domingo, 31 de maio de 2015

Evangelho do dia 01 de junho - São Justino



01  de junho - Quando sentimos o coração duro e irritável, vamos buscar um pouco de doçura no Coração de Jesus. (S 176). São Jose Marello
Marcos 12,1-12
Jesus começou a falar-lhes em parábolas: “Um homem plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, cavou um lagar para pisar as uvas e construiu uma torre de guarda. Ele a alugou a uns lavradores e viajou para longe. Depois mandou um servo para receber dos agricultores a sua parte dos frutos da vinha. Mas os agricultores o agarraram, bateram nele e o mandaram de volta sem nada. O proprietário mandou novamente outro servo. Este foi espancado na cabeça e ainda o insultaram. Mandou ainda um outro, e a esse mataram. E assim diversos outros: em uns bateram e a outros mataram. Agora restava ainda alguém: o filho amado. Por último, então, enviou o filho aos agricultores, pensando: ‘A meu filho respeitarão’. Mas aqueles agricultores disseram uns aos outros: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa’. Agarraram o filho, mataram e o lançaram fora da vinha. Que fará o dono da vinha? Ele virá e fará perecer os agricultores, e entregará a vinha a outros. Acaso não leste na Escritura: 'A pedra que os construtores rejeitaram, esta é que se tornou a pedra angular. Isto foi feito pelo Senhor, e é admirável aos nossos olhos'?" Eles procuravam prender Jesus, pois entenderam que tinha contado a parábola com referência a eles. Mas ficaram com medo da multidão; por isso, deixaram Jesus e foram embora.

Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=01%2F06%2F2015#ixzz3blJ1mQ4h
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Meditação:

Jesus "inventou" estórias que receberam o nome de parábolas, para explicar a sua mensagem ao povo simples, sobre como deveriam fazer para merecer o reino eterno.

Com essas parábolas, ficava muito mais fácil do povo entender o que Ele queria dizer. Evidentemente, Jesus poderia se expressar com um palavreado todo  complicado, rico mais difícil de entender.

Mas, qual é mesmo a mensagem que está por trás desta parábola? O que mesmo que Jesus queria dizer? Bem. Ele aqui está criticando os chefes religiosos do templo de Jerusalém, sacerdotes e proprietários de terras.

Nesta parábola, Jesus está mostrando o caráter dos líderes judeus, que tinham rejeitado os profetas de Deus e estavam se preparando para rejeitar e matar seu Filho amado.
Na aplicação da parábola, apesar da prepotência e violência nela contida, Deus pode ser entendido como o proprietário da vinha. A vinha, conforme a tradição profética, é o povo amado por Deus. Os agricultores violentos são os chefes religiosos, que oprimem, exploram o povo e procuram eliminar quem busca libertação. Eles entenderam que Jesus falava deles. Irritam-se e procuram prendê-lo.

Jesus é o herdeiro de Deus e nós, “feitos filhos de Deus”, ganhamos o privilégio de também sermos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo Jesus. Que bênção, que privilégio Ele nos concede!

No texto de hoje, Jesus dá a conhecer a todos o que os religiosos do templo tinham escondido nas entranhas do coração – tinham-se apoderado da vinha, consideravam-na sua e não administradores dela! Quantos de nós, hoje, temos “subido acima da chinela” e nos temos por donos do que é de Deus, e não mais mordomos.

A parábola dos vinhateiros assassinos revela a história de infidelidade do povo  ao amor do Senhor. Muitos profetas enviados por Deus haviam sido rechaçados e assassinados pelos dirigentes políticos e religiosos. A causa da rejeição estava fundamentada em que estes mensageiros, falando em nome de Javé, punham em evidência a infidelidade do povo e de seus dirigentes para com a aliança firmada com ele.
Todo profeta, todo mensageiro que fale em nome de Deus e questione o status social, nunca é bem visto; torna-se uma pessoa sumamente incômoda; por isso é necessário eliminá-la.

