02 – Vós estareis no mundo, porém vossos
ouvidos não prestarão atenção às vozes e às conversas do mundo, às blasfêmias e
às impiedades dos homens, mas já ouvirão os cantos dos anjos que vos chamam a
si; mesmo que ouçam essas vozes, será apenas para vos oferecer como vítimas de
reparação ao amor desprezado de Jesus. (S 354). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus
9,1-8
"Jesus passou para a outra margem do
lago e foi para a sua cidade. Apresentaram-lhe, então, um paralítico, deitado
numa maca. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico:
"Coragem, filho, teus pecados estão perdoados!" Então alguns escribas
pensaram: "Esse homem está blasfemando". Mas Jesus, conhecendo os
seus pensamentos, disse-lhes: "Por que tendes esses maus pensamentos em
vossos corações? Que é mais fácil, dizer: 'Os teus pecados são perdoados', ou:
'Levanta-te e anda'? Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na
terra poder para perdoar pecados, - disse então ao paralítico - levanta-te, pega
a tua maca e vai para casa". O paralítico levantou-se e foi para casa.
Vendo isso, a multidão ficou cheia de temor e glorificou a Deus por ter dado
tal poder aos seres humanos."
Meditação:
Meditação:
Mateus, preocupado em reunir dez
milagres de Jesus, nos capítulos 8 e 9 de seu evangelho, resume esta narrativa
da cura do paralítico, bem mais detalhada em Marcos e, embora a sua preocupação
seja o caráter messiânico da cura milagrosa, o núcleo da narrativa é o perdão
dos pecados.
A cura do paralítico nos é contada
também pelos evangelistas Marcos (2,1-12) e Lucas (5,17-26). Marcos apresenta a
história do paralítico com mais particularidades. Nos diz que os portadores do
leito sobre o qual jazia o paralítico, não podendo apresentar o doente a Jesus
por causa da multidão.
São todos particulares que não
pertencem à historia em si, mas ao modo de apresentá-la. Na sua versão, Mateus
estiliza a cena reduzindo-a ao essencial, omitindo todos os particulares.
A chave para descobrir a intenção de
Mateus está nas palavras de Jesus: Vendo a fé daquela gente, Jesus disse
ao paralítico: Meu filho, coragem! Teus pecados te
são perdoados.
O pecado, no Primeiro Testamento, era
qualquer desobediência aos mais de seiscentos preceitos da Lei, impondo
restrições minuciosas às práticas comuns do dia a dia.
O povo trabalhador, oprimido e
empobrecido, por suas próprias atividades de sobrevivência não tinha condições
de observar estes preceitos todos. Assim era considerado pecador.
As doenças e defeitos físicos eram
consideradas como castigo pelo pecado. Jesus vem remover a culpa imputada pela
Lei, retirando a acusação de pecado do paralítico e libertando-o de sua
paralisia.
Neste texto, Mateus quer afirmar que
Jesus tem o poder de perdoar os pecados. A cura do paralítico comprova esse
poder.
Além de ter o poder de perdoar os
pecados, Jesus demonstra que tem um poder mais forte, que é aquele de penetrar
os pensamentos dos escribas, sem que alguém lhe contasse, e disse-lhes: Por
que pensais mal em vossos corações?
Por sua vez, Jesus, possui um
conhecimento sobre-humano, sobrenatural, doado-lhe pelo Espírito Santo. Em
outros momentos Jesus dirá: Vocês vêem as aparências. Eu vejo o
coração. Este conhecimento sobrenatural de Jesus demonstra que Ele
tem também uma dignidade única e que justifica o seu poder também único, aquele
de perdoar os pecados.
Quando Jesus quer demonstrar que tem
o poder sobre o pecado, o paralítico passa em segundo plano, como se não
interessasse mais o paralítico curado, e sim para que saibais que o Filho do homem
tem o poder de perdoar os pecados.
A razão da cura do paralítico que
ouviu as palavras de Jesus levanta-te… toma a maca e volta para
tua casa, é demonstrar a saúde eterna; o perdão dos pecados é mais
importante do que a saúde do corpo.
Mateus, além de demonstrar o poder de
Jesus, quer realçar a fé daquela multidão que se aproximou de Jesus, atraída a
Ele justamente por causa deste poder. Fé tão grande que venceu todas as
dificuldades. Fé que é confiança ilimitada no poder de Jesus, posto a serviço
do ser humano.
