17 junho - Como um dia no Calvário, assim agora nas igrejas Jesus não
quer defender-se de outra maneira senão com a força do amor, e tolera sempre as
violências dos bandidos para ceder lugar à caridade das almas piedosas das
quais espera conforto e reparação. SÃO JOSE MARELLO
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus 5,38-42
""Ouvistes que foi dito:
'Olho por olho e dente por dente!' Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência
ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe
também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica,
dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro,
caminha dois com ele! Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede
emprestado."
Meditação:
Meditação:
Temos aqui a quinta contraposição feita por Jesus,
entre a antiga Lei e o seu novo mandamento. O "que foi dito" é
substituído por uma nova prática fundada no amor, na misericórdia e na justiça,
estabelecendo-se a paz.
A lei do talião era a expressão típica do culto ao
espírito vingativo e cruel, afinado com a violência comum praticada por Israel
contra os povos da terra ocupada em Canaã e os povos vizinhos, considerados
inimigos.
Jesus apresenta uma referência baseada, não na lei
da justiça judaica, isto é, o que é devido a cada um, mas na lei da graça e do
amor: Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém,
vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um
tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um
processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a
andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires as
costas a quem te pede emprestado.
A lei que Jesus faz alusão é de do Talião:
“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente”, embora à primeira
vista pareça estar alimentando um sentimento de vingança, ela justamente deseja
frear um ímpeto de vingança individual.
Para santo Agostinho, esta a Lei impedia expressões
desmesuradas. É como um já perdoar um pouco: é um começo de justiça
misericordiosa. E Aquele que veio não abolir, mas aperfeiçoar, a conduz à sua
perfeição. Porque em Jesus, e por Ele: Não resistais ao malvado. Pelo contrário, se alguém
te dá uma bofetada na face direita, oferece-lhe a esquerda…
Assim, com estas palavras, o Senhor nos vai
progressivamente conduzindo. Fazendo-nos reconhecer o não revide: oferecer a
outra face; deixar também o manto; caminhar com ele dois mil passos.
Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da
caridade, não só para melhor compreendê-lo, mas também como concretamente
vivê-lo.
O Senhor nos ordena dar a todos tudo o que eles nos
pedem: que todos sejam cumulados, por nossa generosidade, de tudo o que lhes
falta.
Façamos de modo que eles não sofram nem de sede,
nem de fome, nem da falta de vestes. E então, seremos encontrados dignos dos
bens que faltam a nós mesmos e que pedimos a Deus, pois o costume de dar nos
merecerá obtê-los. Ademais há mais alegria em dar do que em receber.
Urge que, aos nossos ouvidos, soem as palavras de
Jesus: vencer o mal com o bem e tornar concreto em nosso agir o
mandamento do amor fraterno.
Parece absurda a proposta de Jesus (dar a outra
face, dar o manto...), mas o Reino não se constrói com violência, mas com paz,
justiça, verdade, amor. Jesus mesmo nos deu exemplo de vida ao se comportar
como o “Servo Sofredor” que não escondeu sua face dos insultos e cusparadas, de
bofetadas e flagelos.
Ensina-nos a não responder o mal com mal, mas, como diz São Paulo (Rm 12,17.21): “a ninguém devolva mal pelo mal. Vença o mal fazendo o bem”. A proposta evangélica da não-violência tem que ser um exercício eficaz para ir assumindo um novo estilo de vida.
Ensina-nos a não responder o mal com mal, mas, como diz São Paulo (Rm 12,17.21): “a ninguém devolva mal pelo mal. Vença o mal fazendo o bem”. A proposta evangélica da não-violência tem que ser um exercício eficaz para ir assumindo um novo estilo de vida.
Peçamos ao Senhor que encha nossos corações com as
graças do Seu Espírito Santo; com amor, alegria, paz, paciência, bondade e
humildade, nos ensine a amar os que nos odeiam; a rezar pelos que nos perseguem
e, com o Seu auxílio, renunciar aos prazeres deste mundo e a desejar uma nova
terra e novos céus.