A parábola manifesta que não respeitam nem o filho do dono da vinha. Ao contrário: se é o herdeiro, com maior razão querem eliminá-lo para ficarem com tudo, sem nada que estorve os interesses dos desordeiros.
Esta foi e continua sendo a sorte de muitos homens e mulheres que ao longo da história da humanidade e da Igreja foram assassinados por apontar os pecados do povo e de seus dirigentes, e por lembrar a fidelidade à mensagem de Deus.

Reflexão Apostólica:

Jesus passa ao ataque. A figueira não dá frutos, e o Templo tornou-se lugar de roubo, porque as autoridades(chefes dos sacerdotes, doutores da Lei, anciãos do Sinédrio) exploram e oprimem, apoderando-se daquilo que pertence a Deus, isto é, o povo da aliança(vinha).
Depois de muitos profetas que pregavam a justiça (empregados), Deus envia o próprio Filho com o reino. A rejeição e morte do Filho do trazem a sentença: o povo de Deus, agora congregado em torno de Jesus (pedra), passa a outros chefes, que não devem tomar posse, mas servir.
Jesus foi enviado pelo Pai justamente para nos dar o conhecimento de Deus, do Seu amor e da sua misericórdia, mas os homens o rejeitaram. Refletindo sobre esta Palavra nós percebemos que ainda hoje o Filho de Deus, Jesus Cristo é rejeitado e muitos

O tratam com indiferença, mesmo aqueles que se dizem cristãos. Muitos dos que estão até dentro da Igreja e freqüentam os sacramentos, fazem pouco caso dos ensinamentos de Jesus confundindo as pessoas interpretando a Palavra de acordo com a realidade e em benefício de cada um.

Assim, sendo, pregam e aceitam a teoria do aborto, do “não tem faz mal”, tudo é lícito, tudo é permitido, “o que vale é ser feliz”. Será que percebemos que agindo assim nós estamos fazendo igual aos agricultores da vinha? Devemos meditar muito sobre isto.

Será que estamos rejeitando a Jesus com as nossas incoerências de vida? Jesus veio para todos ou só para os meus? O que você tem feito com os mensageiros do Senhor na sua vida? Quem são os agricultores de hoje? Qual a nossa responsabilidade na vinha do Senhor? A quem estamos matando? Você também acha que tudo é relativo?

A passagem evangélica de hoje nos apresenta a parábola dos vinhateiros homicidas, dirigida aos sacerdotes, escribas e senadores de Jerusalém, personagens influentes e opositores ao plano de Deus, revelado nos profetas e no próprio Jesus.

Aqueles personagens não eram propícios à justiça e à caridade com os mais fracos, para manter seus próprios interesses. Deus, por meio de sua Palavra, desnuda os corações e coloca à luz os interesses que movem o ser humano.

Oxalá que nossos mais vitais interesses como cristãos sejam os de anunciar e construir o reino de Deus no meio da humanidade; do contrário, seremos qualquer coisa, menos cristãos.

É preciso deixar o lugar que não nos pertence e retomarmos o lugar de servos e despenseiros de Deus, trabalhando de alma e coração. Como é que te consideras em relação às coisas de Deus? Dono, senhor ou despenseiro? Convém que sejamos bons despenseiros da graça de Deus.

Quantos conflitos evitaríamos na causa de Deus se, em vez de nos “armarmos” em donos da vinha de Deus, assumíssemos, com submissão e gratidão, o privilégio de mordomos fiéis do nosso Pai do Céu.

Fiquemos certos que, no tempo próprio, Deus nos chamará, com Sua autoridade e poder: muito bem, servo bom e fiel, porque foste fiel no pouco; entra no gozo do Senhor.

Toma, agora, posse da tua herança, por teres aceite a capacidade de crer: a todos quantos O receberam, deu-lhes a graça de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no Seu Nome.

Propósito:
Pai, porque és misericordioso, nunca te cansas de querer levar a mim e a toda a humanidade para junto de ti. Que eu perceba e acolha a manifestação deste teu imenso amor e me converta no agricultor que produza bons frutos no devido tempo e os entregue a Vós!