Por fim, Mateus, depois de nos contar
a cura e o perdão dos pecados do paralítico, nos fala daquela multidão que,
diante deste milagre de Jesus, ficou com medo, glorificou a Deus por
ter dado tal poder aos homens.
O poder de Jesus de perdoar os pecados
foi passado aos seus discípulos-apóstolos, quando ao ressuscitar dos mortos e
aparecendo-lhes, disse-lhes: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou,
assim também eu vos envio a vós”. Depois destas palavras, soprou sobre eles
dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a
quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os
retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (João 20, 21-23).
Antes Pedro, à pergunta de Jesus: “No
dizer do povo, quem é o Filho do homem?” E aos seus discípulos: “E vós, quem
dizeis que eu sou?” Respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. E Jesus
disse a Pedro: Tu és Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Eu te darei as chaves do reino dos céus: Tudo o que ligares na Terra, será
ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus
(Mt 16,13-19).
Portanto, a Igreja de Cristo e na
Igreja os homens escolhidos por Cristo, têm a missão de administrar o
sacramento do perdão.
Não são eles que perdoam. É
Cristo que o faz na pessoa do Sacerdote. Este poder de perdoar os pecados é
inseparável da pessoa de Cristo e da Sua Igreja, Uma, Santa Católica e
Apostólica.
Reflexão Apostólica:
"Jesus,
conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: "Por que tendes esses maus
pensamentos em vossos corações? Que é mais fácil, dizer: 'Os teus pecados são
perdoados', ou: 'Levanta-te e anda'?."
Ao curar o
paralítico com essas palavras Jesus nos revela que o pecado nos paralisa,
aprisiona e nos tira a liberdade interior.
Assim Jesus foi
direto à raiz da paralisia humana, o pecado, que tolhe a vida da pessoa,
impedindo-a de caminhar por si mesma.
Quantas vezes
nós nos sentimos presos (as), acorrentados (as), aos sentimentos de ódio, de
medo, revolta, ressentimento, idéia de vingança, precisando de alguém que nos
ajude!
O pecado é tudo
que nos afasta da fonte do Amor de Deus. O pecado é o desamor, é a falta da
graça de Deus e, somente quando em nós essa graça é restituída, nós nos
sentiremos verdadeiramente livres.
Vamos aqui nos
deter em três pontos de reflexão deste evangelho: Jesus
demonstra o seu poder de cura, o poder
de estar vendo os nossos pensamentos, e a
repreensão aos fariseus por terem feito um julgamento. ""Como
pode este homem falar assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão
Deus?" (Mc 2,7).
Essa é uma atitude típica de quem está com ciúmes, com inveja de outra pessoa de igual categoria, ou do seu nível, por ela estar fazendo uma coisa que nós gostaríamos de estar fazendo em seu lugar, como às vezes acontece na própria paróquia.
Eu entro na igreja e lá no altar está um conhecido fazendo a leitura. Ou, quando participo de um Encontro e vejo alguém fazendo uma palestra. Qual é a minha atitude? Ei! Por que eu não estou lá? Por que eu não posso fazer leitura/palestra também? Quem ele pensa que é para fazer leitura/palestra?
Infelizmente existem ciúmes e inveja até nos lugares mais santos, porque somos pessoas pecadoras. E isso, às vezes, atrapalha, emperra o bom andamento das pastorais, e da evangelização.
Quanto a Jesus ver ou ouvir os nossos pensamentos, precisamos tomar mais cuidado, pois estamos pecando direto por pensamentos. E até consideramos serem santos pensamentos, como, naquele dia em que pensamos ser mais santos que aquela pessoa. Isso não é o cúmulo do absurdo? Pois é, acontece.
Um exemplo: Uma pessoa santa, talentosa, de muita fé, e conhecimento da doutrina da Igreja, enfrenta muitas dificuldades para se engajar em uma determinada comunidade, simplesmente por inveja ou ciúmes dos que fazem parte do centro de decisões, ou da coordenação.
Parece até repetição de algo escrito em reflexões anteriores. Porém, certas coisas muito importantes da nossa vida devem ser repetidas, refletidas para serem eliminadas ou corrigidas.
Essa é uma atitude típica de quem está com ciúmes, com inveja de outra pessoa de igual categoria, ou do seu nível, por ela estar fazendo uma coisa que nós gostaríamos de estar fazendo em seu lugar, como às vezes acontece na própria paróquia.
