18 - O nosso arrependimento seja calmo e tranqüilo, de
modo que, ao nos fazer tomar consciência do mal que fizemos, nos dê ânimo para
voltarmos ao bom caminho. (S 202). São Jose Marello
Leitura do santo Evangelho segundo São Mateus
1,18-24
"A origem de Jesus Cristo foi
assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José, antes que
coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu esposo, sendo
justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo. Enquanto
assim decidia, eis que o Anjo do Senhor manifestou-se a ele em sonho, dizendo:
‘José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi
gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com
o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados’. Tudo isso
aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo
profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com
o nome de Emanuel, o que traduzido significa: ‘Deus está conosco’. José,
ao despertar do sono."
Meditação:
A perícope evangélica da
concepção virginal de Jesus tem sido objeto de controvérsia. As interpretações
são desencontradas tanto por desconhecermos elementos fundamentais para
compreendê-la, o que não acontecia com as comunidades primitivas, quanto por
projetarmos nossos preconceitos sobre o texto bíblico.
O Evangelho detém-se na soleira do mistério insondável de Deus, numa atitude de respeito e reverência, sem se importar com especulações de caráter anatômico ou fisiológico. Só lhe interessam os elementos teológico-espirituais deste dado da fé da Igreja.
O “noivado” nos tempos de Cristo – De modo geral, não eram os jovens que escolhiam com quem iam casar. Eram os pais deles que se encarregavam disso. O noivo ou a noiva era escolhido entre os membros da mesma parentela, mas não podiam ser escolhidos parentes muito próximos deles. O Levítico (18,6-18) não permitia: “Nenhum de vós se aproximará de sua parenta próxima para descobrir a sua nudez.” (...)
O noivado durava cerca de 12 meses, durante os quais a casa era preparada pelo noivo e o enxoval era preparado pela noiva. No ato do noivado, o pai do noivo ou o próprio rapaz tinha que pagar um dote ao pai da noiva. O valor do dote dependia do lugar, do tempo, da posição social dos pretendentes, mas correspondia, em média, a uns cinco ciclos de prata.
O Evangelho detém-se na soleira do mistério insondável de Deus, numa atitude de respeito e reverência, sem se importar com especulações de caráter anatômico ou fisiológico. Só lhe interessam os elementos teológico-espirituais deste dado da fé da Igreja.
O “noivado” nos tempos de Cristo – De modo geral, não eram os jovens que escolhiam com quem iam casar. Eram os pais deles que se encarregavam disso. O noivo ou a noiva era escolhido entre os membros da mesma parentela, mas não podiam ser escolhidos parentes muito próximos deles. O Levítico (18,6-18) não permitia: “Nenhum de vós se aproximará de sua parenta próxima para descobrir a sua nudez.” (...)
O noivado durava cerca de 12 meses, durante os quais a casa era preparada pelo noivo e o enxoval era preparado pela noiva. No ato do noivado, o pai do noivo ou o próprio rapaz tinha que pagar um dote ao pai da noiva. O valor do dote dependia do lugar, do tempo, da posição social dos pretendentes, mas correspondia, em média, a uns cinco ciclos de prata.
“Um homem ficava oficialmente noivo
quando, entregando o presente à moça, dizia: com isso você é separada para mim,
segundo as leis de Moisés e Israel.” (Vide Ralph Gower in “Usos e Costumes dos
tempos bíblicos”, pag 65).
O noivado era muito mais sério do que os noivados de hoje. Tornando-se noivo, o jovem passava a ser dispensado do serviço militar. Se alguém estuprasse uma noiva, não podia casar-se com ela, pois era tida como pertencente ao jovem compromissado.
De modo geral, pouco se fala na parte que cabe a José no episódio da encarnação. Mas também ele teve a sua grande e importante participação.
O noivado era muito mais sério do que os noivados de hoje. Tornando-se noivo, o jovem passava a ser dispensado do serviço militar. Se alguém estuprasse uma noiva, não podia casar-se com ela, pois era tida como pertencente ao jovem compromissado.
De modo geral, pouco se fala na parte que cabe a José no episódio da encarnação. Mas também ele teve a sua grande e importante participação.
Ora, aconteceu que Maria, estando
noiva com ele, apareceu grávida antes de coabitarem. Considerando-se as
implicâncias do noivado no tempo de Cristo, como narramos acima, podemos
avaliar o grande constrangimento que teve José.
Uma das presunções que passou
pela cabeça dele é que Maria tivesse sido seduzida ou violentada. José
preparava-se para tomar a providência mais delicada e suave que a Lei permitia,
quando recebeu a mensagem de Deus em sonho comunicando-lhe a ação do Espírito
Santo.
Então, sem hesitar, recebeu Maria
como sua esposa, dando a Jesus um nome, uma descendência e uma casa. José
mostrou muita serenidade e caráter nesses momentos críticos e foi bem o que
Deus queria para o homem que devia criar o seu filho. Sobretudo, foi decisiva
nele a fé, que pode ser comparada à de Abraão.
