O Santo, culpado.
O Eterno, encarnado.
O sacrifício, perfeito.
O sangue, derramado.
O bom pastor, entregando a vida por ovelhas
dispersas.
A vida, em novo começo: domingo chegará.
É sexta-feira.
Na
sexta-feira, o amor
encobrindo multidão de pecados.
Tudo completado.
Satanás derrotado.
Inferno afastado.
Amor consumado.
Morte sem poder.
Morte pelos maus.
Morte por mim.
Morte por nós.
Jesus Cristo.
A vida garantida.
“Agora
Jesus sabia que tudo estava completado... Quando
ele tomou o vinho, disse: —
Tudo está completado! Então baixou a cabeça e morreu.” (Jo 19.28a,
30)
A
grande verdade de Deus revelada na Páscoa
Hoje
diferente das demais sextas-feiras não vou me ater ao Evangelho que serviu, até
ontem como base para as nossas conversas (Lc
19,29-40). Esta mudança se deve a necessidade, sob o meu ponto
de vista, de refletimos um pouco mais sobre tudo o que Deus concedeu a
humanidade e que nos leva a comemoração da Páscoa, celebrada no próximo
domingo.
Algumas
pessoas na páscoa festejam a libertação da escravidão no Egito; e, outro grande
número a ressurreição de Jesus, que morreu e ressuscitou para que todos nós
pudéssemos ter vida eterna através D’Ele.
Mas,
será que existe alguma ligação entre as duas? Na verdade a primeira é nada mais
do que um pressagio da segunda. Essa afirmação decorre porque, na primeira
comemora-se a libertação do povo de Israel do cativeiro egípcio durante o
reinado do faraó Ramsés II, através de um enviado do Senhor: Moisés. Já na
segunda, Deus também envia o Seu emissário; mas, não é um homem que retirará o
povo de uma terra e transferi-lo para a outra, Deus manda o Seu próprio filho (o
Seu único filho), para retirar o ser humano do estado letárgico, para
transportá-lo para um estado muito mais elevado, muito mais sublime, que é o
estado de filhos de Deus.
E,
para fomentar essa libertação da humanidade, os fatos aconteceram exatamente da
mesma forma do Egito; mas com um espectro bem mais abrangente; pois, Jesus
Cristo veio ao mundo, há um pouco mais de dois mil anos atrás, totalmente
disposto a ser o maior e mais belo exemplo de amor e verdade que a humanidade
conheceria.
Assim,
a Páscoa é a grande revelação do amor de Deus por todos e, principalmente, por
cada um de nós de uma forma individual. E, por isso, devemos ver a morte e,
principalmente, a ressurreição de Jesus como a vitória definitiva do amor sobre
o egoísmo, do bem sobre o mal, da graça sobre o pecado; e, não uma simples
vitória (se é que podemos chamar de “simples”). Essa é a razão que leva Cristo a
nos fazer hoje um convite pessoal: “se alguém me quer servir, siga-me”
(Jo 12,24-26).
Diante
de toda essa maravilha, não há como negar que a segunda comemoração da páscoa é
bem mais abrangente, incisiva e, o melhor, é bem mais renovadora; pois, nela
comemoramos uma nova aliança com Deus, efetivada através da passagem de Jesus da
morte para a vida. E, essa passagem nos traz um forte convite para também
passarmos, através do batismo, para uma nova vida de filhos de Deus. É a grande
libertação que foi conduzida pelo próprio Jesus, que nos concede não a terra
prometida, mas uma vida nova. Pois, Ele foi, é e sempre será o verdadeiro
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!
E,
mesmo a proposta de Jesus não tendo sido entendida por muitos e as grandes
partes das pessoas conseguiram o grande feito de ignorar todos os seus
propósitos de um mundo melhor. Por essa razão, cada um de nós deve ao olhar este
que foi o momento mais negro da humanidade, lembrar que houve dor, angústia e
escuridão; por três dias, o sol se recusou a brilhar, a lua se negou a iluminar
a Terra, até que no terceiro dia algo maravilhoso aconteceu: Houve a Sua
ressurreição! É por esse fato maravilhoso e inigualável é que não podemos deixar
de festejar e lembrar a todos da importância deste ato de amor chamado
ressurreição.
Devemos
comemorar a ressurreição do sorriso; a ressurreição da alegria de viver; a
ressurreição da amizade; a ressurreição dos sonhos, das lembranças; a
ressurreição da vontade de ser feliz; a ressurreição do infinito amor de Deus e
de uma verdade que está muito acima dos ovos de chocolate ou dos coelhinhos.
Lembre: Jesus morreu e ressuscitou para demonstrar que temos a capacidade de
matar os nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes, que,
infelizmente, estão sepultadas no íntimo de nossos corações. É por isso que
devemos tomar as palavras do apóstolo Paulo: “Se fostes ressuscitados
juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive assentado à
direita de Deus. Pense nas coisas do alto, não nas que estão aqui na terra;
porque morrestes, e a vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando
Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados
com ele, em glória” (Cl 3,1-4).
Jesus
morreu, não resta dúvida. Mas, Jesus também ressuscitou, e esse é o nosso maior
motivo de orgulho. Porém, faz-se necessário ter a certeza de que Jesus não
morreu para fazer Deus nos amar. Jesus não comprou o amor de Deus pelos
pecadores. Foi exatamente o contrário: Foi o amor de Deus que fez Jesus morrer
por cada um de nós. Jesus foi, é e sempre será o canal pelo qual o amor de Deus
nos alcançou.
E,
esse amor é a única estrada que poderá nos reconduzir à aliança definitiva que
Deus nos propõe através do Ministério de Jesus: “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu
povo” (Ex 6,7). Que esta seja a verdade antes, durante e, principalmente
depois da minha, da sua, da nossa Páscoa.
Feliz
Páscoa para todos!
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