30 JANEIRO - O espírito humano, como os fluídos,
se coloca sempre no nível dos objetos que o rodeiam. (L 5). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo
São Marcos 4,1-20
“Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo às
margens do mar da Galiléia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele,
de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia
junto às margens, na praia. Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E,
em seu ensinamento, dizia-lhes: ‘Escutai! O semeador saiu a semear.
Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os
pássaros e a comeram. Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não
havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, mas,
quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. Outra
parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não
deu fruto. Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e
aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um’. E Jesus
dizia: ‘Quem tem ouvidos para ouvir, ouça’. Quando ficou sozinho, os que
estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. Jesus
lhes disse: ‘A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora,
tudo acontece em parábolas, para que olhem mas não enxerguem, escutem mas
não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados’. E lhes
disse: ‘Vós não compreendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as
outras parábolas? O semeador semeia a Palavra. Os que estão na
beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a
escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada. Do mesmo
modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a
Palavra e logo a recebem com alegria, mas não têm raiz em si mesmos, são
inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra,
logo desistem. Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que
ouvem a Palavra; mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da
riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz
fruto. Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom são os que
ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro
cem por um’.”
Meditação:
Apresentam-se
aqui ao leitor três problemas: o significado da parábola tal qual saiu dos
lábios de Jesus; a importância que Marcos lhe atribui ao incluí-la neste lugar
de seu evangelho e a explicação que lhe deu a Igreja primitiva.
A
parábola se interessa antes de tudo pela sorte da semente caída em quatro
terrenos diferentes. As cenas estão dispostas de maneira progressiva e
otimista, para desembocar num rendimento extraordinário da semente.
A
colheita, imagem dos últimos tempos, é tradicional em Israel; a novidade radica
na insistência em torno à laboriosa sementeira que serve de preparação.
A
explicação adquire assim um sentido alegórico: cada cena da parábola representa
concretamente um tipo de conversão: não é já tanto a semente que conta, mas a
forma como é acolhida. Jesus era otimista a respeito do sentido de sua missão;
a Igreja primitiva parece um pouco mais tensa e preocupada. A nossa deve
considerar quanta semente morre desperdiçada.
Quantas
vezes em nossa vida de cristãos escutamos a parábola do semeador e sua
explicação alegórica, posta pelos primeiros cristãos na boca de Jesus?
Até
sabemos de memória: “saiu o semeador a semear...”. Mas não se trata somente de
conhecê-la e apreciá-la como uma bela peça literária de nossos evangelhos.
Trata-se de que sejamos, no fundo de nosso coração, e com todas nossas forças e
possibilidades, terra boa e fecunda, onde a Palavra de Deus germine e cresça
até dar frutos abundantes de vida, perdão, generosidade, acolhida, empenho
transformador, a favor de nossos irmãos e irmãs.
Não podemos permitir que a Palavra de Cristo semeada em nossos corações seja arrebatada pelos pássaros, os demônios do desinteresse, as ambições, o aproveitamento dos demais, a dureza de coração frente à dor dos mais pobres, o orgulho de nos crermos superiores, de querer mandar e de nos sobrepormos a todos.
Não podemos permitir que a Palavra de Cristo semeada em nossos corações seja arrebatada pelos pássaros, os demônios do desinteresse, as ambições, o aproveitamento dos demais, a dureza de coração frente à dor dos mais pobres, o orgulho de nos crermos superiores, de querer mandar e de nos sobrepormos a todos.
Devemos
limpar a erva daninha de nosso coração, de nosso espírito, de todos esses
pedregulhos da inconstância que não permitem que a Palavra lance raízes
profundas. Quantas promessas fazemos! Quantos propósitos que não cumprimos! E o
que dizer dos espinhos que sufocam em nós a Palavra libertadora que vem até
nós? Neste tempo de consumismo, de prazeres completamente superficiais e
passageiros, como desperdiçamos aquilo que faria falta a tantos para poder
sobreviver.
Por outra parte, não nos propusemos a seguir a Jesus, ser seus discípulos e discípulas, indo atrás d’Ele, semeando a Palavra e proclamando-a aos quatro ventos, levando-a a tantos que ainda não a escutaram porque não há quem a proclame? Não nos propusemos a preparar o terreno onde cresça a Palavra, lutando pela liberdade, a justiça, o direito, a dignidade de nossos irmãos e irmãs? São milhões e milhões que não escutavam a Palavra porque o Diabo da cobiça, do mercado global, da riqueza acumulada em poucas mãos, os converteu em terra de passagem, caminhos que todo mundo pisa, em campos de pedra, fome, ignorância, enfermidade e morte.