“Do ponto da vista da Lei, José não estava fazendo nada de errado se repudiasse Maria. ... Mas o Evangelho nos apresenta algo inusitado: José não abandona Maria...por ter ouvido a voz de Deus.” (Pe. Claudiano A. dos Santos)
No momento atual, a cada dia se nos deparam casos mais freqüentes de separação matrimonial. Alguns casais antigos, unidos há tantos anos, nos deixam sem fôlego ao nos pararem para contar com a maior naturalidade a inacreditável aventura.
“Do ponto da vista da Lei, José não estava fazendo nada de errado se repudiasse Maria. ... Mas o Evangelho nos apresenta algo inusitado: José não abandona Maria...por ter ouvido a voz de Deus.” (Pe. Claudiano A. dos Santos)
No momento atual, a cada dia se nos deparam casos mais freqüentes de separação matrimonial. Alguns casais antigos, unidos há tantos anos, nos deixam sem fôlego ao nos pararem para contar com a maior naturalidade a inacreditável aventura.
As razões apresentadas quase
sempre são inspiradas na voz do egoísmo. As partes beligerantes nunca fazem
calar as vozes dos próprios ressentimentos. Essas vozes não deixam ouvir, por
exemplo, as vozes dos filhos deles que os rodeiam e, principalmente, a voz de
Deus.
Reflexão Apostólica:
O Evangelho de hoje fala de um
dos homens que eu mais admiro na Bíblia: José. Não só pelo importantíssimo
papel de pai terreno de Jesus, mas principalmente por aceitar casar-se com
Maria, estando ela grávida antes de deitar-se com ele, confiando apenas em um
sonho que ele teve. Admito que não sei se teria a mesma atitude dele... Talvez
me falte essa fé... E talvez por isso eu o admire tanto...
Maria poderia ter dito ao anjo: "Posso conversar com meu noivo antes de aceitar essa proposta de Deus?" Mas ela deu a sua resposta independente da resposta de José. E isso deixa clara uma característica de Maria: a sua impulsividade.
Maria poderia ter dito ao anjo: "Posso conversar com meu noivo antes de aceitar essa proposta de Deus?" Mas ela deu a sua resposta independente da resposta de José. E isso deixa clara uma característica de Maria: a sua impulsividade.
A mesma impulsividade que fez com que ela antecipasse a vida
pública de Jesus nas Bodas de Caná. Fico imaginando... e se José não tivesse
aceito casar com Maria? Ele estaria sendo justo, e ninguém iria poder
condená-lo, pois ele não foi consultado para concordar ou discordar da
concepção de Jesus por Maria, sob a ação do Espírito Santo, sem a sua
participação.
Há muito tempo eu me pergunto se Deus foi justo com José... Só um homem que se guarda para o casamento poderia entender o que eu estou falando.
Há muito tempo eu me pergunto se Deus foi justo com José... Só um homem que se guarda para o casamento poderia entender o que eu estou falando.
A única resposta que me vem é que Deus não tiraria algo tão
importante de José, se não lhe concedesse uma boa compensação... Ser o pai
terreno do Filho de Deus. Nenhum outro homem na história teve esse papel de ser
o formador, o educador, a referência de pai para Jesus.
Quando Jesus pensava em Deus e o chamava de Pai, não tinha como
não associar a José, seu pai de criação. Da mesma forma que nós, quando
pensamos em Deus, associamos com o nosso pai terreno... e é isso que muitas
vezes explica a nossa afinidade ou falta de afinidade com Deus.
É por isso que muitas pessoas só conseguem rezar por intercessão
de Maria... porque só conseguia falar com seu pai por intercessão da sua mãe.
Da mesma forma, muitas pessoas não conseguem se identificar com
Maria, Mãe de Jesus, porque não se dão bem com sua mãe terrena...
Vou dizer algo bastante óbvio, mas que muitas vezes não nos damos conta: Jesus não nasceu adulto! Ele foi criança, e precisou aprender a andar, falar, ler, escrever, pensar, tratar, observar e tocar as pessoas... Isso não se nasce sabendo: se aprende. E o papel de José foi fundamental para o crescimento físico, social e espiritual de Jesus.
Observe que em Mateus 12,50 Jesus diz que quem faz a vontade de seu Pai que está nos Céus é seu irmão, sua irmã e sua mãe, mas não diz que pode ser seu pai.
Vou dizer algo bastante óbvio, mas que muitas vezes não nos damos conta: Jesus não nasceu adulto! Ele foi criança, e precisou aprender a andar, falar, ler, escrever, pensar, tratar, observar e tocar as pessoas... Isso não se nasce sabendo: se aprende. E o papel de José foi fundamental para o crescimento físico, social e espiritual de Jesus.
Observe que em Mateus 12,50 Jesus diz que quem faz a vontade de seu Pai que está nos Céus é seu irmão, sua irmã e sua mãe, mas não diz que pode ser seu pai.
O único que pôde desempenhar o papel de pai terreno de Jesus foi
José. E eu acredito que tão difícil quanto encontrar a mãe ideal para Jesus,
foi encontrar esse pai ideal.
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