29 janeiro –Temos
que sofrer muitas contradições na carne e no espírito. Mas esta é a nossa missão:
carregar generosamente a cruz seguindo as pegadas do Mestre. Ele certamente nos
dará a força necessária para que possamos chegar, sem desvios, à grande meta do
Paraíso. (L 52). SÃO JOSE MARELLO
Marcos 5,1-20
Naquele
tempo, 1Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na
região dos gerasenos. 2Logo que saiu da barca, um homem possuído por
um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi a seu encontro. 3Esse
homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com
correntes. 4Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e
correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém
era capaz de dominá-lo. 5Dia e noite ele vagava entre os túmulos e
pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Vendo Jesus de
longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou
bem alto: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro
por Deus, não me atormentes!” 8Com efeito, Jesus lhe dizia:
“Espírito impuro, sai desse homem!” 9Então Jesus perguntou: “Qual é
o teu nome?” O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. 10E
pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. 11Havia
aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12O
espírito impuro suplicou, então: “Manda-nos para os porcos, para que entremos
neles”. 13Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e
entraram nos porcos. E toda a manada — mais ou menos uns dois mil porcos —
atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14Os
homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade
e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15Elas
foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito
juízo, aquele mesmo que antes estava possuído por Legião. E ficaram com medo. 16Os
que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o
endemoninhado e com os porcos. 17Então começaram a pedir que Jesus
fosse embora da região deles. 18Enquanto Jesus entrava de novo na
barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com
ele. 19Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: “Vai para
casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua
misericórdia, fez por ti”. 20E o homem foi embora e começou a pregar
na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.
Meditação:
No Evangelho de hoje, vemos um claro
contraste entre a obra do demônio e a de Deus. O que nos faz lembrar das
palavras de Jesus registradas em João 10,10 "o ladrão não vem senão para
matar, roubar e destruir; mas eu vim para que vocês tenham vida e a tenham com
abundância".
O Diabo é esperto para cativar e ludibriar
as pessoas, apresentando uma série de atrativos que têm, por objetivo último, o
de matar, roubar e destruir. Tudo o que ele oferece termina em inferno. O Gadareno
não nasceu endemoniado. Ele foi uma pessoa como outra qualquer. Ele até mesmo
tinha mulheres e filhos (v. 19).
A Bíblia adverte: "Não deis lugar
ao Diabo" (Ef 4,27). As pessoas podem se afundar no pecado até ao ponto de
se verem totalmente dominadas pelo mal. Eis aí o retrato mais grotesco do que
os demônios pretendem fazer com os seres humanos. Dominado e derrotado pelo
mal, aquele gadareno não habitava mais em casa, mas em um cemitério (v. 3), e
era impelido pelos demônios para a solidão do deserto (Lc 8,29).
Tornou-se um ser anti-social e violento (v.
4), vivendo inquieto e ansioso, andando de um lado para o outro numa angústia
sem tréguas (v. 5). Ele passou a não apreciar e nem a valorizar mais a própria
vida. Perdeu o pudor e, sem nenhum respeito próprio, andava sem roupas (Lc
8,27). Com um espírito autodestrutivo, feria-se a com pedras (v. 5).
Este é um quadro chocante, mas devemos saber que o adversário tem estratégias diferentes para atingir pessoas diferentes. Geralmente ele é mais sutil.
Este é um quadro chocante, mas devemos saber que o adversário tem estratégias diferentes para atingir pessoas diferentes. Geralmente ele é mais sutil.
Quantos não ficam surpresos consigo mesmos
ao serem tomados pelo ódio, rancor, chegando mesmo a agirem com assustadora
violência? Quantos não estão também estressados e angustiados sem conseguir
descansar direito? Quantos não estão perdendo o pudor. Por exemplo, o que
acontece em certos bailes funk.
Onde foi parar a dignidade humana? E
quantos não estão também experimentando uma grande solidão? Mesmo em meio a
multidão, sentem-se como um Robson Crusoé. Não tem amigos em quem possam
confiar. Feridos e traumatizados, desenvolveram verdadeiras couraças que servem
de barreiras para o desenvolvimento de saudáveis relacionamentos interpessoais.
Estão, de fato, sem perceber, sendo impelidos para o deserto.
Mas a boa notícia é de que há esperança, mesmo para alguém tão arruinado como era o caso do endemoniado gadareno. Jesus o libertou! De modo que, agora, ele podia ser visto assentado tranquilamente na comunhão de Jesus e de seus discípulos (v. 15). Sinal de que estava apto a voltar ao convívio social. E não se encontrava mais nu, pois estava agora vestido (v. 15)!