Eu entro na igreja e lá no altar está um conhecido fazendo a leitura. Ou, quando participo de um Encontro e vejo alguém fazendo uma palestra. Qual é a minha atitude? Ei! Por que eu não estou lá? Por que eu não posso fazer leitura/palestra também? Quem ele pensa que é para fazer leitura/palestra?
Infelizmente existem ciúmes e inveja até nos lugares mais santos, porque somos pessoas pecadoras. E isso, às vezes, atrapalha, emperra o bom andamento das pastorais, e da evangelização.
Quanto a Jesus ver ou ouvir os nossos pensamentos, precisamos tomar mais cuidado, pois estamos pecando direto por pensamentos. E até consideramos serem santos pensamentos, como, naquele dia em que pensamos ser mais santos que aquela pessoa. Isso não é o cúmulo do absurdo? Pois é, acontece.
Um exemplo: Uma pessoa santa, talentosa, de muita fé, e conhecimento da doutrina da Igreja, enfrenta muitas dificuldades para se engajar em uma determinada comunidade, simplesmente por inveja ou ciúmes dos que fazem parte do centro de decisões, ou da coordenação.
Parece até repetição de algo escrito em reflexões anteriores. Porém, certas coisas muito importantes da nossa vida devem ser repetidas, refletidas para serem eliminadas ou corrigidas.
A cura do
paralítico nos traz como exemplo a solidariedade dos amigos que o apresentaram
a Jesus. Algumas vezes nós podemos ser o paralítico, outras vezes nós somos um
dos amigos do paralítico quando nós ajudamos alguém a encontrar Jesus.
O Senhor quer
tirar de nós a mentalidade de sempre querer receber e nada oferecer. Ele nos
cura, mas nos manda também levantar e tomar a nossa cama , isto é a nossa vida
e dar testemunho na nossa casa colocando-nos à disposição da edificação do Seu
reino na nossa casa. Ele não nos quer acomodados na mesmice, mas ousados e
cheios de fé.
O texto diz que
o Mestre viu a fé daquele homem. Só é possível ver a fé de alguém, quando
manifestada nas suas ações.
As providências
tomadas pelo paralítico para estar na presença de Jesus devem ter sido
formidáveis, pois chamou-lhe a atenção.
Esta confiança
ilimitada explica a iniciativa do Mestre: declarar-lhe, imediatamente,
perdoados os pecados e, assim, reconciliá-lo com Deus.
Segundo se
acreditava na época, as doenças eram conseqüência dos pecados. O perdão era,
por conseguinte, o primeiro passo para a cura, por cortar o mal pela raiz. Só,
então, teria sentido propiciar ao paralítico a cura física.
A ação
taumatúrgica de Jesus recriava o ser humano a partir de seu interior, atingindo
os níveis mais profundos, ali onde se processa a comunhão entre a criatura e o
Criador.
A restauração
dos laços rompidos entre ambos permitia ao ser humano refazer-se, até chegar
aos níveis exteriores. A cura acontece de dentro para fora. Quando o exterior é
curado, é porque o interior já deve ter sido totalmente refeito.
A cura do
paralítico foi possível por causa de sua confiança inabalável em Jesus. Esta é a fé que
se exige de quem pretende ser curado por ele. Mas, a partir de dentro!
Você alguma vez
se sentiu também paralisado (a) pelo pecado? Você já sentiu inveja de alguém?
Você já recebeu ajuda de alguém que levou você para receber o perdão de Deus?
Você tem ajudado às pessoas que estão doentes, paralisados (as) pela vida? Você
é uma pessoa acomodada nos mesmo vícios, nos mesmos pecados? Você tem dado
testemunho de Jesus na sua casa?
Propósito:
Pai, que minha
fé ilimitada em teu
Filho Jesus seja penhor de perdão e cura. Que o poder de
Jesus me cure a partir do meu interior.
Mateus
9,1-8
"Jesus entrou num barco, voltou para o lado oeste do lago e chegou à sua cidade. Então algumas pessoas trouxeram um paralítico deitado numa cama. Jesus viu que eles tinham fé e disse ao paralítico:
- Coragem, meu filho! Os seus pecados estão perdoados.
Aí alguns mestres da Lei começaram a pensar:
- Este homem está blasfemando contra Deus.