Reflexão Apostólica:
Nesta
passagem o evangelista apresenta a famosa Lei do Talião: “olho por olho, dente
por dente”, que gera mais violência do que a existente.
Mahatma
Gandhi dizia com grande ironia: “Se aplicarmos o olho por olho, logo o mundo
ficará cego”. A vingança é violência e gera violência. Por esse motivo, Jesus
apresenta uma nova maneira de atuar frente ao mal que nos aflige.
Um
dos desafios mais tremendos para os discípulos de Jesus consistia em “oferecer
a outra face a quem lhes esbofeteasse a face direita”. Receber um tapa no rosto
é uma experiência altamente ofensiva em qualquer cultura. Revidar é uma reação
natural. O discípulo do Reino, porém, é orientado para agir de maneira
diferente: jamais responder violência com violência.
As primeiras comunidades cristãs viam-se pressionadas pela violência de seus perseguidores. Quanto mais sem fundamento é a violência, tanto mais perversa e maligna ela é.
A violência contra os cristãos era deste tipo. Se pagassem com a mesma moeda a violência sofrida, que moral teriam para proclamar a excelência do mandamento do amor e a urgência da reconciliação? Caso se submetessem passivamente seriam dizimados dentro de pouco tempo. Se optassem por se dispersar ou por viver na clandestinidade, não poderiam realizar a missão de arautos do Evangelho que tinham recebido.
O gesto de oferecer a outra face era uma forma de resistência pacífica à fúria dos perseguidores. Significava que os discípulos de Jesus não temiam quem os perseguia; que recusavam a se rebaixar ao nível de seus adversários; que buscavam eliminar a violência no seu nascedouro; e que davam testemunho de um mundo novo onde a violência não tinha vez. Este testemunho inusitado poderia até mesmo levar os perseguidores à conversão.
As primeiras comunidades cristãs viam-se pressionadas pela violência de seus perseguidores. Quanto mais sem fundamento é a violência, tanto mais perversa e maligna ela é.
A violência contra os cristãos era deste tipo. Se pagassem com a mesma moeda a violência sofrida, que moral teriam para proclamar a excelência do mandamento do amor e a urgência da reconciliação? Caso se submetessem passivamente seriam dizimados dentro de pouco tempo. Se optassem por se dispersar ou por viver na clandestinidade, não poderiam realizar a missão de arautos do Evangelho que tinham recebido.
O gesto de oferecer a outra face era uma forma de resistência pacífica à fúria dos perseguidores. Significava que os discípulos de Jesus não temiam quem os perseguia; que recusavam a se rebaixar ao nível de seus adversários; que buscavam eliminar a violência no seu nascedouro; e que davam testemunho de um mundo novo onde a violência não tinha vez. Este testemunho inusitado poderia até mesmo levar os perseguidores à conversão.
A
nova lei do amor levada a cabo pelo próprio Deus em seu Filho Jesus
até o extremo da cruz exige novas relações entre aqueles que abraçam a
realidade do reino de Deus. O “olho por olho, dente por dente”, a lei do
Talião, já não será a norma que regerá as relações entre os discípulos de
Jesus.
Mas,
por que existem tantos conflitos entre os cristãos? Parece que não foi nada
fácil passar da lei do Talião para a lei do amor, que não somente haverá de nos
levar a não lutar com o inimigo.
Humanamente
falando, é mais fácil arrancar o espinho que fica no coração ante uma ofensa
recebida respondendo com outra ofensa maior, do que praticando o mandamento do
amor, que nos exige perdoar a quem nos ofendeu, e amá-lo.
Para
o mundo, tal exigência de Jesus é irracional; mas a partir da lógica do amor, o
ódio gera mais ódio; e enquanto a raiz dos males do ser humano continuar em seu
coração, lhe será impossível alcançar por seus próprios meios a paz que tanto
busca. Ser cristão implica: acima do ódio, amar e, passando por cima da ofensa,
perdoar.
