03 outubro -
No silêncio a alma se prepara para lançar aquele (o) grito altíssimo que deverá
ecoar por todo o horizonte católico. (L 23).
São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,25-37
Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 10,25-37
"Um mestre da Lei se levantou e, querendo encontrar
alguma prova contra Jesus, perguntou:
- Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?
Jesus respondeu:
- O que é que as Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? E como é que você entende o que elas dizem?
O homem respondeu:
- "Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com toda a mente. E ame o seu próximo como você ama a você mesmo."
- A sua resposta está certa! - disse Jesus. - Faça isso e você viverá.
Porém o mestre da Lei, querendo se desculpar, perguntou:
- Mas quem é o meu próximo?
Jesus respondeu assim:
- Um homem estava descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado da estrada. Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo:
- Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele.
Então Jesus perguntou ao mestre da Lei:
- Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado?
- Aquele que o socorreu! - respondeu o mestre da Lei.
E Jesus disse:
- Pois vá e faça a mesma coisa."
Meditação:
- Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?
Jesus respondeu:
- O que é que as Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? E como é que você entende o que elas dizem?
O homem respondeu:
- "Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com toda a mente. E ame o seu próximo como você ama a você mesmo."
- A sua resposta está certa! - disse Jesus. - Faça isso e você viverá.
Porém o mestre da Lei, querendo se desculpar, perguntou:
- Mas quem é o meu próximo?
Jesus respondeu assim:
- Um homem estava descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado da estrada. Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo:
- Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele.
Então Jesus perguntou ao mestre da Lei:
- Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado?
- Aquele que o socorreu! - respondeu o mestre da Lei.
E Jesus disse:
- Pois vá e faça a mesma coisa."
Meditação:
Lucas aborda aqui
o tema da "vida eterna", que será novamente abordado no episódio do
homem rico que interroga Jesus (Lc 18,18-23).
Respondendo ao
doutor da Lei, Jesus afirma que se tem a vida eterna no amor a Deus e ao
próximo. E o meu próximo é aquele do qual me aproximo para socorrê-lo em suas
necessidades.
O Evangelho de
hoje nos leva a ocupar-nos ainda sobre a Igreja, a refletirmos sobre um de seus
principais âmbitos: a caridade, o amor.
Escreve Bento XVI
na sua encíclica Deus Caritas est número 20: “o amor do próximo, radicado no
amor de Deus, é um dever antes de mais para cada um dos fiéis, mas o é também
para a comunidade eclesial inteira, e isto a todos os seus níveis: desde a
comunidade local passando pela Igreja particular até à Igreja universal na sua
globalidade. A Igreja também enquanto comunidade deve praticar o amor”.
O Papa ainda
continua na mesma encíclica no número 22: “A Igreja não pode descurar o serviço
da caridade, tal como não pode negligenciar os Sacramentos nem a Palavra”. Os
outros dois âmbitos de vida que não podem faltar na Igreja, de fato, juntamente
com a caridade, são a liturgia e a catequese.
O melhor
testemunho que a Igreja pode dar a quem observa de fora é o exercício da
caridade. A parábola do bom samaritano (que lemos hoje) no curso da história
nunca deixou de interpelar a consciência dos fiéis em Cristo; e, em nossos dias
atuais mais do que nunca. Para evitar o perigo de passar sem levar seriamente
em consideração este tema, examinamos o trecho evangélico desde o princípio.
Logo no início, o
Evangelho nos lembra antes de tudo que o problema da caridade é uma questão religiosa.
O doutor da lei, esperto nas questões teológicas, cita o duplo mandamento do
amor, a Deus e ao próximo, mas o faz depois de ter interrogado Jesus sobre a
eternidade: “Mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?”
Sobre o seu
destino eterno qualquer um se lança totalmente. Este é o poder da religião. A
busca da própria felicidade pessoal, porém, não pode se separar do amor, amor
para com Deus e amor para com o próximo. Será feliz para sempre, quem desde
agora tiver começado a amar Deus e os outros que como ele são irmãos em Cristo.
O doutor da lei
conhecia as indicações que Deus tinha dado por boca de Moisés e a
contra-pergunta de Jesus (o que está escrito na lei?) que o convidava a dar
sozinho a resposta, e, de fato, ele não erra o veredicto: é preciso amar a Deus
com todo o coração, com toda a alma e com toda a força e com toda a
inteligência e ao próximo como a si mesmo.
Encontra assim
confirmada a reflexão do livro do Deuteronômio, sempre a obra de Moisés que
diz: “Este mandamento que hoje te dou não é difícil demais nem está fora do teu
alcance.
Não está nem no
céu, para que possas dizer: 'Quem subirá ao céu por nós para alcançá-lo? Nem
está do outro lado do mar, para que possas alegar: 'Quem atravessará o mar por
nós para apanhá-lo? Ao contrário, esta palavra está bem ao teu alcance, está em
tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir.
Então será só uma
questão de boa vontade? Podia parecer que sim se não fosse a sucessiva pergunta
do doutor da lei que nos coloca de sobreaviso (quem é o meu próximo?).
Sem a ajuda da
graça de Cristo é impossível cumprir perfeitamente o mandamento do amor de Deus
e do próximo. De fato, entre as boas intenções e as realizações práticas há um
abismo.