Mas a boa notícia é de que há esperança, mesmo para alguém tão arruinado como era o caso do endemoniado gadareno. Jesus o libertou! De modo que, agora, ele podia ser visto assentado tranquilamente na comunhão de Jesus e de seus discípulos (v. 15). Sinal de que estava apto a voltar ao convívio social. E não se encontrava mais nu, pois estava agora vestido (v. 15)!
Recobrou sua honra e dignidade! E já não
mais gritava e agia como um louco, pois havia recuperado o bom senso (v. 15).
Além destas três coisas maravilhosas, outra é que ele agora encontrou razão e
motivação para viver (Mc 5,18).
Queria seguir o Mestre! Desejava tornar-se
um missionário! Pretendia ir para terras distantes, mas Jesus orienta-o a
primeiramente retornar para sua família. Pois missões começa em casa (v. 19 e
At 1,8)!
Jesus promove a restauração do lar! Ao
mesmo tempo, Jesus está deixando um missionário em Decápolis (v.20)! Uma
testemunha do seu poder libertador! Sinal de sua compaixão até mesmo por
aqueles que se mostram hostis a ele.
Como o processo de libertação daquele homem implicou no sacrifício de dois mil porcos (v.13), o povo dali acabou expulsando a Jesus da região (v. 17), pois possuíam um sistema de valores onde porcos valem mais que os humanos. Jesus representava uma ameaça aos porcos daquele povo.
Como o processo de libertação daquele homem implicou no sacrifício de dois mil porcos (v.13), o povo dali acabou expulsando a Jesus da região (v. 17), pois possuíam um sistema de valores onde porcos valem mais que os humanos. Jesus representava uma ameaça aos porcos daquele povo.
Vemos aí que não só aquele individuo, mas
também o próprio povo também estava dominado por distintas legiões, como a
daqueles porcos que representam seu egoísmo materialista, e eram também
dominados literalmente por uma legião do Exército Romano que ocupava a cidade.
Aquele povo há séculos vinha sendo dominado e oprimido por uma sucessão de
nações estrangeiras.
Por fim, entendemos que aquele povo também
era dominado por demônios de toda espécie que buscavam afastar as pessoas da
vida abundante e impedir o seu progresso em direção a Deus.
E quanto a nós? Existe algo que impede nossa caminhada cristã, que atrapalha nossos relacionamentos, que nos perturba e oprime ou que nos domina e escraviza? Existe algo que amamos mais do que a Deus? Onde está o nosso tesouro? “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6,19-21). “Não podeis servir a dois senhores” (Mt 6,24). É tão triste constatar que “a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas” (Jo 3,20). Mas Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (1Jo 3,8) e quer conceder a você uma vida abundante e significativa (Jo 10,10). Entregue-se sem reservas ao Senhor da Vida!
E quanto a nós? Existe algo que impede nossa caminhada cristã, que atrapalha nossos relacionamentos, que nos perturba e oprime ou que nos domina e escraviza? Existe algo que amamos mais do que a Deus? Onde está o nosso tesouro? “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6,19-21). “Não podeis servir a dois senhores” (Mt 6,24). É tão triste constatar que “a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas” (Jo 3,20). Mas Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (1Jo 3,8) e quer conceder a você uma vida abundante e significativa (Jo 10,10). Entregue-se sem reservas ao Senhor da Vida!
Reflexão Apostólica:
Com a leitura de hoje ocorre algo
particular. Uma ação que para muitos é negativa e vai contra os interesses e a
dignidade do Rei Davi é a maldição que um homem lança contra ele, porém ele
mesmo a interpreta como a vontade de Deus e deixa o homem passar; enquanto que
no evangelho, a ação de Jesus a favor do endemoniado, libertando-o e enviando
os demônios à manada de porcos, é interpretada como um mal pelos gerasenos e
pedem a Jesus que se retire de seu território.
O fundo das duas situações há como que um
elemento comum: a dignidade das pessoas. No caso do Antigo Testamento, a
situação não se resolve, mas no caso do Novo Testamento a dignidade é
restituída.
A ação de Jesus se mostra incômoda, pois causou o bem para alguém, mas prejudica os interesses de outros. Ocorre-nos que devemos fechar as portas à salvação que se dá ao outro. Preferimos ficar como estamos, afastando-nos do que nos incomoda, que nos faz mudar, que nos propõe salvar. Será que temos medo da luz e da liberdade? É tão alto o preço que pagamos pela salvação a ponto de preferirmos ficar como estamos?
