03 junho -
A nossa bondade não deve ser exclusivista, carrancuda e indiscreta, como a daqueles
que gostariam que fossem todos como eles. A verdadeira santidade deve ser afável,
tolerante, universal, multíplice; deve estender-se a todas as pessoas,
acomodar-se a todos os estados e a todas as condições, e não se limitar à
esfera de uma bondade exclusiva e construída à nossa maneira, não conforme ao
espírito de Jesus. (S 329). São Jose Marello
Marcos
2,23-28
23Jesus estava passando por uns campos de trigo,
em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto
caminhavam. 24Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que
eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?”
25Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempoem que Abiatar era sumo
sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus
companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”.
27E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado”.
25Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? 26Como ele entrou na casa de Deus, no tempo
27E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. 28Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado”.
Meditação:
Marcos menciona que os discípulos abriam caminho, arrancando espigas. Em
seu evangelho Marcos dá um destaque ao tema do "caminho" de Jesus. Já
Mateus e Lucas explicam que arrancavam espigas para comer, o que é confirmado
na seqüência desta narrativa de Marcos. Uma das principais observâncias religiosas, em Israel, era a do repouso sabático. A narrativa da criação em sete dias, no Livro do Gênesis (2,2-3), ao apresentar o repouso do próprio Deus no sábado, já é uma indução a esta observância pelo povo. Jesus e seus discípulos são acusados de desrespeitarem o repouso sabático.
Os inadimplentes com as mais de seiscentas minuciosas observâncias legais impostas ao povo eram qualificados como pecadores, obrigados a trazerem ofertas e sacrifícios aos sacerdotes do Templo.
Com seu amor misericordioso e divino, Jesus vem contrapor-se àqueles chefes religiosos de coração duro e interesseiro que oprimiam os inocentes. Ao se afirmar maior do que o Templo (Mt 12,6) e Senhor do sábado Jesus significa que vem superá-los pelo amor que promove a vida.
A lei que Deus imprimiu no nosso coração é a lei do amor, portanto, o que nos faz mal e prejudica a nossa vida é justamente, o desamor. Tudo o que não é regido pelo amor e não tem como objetivo a vivência do amor, não é eficaz para o nosso crescimento.
Toda lei que tira do homem o direito de viver com dignidade, de prover a sua existência e sobrevivência é maldita e não está conforme a vontade de Deus.
Jesus quer nos ensinar a colocar a caridade como lei primeira nas ações da nossa vida. Às vezes nos bitolamos aos preceitos, às regras e não percebemos que estamos sendo injustos e infratores da Lei de Deus.
Tudo o que o Pai criou, Ele o fez em favor do homem, objeto do Seu Amor, portanto, dizer que “o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado” significa que a nossa sobrevivência e a caridade conosco mesmos (as) e com os nossos irmãos estão acima das normas que, apesar de estabelecidas para o homem, muitas vezes se voltam contra o próprio homem.
O homem é a criatura a quem Deus mais tem apreço e todas as coisas foram criadas para ele, por amor. Jesus é o Senhor de tudo o que foi criado, e, tudo foi criado por Ele, por amor ao homem.
Os campos de trigo, os rios, os mares, as aves, as árvores existem para estar à disposição do homem a fim de que este perceba o olhar e a atenção de Deus para si. Jesus, Senhor da criação, é o Senhor do sábado, porém, Ele precisa ser também Senhor dos nossos “sábados”, isto é, daqueles dias em que nós não achamos conveniente servir a alguém ou “perder” o tempo de lazer ou de trabalho para dar de comer a alguém que está com fome.
O dia de sábado a que Jesus se refere pode ser também para nós aquele dia que nós destinamos para o nosso deleite, para curtição, para realizar os nossos planos pessoais e, sem menos esperar somos convocados para alguma outra missão. Aí nós alegamos a nossa impossibilidade porque “hoje é sábado” e o sábado está destinado a outras experiências. Neste caso a lei do amor ficou de lado e imperou em nosso coração a lei do egoísmo e da indiferença.
Jesus é o Senhor dos “sábados” da sua vida? Você tem alimentado a alguém necessitado em “dia de sábado”? Você é capaz de sacrificar um dia de lazer e de descanso para ajudar a algum discípulo de Jesus? Em Nome de quem você tem feito caridade? O que você aprendeu mais com esse Evangelho?
Em Marcos se apresenta muito bem a liberdade com que agiam Jesus e seus discípulos. Não estavam tão apegados às leis, entre elas a do sábado, que proibia arrancar espigas naquele dia. Isto não violava a lei de Deus, mas as leis meticulosas dos anciãos.
