um outra pergunta pertinente neste momento é: “O que é que estou fazendo que parece estar ou não funcionando?” Essas perguntas devem ser levadas a Deus numa conversa com Ele de coração aberto. Deus tem um ministério diretivo para as nossas vidas. Em meio a tantas vozes, tantos ruídos, ouvir a voz Dele é fará toda a diferença em sua vida. Você está disposto a ouvi-LO?
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