Como
vimos, Jesus veio dar uma nova mentalidade à Lei que os antigos vivenciavam e
nos orienta a ter uma postura coerente com o que Deus Pai nos deixou como
legado, nos dando conselhos úteis para as nossas ações.
Com as nossas atitudes é que nós vivenciamos o Evangelho de Jesus Cristo. Jesus veio esclarecer para nós a mentalidade Evangélica.
Assim é que ele nos recomenda: “não enfrenteis o malvado” ; “se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda;”
Com as nossas atitudes é que nós vivenciamos o Evangelho de Jesus Cristo. Jesus veio esclarecer para nós a mentalidade Evangélica.
Assim é que ele nos recomenda: “não enfrenteis o malvado” ; “se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda;”
Por
isso Ele abre os nossos olhos para que não queiramos enfrentar a quem é
malvado, isto é, aquele (a) age com o poder do mal. Não devemos medir forças
com o inimigo nem mostrar que temos poderio. Não devemos fazer questão por
coisas que não são essenciais, por coisas que só os maus desejam, mas sim,
angariar a amizade dos que estão contra nós e não nos submeter à tentação de
revidar.
Muitas vezes nós fincamos pé naquilo que nos é de direito e entramos em litígio com alguém praticando a vingança. Dar a outra face é, sem dúvida, mostrar uma ação diferente daquela que a outra pessoa adotou.
É mostrar o contrário, é dialogar, é promover a paz e não a discórdia. É também não fazer questão de nada e nunca negar ajuda a alguém, mesmo a quem não nos ajuda. Jesus também nos aconselha: “Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”. As nossas ações de amor devem ser inspiradas no que Jesus nos ensina nesse Evangelho.
Fazer o bem a quem nos trata bem é muito fácil. O verdadeiro amor é baseado nas ações mais difíceis de viver: o perdão, a compreensão, o suportar, o aceitar.
Como você tem agido com aqueles que não satisfazem aos seus desejos, aos seus pedidos? Você é uma pessoa vingativa? Você faz questão pelos primeiros lugares? Qual o sentimento que se apossa de você quando você é contrariado (a), quando não alcança os seus objetivos? Você é uma pessoa pacificadora ou você “gosta de botar lenha na fogueira”?
Muitas vezes nós fincamos pé naquilo que nos é de direito e entramos em litígio com alguém praticando a vingança. Dar a outra face é, sem dúvida, mostrar uma ação diferente daquela que a outra pessoa adotou.
É mostrar o contrário, é dialogar, é promover a paz e não a discórdia. É também não fazer questão de nada e nunca negar ajuda a alguém, mesmo a quem não nos ajuda. Jesus também nos aconselha: “Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”. As nossas ações de amor devem ser inspiradas no que Jesus nos ensina nesse Evangelho.
Fazer o bem a quem nos trata bem é muito fácil. O verdadeiro amor é baseado nas ações mais difíceis de viver: o perdão, a compreensão, o suportar, o aceitar.
Como você tem agido com aqueles que não satisfazem aos seus desejos, aos seus pedidos? Você é uma pessoa vingativa? Você faz questão pelos primeiros lugares? Qual o sentimento que se apossa de você quando você é contrariado (a), quando não alcança os seus objetivos? Você é uma pessoa pacificadora ou você “gosta de botar lenha na fogueira”?
não permitas que a violência tome conta do meu coração;
antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.
ARMADILHA PERIGOSA
A sua boca é o estábulo da sua
influência.
Realmente...cada palavra
que sai da sua boca assemelha-se a um cavalo. Alguns cavalos são bem treinados,
muito bem limpos e tratados. Esses são os cavalos de corrida. Eles têm uma
forte e poderosa energia atrelada à sua incrível habilidade. Quando um cavalo
de corrida sai do estábulo, o que se espera é que ele traga a seu dono muitas
recompensas e preciosos prêmios.