Jesus lhes dá uma resposta certeira com uma pergunta: Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e seus companheiros? Obviamente que teriam lido sim o que tinha acontecido naquela passagem do Antigo Testamento, mas não lhes interessava em absoluto.
Se Davi, ao comer dos pães consagrados junto com seus companheiros, não havia recebido a reprovação de Deus, e fora inocentado diante daquelas leis, muito menos os discípulos de Jesus seriam condenados pelos escrúpulos de uns poucos.
Jesus tem bem claro que nem o sábado nem qualquer lei devem estar acima do ser humano. Quando isto ocorre, surge a injustiça, a opressão, a desigualdade, que impedem o ser humano de viver como tal.
As leis devem estar a serviço da pessoa, e não acima dela. Devem servir ao bem de todos, e não para oprimir e escravizar.
O que devemos levar em conta em nossas vidas não é tanto o que não se pode fazer no Dia do Senhor, mas como poder empregar melhor esse dia para a glória do Senhor e o bem da humanidade. Trabalhemos para que as leis e normas estejam sempre a serviço das pessoas, e não contra elas. Isso é humanidade.
Portanto, do evangelho de hoje, podemos tirar três lições importantes para nossa vida cotidiana:
1. Que Jesus é o Senhor da Vida;
2. que a lei não pode ser feita para escravizar o homem;
3. que a exemplo de Jesus devemos ter coragem de quebrar paradigmas.
Reflexão Apostólica:
O Evangelho de hoje traz algo que nós evitamos aprofundar
sobre o assunto: Jesus transgrediu alguma regra? Pois é, Ele se colocou acima
da tradicional regra de que o sábado é o dia do descanso. E isso é um fato que
precisamos aprofundar hoje... Será que estamos seguindo alguma regra que nos
impede de seguir a maior de todas as regras?
A tradicional
regra do sábado impunha que ninguém deveria trabalhar neste dia, já que foi o
dia escolhido por Deus, desde a criação do mundo, para o descanso.
Os judeus
levavam isso tão à sério que foram criando regras cada vez mais rígidas para o
sábado. Eles instituíram uma distância máxima que era permitido caminhar,
proibiram o uso de sandálias que precisassem amarrar as correias, e nem os
curandeiros podiam trabalhar, a não ser em caso de risco de morte.
As regras
foram ficando tão estapafúrdias que deixaram de lado a razão e o bom senso.
Jesus chegou para abalar essas regras que desvirtuavam o sentido original do
dia de descanso.
"O
sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado." Com
essa frase Ele resume o que a nova lei, que Ele veio instituir, pensa a
respeito do "dia de descanso".
O sábado não
está acima do nosso dever maior: FAZER O BEM ÀS PESSOAS, DA MESMA FORMA QUE NÓS
GOSTARÍAMOS QUE ELAS NOS FIZESSEM BEM. E nessa frase, podemos trocar o
"fazer o bem" por AMAR, pois esse é o amor que Jesus quer de
nós: o Amor Atitude.
Pensemos
então nas regras que aprendemos a seguir sem pensar, e lembremo-nos que nenhuma
delas está acima da maior de todas: a Regra do Amor.
Propósito:
Pai, ensina-me a ser fiel a ti, vivendo os Mandamentos,
sem fanatismo, e sim com a liberdade de quem está em plena sintonia contigo.
TENHA FÉ!
Fé é confiar que Deus está operando em
nós, mesmo quando nos sentimos frios, vazios, desamparados, sem vida, e
ansiamos por emoções reconfortantes.
Em outras palavras: ter fé é
confiar naquelas coisas que você não pode ver, mas ainda assim consegue
enxergar seus resultados. São muitas as pessoas que duvidam da existência da fé
e seus benefícios simplesmente porque não podem ver seus frutos. São no entanto
essas mesmas pessoas que não duvidam da existência da eletricidade. Elas não a
vêem chegando a sua casa, mas podem ver os resultados quando ligam o
interruptor!
Elas não podem ver o vento, mas podem ver as conseqüências de uma tempestade. Não conseguem ver as ondas do rádio e da televisão, mas podem detectar-lhes o resultado quando ligam seus aparelhos.
Fé é a substancia das coisas que esperamos e a evidência, a prova de coisas que não vemos. Tenha fé!
Elas não podem ver o vento, mas podem ver as conseqüências de uma tempestade. Não conseguem ver as ondas do rádio e da televisão, mas podem detectar-lhes o resultado quando ligam seus aparelhos.
Fé é a substancia das coisas que esperamos e a evidência, a prova de coisas que não vemos. Tenha fé!