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Evangelho do dia 29 de maio sexta feira



29 - A santa pureza é guardada pela virtude da humildade, sua irmã. Ah! Ninguém pode ser puro se não for humilde! E a Virgem Santíssima foi enriquecida por uma pureza tão singular e resplandecente porque foi sumamente humilde. (S 358). São Jose Marello
Marcos 11,11-26
Jesus entrou em Jerusalém, foi até o Templo e olhou tudo em redor. Mas, como já era tarde, foi para o povoado de Betânia com os doze discípulos.
No dia seguinte, quando eles estavam voltando de Betânia, Jesus teve fome. Viu de longe uma figueira cheia de folhas e foi até lá para ver se havia figos. Quando chegou perto, encontrou somente folhas porque não era tempo de figos. Então disse à figueira:
- Que nunca mais ninguém coma das suas frutas!
E os seus discípulos ouviram isso.
Quando Jesus e os discípulos chegaram a Jerusalém, ele entrou no pátio do Templo e começou a expulsar todos os que compravam e vendiam naquele lugar. Derrubou as mesas dos que trocavam dinheiro e as cadeiras dos que vendiam pombas. E não deixava ninguém atravessar o pátio do Templo carregando coisas. E ele ensinava a todos assim:
- Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o seguinte: "A minha casa será chamada de 'Casa de Oração' para todos os povos." Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões!
Os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar um jeito de matar Jesus. Mas tinham medo dele porque o povo admirava os seus ensinamentos.
De tardinha, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
No dia seguinte, de manhã cedo, Jesus e os discípulos passaram perto da figueira e viram que ela estava seca desde a raiz. Então Pedro lembrou do que havia acontecido e disse a Jesus:
- Olhe, Mestre! A figueira que o senhor amaldiçoou ficou seca.
Jesus respondeu:
- Tenham fé em Deus. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês poderão dizer a este monte: "Levante-se e jogue-se no mar." Se não duvidarem no seu coração, mas crerem que vai acontecer o que disseram, então isso será feito. Por isso eu afirmo a vocês: quando vocês orarem e pedirem alguma coisa, creiam que já a receberam, e assim tudo lhes será dado. E, quando estiverem orando, perdoem os que os ofenderam, para que o Pai de vocês, que está no céu, perdoe as ofensas de vocês. [Se não perdoarem os outros, o Pai de vocês, que está no céu, também não perdoará as ofensas de vocês.] 
Meditação:  
Jesus está próximo de uma figueira muito grande, mas sem frutos. A Casa do Senhor, chamada a dar frutos de vida, deve ser a casa de oração para todo o mundo. a oração nos adentra no desenvolvimento da capacidade de escutar a Deus que nos  fala por meio de sua Palavra e do clamar sofrido dos pobres.

A casa deve ser escola de oração que nos abra a escutar “com um ouvido no povo e outro no Evangelho”. O discípulo que, desta maneira, aprende a escutar saberá dar uma resposta comprometida que dê frutos abundantes. Se a casa se converteu em cova de ladrões, em lugar de dar os frutos esperados, será um lugar estéril desde sua raiz.

Em vez de alimentar as nações que tinham fome de justiça e de paz, fome do reino, terminará se consumindo a si mesma. Os discípulos, chamados a crer com todo o coração, tem que ser uma Igreja comunidade, servidora dos pobres, casa acolhedora, de portas abertas e coração missionário.

Este evangelho enfoca o Templo de Jerusalém, com sua prática e doutrina, como alvo principal das denúncias de Jesus aos chefes religiosos de Israel. Desde sua construção por Salomão, sempre teve como anexo o Tesouro, para o depósito de imensas riquezas acumuladas pelas ofertas e taxas cobradas do povo.

Naquele momento de intenso comércio e lucro praticado durante a festa da Páscoa, Jesus denuncia a corrupção do Templo. A figueira seca e o monte que pela fé é lançado ao mar representam o monte Sião, com Jerusalém e o Templo que oprimiam o povo.

A verdadeira religião, agradável a Deus, é a do perdão e da misericórdia. 