Existem no entanto outros cavalos que são selvagens, e o fator dominante neles está no perigo sempre iminente dos seus coices. Eles podem ser destrutivos, a ponto de inclusive tirarem a vida de alguém.
Eis aqui o paralelo: toda vez que você abre a boca, esteja consciente de que você se assemelha a um cavalo que acabou de sair do estábulo. Tenha pois cuidado com as suas palavras, porque elas são como um cavalo bem treinado. Esteja certo de que elas serão frutíferas e atingirão um bom propósito, isso porque – à semelhança de um cavalo selvagem – elas podem trazer muitas dores. Em outras palavras: esteja constantemente alerta ao poder devastador ou abençoador da sua língua!
Existem no entanto outros cavalos que são selvagens, e o fator dominante neles está no perigo sempre iminente dos seus coices. Eles podem ser destrutivos, a ponto de inclusive tirarem a vida de alguém.
Eis aqui o paralelo: toda vez que você abre a boca, esteja consciente de que você se assemelha a um cavalo que acabou de sair do estábulo. Tenha pois cuidado com as suas palavras, porque elas são como um cavalo bem treinado. Esteja certo de que elas serão frutíferas e atingirão um bom propósito, isso porque – à semelhança de um cavalo selvagem – elas podem trazer muitas dores. Em outras palavras: esteja constantemente alerta ao poder devastador ou abençoador da sua língua!
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2º Meditação:
O elemento fundamental do projeto cristão é
apresentado neste texto do evangelho de Mateus: o amor. Este amor proposto por
Jesus supera o mandamento antigo (Lv 19,18) que permite implicitamente o ódio
ao inimigo.
Supera-o porque é um amor que não se limita a um
grupo reservado de pessoas, aos do meu grupo, aos da minha etnia, ou a meus
patriotas, ou aos que me amam, mas alcança os inimigos, o que poderiam não
merecer meu amor, ou inclusive poderiam merecer meu desamor.
É um amor para todos, um amor universal, expressão própria do amor de Deus que é infinito, que não distingue entre bons e maus. Ser perfeito, como Deus Pai é perfeito, significa viver uma experiência de amor sem limites, é poder construir uma sociedade distinta, não fundada na lei antiga de Talião (“olho por olho, dente por dente”, que já era uma maneira primitiva de limitar o mal da vingança), mas na justiça, na misericórdia, na solidariedade; todos esses valores fundamentados no amor.
É um amor para todos, um amor universal, expressão própria do amor de Deus que é infinito, que não distingue entre bons e maus. Ser perfeito, como Deus Pai é perfeito, significa viver uma experiência de amor sem limites, é poder construir uma sociedade distinta, não fundada na lei antiga de Talião (“olho por olho, dente por dente”, que já era uma maneira primitiva de limitar o mal da vingança), mas na justiça, na misericórdia, na solidariedade; todos esses valores fundamentados no amor.
Continuamos na Montanha, ouvindo, silenciosamente,
o Sermão de Jesus. Novas orientações estão sendo passadas. Estamos atentos,
acolhendo a Palavra que vai nos conformando. Jesus fala do abandono da antiga
lei e nos pede uma atitude diferente se queremos ser seus discípulos. Fala do
Perdão, superação do orgulho e a caridade mútua.
Perdoar, não é fácil, a pessoa que não perdoa, fica angustiada, se remoendo por dentro, às vezes até adoece. Não é fácil esta proposta de Jesus: “se alguém te ferir, ofereça a outra face”. Rezamos diariamente a oração do Pai Nosso, e em determinado momento da oração rezamos: “assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Se rezamos a oração com a afirmação que “perdoamos”, como agir de forma contrária? – O cristão deve ser consciente, não querer perdoar a outro é condenar-se a si mesmo, é ser orgulhoso.