Porém Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse:
- Por que é que vocês estão pensando essas coisas más? O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados estão perdoados" ou "Levante-se e ande"? Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados.
Então disse ao paralítico:
- Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa.
O homem se levantou e foi para casa. Quando o povo viu isso, ficou com medo e louvou a Deus por dar esse poder a seres humanos."
"Jesus entrou num barco, voltou para o lado oeste do lago e chegou à sua cidade. Então algumas pessoas trouxeram um paralítico deitado numa cama. Jesus viu que eles tinham fé e disse ao paralítico:
- Coragem, meu filho! Os seus pecados estão perdoados.
Aí alguns mestres da Lei começaram a pensar:
- Este homem está blasfemando contra Deus.
Porém Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse:
- Por que é que vocês estão pensando essas coisas más? O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados estão perdoados" ou "Levante-se e ande"? Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados.
Então disse ao paralítico:
- Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa.
O homem se levantou e foi para casa. Quando o povo viu isso, ficou com medo e louvou a Deus por dar esse poder a seres humanos."
Meditação:
O temor em nossos dias é de transgredir
costumes estabelecidos na sociedade. Com freqüência damos mais valor às
doutrinas do que às pessoas. Jesus desafia essa mentalidade. Para ele a pessoa
está em primeiro lugar, em especial em se tratando de alguém que sofre. Jesus,
mesmo correndo o risco de ser taxado de blasfemo, não teme libertar da culpa um
homem cujos temores o paralisam a ponto de impedir-lhe o movimento.
Porém, a blasfêmia maior em nossos dias é não usar a força transformadora da própria religião a favor do bem-estar da pessoa que sofre. Jesus desafia seus adversários e assume uma atitude eficaz de compaixão, amor e solidariedade como caminho para alcançar a liberdade humana. Em nossa época as maiores blasfêmias já não contradizem certas doutrinas religiosas.
Blasfêmia hoje é questionar as práticas que nossa cultura secular consagra. É mal visto questionar o consumismo que paralisa a maior parte das pessoas a ponto de levá-las ao sedentarismo, à obesidade e ao conformismo. Da mesma forma, tornou-se inquestionável a exploração a que são submetidas nações inteiras com o objetivo de baixar custos de produção.
Porém, a blasfêmia maior em nossos dias é não usar a força transformadora da própria religião a favor do bem-estar da pessoa que sofre. Jesus desafia seus adversários e assume uma atitude eficaz de compaixão, amor e solidariedade como caminho para alcançar a liberdade humana. Em nossa época as maiores blasfêmias já não contradizem certas doutrinas religiosas.
Blasfêmia hoje é questionar as práticas que nossa cultura secular consagra. É mal visto questionar o consumismo que paralisa a maior parte das pessoas a ponto de levá-las ao sedentarismo, à obesidade e ao conformismo. Da mesma forma, tornou-se inquestionável a exploração a que são submetidas nações inteiras com o objetivo de baixar custos de produção.
No
bloco de dez milagres coletados por Mateus, nos capítulos 8 e 9 de seu
evangelho, temos, hoje, a narrativa de cura de um paralítico. Mateus resume a
narrativa de Marcos, rica em pitorescos detalhes.
No texto se percebe que o essencial é o perdão dos pecados, sendo a cura apenas o seu sinal. As elites religiosas das sinagogas e do Templo humilhavam e mantinham o povo submisso, imputando-lhes o caráter de "pecador" por não observarem as centenas de preceitos da Lei. A própria doença era considerada como fruto do pecado.
O tema central não é o milagre enquanto tal (a cura do paralitico), mas o perdão dos pecados. Vivemos em um mundo onde o ódio, o rancor, a vingança para com o outro faz parte da vida das pessoas. Custa-nos perdoar quem nos ofendeu ou nos tenha maltratado física e/ou moralmente. Por isso Jesus propõe outro modelo, outra forma, outro sistema de valores.
O perdão e a misericórdia são importantes na vida do cristão. Nessa passagem evangélica, Jesus tem misericórdia do paralitico e o cura. A cura, porém, não é só no aspecto físico, mas também espiritual, pelo perdão dos pecados, apresentando-o limpo diante de Deus e diante dos homens. A fé do paralitico e daqueles que o conduziam, anima Jesus a realizar a cura.
