SEMENTES DE ESPIRITUALIDADE JOSEFINA
Publicação Mensal do Centro Internacional Josefino-Marelliano
Setembro de 2021
1. Acolhida
2. Oração Inicial
3. Tema do Mês:
José, filho de Davi, não temas
“José, filho de Davi,
não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito
Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele
salvará o seu povo dos seus pecados” (Mateus 1,20-21).
O Papa Francisco, na Carta
Apostólica “Patris Corde”, nos ensina que Deus confiava plenamente em São José
e nas ações que empreenderia para salvar e proteger a vida do Menino Jesus e de
Maria. Fiel ao seu estilo didático e questionador de ensinar, o Papa inicia
perguntando por que, mesmo diante de graves situações de perigo para a vida do
Menino e sua Mãe, Deus não age diretamente e continua a confiar em José, e que
ele fará o que for preciso para salvar a vida da Sagrada Família.
Vejamos:
“Frequentemente, ao ler os
«Evangelhos da Infância», apetece-nos perguntar por que motivo Deus não
interveio de forma direta e clara. Porque Deus intervém por meio de
acontecimentos e pessoas: José é o homem por meio de quem Deus cuida dos
primórdios da história da redenção; é o verdadeiro «milagre», pelo qual Deus
salva o Menino e sua mãe. O Céu intervém, confiando na coragem criativa deste
homem que, tendo chegado a Belém e não encontrando alojamento onde Maria possa
dar à luz, arranja um estábulo e prepara-o de modo a tornar-se o lugar mais
acolhedor possível para o Filho de Deus, que vem ao mundo (cf. Lc 2, 6-7).
“Face ao perigo iminente
de Herodes, que quer matar o Menino, de novo em sonhos José é alertado para O
defender e, no coração da noite, organiza a fuga para o Egito (cf. Mt 2,
13-14).”
(Papa Francisco. Carta Apostólica “Patris Corde”, Item 5:
Pai com coragem criativa)
Em seu questionamento
inicial, o Papa Francisco leva-nos a perguntar: por quê Deus não age
diretamente? Por quê Deus não intervém diretamente na história? Nesta frase que
acabamos de ler, o Papa nos dá uma importante contribuição para encontrarmos
uma resposta: “o Céu intervém, confiando na coragem criativa deste homem
(José)”. Ou seja, Deus intervém, mas sem dispensar a ação humana, ao contrário,
contando com ela, confiando nas pessoas e suas ações.
É sobre isso que iremos
refletir nesta e em algumas edições seguintes de “Sementes de Espiritualidade
Josefina”: o modo como José, mesmo em ambientes e condições de grande perigo,
conseguiu desempenhar a missão que lhe foi confiada de ser o provedor, protetor
e educador de Jesus, preparando-o assim para sua missão, e contando com a
preciosa ajuda de Maria para isso. E veremos, também, que José desempenhou tão
bem esta missão, que Deus lhe confiou uma outra: guardar e proteger a Igreja,
como nos ensinou o Papa São João Paulo II. Vejamos:
“Chamado a proteger o
Redentor, «José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa»
(Mt 1,24). Inspirando-se no Evangelho, os Padres da Igreja, desde os primeiros
séculos, puseram em relevo que São José, assim como cuidou com amor de Maria e
se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda
e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e
modelo.”
(Papa São João Paulo II. Exortação Apostólica Redemptoris Custos. Item
1)
Veremos, com o Papa
Francisco, que “se, em determinadas situações, parece que Deus não nos ajuda,
isso não significa que nos tenha abandonado, mas que confia em nós com aquilo
que podemos projetar, inventar, encontrar.”
Após descrever situações
de perigo para a Sagrada Família e como Deus contou com a coragem criativa de
São José, o Papa destaca que “Deus encontra sempre a forma de realizar o seu
plano de salvação”. Vejamos:
“Numa leitura superficial
destas narrações, a impressão que se tem é a de que o mundo está à mercê dos
fortes e poderosos, mas a «boa notícia» do Evangelho consiste precisamente em
mostrar como, não obstante a arrogância e a violência dos dominadores terrenos,
Deus encontra sempre a forma de realizar o seu plano de salvação. Às vezes
também a nossa vida parece à mercê dos poderes e fortes, mas o Evangelho
diz-nos que Deus consegue sempre salvar aquilo que conta, desde que usemos a
mesma coragem criativa do carpinteiro de Nazaré, o qual sabe transformar um
problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência.
Se, em determinadas situações, parece que Deus não nos ajuda, isso não
significa que nos tenha abandonado, mas que confia em nós com aquilo que
podemos projetar, inventar, encontrar.”
(Papa Francisco. Carta Apostólica Patris Corde. Item 5:
Pai com coragem criativa)
Veremos que a Igreja sempre
confiou em São José e contou com sua “especial proteção”, como nos relembrou o
Papa São João Paulo II:
“Em tempos difíceis para a
Igreja, Pio IX, desejando confiá-la à especial proteção do Santo Patriarca
José, declarou-o «Patrono da Igreja católica». Esse Sumo Pontífice sabia que
não estava realizando um gesto descabido, porque, em virtude da excelsa
dignidade concedida por Deus a este seu servo fidelíssimo, «a Igreja, depois da
Virgem Santíssima, esposa dele, teve sempre em grande honra e cumulou de
louvores o Bem-aventurado José e, no meio das angústias, de preferência foi a
ele que recorreu». Quais são os motivos de tão grande confiança? O Papa Leão
XIII expõe-nos assim: «As razões pelas quais o Bem-aventurado José deve ser
considerado especial Patrono da Igreja, e a Igreja, por sua vez, deve esperar
muitíssimo da sua proteção e do seu patrocínio, provêm principalmente do fato
de ele ser esposo de Maria e pai putativo de Jesus (…). José foi a seu tempo
legítimo e natural guarda, chefe e defensor da divina Família (…). É algo
conveniente e sumamente digno para o Bem-aventurado José, portanto, que, de
modo análogo àquele com que outrora costumava socorrer santamente, em todo e
qualquer acontecimento, a Família de Nazaré, também agora cubra e defenda com o
seu celeste patrocínio a Igreja de Cristo»”.
(Papa São João Paulo II. Exortação Apostólica Redemptoris Custos. Item
28)
São José, nosso pai e protetor, rogai por nós.
4. Reflexão e Partilha
Partilhar sobre este
ensinamento do Papa São João Paulo II: Chamado a proteger o Redentor, «José fez
como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa» (Mt 1,24).
Inspirando-se no Evangelho, os Padres da Igreja, desde os primeiros séculos,
puseram em relevo que São José, assim como cuidou com amor de Maria e se
dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e
protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e
modelo.”
5. Compromisso do Mês
Recomendamos ler o item 5
da Carta Apostólica “Patris Corde”.
6. Oração Final.