Nos v. 40-42, Mateus narra as palavras de Jesus,
que fala sobre a “caridade mútua”, que deve haver entre os cristãos. Dentro do
Movimento, Pastoral, Associação que participo há esta comunhão? Será que o
orgulho está em mim? Sei perdoar?
Mateus continua fiel a narração. No v. 43, escreve
a citação de Jesus, que está em Lv 19,18: “ama o teu próximo”, mas a segunda
parte “odeia o teu inimigo”, não está na Lei de Moisés.
Esta segunda parte foi um acréscimo feito pelos
rabinos da época de Jesus, os quais entendiam por próximo só os Israelitas.
Jesus quer corrigir esta interpretação. Pois para ser Seu discípulo, não se
pode ter inimigos.
O único inimigo do cristão é o pecado, mas não o
pecador. Jesus deu-nos o exemplo, por Sua própria crucificação. Esta
dificuldade precisamos enfrentar, se buscamos a perfeição cristã: amar e rezar
pelos que nos perseguem e nos caluniam. Este é o verdadeiro distintivo dos
cristãos.
Ao final, Jesus anuncia aos discípulos de ontem e
de hoje: “sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai”. Estas palavras são um
resumo de tudo o que Jesus vem nos falando desde o 4º Domingo do Tempo Comum.
Devemos tender a perfeição divina. Esta perfeição
deve ser nosso modelo, apesar da distância infinita que temos Criador. Devemos
buscar o MAGIS, ou seja, ser mais afetivo e generoso com o próximo, como foi
Jesus.
Ter o coração mais aberto ao mundo e ao próximo,
como foi o coração de Jesus. Que a nossa resposta seja como a de Maria: Mais
generosa e disponível. E assim, continuamos para o mais, buscando à perfeição
que havemos de imitar, sobretudo deixando transparecer em nossas vidas: Seu
amor, Sua misericórdia.
Como vimos, neste evangelho de Mateus, temos as duas últimas contraposições que mostram a novidade de Jesus em confronto com a tradição da antiga Lei.
Como vimos, neste evangelho de Mateus, temos as duas últimas contraposições que mostram a novidade de Jesus em confronto com a tradição da antiga Lei.
O "que foi dito" é substituído, agora,
pela revelação de Jesus através de sua prática e de suas palavras. Na primeira
contraposição, Jesus remove o mau espírito de vingança pela prática da
bem-aventurança da mansidão.
Com estas propostas Mateus busca a conversão plena de sua comunidade originária do judaísmo. A lei do talião, na tradição de Israel, incitava à vingança, no caso de uma violência sofrida: "vida por vida, olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe" (Ex 21,23-25).
A Lei configurava, assim, uma cultura marcada por um espírito vingativo e cruel. Perpetuava-se a violência que, na tradição de Israel, é exemplar na memória perene que se faz do Êxodo, com o extermínio dos primogênitos dos egípcios oprimidos pelo faraó e no sequente extermínio dos sete povos de Canaã.
O preceito de Jesus de não oferecer resistência ao
malvado, vem romper com o ciclo contínuo da violência. Contudo, embora não se
responda à violência com violência, cabe, contudo, questionar e denunciar os
agentes da violência.
Em uma sociedade onde a violência é praticada pela
ambição, em particular por parte dos poderosos grupos de enriquecidos, cabem os
movimentos sociais em defesa dos oprimidos, e o empenho no estabelecimento de
estruturas sócio-econômicas mais justas.
Na última contraposição, com a novidade do amor aos
inimigos, insistentemente anunciada por Jesus, é removida a antiga imagem de
Deus apresentada no Primeiro Testamento como aquele é inimigo dos inimigos do
"povo eleito", e os destrói.
As concepções de povo eleito e de terra prometida
fundamentavam a histórica segregação e conflito de Israel com os demais povos.