Por outra parte, não nos propusemos a seguir a Jesus, ser seus discípulos e discípulas, indo atrás d’Ele, semeando a Palavra e proclamando-a aos quatro ventos, levando-a a tantos que ainda não a escutaram porque não há quem a proclame? Não nos propusemos a preparar o terreno onde cresça a Palavra, lutando pela liberdade, a justiça, o direito, a dignidade de nossos irmãos e irmãs? São milhões e milhões que não escutavam a Palavra porque o Diabo da cobiça, do mercado global, da riqueza acumulada em poucas mãos, os converteu em terra de passagem, caminhos que todo mundo pisa, em campos de pedra, fome, ignorância, enfermidade e morte.
A
parábola do semeador deve ser entendida na dinâmica através da qual o
evangelista Marcos vem apresentando o ministério de Jesus. Seu ministério
esteve repleto de problemas e de dificuldades.
Primeiramente
foi a prisão de João, depois a acusação de blasfêmia, a seguir o complô dos
herodianos para matá-lo, posteriormente a estigmatização demoníaca que dele
fizeram os escribas espias de Jerusalém; finalmente, a incompreensão de sua mãe
e de seus irmãos. Jesus se encontrava ameaçado por todos os lados.
Todos,
de uma ou de outra forma, queriam se intrometer com Jesus e com sua obra. O
povo simples queria receber dele algum tipo de favor, os governantes queriam
prendê-lo, sua família queria amarrá-lo. Frente a uma realidade tão hostil,
Jesus devia tomar as precauções necessárias para poder continuar com a empresa
do Reinado de Deus.
Jesus
utiliza as parábolas para que nem todos pudessem entender sua mensagem e assim
poder cuidar-se dos ataques de tantos que queriam vê-lo definitivamente
acabado.
A
parábola do semeador é uma impressionante confissão do coração dolorido de
Jesus. Querer instaurar o Reinado de Deus no próprio coração e na sociedade era
um caminho doloroso, cheio de fracassos. Deveria semear muito e fracassar
muito, para poder colher alguma coisa.
Era
difícil perseverar e manter-se de pé num trabalho onde a condição normal era
ter que perder, uma e outra vez, a fim de conseguir alguma coisa. O lavrador
descrito por Jesus na parábola tinha seu olhar voltado para o objetivo da boa
colheita, com a qual media o seu trabalho. O olhar voltado para a qualidade
desta colheita, lhe permitia sobreviver moralmente perante o ruidoso fracasso
do resto.
Aqui
se confrontavam duas mentalidades: a que apoiava e buscava o quantitativo,
sinal de poder, e a que apoiava e valorizava o qualitativo, que ordinariamente
carece de poder. Este será sempre o desafio do anúncio da Boa Nova, desafio
pelo qual Jesus passou e é o desafio pelo qual deve passar a Igreja.
Será
que estamos buscando com nosso trabalho apostólico meros resultados
quantitativos, ou antes, estamos trabalhando para que o povo acompanhado por
nós consiga dar passos qualitativos e empreender processos coerentes na vida do
Reino?
Reflexão Apostólica:
O
evangelho de Marcos, nos diz que apesar dos obstáculos, o semeador realiza seu
trabalho, confiando na colheita que vai ter. Jesus também> apesar de todas
as reações, obstáculos e incompreensões, sua missão chegará ao fim e será bem
sucedida.
As
parábolas são histórias que ajudam a ler e compreender toda a missão de Jesus.
Mas é preciso “estar dentro”, isto é, seguir a Jesus, para perceber que o Reino
de Deus está se aproximando através de sua ação. Os que não seguem a Jesus
ficam “por fora”, e nada podem compreender.
A
explicação da parábola focaliza os vários terrenos, mostrando o efeito que a
missão de Jesus(contada pela palavra do evangelho)tem sobre os ouvintes ou
leitores. Cada pessoa vê e entende a partir do lugar que ocupa na sociedade e
das dificuldades que encontra para se comprometer com Jesus e para continuar a
ação dele.
Jesus
apresenta etapas que podem ser benéficas ou maléficas para uma boa semeadura.
Um bom conhecedor do assunto demonstrará que quando uma semente cai no caminho
sem uma estrutura esta sujeito a qualquer animal, como o passarinho, galinha.
Quando a semente cai em solo rochoso, o passarinho não tem como comer, a semente chega a brotar, mas entre as rochas tem pouca terra, não dando sustentação para continua a crescer e com o tempo morre. Mas quando cai em terra profunda, fértil a semente dente a seguir o seu curso natural.