Reflexão Apostólica:

Jesus procurou frutos na figueira e lá só encontrou folhas,… “ pois não era tempo de figos”. Apesar de mostrar três situações diferentes esse Evangelho nos leva a perceber a mensagem central que Jesus nos quer comunicar.

Jesus ainda hoje tem fome e somos nós as “figueiras” onde Ele procura fruto para saciar a Sua fome. Jesus tem fome do nosso amor expressado em atos concretos de santidade e de justiça, mas só tem encontrado, quando muito, a nossa “boa vontade”.

Isso acontece, porque muitas vezes nos preocupamos muito com a aparência, nos ocupamos com o ter conhecimento das coisas temporais, desejamos ser instruídos e, por isso, nos tornamos admiráveis aos olhos humanos.

Queremos servir a Deus, mas nos revestimos de uma capa atraente sem nunca alcançar o tempo de dar frutos bons e agradáveis ao Senhor. Jesus tem fome do fruto do Seu Espírito em nós.
O fruto do Espírito é o AMOR que tem de ser colhido sempre, pois toda hora é tempo de semear e de colher amor. Amor semeado tem colheita certa. A figueira dá figos, o homem, amor!

O homem e a mulher que não dão frutos de amor são estéreis. Muitas vezes, porém, nós estamos desvirtuados da nossa condição primeira, porque, como fala mais adiante o Evangelho, nós nos deixamos invadir pelos “vendilhões” e o templo do nosso ser torna-se também uma “cova de ladrões”!

São os maus pensamentos, as maquinações, a vaidade, a falta de perdão, o sentimento de vingança, etc. Confundimos o que é do Espírito com o que é da nossa humanidade e mesmo até com o que é demoníaco.

Por isso, nós, como a figueira, secamos e nos autodestruímos. Precisamos também, como Jesus, expulsar de dentro do nosso coração tudo que nos impede de dar frutos de santidade. Jesus nos dá alento: “tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebeste, e, assim será”.

Na nossa oração nós precisamos suplicar o Espírito Santo. É Ele quem nos capacita a perdoar, a amar, e assim, produzir os frutos que Jesus procura em nós.
Como está o templo do seu coração? O que você tem pedido na sua oração? Quais os frutos que você tem para matar a fome de Jesus? A sua casa é uma casa de oração?

Propósito:
Pai, ensina-me a viver a religião pura e agradável a ti. Cheio de fé e disposto a perdoar e a viver reconciliado, que eu possa rejeitar tudo o que desvirtua a verdadeira religião.


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Evangelho do dia 28 de maio quinta feira



28 - Há uma virtude que resplandeceu de modo muito particular na Virgem Imaculada, nossa Mãe, uma virtude predileta de Jesus e que também nós devemos possuir, pois ela é o adorno mais lindo da alma: quero dizer a pureza, a virtude com a qual o homem imita
os Anjos, aliás, os vence em merecimento, pois eles são puros por natureza, nós por graça: eles, não tendo corpo, são puros por necessidade, nós por vontade, pois nós devemos combater, vigiar, rezar muito e mortificar-nos para obter e conservar essa
virtude tão delicada. (S 356). São Jose Marello
Marcos 10,46-52

"Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Jericó. Quando ele estava saindo da cidade, com os discípulos e uma grande multidão, encontrou um cego chamado Bartimeu, filho de Timeu. O cego estava sentado na beira do caminho, pedindo esmola. Quando ouviu alguém dizer que era Jesus de Nazaré que estava passando, o cego começou a gritar: 
- Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim! 
Muitas pessoas o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca, mas ele gritava ainda mais: 
- Filho de Davi, tenha pena de mim! 
Então Jesus parou e disse: 
- Chamem o cego. 
Eles chamaram e lhe disseram: 
- Coragem! Levante-se porque ele está chamando você! 
Então Bartimeu jogou a sua capa para um lado, levantou-se depressa e foi até o lugar onde Jesus estava. 
- O que é que você quer que eu faça? - perguntou Jesus. 
- Mestre, eu quero ver de novo! - respondeu ele. 
- Vá; você está curado porque teve fé! - afirmou Jesus. 
No mesmo instante, Bartimeu começou a ver de novo e foi seguindo Jesus pelo caminho.
"
 

