33º DOMINGO DO TEMPO COMUM
15 - Ser perseverante num princípio determinado e realizá-lo com
desvelo e ardor, não é o mesmo que enfurecer-se e exaltar-se desmesuradamente.
(L 207). São Jose marello
Leitura
do santo Evangelho segundo São Marcos 13,24-32
"Jesus disse:
- Depois daqueles dias de sofrimento, o sol ficará escuro, e a lua não brilhará mais. As estrelas cairão do céu, e os poderes do espaço serão abalados. Então o Filho do Homem aparecerá descendo nas nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os escolhidos de Deus de um lado do mundo até o outro. Jesus disse ainda:
- Aprendam a lição que a figueira ensina. Quando os seus ramos ficam verdes, e as folhas começam a brotar, vocês sabem que está chegando o verão. Assim também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o tempo está perto, pronto para começar. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: essas coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que agora estão vivos. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para sempre.
E Jesus terminou, dizendo:
- Mas ninguém sabe nem o dia nem a hora em que tudo isso vai acontecer, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai. "
- Depois daqueles dias de sofrimento, o sol ficará escuro, e a lua não brilhará mais. As estrelas cairão do céu, e os poderes do espaço serão abalados. Então o Filho do Homem aparecerá descendo nas nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os escolhidos de Deus de um lado do mundo até o outro. Jesus disse ainda:
- Aprendam a lição que a figueira ensina. Quando os seus ramos ficam verdes, e as folhas começam a brotar, vocês sabem que está chegando o verão. Assim também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o tempo está perto, pronto para começar. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: essas coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que agora estão vivos. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para sempre.
E Jesus terminou, dizendo:
- Mas ninguém sabe nem o dia nem a hora em que tudo isso vai acontecer, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai. "
Meditação:
Na primeira leitura de hoje, do Livro
de Daniel, temos um texto de caráter apocalíptico, caracterizado por sinais de
destruição violenta e angústia, que precedem um juízo final discriminatório e
excludente, característico de autores que se consideram justos e santos,
privilegiados pela "eleição divina".
A expressão "filho do homem" (no grego: hyos anthrôpou; no hebraico: ben-'adam) aparece muitas vezes no Antigo Testamento, indicando a condição humana de maneira genérica.
No profeta Ezequiel a expressão é aplicada de modo personalizado (93 vezes) ao próprio profeta na sua fragilidade, comum dos mortais. Uma única vez a expressão aparece no livro de Daniel, vindo nas nuvens com poder e glória (Dn 7,13).
Jesus, inúmera vezes, aplica a si mesmo este título de "filho do homem" para indicar sua simples condição humana, contrapondo-se à figura messiânica davídica gloriosa esperada pelo povo judeu.
Na referência ao filho do homem vindo sobre as nuvens, pode-se ver a alusão à dignificação do humano, assumido na condição divina e na vida eterna pela encarnação de Jesus.
Depois da descrição dos abalos cósmicos, que simbolizam a violência característica dos poderes deste mundo, é confirmada a presença do Reino de Deus entre nós, como escatologia já realizada com a chegada do Filho do Homem, Jesus.
Na segunda leitura, extraída da Carta aos Hebreus, é atribuído a Jesus, com o título de "cristo", o caráter sacerdotal, caracterizado pela oferta de sacrifícios sangrentos para a reconciliação com Deus.
Em Jesus a reconciliação é fruto do amor que remove toda condenação e exclusão, e a todos une na fraternidade, na justiça, e na paz, em comunhão como o Pai.
Esta passagem do evangelho de hoje, que faz parte do discurso escatológico atribuído a Jesus, tem sua origem na tradição apocalíptica do Primeiro Testamento, tendo surgido dentro das comunidades cristãs primitivas formadas por convertidos do judaísmo, os quais, até os primeiros anos da década de 80, eram freqüentadores das sinagogas.
Em conclusão ao discurso escatológico, temos a parábola da figueira, que é apresentada nos três evangelhos sinóticos, seguindo-se as advertências sobre a necessidade de vigiar e orar.
A parábola é articulada a partir de sinais da natureza, nas árvores que começam a brotar, depois de secas no inverno, indicando a proximidade do verão.
Assim como pela natureza pode-se perceber as mudanças de estações do tempo, pela observação dos fatos da vida e da história, pode-se perceber também que o dia e a hora da revelação do Filho do Homem, que é a chegada do Reino de Deus, estão próximos.
O Reino está perto assim como o meu próximo está perto de mim. A comunhão e a solidariedade com meu próximo são a entrada no Reino.