Com a pergunta:
“Quem é o meu próximo?”, o doutor da lei queria justificar-se no sentido de
perda que se prova diante de uma tarefa genérica e juntamente árdua (para o
judeu, o próximo era um igual a ele somente, outro judeu).
Assim, “de onde
posso começar no amor para com o próximo?” parece pedir o doutor da lei, “e
depois desde que ponto devo chegar?” a resposta de Jesus é um obra-prima não
tanto porque é original e bem construída, mas porque é a descrição daquilo que
ele, Jesus naquele momento estava levando adiante.
O bom samaritano
da história de fato é um perfeito auto-retrato do próprio Senhor. Aquele que
Jesus atribui ao samaritano, na realidade, é aquele que ele Jesus estava para
fazer.
Padres e pastores
não deixaram escapar a ocasião de esclarecer as várias correspondências e
interpretaram assim o relato.
“A humanidade,
criada por Deus, estava em Jerusalém, isto é, na Paz do paraíso terrestre,
lugar da presença de Deus em meio ao povo. Mas o homem se moveu em busca de uma
outra felicidade, para a cidade do pecado, que é Jericó.
Como acontece
para o filho pródigo, este abandono do pai foi fatal: Satanás, o tentador, que
o desnuda do dom da amizade com Deus e o fere nas suas próprias capacidades
humanas; agora, o homem, encontra-se sozinho, é incapaz de resistir ao mal, e
segue destinado à morte pela estrada da história.
O cristão
hoje e o levita da Antiga Aliança passam ao lado desta humanidade, mas é
uma passagem ineficaz. Até que vem um samaritano, justo Cristo Salvador, que
ajoelhando-se sobre este homem, o põe sobre a montaria do animal, a humanidade
por ele assumida, para levá-lo ao local – que é a Igreja, dentro da qual o
homem possa reencontrar cura e vida... na espera do seu retorno! No entanto,
ali é possível a sua recuperação mediante as duas moedas deixadas pelo
samaritano, que são a Palavra de Deus e os Sacramentos (na Igreja Católica).
Fazendo o
percurso de Jerusalém (760m de altura) para Jericó (240m abaixo do nível do
mar), que é um percurso de descida já que Jerusalém está (27 km ), um anônimo peregrino
da Idade Média esculpiu sobre uma pedra uma frase ainda hoje existente: “Amigo que
lê, mesmo que sacerdotes e levitas passem além da tua angústia, saiba que
Cristo é o bom samaritano, que terá compaixão de ti, e na hora da tua morte, te
levará a pousada eterna”.
Na espera desta
destinação final, entretanto, nós somos convidados a tomar lugar na “pensão”
terrena que é a Igreja e se nestes ambientes nos sentimos bem, não devemos nos
esquecer daqueles que fora daí padecem e esperam também o nosso alívio; se pelo
contrário, por vários motivos encontramos que nesta casa que é a Igreja há algo
para melhorar, somos convidados a fazer a nossa parte desde o seu interno, de
modo construtivo, superando as resistências humanas e tornando-nos nós
mesmos operadores daquela caridade da qual sofremos a falta. Também esta é
caridade e também na Igreja e pela Igreja há tanto a se fazer.
O Evangelho
termina com um mandamento de Jesus: “Vai e faze a mesma coisa”.
Comecemos a
praticar.
Reflexão Apostólica:
Em qualquer situação que nos encontrarmos, como necessitados ou como
colaboradores somos convocados pelo Senhor a amar o nosso próximo como a nós
mesmos.
Às vezes nós ajudamos às pessoas e as socorremos por obrigação ou a contra
gosto, porém a própria Palavra do Evangelho nos esclarece: o próximo “é aquele
que usou de misericórdia para com ele”.
A misericórdia, então, é o sinal para que nós sejamos “o próximo” de
alguém. Agir com misericórdia é fazê-lo por amor a Deus e acolher a miséria do
outro com o mesmo amor de Deus e não somente com o nosso amor imperfeito e
interesseiro.
Como você costuma agir: como o sacerdote, como o levita, como o samaritano,
como o hospedeiro? Ou você sempre é aquele que desce de Jerusalém para
Jericó, se mete em enrascadas e está sempre precisando que alguém se aproxime
de você? Você já experimentou ser aquele (a) que está necessitado (a) e espera
o socorro de alguém? Quando você ajuda alguma pessoa você o faz por amor a Deus
e com o amor de Deus?
O primeiro a colocar obstáculos no caminho de Jesus é um teólogo. Este sabe
que o amor total a Deus e ao próximo é que leva à vida. Mas, não basta saber. É
preciso amar concretamente.
A parábola do samaritano mostra que o próximo é quem se aproxima do outro
para lhe dar uma resposta às necessidades.
Nessa tarefa prática, o amor não leva em conta barreiras de raça, religião,
nação ou classe social. O próximo é aquele que eu encontro no meu caminho.
O legista estabelecia limites para o amor: “Quem é o meu próximo?” Jesus
muda a pergunta: ” O que você faz para se tornar próximo do outro?”
Propósito:
Pai, dá-me um coração cheio
de misericórdia, como o de teu Filho Jesus, pois só assim terei certeza de
estar em comunhão contigo, a caminho da vida eterna.
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