Meditação:
Estamos no fim da caminhada central de Jesus, desde Cesaréia de Felipe até a sua morte e ressurreição em Jerusalém. No texto acima, Marcos encerra o bloco todo da caminhada com o último milagre que ele relata de Jesus - a cura do cego Bartimeu.
O texto começa com um senso de urgência - chegaram a Jericó e logo saíram. Parece que têm pressa para caminhar até Jerusalém. E lá está o cego Bartimeu. Onde? Sentado à beira do caminho! Enquanto Jesus está “a caminho” com os seus discípulos, o cego está à beira do caminho! Simboliza todos os que não conseguem caminhar no discipulado, mas estão parados, à beira do seguimento de Jesus

Mas, esse texto está bem carregado de sentido. Logo que Bartimeu ouve que é Jesus que passa, ele grita fortemente! “Filho de Davi, tem piedade de mim!” É de novo um dos temas centrais da Bíblia - o grito do pobre e sofrido! Desde o grito do sangue de Abel, passando pelo grito do Êxodo, de Jó, dos pobres nos Salmos, de Bartimeu, de Jesus na Cruz, dos martirizados do Apocalipse, o tema do grito do sofrido perpassa toda a Escritura, com a garantia de que Deus ouve esse grito. Mas, a reação dos transeuntes é típica - mandam que Bartimeu se cale! O poder dominante sempre quer abafar o grito do excluído! E isso não mudou até os dias de hoje! Até nas Igrejas há quem não queira ouvir o grito, e que faz tudo para abafar qualquer iniciativa popular. Mas, Deus ouve!

Com um fino toque de ironia, o texto mostra como, por causa da atitude de Jesus, os mesmos que o mandaram calar agora têm que convidá-lo para falar com Jesus. Mas, para isso, Bartimeu tem que lançar fora o manto - a única coisa que ele possuía, a sua única segurança. Como os primeiros discípulos no lago (Mc 1, 18.20), ele aprende que não é possível seguir Jesus sem deixar algo, sem arriscar a segurança humana para experimentar a mão de Deus.
Aqui Marcos faz contraste com a figura de Pedro, que tinha o título certo “Tu és o Messias” (Mc 8, 29), mas a prática errada! Não quis que Jesus caminhasse para a morte! Assim, em Marcos, o modelo de discípulo não é Pedro, mas Bartimeu! Pois, mais importante do que os títulos e expressões teológicas, sem negar a sua importância relativa, é a prática do seguimento de Jesus! Um alerta para todos nós, para que a nossa prática seja coerente com a nossa fé, no seguimento de Jesus, em favor do Reino de Deus.
Mais uma vez, a Palavra de Deus nos presenteia uma cura milagrosa realizada pelo Senhor que vem revelar definitivamente a presença do Reino entre os homens.

Jesus continua caminhando com seus discípulos e passa pela cidade de Jericó. Muita gente o acompanha. À beira do caminho havia um cego chamado Bartimeu que pedia esmola. Ele escuta que Jesus está passando por ali e começa a gritar, pedindo que o ajude e tenha compaixão dele já que Jesus é o Messias.
A multidão, que muitas vezes se mete onde não deve, com atitude comedida, começa a querer calar o cego... Por quê? Não sabemos... Talvez por “pudor humano”, para não incomodar o Mestre... Mas sem dúvida, Bartimeu não só não se cala, mas grita com mais força... Sabe, intui, percebe que Jesus é o único que pode salvá-lo...