A ação de Jesus se mostra incômoda, pois causou o bem para alguém, mas prejudica os interesses de outros. Ocorre-nos que devemos fechar as portas à salvação que se dá ao outro. Preferimos ficar como estamos, afastando-nos do que nos incomoda, que nos faz mudar, que nos propõe salvar. Será que temos medo da luz e da liberdade? É tão alto o preço que pagamos pela salvação a ponto de preferirmos ficar como estamos?
Jesus veio ao mundo para salvar o homem do
pecado e da morte eterna. No entanto, o homem muitas vezes continua refém e
escravo das artimanhas do espírito do mal.
Assim como aquele endemoninhado que vivia
no “meio dos túmulos” muitos de nós ainda nos deixamos escravizar e insistimos
em viver a cultura da morte. Não reconhecemos a Deus como nosso Pai e provedor
persistimos em lutar com armas que, ao invés de nos libertar são como algemas e
correntes que nos prendem à mesma situação durante muito tempo da nossa vida.
Porém, o Pai não quer que se perca nenhum
filho Seu, por isso, ainda hoje Jesus Cristo vem a nós a fim de nos libertar
dos “espíritos maus” que nos perseguem. Jesus expulsou para longe os
carcereiros que atormentavam aquele homem da região dos gerasenos e
recomendou-lhe que fosse para casa, para junto dos seus.
Assim também Ele quer fazer conosco. Somos
curados e libertados para amar e cultivar relacionamentos saudáveis a partir da
nossa casa, na nossa família. Ele nos tira do meio dos sepulcros e nos conduz a
uma vida de paz e harmonia conosco e com o próximo, bastando para isso que nos
rendamos ao Seu poder amoroso.
O evangelho nos oferece uma faceta
interessante: quem foi tocado pela liberdade que Jesus oferece está disposto a
assumir seu estilo de vida, o "endemoniado curado" queria ir com
Jesus. No entanto, é aconselhado a ficar com os seus e aí proclame a Boa Nova
do Reino, as maravilhas realizadas pela misericórdia de Deus.
Você ainda continua lutando com as armas
que o mundo lhe impõe ou já se rendeu ao poder do Deus que liberta o homem do
pecado? Quais são os “espíritos maus” que insistem em prender você no meio
dos sepulcros? Você já voltou para casa ou continua habitando no
cemitério?
Propósito:Pai, faze-me anunciador da compaixão que tens por mim, a qual se manifesta na libertação de meu egoísmo e na abertura do meu coração para o serviço ao meu semelhante.
O BEM PREVALECE
Na mais densa treva, o amor
se torna mais magnificente do que nunca. Na mais profunda tristeza, a esperança
tem a força e vitalidade de tudo – praticamente – criar. Quando o mundo
conspira contra você, toda ação positiva que você tomar, poderá trazer-lhe
resultados miraculosos. Quando a carga está intoleravelmente pesada, o espírito
pode voar para infinitas alturas.
Quando tudo está perdido, não existe limite para o que se pode ganhar. Quanto mais confuso, agitado e ruidoso o mundo se torna, mais poder você pode encontrar no silêncio e na solicitude. Quando os dias são cheios de intolerância, agressividade e egoísmo é que ações nobres e altruístas encontram um campo fértil para a prática do amor e da entrega.
Num mundo corrompido e dominado pelo medo é quando a verdade ganha uma clareza singular. Em tempos de grande descontentamento é que as possibilidades da real e genuína alegria crescem ainda mais. Num nível mais profundo, a bondade sempre prevalece porque a verdade – pela sua própria natureza – jamais poderá ser negada.
Quando tudo está perdido, não existe limite para o que se pode ganhar. Quanto mais confuso, agitado e ruidoso o mundo se torna, mais poder você pode encontrar no silêncio e na solicitude. Quando os dias são cheios de intolerância, agressividade e egoísmo é que ações nobres e altruístas encontram um campo fértil para a prática do amor e da entrega.
Num mundo corrompido e dominado pelo medo é quando a verdade ganha uma clareza singular. Em tempos de grande descontentamento é que as possibilidades da real e genuína alegria crescem ainda mais. Num nível mais profundo, a bondade sempre prevalece porque a verdade – pela sua própria natureza – jamais poderá ser negada.
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