Assim justificavam a sua violência:
"Deus parte a cabeça dos seus inimigos e o
cabeludo crânio do que anda nos seus próprios delitos" (Sl 68,21).
Jesus revela o Deus de misericórdia sem limites.
Jesus revela o Deus de misericórdia sem limites.
O apelo de Jesus à conversão tem o sentido tanto de
mudança das referências religiosas da antiga tradição de Israel como dos
sentimentos pessoais. A revelação do Deus Amor abre o caminho da perfeição a
todos.
A compreensão de que somos todos filhos do Deus Pai
e Mãe e a percepção de que seu amor é sem limites leva à fraternidade
universal, à solidariedade e à partilha, vivendo-se com alegria tendo como meta
a união e a Paz.
Somos seres simbólicos e não podemos viver nossa vida isoladamente. Ao contrario, para chegar a ser necessitamos da convivência, da companhia, do diálogo a dimensão moral é uma abordagem inevitável. Não podemos conviver sem alimentar e suavizar continuamente os limites de nossas relações. Não há sociedade humana sem moral, sem direito, sem lei, sem normas de convivência.
Por sua parte, a dimensão religiosa deve incluir essa dimensão essencial. No Antigo Testamento vemos que a maior parte dos mandamentos são negativos, ressaltando o que não se podia fazer, os limites que não deviam ser transpostos. É o primeiro estagio da moral.
Somos seres simbólicos e não podemos viver nossa vida isoladamente. Ao contrario, para chegar a ser necessitamos da convivência, da companhia, do diálogo a dimensão moral é uma abordagem inevitável. Não podemos conviver sem alimentar e suavizar continuamente os limites de nossas relações. Não há sociedade humana sem moral, sem direito, sem lei, sem normas de convivência.
Por sua parte, a dimensão religiosa deve incluir essa dimensão essencial. No Antigo Testamento vemos que a maior parte dos mandamentos são negativos, ressaltando o que não se podia fazer, os limites que não deviam ser transpostos. É o primeiro estagio da moral.
O Evangelho dá um salto para diante. Parece não
estar tão preocupado com os limites, quanto pelo “poço sem fundo” que é preciso
encher, a perfeição do amor que é preciso alcançar.
Este objetivo não pode ser alcançado simplesmente evitando o mal, mas praticando o bem. Com o Evangelho na mão, não estaríamos conseguindo o bem moral supremo, a santidade, simplesmente omitindo o mal, porque poderíamos estar pecando “por omissão do bem”.
E, como disse santo Tomás, o mandamento do amor sempre resulta inexeqüível na sua plenitude, pois nunca podemos dar conta plena dele; sempre se pode amar com mais entrega, com mais generosidade e com mais radicalidade. É típica a proposta do Evangelho do amor aos inimigos, o amor humanamente mais inexeqüível e racionalmente mais dificilmente justificável.
Não obstante, à proposta desta Palavra, de uma santidade à qual se chega pelo amor, quase como em um acesso privilegiado ou quase único, teríamos de adicionar-lhe algum complemento. À santidade cristã não se chega somente por amor prático, pela prática moral ou ética.
É certo que na história das religiões o cristianismo fez fama como sendo a religião que mais organizou a prática do amor, e pelo fato de sua presença ser acompanhada sempre com as “obras de caridade” (hospitais, escolas, centros de promoção humana, leprosários, atenção aos pobres, aos excluídos...) que lhe são características.
Porém, bastará o amor? E a dimensão espiritual? A espiritualidade, a contemplação, a mística... onde andam? Obviamente, não estamos diante de uma alternativa amor-caridade/espiritualidade-mística. Os grandes santos da caridade foram também grandes místicos. Não se trata de uma alternativa (ou uma coisa ou outra), mas de uma conjunção necessária: as duas coisas. Porque as duas realidades se interpenetram perfeitamente.