O Senhor para e pede que o chamem. A multidão o chama e agora lhe diz umas palavras muito bonitas: “Não tenha medo! Levanta-te! Ele te chama!”
O relato é sumamente gráfico na resposta do cego. Em primeiro lugar, joga seu manto, algo que era muito importante para os que viviam na rua na época do Senhor: durante o dia, servia para por a esmola que pediam e à noite para cobrir-se. O cego joga-o... Em segundo lugar, levantou-se num pulo. Realiza um gesto exagerado para sua situação de não vidente… Porém tudo está a serviço do terceiro elemento que é aproximar-se, com entusiasmo e esperança no Senhor.
É também sumamente interessante a atitude do Senhor. Perante o cego, vai reagir com uma pergunta: “que queres que eu te faça?”. A resposta do cego é simples e não se deixa esperar: “Mestre, que eu veja”.

Jesus sem muitas voltas e apelando à fé – confiança do cego lhe dirá que pode ir tranqüilo dado que está curado. Diz-nos o texto que imediatamente pode ver outra vez e, o que é muito importante, que segue o Senhor pelo caminho.
Num mundo como o nosso, não há mais lugar para uma fé anônima, formalista, hereditária. É necessária uma fé fundada no aprofundamento da palavra de Deus, na opção e nas convicções pessoais. Uma fé conscientemente abraçada e não passivamente recebida em herança.
Tudo isto comporta um novo modo de enfrentar o problema da iniciação cristã, um novo modo de considerar a evangelização e a sacramentalização. Abre-se um imenso campo de ação à pastoral em geral e à catequética particularmente.
O cristão deverá percorrer (ou repercorrer, se se trata de adulto) não tanto um caminho feito de etapas e gestos sacramentais, mas um itinerário de fé, um catecumenato renovado, sem o qual não têm sentido nem eficácia os gestos sacramentais feitos em prazos fixos. 

Reflexão Apostólica:

O cego de Jericó é o protótipo do homem que vive à margem das coisas de Deus e, por isso, sente a amargura e o fracasso de uma vida na escuridão. No seu desespero ele gritava pedindo o auxílio de Jesus e quanto mais os discípulos mandavam que ele calasse, mais ele gritava, porque a fé gritava dentro dele.
Muitas vezes nós também estamos vivendo assim: mendigando amor, atenção, carinho, sentados à beira do caminho, vendo a vida passar e sem enxergar nenhum sentido para ela.
O fato de pedir com fé é a chave dos nossos apelos ao Senhor. Somente aquele (a) que se sente necessitado e carente tem certeza do que quer pedir a Deus.
O homem cego quer enxergar; o aleijado quer andar. Por isso, Jesus nos atende conforme o apelo do nosso coração que se angustia e clama por socorro e pergunta a cada um de nós: “O que queres que eu te faça?” E quando Jesus percebe que o nosso apelo é a nossa real necessidade e que temos convicção daquilo que pleiteamos, Ele nos chama e nos atende.

Esta é a oportunidade para que possamos pedir a Ele: “Mestre, que eu veja”. É também nesses momentos que temos de nos levantar e aceitar o convite de Jesus, através das outras pessoas: “Levanta-te, coragem, Jesus te chama”. Da mesma forma que o cego, nós também precisamos nos despojar do manto humano de proteção que colocamos sobre os nossos ombros e que nos impede de corrermos ao encontro de Jesus quando Ele passa no nosso caminho atraído pelo nosso clamor. 
Em algum momento você também vive esta situação de cegueira espiritual, de não perceber uma saída para os seus questionamentos? O que você tem pedido a Jesus: a visão certa para que você tenha consciência do que fazer ou uma varinha de condão para que milagrosamente os seus questionamentos e os seus problemas desapareçam? Para você o que significaria o “sentar-se à beira da estrada”?

O cego não é aquele que não vê, mas aquele que não quer ver. Quantos passam a vida sentados à beira do caminho, braços cruzados, olhos perdidos no vazio e na escuridão, acomodados, desencorajados, desesperançados, descrentes de Deus, descrentes do mundo, descrentes das pessoas… Mortos vivos ou vivos mortos? Em qual das duas categorias você se ajusta?

