07 setembro - A simplicidade é uma virtude que, mais do que qualquer outra, nos aproxima, da perfeição do nosso Pai Celeste. (L 76). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 6,6-10
"Num outro sábado Jesus entrou
na sinagoga e começou a ensinar. Estava ali um homem que tinha a mão direita
aleijada. Alguns mestres da Lei e alguns fariseus ficaram espiando Jesus com
atenção para ver se ele ia curar alguém no sábado. Pois queriam arranjar algum
motivo para o acusar de desobedecer à Lei. Mas Jesus conhecia os pensamentos
deles e por isso disse para o homem que tinha a mão aleijada:
- Levante-se e fique em pé aqui na frente.
O homem se levantou e ficou em pé. Então Jesus disse:
- Eu pergunto a vocês: o que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é
permitido fazer nesse dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar
morrer?
Jesus olhou para todos os que estavam em volta dele e disse para o homem:
- Estenda a mão!
O homem estendeu a mão, e ela sarou. Aí os mestres da Lei e os fariseus ficaram
furiosos e começaram a conversar sobre o que poderiam fazer contra Jesus. "
Meditação:
Nesta
cena de cura do homem da mão seca, Jesus toma a iniciativa provocadora
mostrando que o serviço à vida não pode ser barrado por prescrições legais,
religiosas ou não.
Com sua compaixão para com os excluídos, em uma prática que entra em choque com
o sistema legal do Templo, Jesus revela a face do Deus de amor e desmonta o
edifício ideológico da Lei.
Uma religião de rígidos preceitos se presta ao favorecimento dos privilégios e
do poder daqueles que a lideram. Uma religião deste tipo teme a liberdade. A
concentração de poder leva à morte.
O dilema lançado por Jesus só tem uma resposta. Qualquer pessoa só é
verdadeiramente crente, ao declarar-se a favor da vida e da salvação. Qualquer
outra resposta seria uma contradição.
Por isso seus adversários guardam silêncio e Jesus o interpreta em favor da
pessoa enferma. Restaurar a capacidade de trabalhar é um sinal claramente
messiânico e profético que dá à pessoa o poder de participar da vida normal.
Restaurar a
autonomia da pessoa não é um bem menor, mas dar uma nova possibilidade de que a
pessoa seja livre. Isto significa que a cura é um processo de libertação que
fundamenta a possibilidade de ser livre e agir em liberdade.
A esperança messiânica é acrescentada pela ação de Jesus. A comunidade cristã tem,
então, um novo ponto de partida para preparar a chegada definitiva do Reino.
Hoje, em um mundo em que as maiores potências acumulam poder econômico e
militar, em alguns casos com respaldo religioso, se coloca a esperança em uma
ética mundial para salvar a humanidade do caos e da destruição.
Qualquer ética, seja religiosa ou secular, terá como fundamentos o compromisso
com a justiça e a fraternidade, levando a ações práticas de promoção da vida
para todos.
Cada cristão é desafiado a continuar essa prática de Jesus em sua própria
conduta pessoal. O que nos favorece é o estilo de vida que levamos, a nossa
capacidade de ajudar aos demais.
Reflexão Apostólica:
Coincidentemente,
no último dia 7, foi realizado em vários lugares do Brasil, o “grito dos excluídos”
que realça bem o evangelho de hoje.
Vêm para o meio, têm sentido amplo e quer dizer que somos cidadãos e temos o
dever de participar da vida desse País.
Com relação a lei, nota-se que foi feita para privilegiar os ricos dessa nação
em detrimento dos pobres. Quantos presos inocentes estão cumprindo pena por não
ter com que pagar um advogado para defendê-lo? Quantas injustiças sociais
acontecem em nome da lei.
A vida sempre deverá está em primeiro lugar, se assim não fosse Jesus não teria
desafiado a lei, curando em dia de sábado.
O homem da mão seca estava “perdido” no meio da multidão e se mantinha
escondido, talvez por ter vergonha do seu defeito. No entanto, ele não
conseguiu permanecer no anonimato. Tanto Jesus, como os fariseus o viram.
Cada um tinha um propósito para aquele homem:
Jesus queria curá-lo e dar a ele dignidade, por isso, convidou-o para postar-se
no centro, destacado da multidão.
Os fariseus, pelo contrário, se importavam
somente em que Jesus poderia infringir a lei do sábado, sem nenhuma preocupação
quanto ao estado daquele homem acabrunhado. “Levanta-te e fica aqui no meio”, e
“Estende a tua mão” disse-lhe Jesus. “O homem assim o fez e sua mão ficou
curada”.
A “mão seca” pode ser o nosso pecado. O pecado nos
defeitua e nos exclui do convívio das pessoas. Jesus quer nos tirar do
anonimato, quer nos colocar no meio para que possamos agir.
Somos curados do nosso pecado quando damos o
passo para ficar perto de Jesus, bem à vista Dele, usufruindo da sua
misericórdia. As nossas mãos são instrumentos de ação.
O ficar de mãos cruzadas, escondidos no meio
dos outros para que não nos notem fará com que nós sejamos esquecidos e
marginalizados.
A qualquer hora, ou a qualquer momento, mesmo
quando todos nos apontam e acusam Jesus está pronto para nos colocar no centro,
no meio da multidão. Ele nos olha com um olhar especial e percebe a nossa
chaga!
Estender a mão significa, expor o nosso
pecado, reconhecer a falta e abrir o coração para entregar a Jesus o nosso
fardo pesado. Ninguém, em momento algum pode perder essa chance, porque Jesus
veio para curar-nos nem que seja em dia de sábado.
Você se sente isolado (a) quando você comete
um pecado grave? Você costuma confessar os seus pecados? Você tem
estendido a sua mão para ajudar alguém? Você tem vivido à margem dos
outros porque não quer se comprometer?
Propósito: Proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo.
++++
Há dias em
que você pode se sentir faminto, seja de esperança ou de uma solução para os
seus problemas. Estamos sempre em busca de um milagre que mude a nossa vida.
Jesus quer mudar a sua vida. Certa vez ele afirmou: “Eu sou o pão da vida. Quem
vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede” (João
6. 35). Jesus não está dizendo que resolverá todos os nossos problemas, mas se
coloca como a fonte onde encontramos forças para enfrentar toda e qualquer
situação. Alimente-se da Palavra de Cristo e você sentirá a diferença.
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