Tudo acontece a partir do ouvir e praticar as palavras de Jesus que nos revelam a vontade do Pai. O Reino de Deus já está entre nós nos movimentos de solidariedade entre as comunidades e os povos, particularmente com os mais empobrecidos, e é expresso no clamor mundial contra as guerras e pela paz.
É o processo histórico da crescente conscientização e a valorização da dignidade humana, em um nível global, com o empenho na defesa da vida e da natureza. Assim são rejeitados e repudiados os poderes deste mundo que, seduzidos pela ambição das riquezas, promovem a morte.
Há coisas visíveis no nosso tempo que definem as coisas invisíveis do tempo de Deus. São sinais manifestos por meio do sol, da lua, das estrelas que vemos no céu.
Os acontecimentos, os fatos, as situações da nossa vida nos alertam para o que Deus quer realizar através de nós no Seu plano de salvação.
Final de ano é tempo de reflexão, tempo de assumir compromisso, tempo para novos propósitos. Jesus nos fala de coisas que acontecerão na natureza e que precederão a Sua vinda gloriosa.
Não podemos estar determinando em que tempo isto poderá acontecer. Podemos apenas estar vigilantes quanto à nossa vida, nossas ações e se estamos de fato preparados (as) para esses acontecimentos.
Quem tem fé, quem se entrega e abandona-se nas mãos do Senhor não temerá passar por grandes tribulações, porque sabe que tudo é coisa passageira e o que é admirável virá depois de tudo.
As palavras de Jesus não passarão, portanto fiquemos de prontidão, entretanto com o coração sereno e confiante porque viveremos em novos céus e nova terra.
Você tem medo de enfrentar as rebeliões da natureza? O que elas sugerem a você? Quando você ouve falar em catástrofes, você teme ou sente-se seguro (a) nas mãos do Senhor? Você reza com os anjos?
A expressão "filho do homem" (no grego: hyos anthrôpou; no hebraico: ben-'adam) aparece muitas vezes no Antigo Testamento, indicando a condição humana de maneira genérica.
No profeta Ezequiel a expressão é aplicada de modo personalizado (93 vezes) ao próprio profeta na sua fragilidade, comum dos mortais. Uma única vez a expressão aparece no livro de Daniel, vindo nas nuvens com poder e glória (Dn 7,13).
Jesus, inúmera vezes, aplica a si mesmo este título de "filho do homem" para indicar sua simples condição humana, contrapondo-se à figura messiânica davídica gloriosa esperada pelo povo judeu.
Na referência ao filho do homem vindo sobre as nuvens, pode-se ver a alusão à dignificação do humano, assumido na condição divina e na vida eterna pela encarnação de Jesus.
Depois da descrição dos abalos cósmicos, que simbolizam a violência característica dos poderes deste mundo, é confirmada a presença do Reino de Deus entre nós, como escatologia já realizada com a chegada do Filho do Homem, Jesus.
Na segunda leitura, extraída da Carta aos Hebreus, é atribuído a Jesus, com o título de "cristo", o caráter sacerdotal, caracterizado pela oferta de sacrifícios sangrentos para a reconciliação com Deus.
Em Jesus a reconciliação é fruto do amor que remove toda condenação e exclusão, e a todos une na fraternidade, na justiça, e na paz, em comunhão como o Pai.
Esta passagem do evangelho de hoje, que faz parte do discurso escatológico atribuído a Jesus, tem sua origem na tradição apocalíptica do Primeiro Testamento, tendo surgido dentro das comunidades cristãs primitivas formadas por convertidos do judaísmo, os quais, até os primeiros anos da década de 80, eram freqüentadores das sinagogas.
Em conclusão ao discurso escatológico, temos a parábola da figueira, que é apresentada nos três evangelhos sinóticos, seguindo-se as advertências sobre a necessidade de vigiar e orar.
A parábola é articulada a partir de sinais da natureza, nas árvores que começam a brotar, depois de secas no inverno, indicando a proximidade do verão.
Assim como pela natureza pode-se perceber as mudanças de estações do tempo, pela observação dos fatos da vida e da história, pode-se perceber também que o dia e a hora da revelação do Filho do Homem, que é a chegada do Reino de Deus, estão próximos.
O Reino está perto assim como o meu próximo está perto de mim. A comunhão e a solidariedade com meu próximo são a entrada no Reino.
Tudo acontece a partir do ouvir e praticar as palavras de Jesus que nos revelam a vontade do Pai. O Reino de Deus já está entre nós nos movimentos de solidariedade entre as comunidades e os povos, particularmente com os mais empobrecidos, e é expresso no clamor mundial contra as guerras e pela paz.