Jesus está passando agora na rua do seu coração. Não deixe esta graça passar sem realizar o que Deus quer. Peça, busque, clame, grite, como Bartimeu: Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim! Clama com as palavras que o Espírito Santo te inspirar: Jesus, eu só enxergo as coisas do mundo. O meu coração e os meus olhos encharcados de concupiscências, de pecados, de vícios, de egoísmo, de orgulho, de vaidade, de adultério, de rancor.. Eu sou cego para o amor, para o perdão, para a misericórdia, para a disponibilidade, para o serviço aos irmãos, para a partilha; eu sou cego para a humildade, para o desprendimento, para a renúncia, para o despojamento de mim mesmo. Tem compaixão de mim!
E os teus olhos se abrirão; tua alma exultará; teu espírito haverá de cantar as misericórdias que o Senhor realizou na tua vida.
Mas não basta apenas isto. É necessário exercitar a fé. É seguindo Jesus pelo caminho, como fez Bartimeu, que se cumpriram as palavras de Jesus em sua vida: “Vai, a tua fé te salvou”.

Propósito:
Pai, dá-me forças para lutar contra a cegueira que me impede de reconhecer teu amor misericordioso manifestado em Jesus. Faze com que eu veja! Senhor Jesus, cura minha cegueira espiritual para que, iluminado pela luz da fé, eu te siga, com toda confiança, no caminho do discipulado. 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Evangelho do dia 26 de maio terça feira



26 de maio – São Felipe Néri
26 - Paraíso! Ah! que essa palavra nos comunique aquela serenidade de espírito que transparecia no rosto de São Filipe Néri ao pronunciá-la! (L 52). SÃO JOSÉ MARELLO

Marcos 10,28-31
Aí Pedro disse:
- Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais, ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições. E no futuro receberá a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.
Jesus anuncia outra vez a sua morte e a sua ressurreição    
Meditação:
O texto do Evangelho de ontem no qual Jesus apresentava a incapacidade dos homens e mulheres apegados aos bens seguirem Jesus, opõe-se ao de hoje.

Vemos Pedro a professar o seu despojamento de tudo para ir a traz do mestre: Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.

Pedro é um dos que deixaram tudo para seguir Jesus. Não era rico, mas um esforçado pescador, porém, seu gesto foi muito valioso. Jesus diz então que quem deixar família e bens por ele e pelo evangelho, receberá cem vezes mais.

Quem deixa tudo para ser discípulo missionário de Jesus sofrerá também perseguições no seguimento, mas encontrará na comunidade cristã o necessário para viver em bens materiais e afetivos.

Nas palavras de Pedro, não só estavam as dos outros apóstolos ontem, como também estão as minhas e as tuas. Estão as palavras de todos nós quando nos desfazemos nos despimos dos nossos orgulhos, vaidades, soberbas. Assim como Pedro nos evangelhos, tomava decisões em nome da Comunidade dos Apóstolos, assim continua nos dias de hoje falando e nos representando.

“Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho” (Doc. de Aparecida 31).

Finalmente, a Palavra nos ensina que aqueles que crerem ter tudo, não alcançarão a vida e são os últimos, enquanto que os que crêem em
Jesus e o seguem compartilhando o que são e o que tem encontram tudo na comunidade cristã e são os primeiros.

Definitivamente, o cristão é chamado a viver em santidade, que se realiza na prática cotidiana do mandamento do amor.

No evangelho, a pergunta de Pedro a Jesus é a mesma que certamente já dirigimos ao Senhor em algum momento de nossas vidas: “Que receberemos em troca, já que deixamos coisas muito importantes para te seguir?” E embora o seguidor do Senhor não devesse olhar de modo primordial para a recompensa, Jesus nos assegura que pelas renúncias que fazemos por ele e pelo Evangelho receberemos cem vezes mais. Que significa isto?

Quando optamos por Cristo escolhemos crescer de modo extraordinário numa experiência humana e de fé que nos levará a ser mais conscientes e coerentes, mas capazes de transformar nossa atual sociedade num cenário digno que permitisse o desenvolvimento de uma qualidade de vida cabalmente humana para o conjunto de seus cidadãos.