O que podemos aprende com esta maravilhosa mensagem no contexto familiar. É o amor. Ou plantamos amor ou plantamos espinhos. A semente é o amor e terra é o coração. Quando a sua semente é rude, mesmo que tenha uma terra boa, ela dará uma planta sem frutos, mato, uma planta sem utilidade para comer e alimentar-se. Mas quando a semente é o amor e esta terra que já está machucada pela dureza da vida, pela escassez da água e da terra farta, levará um tempo para se descobrir o lugar adequado para este plantio.
Quando a semente cai em solo rochoso, o passarinho não tem como comer, a semente chega a brotar, mas entre as rochas tem pouca terra, não dando sustentação para continua a crescer e com o tempo morre. Mas quando cai em terra profunda, fértil a semente dente a seguir o seu curso natural.
O que podemos aprende com esta maravilhosa mensagem no contexto familiar. É o amor. Ou plantamos amor ou plantamos espinhos. A semente é o amor e terra é o coração. Quando a sua semente é rude, mesmo que tenha uma terra boa, ela dará uma planta sem frutos, mato, uma planta sem utilidade para comer e alimentar-se. Mas quando a semente é o amor e esta terra que já está machucada pela dureza da vida, pela escassez da água e da terra farta, levará um tempo para se descobrir o lugar adequado para este plantio.
Demonstra
que a família precisa ser tratada com cuidado e zelo. Sabendo escolher as
palavras certas nas horas certa ou erradas. Tratarmos uns aos outros no amor de
Cristo e com paciência quando o outro não entende a sua mensagem. Não pagar o
mal com o mal, mas pagar o mal com o bem. A tolerância e a paciência em esperar
o fruto maduro é uma atitude que devemos buscar ter no estilo de vida. Se Jesus
tem misericórdia de nós, porque não emita-lo tendo misericórdia daqueles que
são rudes, impacientes, ignorantes, drogados, viciados, pecadores e,
principalmente, os pequeninos e os jovens (que vivem dizendo que sabem tudo).
O
papel da família é buscar a universalidade e a unidade. Compreender que podemos
ter o direito, como seres pecadores e humanos, “vacilar”, como dizem os jovens.
E o meio para alcançar os frutos gostosos e maduros, que vão produzir trinta,
sessenta e cem por um, é começar a mudar as nossas atitudes e repensar o nosso
caráter de cidadãos do reino de Deus. Com certeza com uma mudança em Cristo
poderemos ampliar esta semeadura para a nossa parentela, vizinhança, colegas de
trabalho. Contagiar o mundo com o amor de Cristo que brilha em cada um de nós.
Propósito:
Senhor, que a medida do
meu amor seja amar sem medida. Como Tu!
DESPERDÍCIO OU PROVIDÊNCIA?
Deus não tem problemas; Ele só tem
planos.
Estevão foi um líder
cristão, e mártir, com um potencial enorme para Deus. Talentoso, instruído,
corajoso e comprometido, todas essas qualidades parecem haver sido
desperdiçadas, antes que seu enorme potencial se transformasse numa exuberante
realidade. Diante de uma multidão de antagonistas Estevão foi apedrejado, e
conseqüentemente morto.
Que desperdício de potencial! Será possível que nossa morte, em lugar da vida, pode servir a um propósito muito maior aos olhos de Deus? No caso de Estevão, a sua morte serviu também como combustível para acirrar ainda mais o ódio e o esforço de um homem chamado Saulo de Tarso, em seu plano tenaz de erradicar da face da Terra a fé cristã. Curiosamente, porém, essa reação fez com que a Igreja Primitiva se espalhasse por todo o mundo, e o Cristianismo experimentasse um crescimento sem precedentes.
Quero no dia de hoje encorajá-lo a continuar a crer que mesmo sem entender a razão para seu sofrimento, o fato é que Deus só irá concretizar seus planos mediante suas provações!
Que desperdício de potencial! Será possível que nossa morte, em lugar da vida, pode servir a um propósito muito maior aos olhos de Deus? No caso de Estevão, a sua morte serviu também como combustível para acirrar ainda mais o ódio e o esforço de um homem chamado Saulo de Tarso, em seu plano tenaz de erradicar da face da Terra a fé cristã. Curiosamente, porém, essa reação fez com que a Igreja Primitiva se espalhasse por todo o mundo, e o Cristianismo experimentasse um crescimento sem precedentes.
Quero no dia de hoje encorajá-lo a continuar a crer que mesmo sem entender a razão para seu sofrimento, o fato é que Deus só irá concretizar seus planos mediante suas provações!
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