É o processo histórico da crescente conscientização e a valorização da dignidade humana, em um nível global, com o empenho na defesa da vida e da natureza. Assim são rejeitados e repudiados os poderes deste mundo que, seduzidos pela ambição das riquezas, promovem a morte.
Há coisas visíveis no nosso tempo que definem as coisas invisíveis do tempo de Deus. São sinais manifestos por meio do sol, da lua, das estrelas que vemos no céu.
Os acontecimentos, os fatos, as situações da nossa vida nos alertam para o que Deus quer realizar através de nós no Seu plano de salvação.
Final de ano é tempo de reflexão, tempo de assumir compromisso, tempo para novos propósitos. Jesus nos fala de coisas que acontecerão na natureza e que precederão a Sua vinda gloriosa.
Não podemos estar determinando em que tempo isto poderá acontecer. Podemos apenas estar vigilantes quanto à nossa vida, nossas ações e se estamos de fato preparados (as) para esses acontecimentos.
Quem tem fé, quem se entrega e abandona-se nas mãos do Senhor não temerá passar por grandes tribulações, porque sabe que tudo é coisa passageira e o que é admirável virá depois de tudo.
As palavras de Jesus não passarão, portanto fiquemos de prontidão, entretanto com o coração sereno e confiante porque viveremos em novos céus e nova terra.
Você tem medo de enfrentar as rebeliões da natureza? O que elas sugerem a você? Quando você ouve falar em catástrofes, você teme ou sente-se seguro (a) nas mãos do Senhor? Você reza com os anjos?
Reflexão Apostólica:
No evangelho de
hoje, Jesus está falando sério! Isso é escatologia. E Jesus está falando sobre
o fim dos tempos, Ele descreve as tribulações que vão acontecer no dia da
manifestação do Filho de Deus.
No dia em que Ele
vai julgar os vivos e os mortos, Cristo glorioso revelará a disposição secreta
das mentes de todos e retribuirá a cada um segundo suas obras principalmente de
caridade e segundo tiver acolhido ou rejeitado sua graça.
No fim dos tempos,
o Reino de Deus vai chegar à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os
justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o
próprio universo será renovado.
Naquele dia,
seremos julgados, principalmente pela nossa atitude para com os necessitados. E
gostaria de aproveitar essa reflexão para ressaltar que a caridade tem um duplo
valor: Além de nos salvar no julgamento final, ela tem o poder de nos purificar
dos pecados leves ou veniais.
Das virtudes: Fé,
Esperança e Caridade, a caridade é a mais forte delas. Por que a caridade é a
forma de penitência mais eficaz para que sejamos limpos ou perdoados dos nossos
pecados leves. Veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica:
"Como o
alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia
fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta caridade
vivificada apaga os pecados veniais."
Então? O que estamos esperando? Não vamos ficar aqui parados... Mãos a obra, vamos praticar a caridade já. Porque não sabemos o dia do Juízo Final.
Esta vida é uma
viagem, na qual não temos pressa de chegar no seu final. Porque o final desta
caminhada, é a morte, é o Juízo final.
A morte é o fim da
peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus
lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para
decidir seu destino último.
Quando tiver
terminado "o único curso de nossa vida terrestre", não voltaremos
mais a outras vidas terrestres. "Os homens devem morrer uma só vez".
Não existe "reencarnação" depois da morte.
A morte põe fim à
vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina
manifestada em Cristo.
O Novo Testamento
fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na
segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma também a retribuição,
imediatamente depois da morte, de cada um em função de suas obras e de sua fé.
A parábola do
pobre Lázaro e a palavra de Cristo na cruz ao bom ladrão assim como outros
textos do Novo Testamento, falam de um destino último da alma pode ser
diferente para uns e outros. (Catecismo da Igreja Católica)
Não temos certeza
para onde vamos. Tudo depende do resultado do julgamento, ou melhor, tudo
depende de como vivemos a nossa vida hoje.
A incerteza de
estarmos preparados ou não para passar no Julgamento, e o fato de não sabermos
o dia e a hora, nos deixa em desequilíbrio existencial constante.
Estar preparado é
estar em estado de graça no último momento, no último suspiro. Mas como isso é
possível, se a cada momento da nossa caminhada nós tropeçamos e caímos, por
causa de tantas tentações que vivem à solta em volta de nós. Geralmente
cometemos mais pecados leves mais pecamos, caímos.