Neste crescimento, de que participa a mesma comunidade da qual fazemos parte, seguiremos optando por ser melhores no serviço e na construção do reino de Deus no nosso meio, e poderemos ver que, à medida que os demais progridem com nossa parcela de dignidade, reconhecimento, respeito, alegria de viver, iremos nos enriquecendo cada vez mais a nós mesmos.

Não em riquezas materiais, por certo, mas numa riqueza muito mais profunda, reconfortante e duradoura. E tudo será lucro, definitivamente, quando estivermos plenamente convencidos da meta que nos está esperando em Deus apesar dos problemas, trabalhos e perseguições que tratar de alcançá-la implica.

Reflexão Apostólica:

Os discípulos queriam saber de Jesus o que eles teriam em troca por O terem seguido! Jesus foi claro e direto na sua explanação: a recompensa de Deus não vem do modo como que nós esperamos, mas cem vezes mais do que imaginamos.

No entanto, só poderá comprovar esta promessa quem realmente se dispõe a sofrer perseguições. Quem tiver deixado “tudo” pela causa de Cristo, receberá desde já, também tudo, com perseguições e no mundo futuro, a vida eterna.

Deixar tudo não significa lançar fora, rejeitar, mas simplesmente vivenciar de uma maneira diferente. Deixar pai, mãe, filhos, bens por causa de Jesus e do Evangelho, significa colocar como prioridade as exigências do ser cristão (ã), tornando-se livre de apegos humanos e de idolatrias.

Deixar tudo é desvencilhar-se de idéias, de preconceitos e pensamentos humanos, racionais, para se deixar conduzir pela mensagem do Evangelho, a boa nova de Jesus para os homens.

Quando nós colocamos Jesus Cristo como centro da nossa vida tudo o que nós possuímos, adquire um novo sentido e, mesmo com tribulações, nós conseguimos usufruir de tudo o que temos, com uma nova mentalidade, sem apego, sem egoísmo, com serenidade.

Quando nós nos dedicamos à causa de Cristo, quando temos o nosso pensamento e o nosso ideal de vida, voltados para Ele nem as coisas materiais nem a nossa família nos afastam de Deus porque as coisas da terra nos levam a uma vivencia espiritual que faz toda a diferença na qualidade da nossa vida.

Você tem deixado tudo pela causa de Cristo? O que você desejava antes de conhecê-Lo é o mesmo que você anseia hoje? Você é uma pessoa muito apegada aos seus planos, sua família, seus bens? Qual é o lugar que Cristo ocupa na sua vida?

A opção de Pedro e demais discípulos contrasta com a do homem rico que desinteressou-se pelo seguimento de Jesus. Em resposta a Pedro, Jesus faz uma declaração abrangente que vai além daqueles que lhe estão perto, e além de seu tempo. Jesus refere-se a todo aquele que tudo deixa por causa dele e do seu anúncio.

O sentido do desapego da família e das propriedades é a adesão a um novo projeto de vida. Já, nesta vida, no mundo novo possível, de modo muito mais abrangente são reencontrados os laços de amizade e amor, na grande família dos filhos de Deus, no usufruto do bem maior que é a compaixão, a comunicação, a solidariedade e a partilha, em uma sociedade em que vigora a justiça e a paz.

Não faltarão as hostilidades dos poderosos que vivem às custas do povo oprimido e empobrecido. São ambiciosos que amam a riqueza e desprezam a vida.

A sentença final exprime a subversão do Reino. É descartada a sociedade hierarquizada baseada no poder e no prestígio da riqueza, representada pelo homem rico que se afasta de Jesus.

Vigora agora a comunidade solidária e fraterna em que todos usufruem os bens terrenos, na alegria e no amor. Os discípulos, seduzidos por Jesus, libertam-se do jugo do ter e das estruturas que alicerçam o império do dinheiro.

Propósito:
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.

Evangelho do dia 24 junho segunda feira 2024 - Natividade São João Batista

  24 de junho - Nem a altura do cargo, nem a grandeza e a nobreza das pessoas, nem mesmo os honrados cabelos brancos deverão nos impor silên...