De fato, o santo também é um “contemplativus in caritate”, vive a contemplação no exercício da caridade. A Espiritualidade da libertação cunhou a famosa fórmula: “contemplativus in liberatione” como uma perfeita harmonia entre ação e contemplação, prática moral e mística. Na realidade, quando se vive a mística, a moral brota espontaneamente.
Este objetivo não pode ser alcançado simplesmente evitando o mal, mas praticando o bem. Com o Evangelho na mão, não estaríamos conseguindo o bem moral supremo, a santidade, simplesmente omitindo o mal, porque poderíamos estar pecando “por omissão do bem”.
E, como disse santo Tomás, o mandamento do amor sempre resulta inexeqüível na sua plenitude, pois nunca podemos dar conta plena dele; sempre se pode amar com mais entrega, com mais generosidade e com mais radicalidade. É típica a proposta do Evangelho do amor aos inimigos, o amor humanamente mais inexeqüível e racionalmente mais dificilmente justificável.
Não obstante, à proposta desta Palavra, de uma santidade à qual se chega pelo amor, quase como em um acesso privilegiado ou quase único, teríamos de adicionar-lhe algum complemento. À santidade cristã não se chega somente por amor prático, pela prática moral ou ética.
É certo que na história das religiões o cristianismo fez fama como sendo a religião que mais organizou a prática do amor, e pelo fato de sua presença ser acompanhada sempre com as “obras de caridade” (hospitais, escolas, centros de promoção humana, leprosários, atenção aos pobres, aos excluídos...) que lhe são características.
Porém, bastará o amor? E a dimensão espiritual? A espiritualidade, a contemplação, a mística... onde andam? Obviamente, não estamos diante de uma alternativa amor-caridade/espiritualidade-mística. Os grandes santos da caridade foram também grandes místicos. Não se trata de uma alternativa (ou uma coisa ou outra), mas de uma conjunção necessária: as duas coisas. Porque as duas realidades se interpenetram perfeitamente.
De fato, o santo também é um “contemplativus in caritate”, vive a contemplação no exercício da caridade. A Espiritualidade da libertação cunhou a famosa fórmula: “contemplativus in liberatione” como uma perfeita harmonia entre ação e contemplação, prática moral e mística. Na realidade, quando se vive a mística, a moral brota espontaneamente.
Sem dúvida, o cristianismo está desafiado a mudar
seu modo de alcançar a moral, que deve ser, não tanto um acesso direto,
“moralizante”, insistindo nos preceitos e ameaças ou castigos, mas em um acesso
indireto, pela via da mística, da experiência mística, que não deixa de ser a
experiência mesma do amor.
O concílio Vaticano II abriu um panorama até então inusitado, o do “chamado universal à santidade”, uma santidade que anteriormente muitos cristãos consideravam reservada aos “profissionais” da santidade (os monges, os religiosos, o clero, porém não o comum dos fiéis).
O concílio Vaticano II abriu um panorama até então inusitado, o do “chamado universal à santidade”, uma santidade que anteriormente muitos cristãos consideravam reservada aos “profissionais” da santidade (os monges, os religiosos, o clero, porém não o comum dos fiéis).
2º Reflexão Apostólica:
O Evangelho é o
próprio Deus falando a nós na pessoa de se Filho Jesus. Ele nos diz o como
devemos ser, o que não devemos fazer e o que precisamos fazer para ser feliz
nesta vida e alcançar a felicidade eterna.
E apesar de Jesus
ter dito que não veio para abolir a Lei de Moisés, O Mestre faz algumas
correções: "Vós ouvistes o que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente!
..."
Só para entender,
é bom lembrar aqui, que no Antigo Testamento, se alguém arrancasse um dedo de
um menino por exemplo, o pai desse menino arrancaria também um dedo de um filho
do agressor. Se alguém quebrasse o braço da filha de um fazendeiro, este
quebraria também o braço de uma filha ou filho daquele alguém.