Jesus se admira da segurança dos que conduziam a paralítico. É o oposto dos letrados, que não crêem nas palavras de Jesus e o acusam de blasfemo. Este é o pecado maior dos letrados: não reconhecer a ação libertadora de Deus em Jesus, em meio da desgraça, exclusão e marginalização em que tantas pessoas vivem.
No texto se percebe que o essencial é o perdão dos pecados, sendo a cura apenas o seu sinal. As elites religiosas das sinagogas e do Templo humilhavam e mantinham o povo submisso, imputando-lhes o caráter de "pecador" por não observarem as centenas de preceitos da Lei. A própria doença era considerada como fruto do pecado.
O tema central não é o milagre enquanto tal (a cura do paralitico), mas o perdão dos pecados. Vivemos em um mundo onde o ódio, o rancor, a vingança para com o outro faz parte da vida das pessoas. Custa-nos perdoar quem nos ofendeu ou nos tenha maltratado física e/ou moralmente. Por isso Jesus propõe outro modelo, outra forma, outro sistema de valores.
O perdão e a misericórdia são importantes na vida do cristão. Nessa passagem evangélica, Jesus tem misericórdia do paralitico e o cura. A cura, porém, não é só no aspecto físico, mas também espiritual, pelo perdão dos pecados, apresentando-o limpo diante de Deus e diante dos homens. A fé do paralitico e daqueles que o conduziam, anima Jesus a realizar a cura.
Jesus se admira da segurança dos que conduziam a paralítico. É o oposto dos letrados, que não crêem nas palavras de Jesus e o acusam de blasfemo. Este é o pecado maior dos letrados: não reconhecer a ação libertadora de Deus em Jesus, em meio da desgraça, exclusão e marginalização em que tantas pessoas vivem.
A libertação do pecado só poderia ser
feita no Templo, mediante ofertas, em nome de Deus. Agora, o homem paralítico,
considerado pecador, está libertado por Jesus, pode mover-se e ter iniciativas.
Em Jesus, Deus dá aos humanos o poder de libertar-se dos pecados, e no amor e
na prática da justiça, transformar o mundo.
Mateus, além de demonstrar o poder de Jesus, quer realçar a fé daquela multidão que se aproximou de Jesus, atraída a Ele justamente por causa deste poder. Fé tão grande que venceu todas as dificuldades. Fé que é confiança ilimitada no poder de Jesus, posto a serviço do ser humano.
Mateus, além de demonstrar o poder de Jesus, quer realçar a fé daquela multidão que se aproximou de Jesus, atraída a Ele justamente por causa deste poder. Fé tão grande que venceu todas as dificuldades. Fé que é confiança ilimitada no poder de Jesus, posto a serviço do ser humano.
Por fim, Mateus, depois de nos contar a
cura e o perdão dos pecados do paralítico, nos fala daquela multidão que,
diante deste milagre de Jesus, ficou com medo, glorificou a Deus por ter dado
tal poder aos homens.
O poder de Jesus de perdoar os pecados
foi passado aos seus discípulos-apóstolos, quando ao ressuscitar dos mortos e
aparecendo-lhes, disse-lhes: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim
também eu vos envio a vós”. Depois destas palavras, soprou sobre
eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes
os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão
retidos” (Jo 20, 21-23).
Antes Pedro, à pergunta de Jesus: “No
dizer do povo, quem é o Filho do homem?” E aos seus discípulos: “E
vós, quem dizeis que eu sou?” Respondeu: “Tu
és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. E Jesus disse a Pedro: Tu és
Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus: Tudo o que
ligares na Terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será
desligado nos céus (Mt 16,13-19).
Portanto, a Igreja de Cristo e na
Igreja os homens escolhidos por Cristo, têm a missão de administrar o
sacramento do perdão. Não são eles que perdoam. Mas é Cristo que o faz na
pessoa do Sacerdote. Este poder de perdoar os pecados é inseparável da pessoa
de Cristo e da Sua Igreja, Uma, Santa Católica e Apostólica.