Mas é bom
lembrar que alem da penitência, do jejum e da caridade, temos a absolvição
geral no começo de cada missa, no ato penitencial quando pedimos perdão e o sacerdote
intercedo por nós, dizendo: Deus todo poderoso, cheio de bondade e misericórdia
infinita, tende piedade de nós. Perdoe os nossos pecados e nos conduza à Vida
Eterna.
Isso é uma
absolvição para os pecados veniais. Por isso, não chegue mais atrasado(a) na
missa. Por outro lado, mesmo com essa absolvição geral, os rascunhos dos
pecados veniais vão se acumulando em nossa alma de tal forma, que
periodicamente, precisamos de uma limpeza geral, de uma boa confissão.
Vejam. Os Oceanos
são formados de gotas de água. De pecadinho em pecadinho, o nosso ESTADO DE
GRAÇA vai ficando SEM GRAÇA... Por isso é que precisamos, repito, de vez
em quando, confessar, para estar sempre preparados.
Se soubéssemos
quando seria o dia, e a hora, dias antes cuidaríamos de nos preparar com
seriedade. Arrependendo-nos, rezando, confessando e comungando para sermos
aprovados ou perdoados no julgamento final.
Mas acontece que
não é assim que funciona o Plano de Deus a nosso respeito. Ele quer que durante
a nossa vida inteira nos preocupemos e nos esforcemos em estar sempre
preparados, como se estivéssemos vivendo o último dia de nossa existência
terrena, preparados para a chegada do Reino de Deus.
E este Reino de
Deus já deveria ter começado dentro de cada um de nós. Porque se cada um
vivesse o verdadeiro amor a Deus e a próximo, seríamos felizes de uma alegria
contagiante. E estaríamos valorizando o Plano de Deus de vir até nós por meio
de Seu Filho que veio nos dizer que Deus pai é bom, nos ama e quer nos salvar.
Ele nos ensinou a
construir um mundo melhor: feito de paz, de igualdade, de justiça, de respeito
entre as pessoas. E a esse mundo transformado, ele chamou de REINO DE DEUS.
Esse reino de amor de Deus deve ser preparado dentro de cada um de nós.
Ele deve brotar de
dentro de nós. Assim: em tudo que eu faço devo demonstrar que Deus está comigo,
porque eu estou em harmonia com Ele e com meus irmãos.
Nos meus atos devo
mostrar que sou uma pessoa de Deus. Ou seja. Se o reino de Deus está dentro de
cada um de nós, ele deve ser revelado em nossas atitudes. Por exemplo: quando
sou alegre, verdadeiro, honesto, obediente, justo, trabalhador, estudioso etc,
é porque Deus está dirigindo os meus atos, e o seu Reino da paz e de
fraternidade está acontecendo e brotando de dentro de mim para fora, para os
irmãos, até a chegada do Juízo Final.
Propósito: Estar
sempre vigilante.
Meditação:
Próxima já do final do ano, a Liturgia
nos apresenta, através da leitura do Antigo Testamento e do Evangelho, textos
relativos ao final dos tempos. Com efeito, a passagem de Daniel anuncia
a intervenção de Deus em favor de seus fiéis através de Miguel, o
anjo encarregado de proteger seu povo. Estas palavras de Daniel devem ser
enquadradas no padrão amplo de todo o livro cujo gênero literário e estilo
correspondem à corrente apocalíptica, bastante popularizada nos finais do
período do Antigo Testamento.
O livro inteiro de Daniel é um chamado
à esperança, característica principal de toda a literatura apocalíptica. Não se
trata tanto de uma revelação especial do que acontecerá no final dos tempos,
mas a utilização de imagens que convidam a manter viva a esperança e a não
sucumbir ante a idéia de um domínio absoluto de um determinado império.
O texto que lemos hoje é subversivo
para a época, pois convida à rejeição do senhorio absoluto dos opressores
gregos que, à custa da violência, faziam-se como donos absolutos das pessoas,
do tempo e da história.
Por seu lado, o evangelho nos apresenta
uma mínima parte do “discurso escatológico” de Marcos. Um pouco antes de
começar a narração da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, os três sinóticos
nos apresentam palavras de Jesus, carregadas de sabor escatológico.
A passagem de hoje deve ser lida à luz
de todo o capítulo 13. Além disso, convém que em casa ou em grupo o leiamos por
inteiro e, se possível, também o discurso escatológico de Mateus e de Lucas.
Isso nos ajudaria a ver de modo muito melhor as semelhanças e as diferenças
entre os três e, por outro lado, há de nos facilitar uma melhor compreensão do
sentido e finalidade que cada um deles quis dar a este tópico.