Não precisamos ir
muito longe. As guerras de famílias que até um dia desses aconteciam no
Nordeste brasileiro e na Sicília na Itália, é um exemplo do que estamos
tentando explicar.
Jesus corrige
isso, porque tal prática não passa de uma vingança. Jesus nos aconselha a
não reagir com a mesma forma de ofensa, pelo contrário, o certo é nem reagir, e
até facilitar a ação ofensiva do agressor.
Nos velhos tempos,
era culturalmente comum odiar os inimigos e amar apenas os amigos, aqueles que
eram ao nosso favor, que concordavam conosco, que nos eram simpáticos. Jesus ao
corrigir isso, e nos ensina a fazer uma coisa que para muitos é um verdadeiro
absurdo! "Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos
perseguem!
Rezar pelos nossos
inimigos até dá. Porque rezemos pedindo que eles não nos façam nenhum mal. Mas
amar os nossos inimigos? Que coisa difícil! Para não dizer impossível!
Não. Não é difícil
nem tampouco impossível. Jesus não nos pede nenhum esforço acima da nossa
capacidade. Ele não está dizendo para a gente abraçar e beijar os nossos
inimigos. Não é isso. Mas sim, está nos dizendo para tratá-los como nós
gostaríamos de sermos tratados. Se fizermos isso, todos vão perceber que somos
filhos do nosso Pai que está nos céus.
Esse Pai que não
discrimina ninguém, que manda o sol e a chuva para todos. Bons e maus.
Deus poderia muito bem tornar impossível a vida dos maus, mas Ele não faz
isso. Jesus nos ensina que devemos ser bons e justos com todos, e não
somente com aqueles que nos são agradáveis.
Temos uma forte
tendência a fazer isso? O professor, a professora, tem uma tendência quase
incontrolável de se aproximar dos bons alunos e conversar sobre outras coisas
que não sejam a rotina do saber, da sala de aula.
É agradável
brincar com os alunos comportados, e estudiosos. Porém, há uma tendência muito
forte em IGNORAR os maus alunos, ou mesmo, de ser duro e ríspido com eles mesmo
quando não estão bagunçando. Por que isso acontece? É porque é muito difícil
imitar Jesus. É difícil porém não é impossível.
Se tivermos seus
ensinamentos na mente o dia e a noite, pelo menos a gente tenta fazer como Ele.
E esta tentativa é que vai pesar no nosso julgamento. A nossa intenção.
"Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?
Sabemos que
existem pessoas que são incorrigíveis. Mesmo que não sejam malvados ou
bandidos, mais simplesmente um aluno problema, ou um sujeito esquizofrênico,
são tipos que às vezes não adianta nos desgastar tentando corrigi-los ou convertê-los,
porque perdemos o nosso tempo. Nesse caso, fazemos o que podemos, e o resto
entregamos para Deus. É só lembrar aqui, para ilustrar, o caso dos criminosos
natos. Nenhum sistema corretivo consegue dar jeito. Só nos resta rezar.
Jesus nos pede uma
coisa que realmente é impossível para nós. "sede perfeitos como o vosso
Pai celeste é perfeito," . Quer dizer, isso seria o nosso ideal. Porém,
como sabemos, a perfeição é inatingível por noz.
Quando pensamos
que conseguimos um grau de espiritualidade acima do normal, muito superior, sem
menos esperar, entramos em atrito de interesses, seja combatendo injustiças,
seja uma simples correção fraterna exagerada, e pronto. Lá se foi a nossa
tranqüilidade, a nossa paz de espírito.
Então, só nos
resta aguardar a oportunidade para nos retratar com nosso irmão ou irmã pelo
exagero das nossas palavras, e em seguida procurar um sacerdote para nos
perdoar de todos os nossos pecados.
Vamos continuar
tentando ser cristãos, que é aquele, aquela que procura imitar Jesus Cristo.em
nossas vidas: Seu amor, Sua misericórdia.
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