Reflexão Apostólica:
“(…)
Onde é mais fácil que vejamos a ação de Deus na nossa vida, quando Deus realiza
uma cura ou nos concede alguma graça pela qual suplicamos ou fizemos promessas
ou quando ele perdoa os nossos pecados? É claro que ao lermos este texto,
afirmamos que é quando ele perdoa nossos pecados, mas a gente não vê as pessoas
celebrarem ações de graças quando são perdoadas e sempre vemos celebrações em
ação de graças por curas, conquistas e coisas do gênero. Isto tudo nos mostra
que intelectualmente sabemos as coisas certas, mas existencialmente vivemos
subordinados aos valores do mundo, de modo que somos pessoas divididas entre o
que falamos e o que de fato acreditamos. O Evangelho de hoje é para todos nós
um convite: precisamos de fato enxergar mais além para valorizarmos mais os
verdadeiros dons que Deus nos concede”. (CNBB)
Sinto que estou me repetindo em algo que já escrevi
em reflexões anteriores. Mas acredito que certas coisas muito importantes da
nossa vida devem ser repetidas, refletidas para serem eliminadas ou corrigidas.
O pecado tem tamanha influencia em nossas vidas que
Jesus se empenhava ao máximo a libertar as pessoas, especialmente as mais
simples, desse grande mal, no entanto ainda existem fariseus mais preocupados
com os erros do que os acertos.
A quem compete curar e libertar? Realmente existe um grupo de pessoas eleitas por Deus a serem melhores que outras? O que leva alguém a deixar de anunciar a verdade e a paz para pregar uma grande mentira e a guerra? Fazendo uma grande analogia a esse fato pergunto: do que adianta ser um preso confesso e arrependido do seu crime, mas ainda esta preso ao crime que cometeu? Do que adianta o arrependimento se não ter um bom comportamento?
Nos questionamentos acima, vivemos a difícil situação de falarmos algo, no entanto vivendo outra. Em ambos os casos ainda falta algo
O que mais incomodava aos mestres da lei narrado no evangelho de hoje era o fato de Jesus propor-se a libertar ou mudar a realidade do paralitico. O homem poderia até continuar a claudicar (mancar), mas não seria mais refém do pecado. Como questionei acima, de que adianta a cura se não houver uma mudança de comportamento real?
É importante frisar que a dedicação de Jesus estava e ainda esta na remissão do pecado e não na doença, na fatalidade, no problema e sim na mudança do ponto de vista sobre sua própria vida. Um homem deitado e prostrado tem uma visão bem diferente daquele que se encontra de pé ou daquele que esta acima de um monte…
A quem compete curar e libertar? Realmente existe um grupo de pessoas eleitas por Deus a serem melhores que outras? O que leva alguém a deixar de anunciar a verdade e a paz para pregar uma grande mentira e a guerra? Fazendo uma grande analogia a esse fato pergunto: do que adianta ser um preso confesso e arrependido do seu crime, mas ainda esta preso ao crime que cometeu? Do que adianta o arrependimento se não ter um bom comportamento?
Nos questionamentos acima, vivemos a difícil situação de falarmos algo, no entanto vivendo outra. Em ambos os casos ainda falta algo
O que mais incomodava aos mestres da lei narrado no evangelho de hoje era o fato de Jesus propor-se a libertar ou mudar a realidade do paralitico. O homem poderia até continuar a claudicar (mancar), mas não seria mais refém do pecado. Como questionei acima, de que adianta a cura se não houver uma mudança de comportamento real?
É importante frisar que a dedicação de Jesus estava e ainda esta na remissão do pecado e não na doença, na fatalidade, no problema e sim na mudança do ponto de vista sobre sua própria vida. Um homem deitado e prostrado tem uma visão bem diferente daquele que se encontra de pé ou daquele que esta acima de um monte…
Muitos irmãos, inclusive nós, precisam apenas de uma oportunidade de levantar. Eles precisam é da mudança de realidade. Ao oferecer uma nova chance, Jesus renovava a vida de quem o encontra. Não posso então me alimentar da hipocrisia e acreditar que NÓS, paralíticos, deixaremos de MANCAR ou errar, mas ao sermos apresentados a nova realidade, dificilmente voltaremos a deitar no leito.
Jesus diz “(…) Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa”. Apesar de ainda mancarmos, nunca mais seremos os mesmos. Ao voltarmos para casa, para nossa realidade, nossas vidas, ainda teremos a cama (o leito, o pecado) a nos rondar. A grande proposta de Jesus foi
A atitude de Jesus, mesmo sendo questionada, se foca no perdão e não na cura. “(…) Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho PODER NA TERRA PARA PERDOAR pecados”. A cura passa a ser conseqüência da vontade de mudar.
Esqueçamos a doença, ajudemos aos irmãos a levantar.
Propósito:
Valorizar mais os verdadeiros dons que Deus nos concede.
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