Tenhamos em conta que em nenhum momento
os evangelistas falam do “fim do mundo”, em sentido estrito. Esta é uma
interpretação equivocada que não traz os melhores resultados nem à fé do crente
nem a seu compromisso com o próximo e com a história. Não é isto, com palavras
tiradas daqui ou de acolá, o “fundamento” bíblico ou teológico do fim do homem
conforme aprendíamos no Catecismo ou dos “novíssimos” que nos ensinavam na
Teologia! Ou, pelo menos, não se deve reduzir a isto somente.
Jesus não prega o fim do mundo, esse
não era seu interesse. As imagens de um abalo cósmico, descrito como estrelas
que caem, Sol e Lua que se apagam, etc. são uma fórmula usada no Antigo
Testamento para descrever a queda de algum rei ou de uma nação opressora.
Para os antigos, o Sol e a Lua eram
representações de divindades pagãs (cf. Deuteronômio 4, 19-20; Jeremias 8, 2;
Ezequiel 8, 16), enquanto que os demais astros e o que eles chamavam de “forças
celestes”, representavam os chefes que se julgavam filhos dessas divindades e,
em seu nome, oprimiam os povos, sentindo-se eles próprios seres divinos (Isaías
14, 12-14; 24, 21; Daniel 8, 10).
Pois bem, em linha com o Antigo
Testamento, Jesus descreve não tanto a queda de um império ou coisa do gênero,
para ele o mais importante é anunciar os efeitos libertadores de seu Evangelho.
Em outras palavras, o Evangelho de Jesus deve propiciar efetivamente a quebra
de todos os sistemas injustos que, de um modo ou de outro, vão-se erguendo como
astros no firmamento humano.
Jesus está consciente e sabe que a
única forma de resgatar, redirecionar o rumo da história pelos horizontes
queridos pelo Pai e sua justiça é fazer cair os sistemas que, ao longo da
história, procuram suplantar o projeto da justiça, querido por Deus, com um
projeto próprio, disfarçado de vida mas que na realidade é de morte.
Esta tarefa deve ser realizada pelo
discípulo, que aceitou a Jesus e seu projeto. Lembremo-nos da intenção
teológica e catequética de Marcos: só se pode conhecer Jesus, o Messias (cujo
“segredo” se mantém ao longo de todo o Evangelho), seguindo-o. Seguir Jesus
implica não somente ir atrás dele, mas colocar-se em seu lugar, assumir sua
proposta como própria e lutar até o fim para sua realização.
Discípulas e discípulos estão,
portanto, comprometidos com esse fim dos sistemas injustos cujo desaparecimento
não causa medo, mas alegria, aquela alegria que sentem os oprimidos quando são
libertados.
Esta sim deveria ser nossa preocupação
constante e o ponto para distinguir se, de fato, nossas tarefas de
evangelização e nosso compromisso com a transformação do
injusto em relações de justiça está causando deveras esse efeito que deve ter o
Evangelho. Ou se simplesmente estamos aí à mercê da moda do momento, esperando
talvez que se cumpra o que nem sequer passou pela mente de Jesus.
Qual é meu compromisso real e concreto
na transformação da ordem atual das coisas?
Reflexão Apostólica:
Pode parecer confuso o nosso
texto – e para nós hoje, duma certa forma o é. Mas, inserido no contexto do
Discurso Escatológico (referente aos tempos finais) do Evangelho, nos traz uma
mensagem de esperança e uma advertência.
A esperança nasce do fato de que a
vitoria de Deus é garantida – um elemento fundamental em todo apocaliptismo. A
advertência está na necessidade de vigilância constante, para que não percamos
a hora do Filho.
Num mundo de desesperança e falta de
ânimo por parte de muitos, o texto convida nós, os discípulos, à uma atitude
positiva que nos leva a um engajamento maior em prol da construção do Reino
entre nós. Mas também nos desafia para que estejamos sempre vigilantes para não
sermos cooptados pela sociedade vigente, opressora e consumista, que muitas
vezes se baseia em princípios contrários aos do Reino de Deus.
As palavras de Jesus têm um valor
permanente, para que possamos julgar as diversas propostas de vida que o mundo
nos apresenta. “O céu a terra passarão, mas as minhas palavras não
passarão”.
Propósito:
Ó Deus, que estás sempre presente em
nossas vidas, afasta de nós todo desânimo em nossas tarefas diárias, faz que
nosso trabalho e obras sejam uma permanente preparação de tua vinda. Senhor
Jesus, que eu me deixe guiar por tuas palavras, e me mantenha vigilante, na
caridade, à tua espera.
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